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== <span lang="pt-br" dir="ltr">Em breve: um novo recurso de sub-referência – experimente!</span> ==
<div lang="pt-br" dir="ltr">
<section begin="Sub-referencing"/>
[[File:Sub-referencing reuse visual.png|{{#ifeq:{{#dir}}|ltr|right|left}}|400px]]
Olá. Por muitos anos, os membros da comunidade solicitaram uma maneira fácil de reutilizar referências com detalhes diferentes. Agora, uma solução está chegando: o novo recurso de sub-referência, para wikitexto e Editor Visual, aprimorará o sistema de referência existente. Você pode continuar a usar os recursos existentes, mas provavelmente encontrará sub-referências em artigos escritos por outros usuários. Mais informações na [[m:Special:MyLanguage/WMDE Technical Wishes/Sub-referencing|página do projeto]].
'''Queremos sua opinião''' para garantir que esse recurso funcione bem para você:
* [[m:Special:MyLanguage/WMDE Technical Wishes/Sub-referencing#Test|Por favor, experimente]] a ferramenta, atualmente em fase beta, e [[m:Talk:WMDE Technical Wishes/Sub-referencing|diga-nos o que você acha]].
* [[m:WMDE Technical Wishes/Sub-referencing/Sign-up|Inscreva-se aqui]] para receber atualizações e/ou convites para participar de pesquisas.
A equipe de [[m:Special:MyLanguage/WMDE Technical Wishes|Desejos Técnicos]] da [[m:Special:MyLanguage/Wikimedia Deutschland|Wikimedia Deutschland]] está planejando trazer este recurso para as wikis da Wikimedia ainda este ano. Entraremos em contato com os criadores/mantenedores de ferramentas e predefinições relacionadas a referências com antecedência.
Por favor, ajude-nos a espalhar essa mensagem. --[[m:User:Johannes Richter (WMDE)|Johannes Richter (WMDE)]] ([[m:User talk:Johannes Richter (WMDE)|talk]]) 10:36, 19 August 2024 (UTC)
<section end="Sub-referencing"/>
</div>
<!-- Mensagem enviada por User:Johannes Richter (WMDE)@metawiki utilizando a lista em https://meta.wikimedia.org/w/index.php?title=User:Johannes_Richter_(WMDE)/Sub-referencing/massmessage_list&oldid=27309345 -->
== Ortografias antigas e atuais ==
Muitas obras dos séculos XVIII e XIX estão já "atualizadas" com ortografias recentes (de 1943, de 1990, etc.), e eu julgava que tais atualizações seriam a norma no Wikisource. Entretanto, muito recentemente fiquei sabendo que o "correto" é transcrever o mails fielmente possível a grafia original da imagem digitalizada (inclusive mantendo eventuais erors do original). Que fazer com tais obras já modificadas? Deverão elas ser "corrigidas" e retornar à grafia original?
Vejo que certas obras possuem duas versões: uma figurando somente com o título, e uma vizinha cujo título contém a frase "(grafia original)". Creio ser esta a maneira desejada de manter ambas as versões.
[[Utilizador:Wuopisht|Wuopisht]] ([[Utilizador Discussão:Wuopisht|discussão]]) 00h39min de 20 de agosto de 2024 (UTC)
:Sim, o correto é deixar o texto o mais fiel possível do original, incluindo os erros assim como você comentou. Isto está escrito no aviso que aparece assim que você irá criar/editar uma página.
:<nowiki>Sobre a prática de colocar duas obras, uma com a grafia original e outra com a grafia atualizada não acho que seja a melhor coisa a se fazer, pois já temos uma predefinição para lidar justamento com esse problema {{</nowiki>[[Predefinição:Modernização automática|Modernização automática]]<nowiki>}}. E acho que não é legal a duplicação das obras, e ainda por cima, gera páginas sem fontes, que são páginas que não podem ser facilmente verificadas por outros usuários no futuro.</nowiki>
:Caso você encontre obras que estão com a grafia atualizada, coloque-as nesta [[:Categoria:Originais a serem arcaizados|categoria]]. [[Utilizador:Junglk|Junglk]] ([[Utilizador Discussão:Junglk|discussão]]) 03h14min de 20 de agosto de 2024 (UTC)
::Junglk, obrigado pela dica! Sim, exemplos de obras a que me refiro são ''O Cortiço'' e ''O Matuto''. Ambas já estão na mencionada lista. Mais uma vez agradeço. [[Utilizador:Wuopisht|Wuopisht]] ([[Utilizador Discussão:Wuopisht|discussão]]) 03h33min de 20 de agosto de 2024 (UTC)
::[[Utilizador:Junglk|Junglk]], Graças aos seus conselhos, consegui completar a arcaização de 'O Matuto', obra que consta na lista que você mencionou acima.
::Questão adicional: Vejo que 'Modernização automática' funciona bem no âmbito de uma página individual, mas há alguma maneira simples de fazer esta declaração, uma vez só, no início de uma obra, para que a predefinição se propague automaticamente para o resto dela? [[Utilizador:Wuopisht|Wuopisht]] ([[Utilizador Discussão:Wuopisht|discussão]]) 13h31min de 6 de setembro de 2024 (UTC)
:::Para que a modernização seja feita de forma automática é preciso que na página da Galeria você clique em editar a página e selecione a modernização automática, é a penúltima caixa. Assim que você fizer isso, pode ser que não funcione, pois as páginas dos capítulo podem estar utilizando a predefinição {{tl|navegar}}, o que não funciona com a modernização automática (isso é explicado em uma nota no final da página da galeria assim que você ativa modernização automática na obra). Então para que a modernização automática funcione você deve usar <code><nowiki><page index="Nome do arquivo" from="(Número da página inicial do capítulo/seção)" to="(Número da página final do capítulo/seção)" header=1></nowiki></code> na página de cada capítulo ou seção. [[Utilizador:Junglk|Junglk]] ([[Utilizador Discussão:Junglk|discussão]]) 14h00min de 6 de setembro de 2024 (UTC)
:::Aqui está um exemplo caso minha explicação tenha ficado confusa: [[Galeria:Iracema - lenda do Ceará.djvu|Iracema]].
:::Vejo que há uma nota abaixo da pagelist, dizendo o seguinte: ''A predefinição {{Modernização automática}} será aplicada automaticamente às páginas transcluídas com cabeçalho (header=1)''. Espero ter ajudado! [[Utilizador:Junglk|Junglk]] ([[Utilizador Discussão:Junglk|discussão]]) 14h05min de 6 de setembro de 2024 (UTC)
::::[[Utilizador:Junglk|Junglk]], Obrigado de novo pelo auxílio. Vi depois que mesmo sem selecionar nada na Galeria, é possível adicionar as opções de Modernização Automática ao menu ''Ferramentas'' de cada capítulo. Estou procedendo de tal maneira com [[O cabelleira]]. Obrigado! [[Utilizador:Wuopisht|Wuopisht]] ([[Utilizador Discussão:Wuopisht|discussão]]) 10h45min de 9 de setembro de 2024 (UTC)
:::::Fico feliz que tenha ajudado! 😊 [[Utilizador:Junglk|Junglk]] ([[Utilizador Discussão:Junglk|discussão]]) 12h32min de 9 de setembro de 2024 (UTC)
== Travessão ==
Qual é a maneira recomendada de se grafar o travessão no Wikisource? Por exemplo: (1) '—' parece o suficiente. (2) '& m d a s h ;' parece ser igual. (3) '{ { - - } }' também parece ser idêntico. Nota: inseri espaços nos exemplos anteriores para evitar conversão automática nesta mensagem. [[Utilizador:Wuopisht|Wuopisht]] ([[Utilizador Discussão:Wuopisht|discussão]]) 08h04min de 19 de setembro de 2024 (UTC)
:Os três produzem o mesmo resultado. O terceiro é a forma mais fácil de escrever, sem precisar de botões ou atalhos de teclado, e mais fácil de memorizar. É melhor de se usar, inclusive para evitar que seja substituído por acidente por hífens, dependendo do parágrafo da digitalização. [[Usuário:555|Lugusto]] • [[Usuário Discussão:555|※]] 12h38min de 19 de setembro de 2024 (UTC)
::👍 [[Utilizador:Wuopisht|Wuopisht]] ([[Utilizador Discussão:Wuopisht|discussão]]) 12h41min de 19 de setembro de 2024 (UTC)
{{Discussão2|Invasão nas Mudanças recentes}}
== 'Wikidata item' link is moving. Find out where... ==
<div lang="en" dir="ltr" class="mw-content-ltr"><i>Apologies for cross-posting in English. Please consider translating this message.</i>{{tracked|T66315}}
Hello everyone, a small change will soon be coming to the user-interface of your Wikimedia project.
The [[d:Q16222597|Wikidata item]] [[w:|sitelink]] currently found under the <span style="color: #54595d;"><u>''General''</u></span> section of the '''Tools''' sidebar menu will move into the <span style="color: #54595d;"><u>''In Other Projects''</u></span> section.
We would like the Wiki communities feedback so please let us know or ask questions on the [[m:Talk:Wikidata_For_Wikimedia_Projects/Projects/Move_Wikidata_item_link|Discussion page]] before we enable the change which can take place October 4 2024, circa 15:00 UTC+2.
More information can be found on [[m:Wikidata_For_Wikimedia_Projects/Projects/Move_Wikidata_item_link|the project page]].<br><br>We welcome your feedback and questions.<br> [[Utilizador:MediaWiki message delivery|MediaWiki message delivery]] ([[Utilizador Discussão:MediaWiki message delivery|discussão]]) 18h56min de 27 de setembro de 2024 (UTC)
</div>
<!-- Mensagem enviada por User:Danny Benjafield (WMDE)@metawiki utilizando a lista em https://meta.wikimedia.org/w/index.php?title=User:Danny_Benjafield_(WMDE)/MassMessage_Test_List&oldid=27524260 -->
== 'Wikidata item' link is moving, finally. ==
Hello everyone, I previously wrote on the 27th September to advise that the ''Wikidata item'' sitelink will change places in the sidebar menu, moving from the '''General''' section into the '''In Other Projects''' section. The scheduled rollout date of 04.10.2024 was delayed due to a necessary request for Mobile/MinervaNeue skin. I am happy to inform that the global rollout can now proceed and will occur later today, 22.10.2024 at 15:00 UTC-2. [[m:Talk:Wikidata_For_Wikimedia_Projects/Projects/Move_Wikidata_item_link|Please let us know]] if you notice any problems or bugs after this change. There should be no need for null-edits or purging cache for the changes to occur. Kind regards, -[[m:User:Danny Benjafield (WMDE)|Danny Benjafield (WMDE)]] 11h28min de 22 de outubro de 2024 (UTC)
<!-- Mensagem enviada por User:Danny Benjafield (WMDE)@metawiki utilizando a lista em https://meta.wikimedia.org/w/index.php?title=User:Danny_Benjafield_(WMDE)/MassMessage_Test_List&oldid=27535421 -->
= Como iniciar no Wikisource? =
Saudações, tenho interesse em colaborar com o Wikisource através de traduções de livros, artigos e outras obras literárias que não estão traduzidas para a língua portuguesa. Entretanto, não sei como começar. Quais as predefinições mais importantes? Como estilizar o documento (justificar, centralizar, mudar fonte, etc.)? No aguardo pela resposta.
:{{ping|Caesar853}} Olá! Primeiro, é importante assinar seus comentários com <nowiki>~~~~</nowiki> no final; Como um começo, diria para dar uma lida em [[Ajuda:Introdução]]; acho que no geral, as predefinições mais usadas são [[Predefinição:Centralizado|Centralizado]], [[Predefinição:Cabeçalho|Cabeçalho]], [[Predefinição:Larger|Larger]] e mais algumas para [[:Categoria:!Predefinições para títulos|títulos]]. A única outra "fonte" seria [[Predefinição:Cursivo|Cursivo]], mas ficaria ruim deixar a obra toda nesse formato (já "itálico" e "negrito" funcionam da mesma forma que na Wikipédia - no geral, se você já tem experiência na Wikipédia, não terá problema aqui, já que é a mesma tecnologia). Agora, para tradução, tem uma plataforma que ainda não cheguei a usar ({{ping|Saturnow}} usou bastante) chamada [[Wikisource:Tradução espelho]]. Abraços! [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 12h07min de 4 de dezembro de 2024 (UTC)
:Obrigado pela resposta, vou seguir o passo-a-passo. Eu tenho uma experiência com o Wikipédia, já criei e aprimorei diversos artigos por lá. Eu olhei de relance a formatação da obras mais recente em publicação que é ''Reparação Historica da Villa de Santo André da Borda do Campo'' e eu entendi mais ou menos como funciona as predefinições de formatação. [[Utilizador:Caesar853|Caesar853]] ([[Utilizador Discussão:Caesar853|discussão]]) 13h03min de 4 de dezembro de 2024 (UTC)
::Bem, não há de quê! E boas edições! [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 14h01min de 4 de dezembro de 2024 (UTC)
:::Bom dia, existe alguma forma de criar rascunhos no Wikisource, isto é, conteúdos não publicados para o caso do colaborador estar escrevendo ou traduzindo obras muito longas como livros, legislações, etc.?
:::[[Especial:Contribuições/2804:214:93C1:3D57:180F:C5D6:FBE7:C005|2804:214:93C1:3D57:180F:C5D6:FBE7:C005]] 11h59min de 10 de dezembro de 2024 (UTC)
::::{{ping|2804:214:93C1:3D57:180F:C5D6:FBE7:C005}} Bom dia! Acho que em si não terá problema criar uma subpágina de usuário como rascunho, mas para tradução, sugiro que leia [[Wikisource:Tradução espelho]]. [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 11h45min de 11 de dezembro de 2024 (UTC)
== Predefinição:Autor ==
Hoje eu fiz umas alterações na {{tl|Autor}} para buscar mais dados do Wikidata. Tentei ao máximo fazer as alterações necessárias sem causar impacto no leiaute ou na funcionalidade da predefinição. Mas a predefinição chamava funções desatualizadas e foi necessário trazer algumas funções novas que não estavam incluídas nos módulos deste projeto. Fiz todas as atualizações. Agora não é mais necessário informar a data de nascimento ou morte de um autor. Esses dados são buscados do Wikidata e a página é categorizada corretamente. Mas ainda está havendo um erro na geração de categorias por ano de nascimento e falecimento, apenas quando esses parâmetros são informados na {{tl|Autor}}, por meio de {{tl|dni}} ou {{tl|morte}}. Desculpem-me por isso. Vou parar um pouco por hoje, mas vou corrigir esse erro em algumas horas e aviso aqui quando estiver ok. [[Usuário:Castelobranco|<font color="#778899" face="Verdana" size="2">CasteloBranco</font>]]<sup>[[Usuário Discussão:Castelobranco|<font color="#00008b">msg</font>]]</sup> 04h25min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
:Muito bom! Nessa linha, acha que seria possível automatizar a categorização em [[:Categoria:Autores brasileiros por data de entrada em domínio público|Autores brasileiros por data de entrada em domínio público]] (além de criar uma versão para Portugal) ou criar um equivalente ao [[:s:en:Category:Authors by license|Category:Authors by license]], dentro do <nowiki>{{</nowiki>[[Predefinição:Morte|morte]]<nowiki>}}</nowiki>? Talvez o Ws possa usar o próprio Wikidata (através da nacionalidade) para identificar quando cada autor entrou em domínio público. [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 11h24min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
::Boa ideia. A princípio, eu estava apenas tentando importar o máximo de informações já existentes na {{tl|Autor}}, mas a ideia era vir aqui e discutir melhorias que essa integração com o Wikidata pode trazer. Como o Wikisource não é uma enciclopédia, a página dos autores não precisa ser uma biografia, então até mesmo o texto de introdução (MiscBio) pode ser gerado automaticamente. Na Wikiquote, já está funcionando assim, mas aguardando quorum para aprovar o uso. A sua sugestão parece ser ainda mais útil. Vou tentar implantar em teste e trago aqui para discussão. [[Usuário:Castelobranco|<font color="#778899" face="Verdana" size="2">CasteloBranco</font>]]<sup>[[Usuário Discussão:Castelobranco|<font color="#00008b">msg</font>]]</sup> 13h09min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
:::{{feito}} Resolvido o problema da categorização com {{tl|dni}} e {{tl|morte}}. Vocês podem checar em [[Autor:Monteiro Lobato]] (ou em qualquer página com {{tl|Autor}} que tenha as predefs de nascimento e morte nos respectivos campos). A {{tl|Autor}} '''ignora''' os dados de nascimento/morte fornecido e categoriza a página pelos dados do Wikidata. Então, nesse momento, informar a data de nascimento/morte é <u>desnecessário</u>. Vou atualizar a documentação. [[Usuário:Castelobranco|<font color="#778899" face="Verdana" size="2">CasteloBranco</font>]]<sup>[[Usuário Discussão:Castelobranco|<font color="#00008b">msg</font>]]</sup> 15h24min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
::::{{feito}} Atualizei a documentação. Nesse momento, nenhum parâmetro é obrigatório, basta escrever {{tl|Autor}} em uma página conectada no Wikidata para importar todos os dados necessários de lá. Isso inclui a informação da nacionalidade, abrindo caminho para implementar a sugestão do @[[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]]. Mas vou estudar a árvore de categorias e depois abrimos um novo tópico para esse tema. [[Usuário:Castelobranco|<font color="#778899" face="Verdana" size="2">CasteloBranco</font>]]<sup>[[Usuário Discussão:Castelobranco|<font color="#00008b">msg</font>]]</sup> 20h20min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
:::::Concordo com a ideia de automatizar a biografia (algo que é feito nas Ws em francês e espanhol). Quanto a minha sugestão, ela também entra no contexto [[Wikisource:Esplanada/Autores portugueses em DP|dessa discussão]], que pode gerar algo mais prático para os usuários do que as listas presentes [[Wikisource:Autores em língua portuguesa com obras em domínio público|nesta página]]. [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 22h22min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
::::::E lembrando agora, seria interessante se a categorização de [[:Categoria:Autores por nacionalidade|Autores por nacionalidade]] (ou por unidade federativa) também seja automatizada. E, além disso, usando o [[:s:fr:Auteur:Monteiro_Lobato|Lobato]] como exemplo, no Wikisource em francês, tirando "''Auteurs de science-fiction''", todas as categorias relevantes são automáticas. [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 22h28min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
:::::::Fiz um teste no Ws em francês onde atualizei o Wikidata e coloquei o "Escritor de ficção científica": a categorização foi imediata. Talvez o único "problema" de uma categorização totalmente dependente do Wikidata seria a quantidade de categorias por criar, mas isso seria feito com o tempo (ou algum bot poderia resolver). [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 22h36min de 15 de dezembro de 2024 (UTC)
{{Discussão2|Sonetos sem original digitalisado}}
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Formulário Ortográfico de 1943
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2024-12-16T17:46:00Z
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O VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUÊSA terá por base o VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUÊSA da Academia das Ciências de Lisboa, edição de 1940, consoante a sugestão do Sr. Ministro da Educação e Saúde, aprovada unânimemente pela Academia Brasileira de Letras, em 29 de janeiro de 1942. Para a sua organização se obedecerá rigorosamente aos itens seguintes:
1.º — Inclusão dos brasileirismos consagrados pelo uso.
2.º — Inclusão de estrangeirismos e neologismos de uso corrente no Brasil e necessários à língua literária.
3.º — Substituição de certas formas usadas em Portugal pelas correspondentes formas usadas no Brasil, consoante a pronúncia e a morfologia consagradas.
4.º — Fixação da grafia de vocábulos cuja etimologia ainda não está perfeitamente demonstrada, consignando-se em primeiro lugar a de uso mais generalizado.
5.º — Fixação das grafias de vocábulos sincréticos e dos que têm uma ou mais variantes, tendo-se em vista o étimo e a história da língua, e registro de tais vocábulos um a par do outro, de maneira que figure em primeira plana, como preferível, o de uso mais generalizado.
6.º — Evitar duplicidade gráfica ou prosódica de qualquer natureza, dando-se a cada vocábulo uma única forma, salvo se nêle há consoante que facultativamente se profira, ou se há mais de uma pronúncia legitimada pelo uso ou pela etimologia, casos em que se registrarão as duas formas, uma em seguida à outra, colocando-se em primeiro lugar a de uso mais generalizado.
7.º — Registro de um significado ou da definição de todos os vocábulos homófonos não homógrafos, bem como dos homógrafos heterofônicos, — mas não dos homógrafos perfeitos, — fazendo-se remissão de um para outro.
8.º — Registro, entre parênteses, da vogal ou sílaba tônica de todo e qualquer vocábulo cuja pronúncia é duvidosa, ou cuja grafia não mostra claramente a sua ortoépia; não sendo, porém, indicada a sílaba tônica dos infinitos dos verbos, salvo se forem homógrafos heterofônicos.
9.º — Registro, entre parênteses, do timbre da vogal tônica de palavras sem acento diacrítico, bem como da vogal da sílaba pretônica ou postônica, sempre que se faça mister, em especial quando há metafonia, tanto no plural dos nomes e adjetivos quanto em formas verbais. Não será indicado, porém, o timbre aberto das vogais e e o nem o timbre fechado das dos vocábulos compostos ligados por hífen.
10.º — Fixação dos femininos e plurais irregulares, que serão inscritos em seguida ao masculino singular.
11.º — Registro de formas irregulares dos verbos mais usados emear e iar, especialmente das do presente do indicativo, no todo ou em parte.
12.º — Todos os vocábulos devem ser escritos e acentuados gràficamente de acôrdo com a ortoépia usual brasileira e sempre seguidos da indicação da categoria gramatical a que pertencem.
Para acentuar gràficamente as palavras de origem grega, ou indicar-lhes a prosódia entre parênteses, cumpre atender ao uso brasileiro: registra-se a pronúncia consagrada, embora esteja em desacôrdo com a primordial; mas, se ela é de uso apenas em certa arte ou ciência, e ainda esteja em tempo de se corrigir, convém seja corrigida, inscrevendo-se a forma etimológica em seguida à usual
O '''Vocabulário''' conterá:
''a)'' o formulário ortográfico, que são estas instruções;
''b)'' o vocabulário comum;
''c)'' registro de abreviaturas.
O '''Vocabulário Onomástico''' será publicado separadamente, depois de aprovado por decreto especial.
==I<br> ALFABETO.==
1. O alfabeto português consta fundamentalmente de vinte e três letras: '''a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z.'''
2. Além dessas letras, há três que só se podem usar em casos especiais: '''k, w, y.'''
==II<br> K, W, Y.==
3. O '''k''' é substituído por '''qu''' antes de '''e''', '''i''', e por '''c''' antes de outra qualquer letra: '''breque''', '''caqui''', '''faquir''', '''níquel''', etc.
4. Emprega-se em abreviaturas e símbolos, bem como em palavras estrangeiras de uso internacional: '''K.''' = potássio; '''Kr.''' = criptônio; '''kg''' = quilograma; '''km''' = quilômetro; '''kw''' = quilowatt; '''kwh''' = quilowatt-hora, etc.
5. Os derivados portuguêses de nomes próprios estrangeiros devem escrever-se de acôrdo com as formas primitivas: '''frankliniano''', '''kantismo''', '''kepleriano''', '''perkinismo''', etc.
6. O '''w''' substitui-se, em palavras portuguêsas ou aportuguesadas, por '''u''' ou '''v''', conforme o seu valor fonético: '''sanduíche''', '''talvegue''', '''visigodo''', etc.
7. Como símbolo e abreviatura, usa-se em '''kw''' = quilowatt; '''W.''' = oeste ou tungstênio; '''w''' = watt; '''ws''' = watt-segundo, etc.
8. Nos derivados vernáculos de nomes próprios estrangeiros, cumpre adotar as formas que estão em harmonia com a primitiva: '''darwinismo''', '''wagneriano''', '''zwinglianista''', etc.
9. O '''y''', que é substituído pelo '''i''', ainda se emprega em abreviaturas e como símbolo de alguns têrmos técnicos e científicos: '''Y.''' = ítrio; '''yd''' = jarda, etc.
10. Nos derivados de nomes próprios estrangeiros, devem usar-se as formas que se acham de conformidade com a primitiva: '''byroniano''', '''maynardina''', '''taylorista''', etc.
==III<br> H.==
11. Esta letra não é propriamente consoante, mas um símbolo que, em razão da etimologia e da tradição escrita do nosso idioma, se conserva no princípio de várias palavras e no fim de algumas interjeições: '''haver''', '''hélice''', '''hidrogênio''', '''hóstia''', '''humildade'''; '''hã'''!, '''hein'''?, '''puh'''!; etc.
12. No interior do vocábulo, só se emprega em dois casos: quando faz parte do '''ch''', do '''lh''' e do '''nh''', que representam fonemas palatais, e nos compostos em que o segundo elemento, com '''h''' inicial etimológico, se une ao primeiro por meio do hífen: '''chave''', '''malho''', '''rebanho'''; '''anti-higiênico''', '''contra-haste''', '''pré-história''', '''sôbre-humano''', etc.
<small>'''Observação.''' — Nos compostos sem hífen, elimina-se o '''h''' do segundo elemento: '''anarmônico''', '''biebdomadário''', '''coonestar''', '''desarmonia''', '''exausto''', '''inabilitar''', '''lobisomem''', '''reaver''', etc.</small>
13. No futuro do indicativo e no condicional, não se usa o '''h''' no último elemento, quando há pronome intercalado: '''amá-lo-ei''', '''dir-se-ia''', etc.
14. Quando a etimologia o não justifica, não se emprega: '''arpejo''' (substantivo), '''ombro''', '''ontem''', etc. E mesmo que o justifique, não se escreve no fim de substantivos nem no comêço de alguns vocábulos que o uso consagrou sem este símbolo: '''andorinha''', '''erva''', '''felá''', '''inverno''', etc.
15. Não se escreve '''h''' depois de '''c''' (salvo o disposto em o n.º 12) nem depois de '''p''', '''r''' e '''t'''; o '''ph''' é substituído por '''f''', o '''ch''' (gutural) por '''qu''' antes de '''e''' ou '''i''' e por '''c''' antes de outra qualquer letra: '''corografia''', '''cristão''', '''querubim''', '''química'''; '''farmácia''', '''fósforo'''; '''retórica''', '''ruibarbo'''; '''teatro''', '''turíbulo'''; etc.
==IV<br> CONSOANTES MUDAS.==
16. Não se escrevem as consoantes que se não proferem: '''asma''', '''assinatura''', '''ciência''', '''diretor''', '''ginásio''', '''inibir''', '''inovação''', '''ofício''', '''ótimo''', '''salmo''', e não '''asthma''', '''assignatura''', '''sciência''', '''director''', '''gymnasio''', '''inhibir''', '''innovação''', '''officio''', '''optimo''', '''psalmo'''.
<small>'''Observação.''' — Escreve-se, porém, o s em palavras como '''descer''', '''florescer''', '''nascer''', etc., e o '''x''' em vocábulos como '''exceto''', '''excerto''', etc., apesar de nem sempre se pronunciarem essas consoantes.</small>
17. Em sendo mudo o '''p''' no grupo '''mpc''', ou '''mpt''', escreve-se '''nc''' ou '''nt''': '''assuncionista''', '''assunto''', '''presunção''', '''prontificar''', etc.
18. Devem-se registrar os vocábulos cujas consoantes facultativamente se pronunciam, pondo-se em primeiro lugar o de uso mais generalizado, e em seguida o outro. Assim, serão consignados, além de outros, êstes: '''aspecto''' e '''aspeto''', '''característico''' e '''caraterístico''', '''circunspecto''' e '''circunspeto''', '''conectivo''' e '''conetivo''', '''contacto''' e '''contato''', '''corrupção''' e '''corrução''', '''corruptela''' e '''corrutela''', '''dactilografia''' e '''datilografia''', '''espectro''' e '''espetro''', '''excepcional''' e '''excecional''', '''expectativa''' e '''expetativa''', '''infecção''' e '''infeção''', '''optimismo''' e '''otimismo''', '''respectivo''' e '''respetivo''', '''secção''' e '''seção''', '''sinóptico''' e '''sinótico''', '''sucção''' e '''sução''', '''sumptuoso''' e '''suntuoso''', '''tacto''' e '''tato''', '''tecto''' e '''teto'''.
==V<br> SC.==
19. Elimina-se o '''s''' do grupo inicial '''sc''': '''celerado''', '''cena''', '''cenografia''', '''ciência''', '''cientista''', '''cindir''', '''cintilar''', '''ciografia''', '''cisão''', etc.
20. Os compostos dessa classe de vocábulos, quando formados em nossa língua, são escritos sem o '''s''' antes do '''c''': '''anticientífico''', '''contracenar''', '''encenação''', etc.; mas, quando vierem já formados para o vernáculo, conservam o s: '''consciência''', '''cônscio''', '''imprescindível''', '''insciente''', '''ínscio''', '''multisciente''', '''néscio''', '''presciência''', '''prescindir''', '''proscênio''', '''rescindir''', '''rescisão''', etc.
==VI<br> LETRAS DOBRADAS.==
21. Escrevem-se '''rr''' e '''ss''' quando, entre vogais, representam os sons simples do '''r''' e '''s''' iniciais; e '''cc''' ou '''cç''' quando o primeiro soa distintamente do segundo: '''carro''', '''farra''', '''massa''', '''passo'''; '''convicção''', '''occipital'''; etc.
22. Duplicam-se o '''r''' e o '''s''' tôdas as vêzes que a um elemento de composição terminado em vogal se segue, sem interposição do hífen, palavra começada por uma daquelas letras: '''albirrosado''', '''arritmia''', '''altíssono''', '''derrogar''', '''prerrogativa''', '''pressentir''', '''ressentimento''', '''sacrossanto''', etc.
==VII<br> VOGAIS NASAIS.==
23. As vogais nasais são representadas no fim dos vocábulos por '''ã (ãs)''', '''im (ins)''', '''om (ons)''', '''um (uns)''': '''afã''', '''cãs''', '''flautim''', '''folhetins''', '''semitom''', '''tons''', '''tutum''', '''zunzuns''', etc.
24. O '''ã''' pode figurar na sílaba tônica, pretônica ou átona: '''ãatá''', '''cristãmente''', '''maçã''', '''órfã''', '''romãzeira''', etc.
25. Quando aquelas vogais são iniciais ou mediais, a nasalidade é expressa por '''m''' antes de '''b''' e '''p''', e por '''n''' antes de outra qualquer consoante: '''ambos''', '''campo'''; '''contudo''', '''enfim''', '''enquanto''', '''homenzinho''', '''nuvenzinha''', '''vintènzinho'''; etc.
==VIII<br> DITONGOS.==
26. Os ditongos orais escrevem-se com a subjuntiva '''i''' ou '''u''': '''aipo''', '''cai''', '''cauto''', '''degrau''', '''dei''', '''fazeis''', '''idéia''', '''mausoléu''', '''neurose''', '''retorquiu''', '''rói''', '''sois''', '''sou''', '''souto''', '''uivo''', '''usufrui''', etc.
<small>'''Observação.''' — Escrevem-se com '''i''', e não com '''e''', a forma verbal '''fui''', a 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indicativo e a 2.ª do singular do imperativo dos verbos terminados em '''uir''': '''aflui''', '''fruis''', '''retribuis''', etc.</small>
27. O ditongo '''ou''' alterna, em numerosos vocábulos, com '''oi''': '''balouçar''' e '''baloiçar''', '''calouro''' e '''caloiro''', '''dourar''' e '''doirar''', etc. Cumpre registrar em primeiro lugar a forma que mais se usa, e em seguida a variante.
28. Escrevem-se assim os ditongos nasais: '''ãe''', '''ãi''', '''am''', '''em''', '''en(s)''', '''õe''', '''ui''', (proferido '''ũi'''): '''mãe''', '''pães''', '''cãibra''', '''acórdão''', '''irmão''', '''leãozinho''', '''amam''', '''bem''', '''bens''', '''devem''', '''põe''', '''repões''', '''muito''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Dispensa-se o til do ditongo nasal '''ui''' em '''mui''' e '''muito'''.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — Com o ditongo nasal '''ão''' se escrevem os monossílabos, tônicos ou não, e os polissílabos oxítonos: '''cão''', '''dão''', '''grão''', '''não''', '''quão''', '''são''', '''tão'''; '''alcorão''', '''capitão''', '''cristão''', '''então''', '''irmão''', '''senão''', '''sentirão''', '''servirão''', '''viverão''', etc.</small>
<small>'''Observação 3.ª''' — Também se escrevem com o ditongo '''ão''' os substantivos e adjetivos paroxítonos, acentuando-se, porém, a sílaba tônica: '''órfão''', '''órgão''', '''sótão''', etc.</small>
<small>'''Observação 4.ª''' — Nas formas verbais anoxítonas se escreve '''am''': '''amaram''', '''deveram''', '''partiram''', '''puseram''', etc.</small>
<small>'''Observação 5.ª''' — Com o ditongo nasal '''ãe''' se escrevem os vocábulos oxítonos e os seus derivados; e os anoxítonos primitivos grafam-se com o ditongo '''ãi''': '''capitães''', '''mães''', '''pãezinhos'''; '''cãibo''', '''zãibo'''; etc.</small>
<small>'''Observação 6.ª''' — O ditongo nasal '''ẽi(s)''' escreve-se '''em''' ou '''en(s)''' assim nos monossílabos como nos polissílabos de qualquer categoria gramatical: '''bem''', '''cem''', '''convém''', '''convéns''', '''mantém''', '''manténs''', '''nem''', '''sem''', '''virgem''', '''virgens''', '''voragem''', '''voragens''', etc.</small>
29. Os encontros vocálicos átonos e finais que podem ser pronunciados como ditongos crescentes escrevem-se da seguinte forma: '''ea (áurea)''', '''eo (cetáceo)''', '''ia (colônia)''', '''ie (espécie)''', '''io (exímio)''', '''oa (nódoa)''', '''ua (contínua)''', '''ue (tênue)''', '''uo (tríduo)''', etc.
==IX<br> HIATOS.==
30. A 1.ª, 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do conjuntivo e a 3.ª do singular do imperativo dos verbos em '''oar''' escrevem-se com '''oe''', e não '''oi''': '''abençoe''', '''amaldiçoes''', '''perdoe''', etc.
31. As três pessoas do singular do presente do conjuntivo e a 3.ª do singular do imperativo dos verbos em '''uar''' escrevem-se com '''ue''', e não com '''ui''': '''cultue''', '''habitues''', '''preceitue''', etc.
==X<br> PARÔNIMOS E VOCÁBULOS DE GRAFIA DUPLA.==
32. Deve-se fazer a mais rigorosa distinção entre os vocábulos parônimos e os de grafia dupla que se escrevem com '''e''' ou com '''i''', como '''o''' ou com '''u''', com '''c''' ou com '''q''', com '''ch''' ou com '''x''', com '''g''' ou '''j''', com '''s''', '''ss''' ou '''c''', '''ç''', com '''s''' ou '''x''', com '''s''' ou '''z''', e com os diversos valores do '''x'''.
33. Deve-se registrar a grafia que seja mais conforme à etimologia do vocábulo e à sua história, mas que esteja em harmonia com a prosódia geral dos brasileiros, nem sempre idêntica à lusitana. E quando há dois vocábulos diferentes, v. g., um escrito com '''e''' e outro escrito com '''i''', é necessário que ambos sejam acompanhados da sua definição ou do seu significado mais vulgar, salvo se forem de categorias gramaticais diferentes, porque, neste caso, serão acompanhados da indicação dessas categorias. Ex.: '''censório''', adj. Cf. '''sensório''', adj. e s. m.
Assim, pois, devem ser inscritos vocábulos como: '''antecipar''', '''criador''', '''criança''', '''criar''', '''diminuir''', '''discricionário''', '''dividir''', '''filintiano''', '''filipino''', '''idade''', '''igreja''', '''igual''', '''imiscuir-se''', '''invés''', '''militar''', '''ministro''', '''pior''', '''quase''', '''quepe''', '''tigela''', '''tijolo''', '''vizinho''', etc.
34. Palavras como '''cardeal''' e '''cardial''', '''desfear''' e '''desfiar''', '''descrição''' e '''discrição''', '''destinto''' e '''distinto''', '''meado''' e '''miado''', '''recrear''' e '''recriar''', '''se''' e '''si''' serão consignadas com o necessário esclarecimento e a devida remissão. Por exemplo: '''descrição''', s. f.: ação de descrever. Cf. '''discrição'''. | Discrição, s. f.: qualidade do que é discreto. Cf. '''descrição'''.
35. Os verbos mais usados em '''ear''' e '''iar''' serão seguidos das formas do presente do indicativo, no todo ou em parte.
36. De acordo com o critério exposto, far-se-á rigorosa distinção entre os vocábulos que se escrevem
''a)'' com '''o''' ou com '''u''': '''frágua''', '''lugar''', '''mágoa''', '''manuelino''', '''polir''', '''tribo''', '''urdir''', '''veio''' (v. ou subst.), etc.
''b)'' com '''c''' ou '''q''': '''quatorze''' (seguido de '''catorze'''), '''cinqüenta''', '''quociente''' (seguido de '''cociente'''), etc.
''c)'' com '''ch''' ou '''x''': '''anexim''', '''bucha''', '''cambaxirra''', '''charque''', '''chimarrão''', '''coxia''', '''estrebuchar''', '''faxina''', '''flecha''', '''tachar''' (notar; censurar), '''taxar''' (determinar a taxa; regular), '''xícara''', etc.
''d)'' com '''g''' ou '''j''': '''estrangeiro''', '''jenipapo''', '''genitivo''', '''gíria''', '''jeira''', '''jeito''', '''jibóia''', '''jirau''', '''laranjeira''', '''lojista''', '''majestade''', '''viagem''' (subst.), '''viajem''' (do v. '''viajar'''), etc.
''e)'' com '''s''', '''ss''' ou '''c''', '''ç''': '''ânsia''', '''anticéptico''', '''boça''' ('''cabo de navio'''), '''bossa''' (protuberância; aptidão), '''bolçar''' (vomitar), '''bolsar''' (fazer bolsos), '''caçula''', '''censual''' (relativo a censo), '''sensual''' (lascivo), etc.
<small>'''Observação.''' — Não se emprega '''ç''' em início de palavra.</small>
''f)'' com '''s''' ou '''x''': '''espectador''' (testemunha), '''expectador''' (pessoa que tem esperança), '''experto''' (perito; experimentado), '''esperto''' (ativo; acordado), '''esplêndido''', '''esplendor''', '''extremoso''', '''flux''' (na locução '''a flux'''), '''justafluvial''', '''justapor''', '''misto''', etc.
''g)'' com '''s''' ou '''z''': '''alazão''', '''alcaçuz''' (planta), '''alisar''' (tornar liso), '''alizar''' (s. m.), '''anestesiar''', '''autorizar''', '''bazar''', '''blusa''', '''brasileiro''', '''buzina''', '''coliseu''', '''comezinho''', '''cortês''', '''dissensão''', '''emprêsa''', '''esfuziar''', '''esvaziamento''', '''frenesi''' (seguido de '''frenesim'''), '''garcês''', '''guizo''' (s. m.), '''improvisar''', '''irisar''' (dar as côres do íris a), irizar (atacar [o iriz] o cafèzeiro), '''lambuzar''', '''luzidio''', '''mazorca''', '''narcisar-se''', '''obséquio''', '''pezunho''', '''prioresa''', '''rizotônico''', '''sacerdotisa''', '''sazão''', '''tapiz''', '''trânsito''', '''xadrez''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — É sonoro o '''s''' de '''obséquio''' e seus derivados, bem como o do prefixo '''trans''', em se lhe seguindo vogal, pelo que se deverá indicar a sua pronúncia entre parênteses; quando, porém, a êsse prefixo se segue palavra iniciada por '''s''', só se escreve um, que se profere como se fôra dobrado: '''obsequiar''' ('''ze'''), '''transoceânico''' ('''zo'''); '''transecular''' ('''se'''), '''transubstanciação''' ('''su'''); etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — No final de sílaba átona, seja no interior, seja no fim do vocábulo, emprega-se o '''s''' em lugar do '''z''': '''asteca''', '''endes''', '''mesquita''', etc.</small>
37. O '''x''' continua a escrever-se com seus cinco valores, bem como nos casos em que pode ser mudo, qual em '''exceto''', '''excerto''', etc. Tem, pois, o som de
1.º — '''ch''', no princípio e no interior de muitas palavras: '''xairel''', '''xerife''', '''xícara''', '''ameixa''', '''envoxal''', '''peixe''', etc
<small>'''Observação.''' — Quando tem êsse valor, não será indicada a sua pronúncia entre parênteses.</small>
2.º — '''cs''', no meio e no fim de várias palavras: '''anexo''', '''complexidade''', '''convexo''', '''bórax''', '''látex''', '''sílex''', etc.
3.º — '''z''', quando ocorre no prefixo '''exo''', ou '''ex''' seguido de vogal: '''exame''', '''êxito''', '''êxodo''', '''exosmose''', '''exotérmico''', etc.
4.º — '''ss''': '''aproximar''', '''auxiliar''', '''máximo''', '''proximidade''', '''sintaxe''', etc.
5.º — '''s''', final de sílaba: '''contexto''', '''fênix''', '''pretextar''', '''sexto''', '''textual''', etc.
38. No final de sílabas iniciais e interiores se deve empregar o '''s''' em vez do '''x''', quando não o precede a vogal '''e''': '''justafluvial''', '''justaposição''', '''misto''', '''sistino''', etc.
==XI<br> NOMES PRÓPRIOS.==
39. Os nomes próprios personativos, locativos e de qualquer natureza, sendo portuguêses ou aportuguesados, estão sujeitos às mesmas regras estabelecidas para os nomes comuns.
40. Para salvaguardar direitos individuais, quem o quiser manterá em sua assinatura a forma consuetudinária. Poderá também ser mantida a grafia original de quaisquer firmas, sociedades, títulos e marcas que se achem inscritos em registro público.
41. Os topônimos de origem estrangeira devem ser usados com as formas vernáculas de uso vulgar; e quando não têm formas vernáculas, transcrevem-se consoante as normas estatuídas pela Conferência de Geografia de 1926 que não contrariarem os princípios estabelecidos nestas '''Instruções'''.
42. Os topônimos de tradição histórica secular não sofrem alteração alguma na sua grafia, quando já esteja consagrada pelo consenso diuturno dos brasileiros. Sirva de exemplo o topônimo “Bahia”, que conservará esta forma quando se aplicar em referência ao Estado e à cidade que têm êsse nome.
<small>'''Observação.''' — Os compostos e derivados dêsses topônimos obedecerão às normas gerais do vocabulário comum.</small>
==XII<br> ACENTUAÇÃO GRÁFICA.==
43. A fim de que a acentuação gráfica satisfaça às necessidades do ensino, — precípuo escopo da simplificação e regularização da ortografia nacional —, e permita que todas as palavras sejam lidas corretamente, estejam ou não marcadas por sinal diacrítico, no '''Vocabulário''' será indicada, entre parênteses, a sílaba ou a vogal tônica e o timbre desta em todos os vocábulos cuja pronúncia possa dar azo a dúvidas.
A acentuação gráfica obedecerá às seguintes regras:
1.ª — Assinalam-se com o acento agudo os vocábulos oxítonos que terminam em '''a''', '''e''', '''o''' abertos, e com o acento circunflexo e os que acabam em '''e''', '''o''' fechados, seguidos, ou não, de '''s''': '''cajá''', '''hás''', '''jacaré''', '''pés''', '''seridó''', sós; '''dendê''', '''lês'''; '''pôs''', '''trisavô'''; etc.
<small>'''Observação.''' — Nesta regra se incluem as formas verbais em que, depois de '''a''', '''e''', '''o''', se assimilaram, '''r''', '''s''', '''z''' ao '''l''' do pronome '''lo''', '''la''', '''los''', '''las''', caindo depois o primeiro '''l''': '''dá-lo''', '''contá-la''', '''fá-lo-á''', '''fê-los''', '''movê-las-ia''', '''pô-los''', '''qué-los''', '''sabê-lo-emos''', '''trá-lo-ás''', etc.</small>
2.ª — Tôdas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas gràficamente: recebem o acento agudo as que têm na antepenúltima sílaba as vogais '''a''', '''e''', '''o''' abertas ou '''i''', '''u'''; e levam acento circunflexo as em que figuram na sílaba predominante as vogais '''e''', '''o''' fechadas ou '''a''', '''e''', '''o''' seguidas de '''m''' ou '''n''': '''árabe''', '''exército''', '''gótico''', '''límpido''', '''louvaríamos''', '''público''', '''úmbrico'''; '''devêssemos''', '''fôlego''', '''lâmina''', '''lâmpada''', '''lêmures''', '''pêndula''', '''quilômetro''', '''recôndito'''; etc.
<small>'''Observação.''' — Incluem-se neste preceito os vocábulos terminados em encontros vocálicos que podem ser pronunciados como ditongos crescentes: '''área''', '''espontâneo''', '''ignorância''', '''imundície''', '''lírio''', '''mágoa''', '''régua''', '''tênue''', '''vácuo''', etc.</small>
3.ª — Os vocábulos paroxítonos finalizados em '''i''' ou '''u''', seguidos, ou não, de '''s''', marcam-se com acento agudo quando na sílaba tônica figuram '''a''', '''e''', '''o''' abertos, '''i''' ou '''u'''; e com acento circunflexo quando nela figuram '''e''', '''o''' fechados ou '''a''', '''e''', '''o''' seguidos de '''m''' ou '''n''': '''beribéri''', '''bônus''', '''dândi''', '''íris''', '''júri''', '''lápis''', '''miosótis''', '''tênis''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Os paroxítonos terminados em '''um''', '''uns''' têm acento agudo na sílaba tônica: '''álbum''', '''álbuns''', etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — Não se acentuam os prefixos paroxítonos acabados em '''i''': '''semi-histórico''', etc.</small>
4.ª — Põe-se o acento agudo no '''i''' e no '''u''' tônicos que não formam ditongo com a vogal anterior: '''aí''', '''balaústre''', '''cafeína''', '''caís''', '''contraí-la''', '''distribuí-lo''', '''egoísta''', '''faísca''', '''heroína''', '''juízo''', '''país''', '''peúga''', '''saía''', '''saúde''', '''timboúva''', '''viúvo''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Não se coloca o acento agudo no '''i''' e no '''u''' quando, precedidos de vogal que com êles não forma ditongo, são seguidos de '''l''', '''m''', '''n''', '''r''' ou '''z''' que não iniciam sílabas e, ainda, '''nh''': '''adail''', '''contribuinte''', '''demiurgo''', '''juiz''', '''paul''', '''retribuirdes''', '''ruim''', '''tainha''', '''ventoinha''', etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — Também não se assinala com acento agudo a base dos ditongos tônicos '''iu''' e '''ui''', quando precedidos de vogal: '''atraiu''', '''contribuiu''', '''pauis''', etc.</small>
5.ª — Assinala-se com o acento agudo o '''u''' tônico precedido de '''g''' ou '''q''' e seguido de '''e''' ou '''i''': '''argúi''', '''argúis''', '''averigúe''', '''averigúes''', '''obliqúe''', '''obliqúes'''.
6.ª — Põe-se o acento agudo na base dos ditongos abertos '''éi''', '''éu''', '''ói''', quando tônicos: '''assembléia''', '''bacharéis''', '''chapéu''', '''jibóia''', '''lóio''', '''paranóico''', '''rouxinóis''', etc.
7.ª — Marca-se com o acento agudo o '''e''' da terminação '''em''' ou '''en''' das palavras oxítonas de mais de uma sílaba: '''alguém''', '''armazém''', '''convém''', '''convéns''', '''detém-lo''', '''mantém-na''', '''parabéns''', '''retém-no''', '''também''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Não se acentuam gràficamente os vocábulos paroxítonos finalizados por '''ens''': '''imagens''', '''jovens''', '''nuvens''', etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — A 3.ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos '''ter''', '''vir''' e seus compostos recebe acento circunflexo no e da sílaba tônica: '''(êles) contêm''', '''(elas) convêm''', '''(êles) têm''', '''(elas) vêm''', etc.</small>
<small>'''Observação 3.ª''' — Conserva-se, por clareza gráfica, o acento circunflexo do singular '''crê''', '''dê''', '''lê''', '''vê''', no plural '''crêem''', '''dêem''', '''lêem''', '''vêem''' e nos compostos dêsses verbos, como '''descrêem''', '''desdêem''', '''relêem''', '''revêem''', etc.</small>
8.ª — Sobrepõe-se o acento agudo ao '''a''', '''e''', '''o''' abertos e ao '''i''' ou '''u''' da penúltima sílaba dos vocábulos paroxítonos que acabem em '''l''', '''n''', '''r''' e '''x'''; e o acento circunflexo ao '''e''', '''o''' fechados e ao '''a''', '''e''', '''o''' seguidos de '''m''' ou '''n''' em situação idêntica: '''açúcar''', '''afável''', '''alúmens''', '''córtex''', '''éter''', '''hífen'''; '''aljôfar''', '''âmbar''', '''cânon''', '''êxul''', '''fênix''', '''vômer'''; etc.
<small>'''Observação.''' — Não se acentuam gràficamente os prefixos paroxítonos terminados em '''r''': '''inter-helênico''', '''super-homem''', etc.</small>
9.ª — Marca-se com o competente acento, agudo ou circunflexo, vogal da sílaba tônica dos vocábulos paroxítonos acabados em ditongo oral: '''ágeis''', '''devêreis''', '''escrevêsseis''', '''faríes''', '''férteis''', '''fósseis''', '''fôsseis''', '''imóveis''', '''jóqueis''', '''pênseis''', '''pudésseis''', '''quisésseis''', '''tínheis''', '''túneis''', '''úteis''', '''variáveis''', etc.
10.ª — Recebe acento circunflexo o penúltimo o fechado do hiato '''oo''', seguido ou não de '''s''', nas palavras paroxítonas: '''abençôo''', '''enjôos''', '''perdôo''', '''vôos''', etc.
11.ª — Usa-se o til para indicar nasalização, e vale como acento tônico se outro acento não figura no vocábulo: '''afã''', '''capitães''', '''coração''', '''devoções''', '''põem''', etc.
<small>'''Observação.''' — Se é átona a sílaba onde figura o til, acentua-se gràficamente a predominante: '''acórdão''', '''bênção''', '''órfã''', etc.</small>
12.ª — Emprega-se o trema no '''u''' que se pronuncia depois de '''g''' ou '''q''' e seguido de '''e''' ou '''i''': '''agüentar''', '''argüição''', '''eloqüente''', '''tranqüilo''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Não se põe acento agudo na sílaba tônica das formas verbais terminadas em '''qüe''', '''qüem''': '''apropinqüe''', '''delinqüem''', etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — É lícito o emprêgo do trema quando se quer indicar que um encontro de vogais não forma ditongo, mas hiato: '''saüdade''', '''vaïdade''', (com quatro sílabas), etc.</small>
13.ª — Mantêm-se o acento circunflexo e o til do primeiro elemento nos advérbios em '''mente''' e nos derivados em que figuram sufixos precedidos do infixo '''z''' ('''zada''', '''zal''', '''zeiro''', '''zinho''', '''zista''', '''zito''', '''zona''', '''zorro''', '''zudo''', etc.): '''cômodamente''', '''cortêsmente''', '''dendêzeiro''', '''ôvozito''', '''pêssegozinho''', '''chãmente''', '''cristãzinha''', '''leõezinhos''', '''mãozoada''', '''romãzeira''', etc.; o acento agudo do primeiro elemento passará a ser acento grave nos derivados dessa natureza: '''avòzinha''', '''cafèzeiro''', '''faìscazinha''', '''indelèvelmente''', '''opùsculozinho''', '''sòmente''', '''sòzinho''', '''terrìvelmente''', '''voluntàriozinho''', '''volùvelmente''', etc.
14.ª — Emprega-se o acento circunflexo como diferencial ou distintivo no '''e''' e no '''o''' fechados da sílaba tônica das palavras que estão em homografia com outras em que são abertos êsse '''e''' e êsse '''o''': '''acêrto''' (s. m.) e '''acerto''' (v.); '''aquêle''', '''aquêles''' (adj. ou pron. dem.) e '''aquele''', '''aqueles''' (v.); '''côr''' (s. f.) e '''cor''' (s. m.); '''côrte''', '''côrtes''' (s. f.) e '''corte''', '''cortes''' (v.); '''dêle''', '''dêles''' (contr. da prep. '''de''' com o pron. pess. '''êle''', '''êles''') e '''dele''', '''deles''' (v.); '''devêras''' (v.) e '''deveras''' (adv.); '''êsse''', '''êsses''', '''êste''', '''êstes''' (adj. ou pron. dem.) e '''esse''', '''esses''', '''este''', '''estes''' (s.m.); '''fêz''' (s. m. e v.) e '''fez''' (s. f.); '''fôr''' (v.) e '''for''' (s. m.); '''fôra''' (v.) e '''fora''' (adv., interj. ou s. m.); '''fôsse''' (dos v. '''ir''' e '''ser''') e '''fosse''' (do v. '''fossar'''); '''nêle''', '''nêles''' (contr. da prep. '''em''' com o pron. pess. '''êle''', '''êles''') e '''nele''', '''neles''' (s. m.); '''pôde''' (perf. ind.) e '''pode''' (pres. ind.); '''sôbre''' (prep.) e '''sobre''' (v.); etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Emprega-se também o acento circunflexo para distinguir de certos homógrafos inacentuados as palavras que têm '''e''' ou '''o''' fechados: '''pêlo''' (s. m.) e '''pelo''' ('''per''' e '''lo'''); '''pêra''' (s. f.) e '''pera''' (prep. ant.); '''pôlo''', '''pôlos''' (s. m.) e '''polo''', '''polos''' ('''por''' e '''lo''' ou '''los'''); '''pôr''' (v.) e '''por''' (prep.); '''porquê''' (quando é subst. ou quando vem no fim da frase) e '''porque''' (conj.); '''quê''' (s. m., interj. ou pron. no fim da frase) e '''que''' (adv., conj., pron. ou part. expletiva).</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — Quando a flexão do vocabulário faz desaparecer a homografia, cessa o motivo do emprêgo do sinal diacrítico. Acentuam-se, por exemplo, o masculino singular '''enfêrmo''' e as formas femininas '''enfêrma''' e '''enfêrmas''', em razão de existirem '''enfermo''', '''enferma''' e '''enfermas''', com '''e''' aberto, do verbo '''enfermar'''; porém não se acentua gràficamente o substantivo plural '''enfermos''', visto não haver igual forma com '''e''' aberto; '''colhêr''' e '''colhêres''', formas do infinito e do futuro do conjuntivo do verbo '''colhêr''', recebem acento circunflexo para se diferençarem dos homógrafos heterofônicos '''colher''' e '''colheres''', substantivos femininos que se proferem com '''e''' aberto, mas não levam acento gráfico as outras pessoas daquele modo e tempo, em virtude da inexistência de formas cujo timbre da vogal tônica seja aberto.</small>
15.ª — Recebem acento agudo os seguintes vocábulos, que estão em homografia com outros: '''ás''' (s. m.), cf. '''às''' (contr. da prep. '''a''' com o art. ou pron. '''as'''); '''pára''' (v.), cf. '''para''' (prep.); '''péla''', '''pélas''' (s. f. e v.), cf. '''pela''', '''pelas''' (agl. da prep. '''per''' com o art. ou pron. '''la''', '''las'''); '''pélo''' (v.), cf. '''pelo''' (agl. da prep. '''per''' com o art. ou pron. '''lo'''); '''péra''' (el. do s. f. comp. '''péra-fita'''), cf. '''pera''' (prep. ant.); '''pólo''', '''pólos''' (s .m.), cf. '''polo''', '''polos''' (agl. prep. '''por''' com o art. ou pron. '''lo''', '''los'''); etc.
<small>'''Observação.''' — Não se acentua gràficamente a terminação '''amos''' do pretérito perfeito do indicativo dos verbos da 1.ª conjugação.</small>
16.ª — O acento grave, além de marcar a sílaba pretônica de que trata a regra 13.ª, assinala as contrações da preposição '''a''' com o artigo '''a''' e com os adjetivos ou pronomes demonstrativos '''a''', '''aquêle''', '''aqueloutro''', '''aquilo''', os quais se escreverão assim: '''à''', '''às''', '''àquele''', '''àquela''', '''àqueles''', '''àquelas''', '''àquilo''', '''àqueloutro''', '''àqueloutra''', '''àqueloutros''', '''àqueloutras'''.
<small>'''Observação.''' — '''Àquele''' e '''àqueles''' dispensam o acento circunflexo, em razão de o acento grave os diferenciar dos homógrafos heterofônicos '''aquele''' e '''aqueles'''.</small>
==XIII<br> APÓSTROFO.==
44. Limita-se o emprêgo do apóstrofo aos seguintes casos:
1.º — Indicar a supressão de uma letra ou letras no verso, por exigência da metrificação: '''c’roa''', '''esp’rança''', '''of ’recer''', '''’star''', etc.
2.º — Reproduzir certas pronúncias populares: '''’tá''', '''’teve''', etc.
3.º — Indicar a supressão da vogal, já consagrada pelo uso, em certas palavras compostas ligadas pela preposição '''de''': '''copo-d’água''' (planta; lanche), '''galinha-d’água''', '''mãe-d’água''', '''ôlho-d’água''', '''pau-d’água''' (árvore; ébrio), '''pau-d’alho''', '''pau-d’arco''', etc.
<small>'''Observação.ª''' — Restringindo-se o emprêgo do apóstrofo a êsses casos, cumpre não se use dêle em nenhuma outra hipótese. Assim, não será empregado:
''a)'' nas contrações das preposições '''de''' e '''em''' com artigos, adjetivos ou pronomes demonstrativos, indefinidos, pessoais e com alguns advérbios: '''del''' (em aqui-del-rei); '''dum''', '''duma''' (a par de '''de um''', '''de uma'''), '''num''', '''numa''' (a par de '''em um''', '''em uma'''); '''dalgum''', '''dalguma''' (a par de '''de algum''', '''de alguma'''), '''nalgum''', '''nalguma''' (a par de '''em algum''', '''em alguma'''); '''dalguém''', '''nalguém''' (a par de '''de alguém''', '''em alguém'''); '''doutrem''', '''noutrem''' (a par de '''de outrem''', '''em outrem'''); '''dalgo''', '''dalgures''' (a par de '''de algo''', '''de algures'''); '''daquém''', '''dalém''', '''dacolá''' (a par de '''de aquém''', '''de além''', '''de acolá'''); '''doutro''', '''noutro''' (a par de '''de outro''', '''em outro'''); '''dêle''', '''dela''', '''nêle''', '''nela'''; '''dêste''', '''desta''', '''nêste''', '''nesta''', '''daquêle''', '''daquela''', '''naquêle''', '''naquela'''; '''disto''', '''nisto''', '''daquilo''', '''naquilo'''; '''daqui''', '''daí''', '''dacolá''', '''donde''', '''dantes''', '''dentre'''; '''doutrora''' (a par de '''de outrora'''), '''noutrora'''; '''doravante''' (a par de '''de ora avante'''), etc.
''b)'' nas combinações dos pronomes pessoais: '''mo''', '''ma''', '''mos''', '''mas''', '''to''', '''ta''', '''tos''', '''tas''', '''lho''', '''lha''', '''lhos''', '''lhas''', '''no-lo''', '''no-la''', '''no-los''', '''no-las''', '''vo-lo''', '''vo-la''', '''vo-los''', '''vo-las'''.
''c)'' nas expressões vocabulares que se tornaram unidades fonéticas e semânticas: '''dessarte''', '''destarte''', '''homessa''', '''tarrenego''', '''tesconjuro''', '''vivalma''', etc.
''d)'' nas expressões de uso constante e geral na linguagem vulgar: '''co''', '''coa''', '''ca''', '''cos''', '''cas''', '''coas''' (= '''com o''', '''com a''', '''com os''', '''com as'''), '''plo''', '''pla''', '''plos''', '''plas''', (= '''pelo''', '''pela''', '''pelos''', '''pelas'''), '''pra''' (= '''para'''), '''pro''', '''pra''', '''pros''', '''pras''' (= '''para o''', '''para a''', '''para os''', '''para as'''), etc.</small>
==XIV<br> HÍFEN.==
45. Só se ligam por hífen os elementos das palavras compostas em que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de sentido.
46. Dentro dêsse princípio, deve-se empregar o hífen nos seguintes casos:
1.º — Nas palavras compostas em que os elementos, com a sua acentuação própria, não conservam, considerados isoladamente, a sua significação, mas o conjunto constitui uma unidade semântica: '''água-marinha''', '''arco-íris''', '''galinha-d’água''', '''couve-flor''', '''guarda-pó''', '''pé-de-meia''' (mealheiro; pecúlio), '''pára-choque''', '''porta-chapéus''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — Incluem-se nesta norma os compostos em que figuram elementos fonèticamente reduzidos: '''bel-prazer''', '''és-sueste''', '''mal-pecado''', '''su-sueste''', etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — O antigo artigo '''el''', sem embargo de haver perdido o seu primitivo sentido e não ter vida à parte na língua, une-se por hífen ao substantivo '''rei''', por ter êste elemento evidência semântica.</small>
<small>'''Observação 3.ª''' — Quando se perde a noção do composto, quase sempre em razão de um dos elementos não ter vida própria na língua, não se escreve com hífen, mas aglutinadamente: '''abrolhos''', '''bancarrota''', '''fidalgo''', '''vinagre''', etc.</small>
<small>'''Observação 4.ª''' — Como as locuções não têm unidade de sentido, os seus elementos não devem ser unidos por hífen, seja qual fôr a categoria gramatical a que elas pertençam. Assim, escreve-se, v. g., '''vós outros''' (locução pronominal), '''a desoras''' (locução adverbial), '''a fim de''' (locução prepositiva), '''contanto que''' (locução conjuntiva), porque essas combinações vocabulares não são verdadeiros compostos, não formam perfeitas unidades semânticas. Quando, porém, as locuções se tornam unidades fonéticas, devem ser escritas numa só palavra: '''acêrca''' (adv.), '''afinal''', '''apesar''', '''debaixo''', '''decerto''', '''defronte''', '''depressa''', '''devagar''', '''deveras''', '''resvés''', etc.</small>
<small>'''Observação 5.ª''' — As formas verbais com pronomes enclíticos ou mesoclíticos e os vocábulos compostos cujos elementos são ligados por hífen conservam seus acentos gráficos: '''amá-lo-á''', '''amárreis-me''', '''amásseis-vos''', '''devê-lo-ía''', '''fá-la-emos''', '''pô-las-íamos''', '''possuí-las''', '''provêm-lhes''', '''retêm-nas'''; '''água-de-colônia''', '''pão-de-ló''', '''pára-sóis''', '''pesa-papéis''', etc.</small>
2.º — Nas formas verbais com pronomes enclíticos ou mesoclíticos: '''ama-lo''' ('''amas''' e '''lo'''), '''amá-lo''' ('''amar''' e '''lo'''), '''dê-se-lhe''', '''fá-lo-á''', '''oferecê-la-ia''', '''repô-lo-eis''', '''serenou-se-te''', '''traz-me''', '''vedou-te''', etc.
<small>'''Observação.''' — Também se unem por hífen as enclíticas '''lo''', '''la''', '''los''', '''las''' aos pronomes '''nos''', '''vos''' e à forma '''eis''': '''no-lo''', '''no-las''', '''vo-la''', '''vo-los''', '''ei-lo''', etc.</small>
3.º — Nos vocábulos formados pelos prefixos que representam formas adjetivas, com '''anglo''', '''greco''', '''histórico''', '''ínfero''', '''latino''', '''lusitano''', '''luso''', '''póstero''', '''súpero''', etc.: '''anglo-brasileiro''', '''greco-romano''', '''histórico-geográfico''', '''ínfero-anterior''', '''latino-americano''', '''lusitano-castelhano''', '''luso-brasileiro''', '''póstero-palatal''', '''súpero-posterior''', etc.
<small>'''Observação.''' — Ainda que êsses elementos prefixais sejam reduções de adjetivos, não perdem a sua individualidade morfológica, e, por isso, devem unir-se por hífen, como sucede com '''austro''' (= '''austríaco'''), '''dólico''' (= '''dolicocéfalo'''), '''euro''' (= '''europeu'''), '''telégrafo''' (= '''telégrafico'''), etc.: '''austro-húngaro''', '''dólico-louro''', '''euro-africano''', '''telégrafo-postal''', etc.</small>
4.º — Nos vocábulos formados por sufixos que representam formas adjetivas, como '''açu''', '''guaçu''' e '''mirim''', quando o exige a pronúncia e quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada gràficamente: '''andá-açu''', '''amoré-guaçu''', '''anajá-mirim''', '''capim-açu''', etc.
5.º — Nos vocábulos formados pelos prefixos:
''a)'' '''auto''', '''contra''', '''extra''', '''infra''', '''intra''', '''neo''', '''proto''', '''pseudo''', '''semi''' e '''ultra''', quando se lhes seguem palavras começadas por vogal, '''h''', '''r''' ou '''s''': '''auto-educação''', '''contra-almirante''', '''extra-oficial''', '''infra-hepático''', '''intra-ocular''', '''neo-republicano''', '''proto-revolucionário''', '''pseudo-revelação''', '''semi-selvagem''', '''ultra-sensível''', etc.
<small>'''Observação.''' — A única exceção a esta regra é a palavra '''extraordinário''', que já está consagrada pelo uso.</small>
''b)'' '''ante''', '''anti''', '''arqui''' e '''sôbre''', quando seguidos de palavras iniciadas por '''h''', '''r''' ou '''s''': '''ante-histórico''', '''anti-higiênico''', '''arqui-rabino''', '''sôbre-saia''', etc.
''c)'' '''supra''', quando se lhe segue palavra encetada por vogal, '''r''' ou '''s''': '''supra-auxiliar''', '''supra-renal''', '''supra-sensível''', etc.
''d)'' '''super''', quando seguido de palavra principiada por '''h''' ou '''r''': '''super-homem''', '''super-requintado''', etc.
''e)'' '''ab''', '''ad''', '''ob''', '''sob''' e '''sub''', quando seguidos de elementos iniciados por '''r''': '''ab-rogar''', '''ad-renal''', '''ob-reptício''', '''sob-roda''', '''sub-reino''', etc.
''f)'' '''pan''' e '''mal''', quando se lhes segue palavra começada por vogal ou '''h''': '''pan-asiático''', '''pan-helenismo''', '''mal-educado''', '''mal-humorado''', etc.
''g)'' '''bem''', quando a palavra que lhe segue tem vida autônoma na língua ou quando a pronúncia o requer: '''bem-ditoso''', '''bem-aventurança''', etc.
''h)'' '''sem''', '''sota''', '''soto''', '''vice''', '''vizo''', '''ex''' (com o sentido de cessamento ou estado anterior), etc.: '''sem-cerimônia''', '''sota-pilôto''', '''soto-ministro''', '''vice-reitor''', '''vizo-rei''', '''ex-diretor''', etc.
''i)'' '''pós''', '''pré''', e '''pró''', que têm acento próprio, por causa da evidência dos seus significados e da sua pronunciação, ao contrário dos seus homógrafos inacentuados, que, por diversificados fonèticamente, se aglutinam com o segundo elemento: '''pós-meridiano''', '''pré-escolar''', '''pró-britânico'''; mas '''pospor''', '''preanunciar''', '''procônsul''', etc.
==XV<br> DIVISÃO SILÁBICA.==
47. A divisão de qualquer vocábulo, assinalada pelo hífen, em regra se faz pela soletração, e não pelos seus elementos constitutivos segundo a etimologia.
48. Fundadas neste princípio geral, cumpre respeitar as seguintes normas:
1.ª — A consoante inicial não seguida de vogal permanece na sílaba que a segue: '''cni-do-se''', '''dze-ta''', '''gno-ma''', '''mne-mô-ni-ca''', '''pneu-má-ti-co''', etc.
2.ª — No interior do vocábulo, sempre se conserva na sílaba que a precede a consoante não seguida de vogal: '''ab-di-car''', '''ac-ne''', '''bet-sa-mita''', '''daf-ne''', '''drac-ma''', '''ét-ni-co''', '''nup-ci-al''', '''ob-fir-mar''', '''op-ção''', '''sig-ma-tis-mo''', '''sub-por''', '''sub-ju-gar''', etc.
3.ª — Não se separam os elementos dos grupos consonânticos iniciais de sílaba nem os dos digramas '''ch''', '''lh''' e '''nh''': '''a-blu-ção''', '''a-bra-sar''', '''a-che-gar''', '''fi-lho''', '''ma-nhã''', etc.
<small>'''Observação.''' — Nem sempre formam grupos articulados as consonâncias '''bl''' e '''br''': nalguns casos o '''l''' e o '''r''' se pronunciam separadamente, e a isso se atenderá na partição do vocábulo; e as consoantes '''dl''', a não ser no têrmo onomatopéico '''dlim''', que exprime toque de campanhia, proferem-se desligadamente, e na divisão silábica ficará o hífen entre essas duas letras. Ex.: '''sub-lin-gual''', '''sub-ro-gar''', '''ad-le-ga-ção''', etc.</small>
4.ª — O '''sc''' no interior do vocábulo biparte-se, ficando o '''s''' numa sílaba e o '''c''' na sílaba imediata: '''a-do-les-cen-te''', '''con-va-les-cer''', '''des-cer''', '''ins-ci-en-te''', '''pres-cin-dir''', '''res-ci-são''', etc.
<small>'''Observação.''' — Forma sílaba com o prefixo antecedente o '''s''' que precede consoante: '''abs-tra-ir''', '''ads-cre-ver''', '''ins-cri-ção''', '''ins-pe-tor''', '''ins-tru-ir''', '''in-ters-tí-cio''', '''pers-pi-caz''', '''subs-cre-ver''', '''subs-ta-be-le-cer''', etc.</small>
5.ª — O '''s''' dos prefixos '''bis''', '''cis''', '''des''', '''dis''', '''trans''', e o '''x''' do prefixo '''ex''' não se separam quando a sílaba seguinte começa por consoante; mas, se principia por vogal, formam sílaba com esta e separam-se do elemento prefixal: '''bis-ne-to''', '''cis-pla-ti-no''', '''des-li-gar''', '''dis-tra-ção''', '''trans-por-tar''', '''ex-tra-ir'''; '''bi-sa-vô''', '''ci-san-di-no''', '''de-ses-pe-rar''', '''di-sen-té-ri-co''', '''tran-sa-tlân-ti-co''', '''e-xér-ci-to''', etc.
6ª — As vogais idênticas e as letras '''cc''', '''cç''', '''rr''' e '''ss''' separam-se, ficando uma na sílaba que as precede e outra na sílaba seguinte: '''ca-a-tin-ga''', '''co-or-de-nar''', '''du-ún-vi-ro''', ''fri-ís-si-mo'', ''ge-e-na'', '''in-te-lec-ção''', '''oc-ci-pi-tal''', '''pror-ro-gar''', '''res-sur-gir''', etc.
<small>'''Observação.''' — As vogais de hiatos, ainda que diferentes uma da outra, também se separam: '''a-ta-ú-de''', '''cai-ais''', '''ca-í-eis''', '''ca-ir''', '''do-er''', '''du-e-lo''', '''fi-el''', '''flu-iu''', '''fru-ir''', '''gra-ú-na''', '''je-su-í-ta''', '''le-al''', '''mi-ú-do''', '''po-ei-ra''', '''ra-i-nha''', '''sa-ú-de''', '''vi-ví-eis''', '''vo-ar''', etc.</small>
7.ª — Não se separam as vogais dos ditongos — crescentes e decrescentes — nem as dos tritongos: '''ai-ro-so''', '''a-ni-mais''', '''au-ro-ra''', '''a-ve-ri-güeis''', '''ca-iu''', '''cru-éis''', '''en-jei-tar''', '''fo-ga-réu''', '''fu-giu''', '''gló-ria''', '''guai-ar''', '''i-guais''', '''ja-mais''', '''jói-as''', '''ó-dio''', '''quais''', '''sá-bio''', '''sa-guão''', '''sa-guões''', '''su-bor-nou''', '''ta-fuis''', '''vá-rio''', etc.
<small>'''Observação.''' — Não se separa do '''u''' precedido de '''g''' ou '''q''' a vogal que o segue, acompanhada, ou não, de consoante: '''am-bí-guo''', '''e-qui-va-ler''', '''guer-ra''', '''u-bí-quo''', etc.</small>
==XVI<br> EMPRÊGO DAS INICIAIS MAIÚSCULAS.==
49. Emprega-se letra inicial maiúscula:
1.º — No comêço do período, verso ou citação direta: Disse o {{smallcaps|Padre Antônio Vieira}}: “Estar com {{smallcaps|Cristo}} em qualquer lugar, ainda que seja no Inferno, é estar no Paraíso.”
“Auriverde pendão de minha terra,<br>Que a brisa do Brasil beija e balança,<br>Estandarte que a luz do sol encerra<br>E as promessas divinas da Esperança...” ({{smallcaps|Castro Alves}})
<small>'''Observação.''' — Alguns poetas usam, à espanhola, a minúscula no princípio de cada verso quando a pontuação o permite, como se vê em {{smallcaps|Castilho}}:</small>
“Aqui, sim, no meu cantinho,<br>vendo rir-me o candeeiro,<br>gozo o bem de estar sòzinho<br>e esquecer o mundo inteiro.”
2.º — Nos substantivos próprios de qualquer espécie — antropônimos, topônimos, patronímicos, cognomes, alcunhas, tribos e castas, designações de comunidades religiosas e políticas, nomes sagrados e relativos a religiões, entidades mitológicas e astronômicas, etc.: '''José''', '''Maria''', '''Macedo''', '''Freitas''', '''Brasil''', '''América''', '''Guanabara''', '''Tietê''', '''Atlântico''', '''Antoninos''', '''Afrosinhos''', '''Conquistador''', '''Magnânimo''', '''Coração de Leão''', '''Sem Pavor''', '''Deus''', '''Jeová''', '''Alá''', '''Assunção''', '''Ressurreição''', '''Júpiter''', '''Baco''', '''Cérbero''', '''Via-Láctea''', '''Canopo''', '''Vênus''', etc.
<small>'''Observação 1.ª''' — As formas onomásticas que entram na composição de palavras do vocabulário comum escrevem-se com inicial minúscula quando constituem, com os elementos que se ligam por hífen, uma unidade semântica; quando não constituem unidade semântica, devem ser escritas sem hífen e com inicial maiúscula: '''água-de-colônia''', '''joão-de-barro''', '''maria-rosa''' (palmeira), etc.; '''além Andes''', '''aquém Atlântico''', etc.</small>
<small>'''Observação 2.ª''' — Os nomes de povos escrevem-se com inicial minúscula, não só quando designam habitantes ou naturais de um estado, província, cidade, vila ou distrito, mas ainda quando representam coletivamente uma nação: '''amazonenses''', '''baianos''', '''estremenhos''', '''fluminenses''', '''guarapuavanos''', '''jequienses''', '''paulistas''', '''pontalenses''', '''romenos''', '''russos''', '''suíços''', '''uruguaios''', '''venezuelanos''', etc.</small>
3.º — Nos nomes próprios de eras históricas e épocas notáveis: '''Hégira''', '''Idade Média''', '''Quinhentos''' (século XVI), '''Seiscentos''' (o século XVII), etc.
<small>'''Observação.''' — Os nomes dos meses devem escrever-se com inicial minúscula: '''janeiro''', '''fevereiro''', '''março''', '''abril''', '''maio''', '''junho''', '''julho''', '''agôsto''', '''setembro''', '''outubro''', '''novembro''' e '''dezembro'''.</small>
4.º — Nos nomes de vias e lugares públicos: '''Avenida de Rio Branco''', '''Beco do Carmo''', '''Largo da Carioca''', '''Praia do Flamengo''', '''Praça da Bandeira''', '''Rua Larga''', '''Rua do Ouvidor''', '''Terreiro de São Francisco''', '''Travessa do Comércio''', etc.
5.º — Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, políticos ou nacionalistas: '''Igreja''' (Católica, Apostólica, Romana), '''Nação''', '''Estado''', '''Pátria''', '''Raça''', etc.
<small>'''Observação.''' — Êsses nomes se escrevem com inicial minúscula quando são empregados em sentido geral ou indeterminado.</small>
6.º — Nos nomes que designam artes, ciências ou disciplinas, bem como nos que sintetizam, em sentido elevado, as manifestações do engenho do saber: '''Agricultura''', '''Arquitetura''', '''Educação Física''', '''Filologia Portuguêsa''', '''Direito''', '''Medicina''', '''Engenharia''', '''História do Brasil''', '''Geografia''', '''Matemática''', '''Pintura''', '''Arte''', '''Ciência''', '''Cultura''', etc.
<small>'''Observação.''' — Os nomes '''idioma''', '''idioma pátrio''', '''língua''', '''língua portuguêsa''', '''vernáculo''' e outros análogos escrevem-se com inicial maiúscula quando empregados com especial relêvo.</small>
7.º — Nos nomes que designam altos cargos, dignidades ou postos: '''Papa''', '''Cardeal''', '''Arcebispo''', '''Bispo''', '''Patriarca''', '''Vigário''', '''Vigário-Geral''', '''Presidente da República''', '''Ministro da Educação''', '''Governador do Estado''', '''Embaixador''', '''Almirantado''', '''Secretário de Estado''', etc.
8.º — Os nomes de repartições, corporações ou agremiações, edifícios e estabelecimentos públicos ou particulares: '''Diretoria-Geral do Ensino''', '''Inspetoria do Ensino Superior''', '''Ministério das Relações Exteriores''', '''Academia Paranaense de Letras''', '''Círculo de Estudos “Bandeirantes”''', '''Presidência da República''', '''Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística''', '''Tesouro do Estado''', '''Departamento Administrativo do Serviço Público''', '''Banco do Brasil''', '''Imprensa Nacional''', '''Teatro de São José''', '''Tipografia Rolandiana''', etc.
9.º — Nos títulos de livros, jornais, revistas, produções artísticas, literárias e científicas: '''Imitação de Cristo''', '''Horas Marianas''', '''Correio da Manhã''', '''Revista Filológica''', '''Transfiguração''' (de {{smallcaps|Rafael}}), '''Norma''' (de {{smallcaps|Bellini}}), '''Guarani''' (de {{smallcaps|Carlos Gomes}}), '''O Espírito das Leis''' (de {{smallcaps|Montesquieu}}), etc.
<small>'''Observação.''' — Não se escrevem com maiúscula inicial as partículas monossilábicas que se acham no interior de vocábulos compostos ou de locuções ou expressões que têm iniciais maiúsculas: '''Queda do Império''', '''O Crepúsculo dos Deuses''', '''Histórias sem Data''', '''A Mão e a Luva''', '''Festas e Tradições Populares do Brasil''', etc.</small>
10.º — Nos nomes de fatos históricos importantes, de atos solenes e de grandes empreendimentos públicos: '''Centenário da Independência do Brasil''', '''Descobrimento da América''', '''Questão Religiosa''', '''Reforma Ortográfica''', '''Acôrdo Luso-Brasileiro''', '''Exposição Nacional''', '''Festa das Mães''', '''Dia do Município''', '''Glorificação da Língua Portuguêsa''', etc.
<small>'''Observação.''' — Os nomes das festas pagãs ou populares escrevem-se com inicial minúscula: '''carnaval''', '''entrudo''', '''saturnais''', etc.</small>
11.º — Nos nomes de escolas de qualquer espécie ou grau de ensino: Faculdade de Filosofia, Escola Superior de Comércio, Ginásio do Estado, Colégio de Pedro II, Instituto de Educação, Grupo Escolar de Machado de Assis, etc.
12.º — Nos nomes comuns, quando personificados ou individuados, e de sêres morais ou fictícios: A '''Capital da República''', '''a Transbrasiliana''', moro na '''Capital''', o '''Natal''' de {{smallcaps|Jesus}}, o '''Poeta''' ({{smallcaps|Camões}}), a ciência da '''Antiguidade''', os habitantes da '''Península''', a '''Bondade''', a '''Virtude''', o '''Amor''', a '''Ira''', o '''Mêdo''', o '''Lôbo''', o '''Cordeiro''', a '''Cigarra''', a '''Formiga''', etc.
<small>'''Observação.''' — Incluem-se nesta norma os nomes que designam atos das autoridades da República quando empregados em correspondência ou documentos oficiais: A '''Lei''' de 13 de maio, o '''Decreto-lei''' n.º 292, o '''Decreto''' n.º 20.108, a '''Portaria''' de 15 de junho, o '''Regulamento''' n.º 737, o '''Acórdão''' de 3 de agôsto, etc.</small>
13.º — Nos nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do '''Oriente'''; o falar do '''Norte''' é diferente do falar do '''Sul'''; a guerra do '''Ocidente'''; etc.
<small>'''Observação.''' — Os nomes dos pontos cardeais escrevem-se com inicial minúscula quando designam direções ou limites geográficos. Percorri o país de '''norte''' a '''sul''' e de '''leste''' a '''oeste'''.</small>
14.º — Nos nomes, adjetivos, pronomes e expressões de tratamento ou reverência: '''D.''' ('''Dom''' ou '''Dona'''), '''Sr.''' ('''Senhor'''), '''Sr.<sup>a</sup>''' ('''Senhora'''), '''DD.''' ou '''Dig.<sup>mo</sup>''' ('''Digníssimo'''), '''MM.''' ou '''M.<sup>mo</sup>''' ('''Meritíssimo'''), '''Rev.<sup>mo</sup>''' ('''Reverendíssimo'''), '''V. Rev.<sup>a</sup>''' ('''Vossa Reverência'''), '''S. E.''' ('''Sua Eminência'''), '''V. M.''' ('''Vossa Majestade'''), '''V. A.''' ('''Vossa Alteza'''), '''V. S.<sup>a</sup>''' ('''Vossa Senhoria'''), '''V. Ex.<sup>a</sup>''' ('''Vossa Excelência'''), '''V. Ex.<sup>a</sup> Rev.<sup>ma</sup>''' ('''Vossa Excelência Reverendíssima'''), '''V. Ex.<sup>as</sup>''' ('''Vossas Excelências'''), etc.
<small>'''Observação.''' — As formas que se acham ligadas a essas expressões de tratamento devem ser também escritas com iniciais maiúsculas: '''D. Abade''', '''Ex.<sup>ma</sup> Sr.<sup>a</sup> Diretora''', '''Sr. Almirante''', '''Sr. Capitão-de-Mar-e-Guerra''', '''MM. Juiz de Direito''', '''Ex.<sup>mo</sup> e Rev.<sup>mo</sup> Sr. Arcebispo Primaz''', '''Magnífico Reitor''', '''Excelentísismo Senhor Presidente da República''', '''Eminentíssimo Senhor Cardeal''', '''Sua Majestade Imperial''', '''Sua Alteza Real''', etc.</small>
15.º – Nas palavras que, no estilo epistolar, se dirigem a um amigo, a um colega, a uma pessoa respeitável, as quais, por deferência, consideração ou respeito, se queira realçar por esta maneira: '''meu bom Amigo''', '''caro Colega''', '''meu prezado Mestre''', '''estimado Professor''', '''meu querido Pai''', '''minha amorável Mãe''', '''meu bom Padre''', '''minha distinta Diretora''', '''caro Dr.''', '''prezado Capitão''', etc.
==XVII<br> SINAIS DE PONTUAÇÃO.==
50. '''Aspas.''' — Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se acha entre aspas, coloca-se o competente sinal de pontuação depois delas, se encerram apenas uma parte da proposição; quando, porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou expressão, a respectiva notação fica abrangida por elas:
“Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de segurar? Ninguém.” (Rui Barbosa.)
“Mísera ! tivesse eu aquela enorme, aquela<br>Claridade imortal, que tôda a luz resume !”<br>“Por que não nasci eu um simples vaga-lume ?”
({{smallcaps|Machado de Assis}})
51. '''Parênteses.''' — Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética, o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois dos parênteses; mas, estando a proposição ou a frase inteira encerrada pelos parênteses, dentro dêles se põe a competente notação:
“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, êste suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida.” (Rui Barbosa.)
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que se tem inventado para a divulgação do pensamento.” — “(Carta inserida nos '''Anais da Biblioteca Nacional''', vol. I.)” (Carlos de Laet.)
52. '''Travessão.''' — Emprega-se o travessão, e não o hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras que formam, pelo assim dizer, uma cadeia na frase: O trajeto '''Mauá — Cascadura'''; a estrada de ferro '''Rio — Petrópolis'''; a linha aérea '''Brasil — Argentina'''; o percurso '''Barcas — Tijuca'''; etc.
53. '''Ponto-final.''' — Quando o período, oração ou frase termina por abreviatura, não se coloca o ponto-final adiante do ponto abreviativo, pois êste, quando coincide com aquêle, tem dupla serventia. Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que se representam: v. g.: V. S.<sup>a</sup>; Il.<sup>mo</sup>; Ex.<sup>a</sup>; etc.” (Dr. {{smallcaps|Ernesto Carneiro Ribeiro}})
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BlitzkriegBoop
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Resposta
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text/x-wiki
Olá,
acabei de criar a página de discussão em [[Wikisource Discussão:Autores portugueses com obras em domínio público]], seria útil saber opiniões ou questões da comunidade relativas a automatizar o processo como descrito nessa página. Talvez haja também a possibilidade de automatizar listas para autores lusófonos, (para já isto será só um teste/ piloto). Obrigada!
[[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 17h20min de 12 de abril de 2024 (UTC)
:@{{ping|BlitzkriegBoop}} Eu pessoalmente concordo. Eu gostaria de ter feito algo assim na Wikipédia, mas não foi possível. Eu atualizo a lista brasileira com [https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/busca/autor/ esta fonte], mas manualmente é cansativo. Concordo em expandir a lista para todos os países lusofonos, desde que o bot possa considerar as [[:w:en:List of countries' copyright lengths|diferenças nas legislações]] (em Timor-Leste, por exemplo, têm uma proteção póstuma de 50 anos).
:{{Ping|Albertoleoncio|Saturnow}} se quiserem opinar! [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 11h26min de 13 de abril de 2024 (UTC)
::Também concordo com a automatização desde que siga a legislação local. (Perdoem minha inatividade, passei numa federal mas pretendo voltar a editar) [[Usuário:Saturnow|<span style="color:#FFB56B;font-family:Poor Richard;">Saturnow</span>]] <sup>([[Usuário Discussão:Saturnow|<span style="color:#BFBFFF">Mensagem?</span>]]) </sup> 11h47min de 13 de abril de 2024 (UTC)
:E voltando aqui de novo: a [https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/busca/autor/ NUPILL] contêm diversos autores que não estão no Wikidata. {{ping|BlitzkriegBoop}} seria possível para o bot criar páginas no WD com base nessa base de dados, para então listar tudo aqui no Wikisource? Acho que esse formato seria melhor que a [[Wikisource:Autores em língua portuguesa com obras em domínio público|lista gigantesca]] que já usamos. No caso do Brasil, eu cheguei a [[:Categoria:Autores brasileiros por data de entrada em domínio público|categorizar]] manualmente a data de domínio público de cada autor com base nas duas legislações principais do século 20. [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 11h29min de 16 de abril de 2024 (UTC)
::Desculpem o atraso na resposta - e obrigada pelas sugestões. A criação de páginas automáticas no Wikidata é certamente algo que vale a pena investigar (ou pelo menos a atribuição de "obra em DP" a autores em que tal se verifique); podemos investigar a aplicação filtros relativos a legislação baseada no país de publicação. De momento este teste é algo que está a progredir lentamente, mas espero conseguir pegar nisto com mais brio nos próximos meses. [[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 22h25min de 30 de setembro de 2024 (UTC)
{{ping|BlitzkriegBoop}}, fiz esta tabela de legislações. Foquei apenas nas duas leis mais recentes de cada país (ou na única lei disponível), pois autores falecidos há mais de 100 anos já estarão em DP de toda forma.
{| class="wikitable"
|-
! País
! Proteção
! Lei
!Nota
|-
| rowspan="2" | Brasil
| Vida + 70 anos
| [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998|9610/1998]] [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998/III|Título III]], [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998/III#Art. 41|Art. 41]]
|Autores sem herdeiros: [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998/III#Art. 45|Art. 45]]
|-
|Vida + 60 anos
|[[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973|5988/73]], vigente até [[Página:O Dominio Publico no Direito Autoral Brasileiro.pdf/19|junho de 1998]], [[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973/III|Título III]], [[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973/III#Art. 42|Art. 42]]
|Autores sem herdeiros: [[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973/III#Art. 48|Art. 48]]
|-
| rowspan="2" |Angola
|Vida + 70 anos
|[https://lex.ao/docs/assembleia-nacional/2014/lei-n-o-15-14-de-31-de-julho/ Lei 15/14], Art. 72
|
|-
| Vida + 50 anos || [https://web.archive.org/web/20090319233328/http://portal.unesco.org/culture/en/files/37842/12215545751Angola_loi_da.pdf/Angola_loi_da.pdf Lei nº 4/90 de 10 de março], Art. 20
|
|-
| rowspan="2" | Moçambique || rowspan="2" | Vida + 70 anos || Art. 47, [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/21426 Lei nº9/2022]
|
|-
|Art. 22, [https://archive.ph/20071021163449/http://www.wipo.int/clea/docs_new/en/mz/mz002en.html Lei Nº4/2001].
|
|-
| rowspan="2" |Portugal
|Vida + 70 anos
|Art. 31. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/21185 Decreto-lei Nº63/85]
|
|-
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/46980-1966-487338 Decreto-Lei n.º 46980, de 27 de abril]
|
|-
|Guiné-Bissau
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/8448 Decreto-Lei 46.980]
|
|-
|Timor-Leste
|Vida + 50 anos
|Art. 119. [https://www.mj.gov.tl/jornal/public/docs/2022/serie_1/SERIE_I_NO_51_A.pdf#page=39 Lei Nº 14/2022]
|Lei portuguesa ou da Indonésia [[commons:Commons:Copyright rules by territory/East Timor|durante a colonização]].
|-
|Guiné-Equatorial
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://ictpolicyafrica.org/es/document/8b55f09lwua?page=7 Decreto Nº 679/71]
|O [[commons:Commons:Copyright rules by territory/Equatorial Guinea|Commons]] indica que a situação jurídica seria confusa.
|-
|Macau
|Vida + 50 anos
|Art. 21. [https://www.dsedt.gov.mo/public/docs/LR/legislation/en/DL43-99-e.pdf Lei 43/99]
|
|-
|Cabo Verde
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://www.wipo.int/edocs/lexdocs/laws/en/cv/cv022en.pdf Decreto-lei 1/2009]
|
|-
| rowspan="2" |São Tomé e Príncipe
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/7746 Decreto-Lei n.º 46980]
|
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|Vida + 70 anos
|Art. 31. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/17161 Decreto-lei Nº02/2017]
|
|}
[[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 16h23min de 3 de novembro de 2024 (UTC)
:@[[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]], que trabalho excelente, e super detalhado, obrigada! Tenho estado a adicionar informação sobre a situação de direitos de autor para autores específicos na WD, para já de forma manual. Acho que talvez seja algo a automatizar, sobretudo no início de cada ano, quando a obra de novos autores passa a DP. O ideal seria a informação estar toda no WD, e arranjar um mecanismo de o WS criar páginas de autor automaticamente. [[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 22h42min de 16 de dezembro de 2024 (UTC)
fkos89a6fxmgn919tqfzgliwhrtur9x
522234
522231
2024-12-16T23:37:48Z
Erick Soares3
19404
Resposta
522234
wikitext
text/x-wiki
Olá,
acabei de criar a página de discussão em [[Wikisource Discussão:Autores portugueses com obras em domínio público]], seria útil saber opiniões ou questões da comunidade relativas a automatizar o processo como descrito nessa página. Talvez haja também a possibilidade de automatizar listas para autores lusófonos, (para já isto será só um teste/ piloto). Obrigada!
[[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 17h20min de 12 de abril de 2024 (UTC)
:@{{ping|BlitzkriegBoop}} Eu pessoalmente concordo. Eu gostaria de ter feito algo assim na Wikipédia, mas não foi possível. Eu atualizo a lista brasileira com [https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/busca/autor/ esta fonte], mas manualmente é cansativo. Concordo em expandir a lista para todos os países lusofonos, desde que o bot possa considerar as [[:w:en:List of countries' copyright lengths|diferenças nas legislações]] (em Timor-Leste, por exemplo, têm uma proteção póstuma de 50 anos).
:{{Ping|Albertoleoncio|Saturnow}} se quiserem opinar! [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 11h26min de 13 de abril de 2024 (UTC)
::Também concordo com a automatização desde que siga a legislação local. (Perdoem minha inatividade, passei numa federal mas pretendo voltar a editar) [[Usuário:Saturnow|<span style="color:#FFB56B;font-family:Poor Richard;">Saturnow</span>]] <sup>([[Usuário Discussão:Saturnow|<span style="color:#BFBFFF">Mensagem?</span>]]) </sup> 11h47min de 13 de abril de 2024 (UTC)
:E voltando aqui de novo: a [https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/busca/autor/ NUPILL] contêm diversos autores que não estão no Wikidata. {{ping|BlitzkriegBoop}} seria possível para o bot criar páginas no WD com base nessa base de dados, para então listar tudo aqui no Wikisource? Acho que esse formato seria melhor que a [[Wikisource:Autores em língua portuguesa com obras em domínio público|lista gigantesca]] que já usamos. No caso do Brasil, eu cheguei a [[:Categoria:Autores brasileiros por data de entrada em domínio público|categorizar]] manualmente a data de domínio público de cada autor com base nas duas legislações principais do século 20. [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 11h29min de 16 de abril de 2024 (UTC)
::Desculpem o atraso na resposta - e obrigada pelas sugestões. A criação de páginas automáticas no Wikidata é certamente algo que vale a pena investigar (ou pelo menos a atribuição de "obra em DP" a autores em que tal se verifique); podemos investigar a aplicação filtros relativos a legislação baseada no país de publicação. De momento este teste é algo que está a progredir lentamente, mas espero conseguir pegar nisto com mais brio nos próximos meses. [[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 22h25min de 30 de setembro de 2024 (UTC)
{{ping|BlitzkriegBoop}}, fiz esta tabela de legislações. Foquei apenas nas duas leis mais recentes de cada país (ou na única lei disponível), pois autores falecidos há mais de 100 anos já estarão em DP de toda forma.
{| class="wikitable"
|-
! País
! Proteção
! Lei
!Nota
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| rowspan="2" | Brasil
| Vida + 70 anos
| [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998|9610/1998]] [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998/III|Título III]], [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998/III#Art. 41|Art. 41]]
|Autores sem herdeiros: [[Lei Federal do Brasil 9610 de 1998/III#Art. 45|Art. 45]]
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|Vida + 60 anos
|[[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973|5988/73]], vigente até [[Página:O Dominio Publico no Direito Autoral Brasileiro.pdf/19|junho de 1998]], [[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973/III|Título III]], [[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973/III#Art. 42|Art. 42]]
|Autores sem herdeiros: [[Lei Federal do Brasil 5988 de 1973/III#Art. 48|Art. 48]]
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| rowspan="2" |Angola
|Vida + 70 anos
|[https://lex.ao/docs/assembleia-nacional/2014/lei-n-o-15-14-de-31-de-julho/ Lei 15/14], Art. 72
|
|-
| Vida + 50 anos || [https://web.archive.org/web/20090319233328/http://portal.unesco.org/culture/en/files/37842/12215545751Angola_loi_da.pdf/Angola_loi_da.pdf Lei nº 4/90 de 10 de março], Art. 20
|
|-
| rowspan="2" | Moçambique || rowspan="2" | Vida + 70 anos || Art. 47, [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/21426 Lei nº9/2022]
|
|-
|Art. 22, [https://archive.ph/20071021163449/http://www.wipo.int/clea/docs_new/en/mz/mz002en.html Lei Nº4/2001].
|
|-
| rowspan="2" |Portugal
|Vida + 70 anos
|Art. 31. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/21185 Decreto-lei Nº63/85]
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|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/46980-1966-487338 Decreto-Lei n.º 46980, de 27 de abril]
|
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|Guiné-Bissau
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/8448 Decreto-Lei 46.980]
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|-
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|Art. 119. [https://www.mj.gov.tl/jornal/public/docs/2022/serie_1/SERIE_I_NO_51_A.pdf#page=39 Lei Nº 14/2022]
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|-
|Guiné-Equatorial
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://ictpolicyafrica.org/es/document/8b55f09lwua?page=7 Decreto Nº 679/71]
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|-
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|Vida + 50 anos
|Art. 21. [https://www.dsedt.gov.mo/public/docs/LR/legislation/en/DL43-99-e.pdf Lei 43/99]
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|Art. 25. [https://www.wipo.int/edocs/lexdocs/laws/en/cv/cv022en.pdf Decreto-lei 1/2009]
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|-
| rowspan="2" |São Tomé e Príncipe
|Vida + 50 anos
|Art. 25. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/7746 Decreto-Lei n.º 46980]
|
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|Vida + 70 anos
|Art. 31. [https://www.wipo.int/wipolex/en/legislation/details/17161 Decreto-lei Nº02/2017]
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|}
[[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 16h23min de 3 de novembro de 2024 (UTC)
:@[[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]], que trabalho excelente, e super detalhado, obrigada! Tenho estado a adicionar informação sobre a situação de direitos de autor para autores específicos na WD, para já de forma manual. Acho que talvez seja algo a automatizar, sobretudo no início de cada ano, quando a obra de novos autores passa a DP. O ideal seria a informação estar toda no WD, e arranjar um mecanismo de o WS criar páginas de autor automaticamente. [[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 22h42min de 16 de dezembro de 2024 (UTC)
::Obrigado! Sem dúvida seria bom conseguir automatizar a adição dessas informações no WD, desde que seja possível adicionar a lei em específico (no lugar de um simples "70 anos após a morte"). [[Utilizador:Erick Soares3|Erick Soares3]] ([[Utilizador Discussão:Erick Soares3|discussão]]) 23h37min de 16 de dezembro de 2024 (UTC)
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''Atrio com columnas, por entre as quaes {{s}}e ve do lado direito o campo dos Romanos, e do e{{s}}querdo os corredores, que conduzem a habitaçaõ das Turdetanas. No fundo {{s}}e vê o bo{{s}}que con{{s}}agrado ao Deos Endovelico com a {{s}}ua Ara em fórma de Anta.''
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{{Ch|Scena I.}}
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{{C|''{{uc|Manlio}}com {{s}}equito de Capitães Romanos.''}}
{{dhr}}
''Manl.''{{gcapitular|I}}LLUSTRES companheiros, confiar-vos <br>Bem podeis do meu zelo. Naõ he facil <br>Que hum Manlio {{s}}acrifique do {{s}}eu cargo <br>As Leis {{s}}evéras, nem ao proprio {{s}}angue, <br>Do Pretor a amizade em mim naõ póde <br>Amortecer o amor, que á Patria devo. <br>Nem veio Caio Lelio á Lu{{s}}itania <br>Para nella murchar, cortar d'hum golpe <br>As palmas glorio{{s}}as, que regáraó <br>De {{s}}angue e de {{s}}uor {{s}}eus A{{s}}cendentes. <br>A con{{s}}tancia, o valor, a {{s}}uavidade <br>Seu caracter di{{s}}tinguem; fora inju{{s}}to <br>Suppôr delle huma acçao, que o deslu{{s}}tra{{s}}{{s}}e. <br>Se O{{s}}mîa com brandura tem tratado, <br>Se a de{{s}}tingue com honras, {{s}}e pertende <br>Que á {{s}}ua parte fique na partilha,<br>E{{s}}{{s}}a illu{{s}}tre mulher, honra dos Luzos; <br>Se procura adoçar-lhe o rude pezo<noinclude>{{Rh||A|Do}}</noinclude>
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Osmîa/Acto I
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(3)}}</noinclude><br>Aqui te conduzio? alcanço indicios <br>D'alguma inquietaçaõ inopinada <br>Que póde perturbar-vos, quando a gloria <br>As já ganhadas palmas vos enfeixa?
''Manlio.'' A bu{{s}}car-te do campo aqui viemos.
''Lelio.'' Explicai-vos porém fe o cafo pede <br>Que a votos fe decida, nao he proprio, <br>Amigos, o lugar. Aquellas Aras <br>Sao a Deos inimigo confagradas; <br>Sem culto agora as vemos, e eftes Póvos <br>D'imprecações nos cobrem de continuo.
''Manlio.'' <ref>''De{{s}}pede os Capitães''</ref> Senhor, bem póde tudo decidir-fe <br>Aqui mefmo por ti,{{s}}e me permites <br>sem rebuço fallar?
''Lelio.''O amigo falle, <br> E falle, como {{s}}empre, com franqueza. <br>Ainda talvez dura o louco intento <br>De privar-me d'O{{s}}mîa?
''Manlio.''E qual empenho <br>Tens tu de con{{s}}ervar e{{s}}{{s}}a cativa <br>Contra o {{s}}entir dos mais? Talvez intentas <br>Conceder-lhe, Pretor, a liberdade?
''Lelio.'' E {{s}}e o quize{{s}}{{s}}e, ha Lei que mo prohiba?
''Manlio.'' Naõ, amigo, as Leis nao to contra{{s}}taõ <br>Mas ha cou{{s}}as que as Leis naõ tem coartado, <br>Que ao praticar-{{s}}e, julgaõ-{{s}}e indecentes.
''Lelio.'' E que indecencia involve dar por livre <br>Huma e{{s}}crava que he minha ? naõ percebo.
''Manlio.'' E{{s}}{{s}}a e{{s}}crava das mais he bem di{{s}}tinta.
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E{{s}}{{s}}a altiva mulher, e{{s}}{{s}}a Heroîna <br>D'a{{s}}{{s}}ombro e de re{{s}}peito objecto fummo?<noinclude>
<references/>
{{Rh||A ii|Seu}}</noinclude>
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BlitzkriegBoop
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(5)}}</noinclude><br>Seu amigo fize{{s}}{{s}}e. O {{s}}angue, a vida <br>Darei por te {{s}}alvar d'huma ignominia. <br>Fiz quanto e{{s}}tava em mim por di{{s}}{{s}}uadillos <br>Do receio que vaõ me parecia ; <br>Mas agora vacillo: Reflexiona <br>Com tempo t'acautela e {{s}}e a piedade <br>Teu coraçaõ {{s}}oborna, vê que a gloria, <br>Com grito reforçado, por ti chama. <br>De{{s}}perta, quebra os laços, e tu me{{s}}mo <br>De ti me{{s}}mo triunfa, {{s}}e és Romano. <ref>Parte Manlio.</ref> <br>
{{ch|SCENA III.}}
{{C|{{uc|Lelio}} {{s}}ó.}}
''Lelio.'' {{gcapitular|M}}Anlio, detem-te, e{{s}}cuta. . Naõ me attende. <br> A rigidez herdada lhe enfurece <br> O nobre coraçaõ... Ah! vam {{s}}oberba. <br> Naõ zêlo virtuo{{s}}o o faz {{s}}evéro... <br> Mas as Leis... e que Leis ? que e{{s}}travagancias? <br> Nacional, E{{s}}trangeira, e{{s}}crava, ou livre... <br> Que póde i{{s}}{{s}}o influir na Natureza?... <br> Oh! Ceos, e onde me leva a paxaõ crúa <br> Que e{{s}}ta alma me devóra? Mil chiméras <br> Me manda o coraçaõ ao pen{{s}}amento <br> Saõ delirios, {{s}}aõ furias... Chara O{{s}}mîa!... <br> E devo {{s}}er eu me{{s}}mo quem te entregue <br> Aos barbaros caprichos do Senado ? <br> Naõ, naõ: naõ farei tal... E como {{s}}abe <br> A trópa que te adoro?.. Já no campo <br> Talvez con{{s}}tou que o Turdetano traje <br> Pela Romana pompa tem trocado?... <br> Ou o {{s}}aibaõ ou naõ: E quantas luzes <br> De{{s}}ta {{s}}imples mudança alcançar po{{s}}{{s}}o?<noinclude>
{{D|Ve-}}
{{lh}}
<references/></noinclude>
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BlitzkriegBoop
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(5)}}</noinclude><br>Seu amigo fize{{s}}{{s}}e. O {{s}}angue, a vida <br>Darei por te {{s}}alvar d'huma ignominia. <br>Fiz quanto e{{s}}tava em mim por di{{s}}{{s}}uadillos <br>Do receio que vaõ me parecia ; <br>Mas agora vacillo: Reflexiona <br>Com tempo t'acautela e {{s}}e a piedade <br>Teu coraçaõ {{s}}oborna, vê que a gloria, <br>Com grito reforçado, por ti chama. <br>De{{s}}perta, quebra os laços, e tu me{{s}}mo <br>De ti me{{s}}mo triunfa, {{s}}e és Romano. <ref>''Parte Manlio.''</ref> <br>
{{ch|SCENA III.}}
{{C|{{uc|Lelio}} {{s}}ó.}}
''Lelio.'' {{gcapitular|M}}Anlio, detem-te, e{{s}}cuta. . Naõ me attende. <br> A rigidez herdada lhe enfurece <br> O nobre coraçaõ... Ah! vam {{s}}oberba. <br> Naõ zêlo virtuo{{s}}o o faz {{s}}evéro... <br> Mas as Leis... e que Leis ? que e{{s}}travagancias? <br> Nacional, E{{s}}trangeira, e{{s}}crava, ou livre... <br> Que póde i{{s}}{{s}}o influir na Natureza?... <br> Oh! Ceos, e onde me leva a paxaõ crúa <br> Que e{{s}}ta alma me devóra? Mil chiméras <br> Me manda o coraçaõ ao pen{{s}}amento <br> Saõ delirios, {{s}}aõ furias... Chara O{{s}}mîa!... <br> E devo {{s}}er eu me{{s}}mo quem te entregue <br> Aos barbaros caprichos do Senado ? <br> Naõ, naõ: naõ farei tal... E como {{s}}abe <br> A trópa que te adoro?.. Já no campo <br> Talvez con{{s}}tou que o Turdetano traje <br> Pela Romana pompa tem trocado?... <br> Ou o {{s}}aibaõ ou naõ: E quantas luzes <br> De{{s}}ta {{s}}imples mudança alcançar po{{s}}{{s}}o?<noinclude>
{{D|Ve-}}
{{lh}}
<references/></noinclude>
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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/17
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(7)}}</noinclude>''Lelio.'' Naõ zombo, amigo; as Lu{{s}}itanas vejo <br>Em valor, em de{{s}}treza, em {{s}}offrimento <br>Iguaes ao no{{s}}{{s}}o {{s}}exo, {{s}}em que percaõ <br>As delicadas graças do {{s}}emblante. <br>Pelo contrario, as no{{s}}{{s}}as de prazeres <br>E de fau{{s}}to {{s}}ómente s'alimentaõ. <br>Quanto naõ tem a fama já contado <br>Da valero{{s}}a O{{s}}mîa? {{s}}e {{s}}oube{{s}}{{s}}es...
''Lucio.''Perdoa-me, Pretor, {{s}}e t' interrompo. <br>Quando fallas d'O{{s}}mîa a quem te e{{s}}cuta,<ref>''Com ironia.''</ref> <br>Parece que imaginas achar nella <br>Huma nova Bellona.
''Lelio.'' E {{s}}em defculpa <br>E{{s}}{{s}}a grande illu{{s}}aõ, Lucio, naõ fora. <br>Di{{s}}putou no combate, O{{s}}mîa, o pa{{s}}{{s}}o <br>Aos mais animo{{s}}os dos Romanos. <br>Quantos victimas foraõ de {{s}}eu braço! <br>Na força do conflicto mais s'anima; <br>E quando os no{{s}}{{s}}os, de tropel, a cercaõ, <br>Nao volta contra {{s}}i o me{{s}}mo ferro <br>Que no {{s}}angue Romano {{s}}e en{{s}}opára? <br>Eu felizmente o golpe lhe de{{s}}vio. <br>Relucta, mas debalde: imperio{{s}}a <br>Ob{{s}}erva-me hum momento, e rende a e{{s}}pada. <br>Cêdo ao de{{s}}tino (di{{s}}{{s}}e) porém treme. <br>Vivo, e Rindaco vive...
''Lucio.'' Sim; mas céde <ref>''Como a{{s}}{{s}}ima, e a{{s}}{{s}}m me{{s}}mo, ao que logo re{{s}}ponde''</ref> <br>O ferro, a Heroína, e com {{s}}eus Póvos <br>Cativa agora a tens.
''Lelio.'' Tu naõ ignoras <br>Que a victoria nem {{s}}empre favorece <br>A quem trabalha mais por alcançalla; <br>E {{s}}e hoje nos brindou, mais á {{s}}ilada <br>Lucio, a devemos, do que á valentia.
{{nop}}<noinclude>{{d|''Lucio.''}}
{{lh}}
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Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/18
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(8)}}</noinclude>''Lucio.'' Queres talvez dizer que menos fortes, <br>Que e{{s}}{{s}}es barbaros, {{s}}omos os Romanos? <br>Tanto louvor nao {{s}}ei que me annuncia!
''Lelio.'' Outra cou{{s}}a naõ póde annunciar-te <br>Mais que a ju{{s}}tiça que à virtude cumpre. <br>Socega-te; <ref>Pondo-lhe com emphaze a maõ no braço.</ref> de{{s}}cança. Sou Romano. <br>Mas Eledia que faz? porque naõ chega? <br>Por ella te mandei. O{{s}}mîa a pede:<br>Ouvilla quero eu me{{s}}mo, e examinalla.
''Lucio.'' Eledia, ao que diz Probo, he per{{s}}onagem <br>Entre os {{s}}eus com ju{{s}}tiça re{{s}}peitada. <br>Mas <ref>Olhando para o fundo do Theatro da parte e{{s}}querda.</ref> he ella que vem: Senhor, repara <br>Com que e{{s}}tranha altivez os pa{{s}}{{s}}os move!
{{dhr}}
{{ch|SCENA V.}}
{{dhr}}
{{C|''LELIO, LUCIO, e ELEDIA com cadêas, conduzida por hum guarda.}}
{{dhr}}
''Eledia.'' {{gcapitular|O}} Pretor dos Romanos naõ recêa <ref>Com Emphaze altivo.</ref> <br>Envilecer-{{s}}e, pondo n'uma e{{s}}crava <br>Os olhos vencedores?
''Lucio.'' Que {{s}}oberba!
''Lelio.'' <ref>Moderado e {{s}}evéro.</ref> O Pretor dos Romanos {{s}}e pratica <br>O direito da Guerra: {{s}}e apriziona <br>E{{s}}tes barbaros Póvos, que rebeldes <br> Saõ ás Aguias Latinas, nem por i{{s}}{{s}}o <br>No coraçaõ {{s}}uffoca os movimentos <br>Da {{s}}uave clemencia.
''Eledia.'' Sim: a prova, <br>Infelices e{{s}}cravas! nós a damos, <br>Se hum rigido co{{s}}tume des d'o berço<noinclude>{{D|Nos-}}
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''Lelio.'' Outra cou{{s}}a naõ póde annunciar-te <br>Mais que a ju{{s}}tiça que à virtude cumpre. <br>Socega-te; <ref>Pondo-lhe com emphaze a maõ no braço.</ref> de{{s}}cança. Sou Romano. <br>Mas Eledia que faz? porque naõ chega? <br>Por ella te mandei. O{{s}}mîa a pede:<br>Ouvilla quero eu me{{s}}mo, e examinalla.
''Lucio.'' Eledia, ao que diz Probo, he per{{s}}onagem <br>Entre os {{s}}eus com ju{{s}}tiça re{{s}}peitada. <br>Mas <ref>Olhando para o fundo do Theatro da parte e{{s}}querda.</ref> he ella que vem: Senhor, repara <br>Com que e{{s}}tranha altivez os pa{{s}}{{s}}os move!
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''Lucio.'' Que {{s}}oberba!
''Lelio.'' <ref>Moderado e {{s}}evéro.</ref> O Pretor dos Romanos {{s}}e pratica <br>O direito da Guerra: {{s}}e apriziona <br>E{{s}}tes barbaros Póvos, que rebeldes <br> Saõ ás Aguias Latinas, nem por i{{s}}{{s}}o <br>No coraçaõ {{s}}uffoca os movimentos <br>Da {{s}}uave clemencia.
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(8)}}</noinclude>''Lucio.'' Queres talvez dizer que menos fortes, <br>Que e{{s}}{{s}}es barbaros, {{s}}omos os Romanos? <br>Tanto louvor nao {{s}}ei que me annuncia!
''Lelio.'' Outra cou{{s}}a naõ póde annunciar-te <br>Mais que a ju{{s}}tiça que à virtude cumpre. <br>Socega-te; <ref>''Pondo-lhe com emphaze a maõ no braço.''</ref> de{{s}}cança. Sou Romano. <br>Mas Eledia que faz? porque naõ chega? <br>Por ella te mandei. O{{s}}mîa a pede:<br>Ouvilla quero eu me{{s}}mo, e examinalla.
''Lucio.'' Eledia, ao que diz Probo, he per{{s}}onagem <br>Entre os {{s}}eus com ju{{s}}tiça re{{s}}peitada. <br>Mas <ref>''Olhando para o fundo do Theatro da parte e{{s}}querda.''</ref> he ella que vem: Senhor, repara <br>Com que e{{s}}tranha altivez os pa{{s}}{{s}}os move!
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''Lucio.'' Que {{s}}oberba!
''Lelio.'' <ref>''Moderado e {{s}}evéro.''</ref> O Pretor dos Romanos {{s}}e pratica <br>O direito da Guerra: {{s}}e apriziona <br>E{{s}}tes barbaros Póvos, que rebeldes <br> Saõ ás Aguias Latinas, nem por i{{s}}{{s}}o <br>No coraçaõ {{s}}uffoca os movimentos <br>Da {{s}}uave clemencia.
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Formulário Ortográfico de 1911
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versão inicial, com poucas mudanças do portal da língua portuguesa
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wikitext
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|obra = Formulário Ortográfico de 1911
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}}
I.—São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronuncição, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo***'', que todavia se poderá escrever ''quilo***''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com χ, e não κ. ''
II.—O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.''
III.—É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com execpção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h, ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.''''
IV.—É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.''
V.—É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.''
VI.—Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.''
VII.—Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.''
VIII.—São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.''
IX.—São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.''
X.—O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao VOCABULÁRIO é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.''
XI.—É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.''
XII.—O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao VOCABULÁRIO torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t'l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta origem; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''. ''
XIII.—A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''amai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.''
XIV.—A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissilabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porém'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal, nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''; comparem-se ''fim'', ''som'', ''um''; ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.''
XV.—A grafia das vogais nasais finais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', com ''n'', e não com ''m''.''
XVI.—É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo porêm substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se porêm a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ánsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.''
XVII.—Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.''
XVIII.—Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.''
XIX.—Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.''
XX.—Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.''
XXI.—No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando porêm certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (potui, potuit, latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. capui(t), sapui(t)), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.''
XXII.—Acentuação gráfica.
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portalô(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''. ''
XXIII.—O sinal denominado til (''~'') vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.''
XXIV.—As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul''.''
XXV.—Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.''
XXVI.—Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sêmola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.''
XXVII.—O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.''
XXVIII.—Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se hão êstes com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').''
XXIX.—Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''); ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''); e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.''
XXX.—As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.''
XXXI.—Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.''
XXXII.—Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''heróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.''
XXXIII.—Hífen
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito'' (''dez-a-oito)''.''
XXXIV.—O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
a) Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantém-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
b) Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be maventurança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.''
XXXV.—Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são eles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantém-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.''
XXXVI.—Apóstrofo.
É quasi abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp'rança'', ''mer'cer'', ''par'cer'', ''c'roa'', ''p'ra'', '''star'', etc. Pode, tambêm, usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d'água''. ''
XXXVII.—Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tendo-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-lo'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo'', ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''r'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.''
XXXVIII.—Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dele(s)'', ''dela(s)'', ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns'', ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''dali'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', etc.
Quando pôrem êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d'idade'', ''d'entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada''; pelo mesmo motivo por que se não escreve ''vint'e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual, quer ocasionalmente.''
XXXIX.—Divisão silábica.
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs'' ''cre'' ''ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'' se não divide como ''e'' ''scre'' ''ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez'' ''es'', ''pastor'' ''a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', ''pasto'' ''ra''. Assim, também, ''di'' ''rec'' ''ção'', ''a'' ''dop'' ''tar'', ''su'' ''búr'' ''bios'', ''de'' ''sas'' ''tra'' ''do'', ''de'' ''sar'' ''mar'', ''i'' ''ná'' ''bil'', ''bi'' ''sa'' ''vô'', ''pres'' ''tan'' ''te'', ''cir'' ''cuns'' ''tân'' ''cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co'' ''bra'', ''am'' ''pla'', porque temos ''bra'' ''ço'', ''pla'' ''ga''; ''ecli'' ''pse'' (cf. ''psicologia'').''
XL.—Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des'' ''fa'' ''zer'', ''dis'' ''tri'' ''buir'', mas ''de'' ''sen'' ''ga'' ''nar'', ''de'' ''sen'' ''vol'' ''ver''.''
XLI.—Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar'' ''rastar'', ''as'' ''sistir'', ''em'' ''malar'', ''en'' ''nastrar''.''
XLII.—As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.''
XLIII.—Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex'' ''ér'' ''ci'' ''to'', ''ex'' ''ce'' ''der''.''
XLIV.—São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des'' ''cer'', ''côns'' ''ci'' ''o'', ''pros'' ''cé'' ''nio''; mas ''en'' ''sce'' ''na'' ''ção''.''
XLV.—São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai'' ''po'', ''cau'' ''sa'', ''rai'' ''nha'', ''proe'' ''mio'', ''goe'' ''la'', ''poei'' ''ra'', ''pro'' ''nún'' ''cia'', ''voar'', ''voo'', ''á'' ''gua'', ''moi'' ''nho'', ''é'' ''gua'', ''i'' ''guais'', ''con'' ''ti'' ''nua'', ''con'' ''tí'' ''nua'', ''fa'' ''mí'' ''lia'', ''se'' ''ria'', ''sé'' ''ria'', ''rea'' ''lidade'', ''veí'' ''culo''.''
XLVI.—O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin'' ''ta'', ''guer'' ''ra'', ''fre'' ''qùente'', ''a'' ''gùentar'', ''ar'' ''gùir''.
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de acordo com o Vocabulário ortográfico e ortoépico
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|obra = Formulário Ortográfico de 1911
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==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se, porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—'''Acentuação gráfica.'''==
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—'''Hífen.'''==
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—'''Apóstrofo.'''==
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', ''dêla(s)'' {{sic}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—'''Divisão silábica.'''==
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', ''pasto ra'' {{sic}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
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==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se, porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—==
'''Hífen.'''
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—==
'''Apóstrofo.'''
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', ''dêla(s)'' {{sic}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—'''Divisão silábica.'''==
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', ''pasto ra'' {{sic}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
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==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se, porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—==
'''Hífen.'''
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—==
'''Apóstrofo.'''
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', ''dêla(s)'' {{sic}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—==
'''Divisão silábica.'''
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', {{sic|''pasto ra''|''pas to ra''}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
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|obra = Formulário Ortográfico de 1911
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==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se, porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—==
'''Hífen.'''
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—==
'''Apóstrofo.'''
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', {{sic|''dêla(s)''|''dela(s)''}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—==
'''Divisão silábica.'''
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', {{sic|''pasto ra''|''pas to ra''}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
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==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se, porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—==
'''Hífen.'''
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—==
'''Apóstrofo.'''
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', {{sic|''dêla(s)''|dela(s)}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—==
'''Divisão silábica.'''
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', {{sic|''pasto ra''|pas to ra}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
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==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'', ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'', ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'', ''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. Restabelece-se, porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea'' (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'', ''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', substantivo, de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—==
'''Hífen.'''
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos, de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—==
'''Apóstrofo.'''
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', ''vêem-se-lhe'', ''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', {{sic|''dêla(s)''|dela(s)}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—==
'''Divisão silábica.'''
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', {{sic|''pasto ra''|pas to ra}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
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|obra = Formulário Ortográfico de 1911
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<pages index="Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf" from=10 to=14/> (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com <pages index="Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf" from=17 to=20 />
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A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
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<pages index="Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf" from=10 to=14/> (com ''ea'', para se evitar a leitura ''estorja'', pois nenhuma diferença gráfica se fazia entre ''i'' e ''j''). Para quem profira do mesmo modo ''es'' e ''is'', átonos, é necessário recomendar que se regule pelas formas em que ''e'' ou ''i'' sejam predominantes, a fim de acertar com a devida escrita. No exemplo citado, ''pescar'' procede de ''pesca'', e portanto com ''e'' se escreverá; ''piscar'', de ''pisco'', ortografar-se há com ''i''.
A confusão entre ''es'' e ''is'' mais freqùente, e que dá margem a inúmeros erros de ortografia, ocorre com os prefixos ''des-'' e ''dis-''. É usualíssimo ver-se escrito ''destribuição'', por exemplo. Cumpre advertir que o valor dêstes dois prefixos, assim confundidos na pronúncia meridional, é diverso: ''des-'', é privativo, ''dis-'' indica «repartição, divisão». Escreveremos pois ''destinto'' com ''e'', de ''destingir'', de ''tingir'', ''distinto'' com ''i'' de ''distinguir'', e assim tambêm ''dispersar'', ''discrição'' (que se não deve confundir com ''descrição'', de ''descrever''), ''discórdia'', ''discorrer'', etc.
==XVIII.—==
Sendo o ''e'' átono, antes de consoante palatal, ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'', por assimilação igual a ''i'' surdo, dá-se freqùentemente a dúvida sobre a escrita com ''e'' ou com ''i'', em sílabas átonas. Convêm, do mesmo modo, recorrer às formas em que a vogal duvidosa seja predominante; assim, ''lenheiro'', de ''lenha'', escrever-se há com ''e'', ''linheiro'', de ''linho'', com ''i''.
==XIX.—==
Por outra parte, no centro de Portugal o ''e'' fechado antes das mencionadas consoantes palatais ''ch'', ''x'', ''j'', ''lh'', ''nh'' profere-se como ''â'', e esta pronúncia vai-se difundindo cada vez mais no país: ''fecho'', ''cereja'', ''selha'', ''senha'' são pronunciados ''fâxo'', ''cerâja'', ''sâlha'', ''sânha''. Valendo o ''a'' antes de consoante nasal, ''m'', ''n'', ''nh'' por ''â'' fechado, em geral, produz-se, pela concorrência destas duas leis fonéticas, onde elas predominam, a confusão entre ''senha'', «sinal», e ''sanha'', «ira», entre ''lenho'', «madeiro», e ''lanho'', «golpe».
Para não se deformar a língua pátria, torna-se essencial a devida distinção gráfica, ainda quando se não observe na fala, e é fácil acertar-se com a escrita, se se atender à pronúncia dessa vogal, duvidosa quando tónica, em formas nas quais ela seja átona: ''sanha'', «ira», escreve-se com ''a'', porque dizemos ''assanhar'', e não ''assenhar'', ao passo que um verbo derivado de ''senha'' (signa, latino) ''desenhar'', se não profere ''desanhar''; ''lanho'', «golpe», tem um derivado ''alanhar'', que não é ''alenhar'', e conseguintemente deve escrever-se com ''a''.
==XX.—==
Continua o emprêgo tradicional de ''o'' átono valendo por ''u'', quer final, quer medial, quer inicial, ou êle seja analógico, como em ''formosura'', de ''formoso'', de ''forma'', ''porteiro'', de ''porta'', ''correr'', ''côrro'', ''corres'', ou etimológico como em ''monumento'', latim ''monumentum'', ''governar'', castelhano ''gobernar'', latim popular ''gobernare'', latim clássico ''gŭbernare''. Na escrita será indispensável atender-se à forma primitiva, portuguesa ou latina, ou recorrer-se ao competente VOCABULÁRIO, pois os casos duvidosos, para os indoutos, são milhares.
Antes de vogal como em ''mágoa'', ''nódoa'', a conjugação dos respectivos verbos, ''magoar'', ''magôa'', ''ennodoar'', ''ennodôa'', como em ''soar'', ''sôa'', indica a escrita correcta. Com verbos como ''aguar'', cuja conjugação é incerta, é preferível escrevê-los com ''u'', e assim tambêm ''água'', ''régua'', ''légua'', visto que a razão da escrita com ''o'' era principalmente o evitar-se que ''u'' fosse lido como ''v'', quando nenhuma distinção fixa e assente existia, para se determinar quando as duas formas ''u'', ''v'' eram consoantes ou vogais. Feita a distinção, como há mais de um século se faz, quer na escrita, quer na imprensa, deixaram de ser necessários êsse e outros expedientes gráficos, como a adjunção de ''h'' a ''u'' ou a ''i'', para indicar serem vogais, e não consoantes, o que motivou as grafias ''hiate'', ''huivar'', ''hia'', para que ''uivar'', ''iate'', ''ia'' se não lessem ''vivar'', ''jate'', ''já''. Alguns ''hh'' e alguns ''oo'' teem essa origem a explicá-los.
==XXI.—==
No centro de Portugal o digrama ''ou'', quando tónico, confunde-se na pronunciação com ''ô'', fechado. A diferença entre os dois símbolos, ''ô'', ''ou'', é de rigor que se mantenha, não só porque, histórica e tradicionalmente, êles sempre foram e continuam a ser diferençados na escrita, mas tambêm porque a distinção de valor se observa em grande parte do país, do Mondego para norte. Outra razão se deve apontar ainda, e essa é que ''ou'' átono ou conserva o valor que lhe é próprio, ou, popularmente, se profere ''ò''; ao passo que ''ô'' vale por ''u'' nas sílabas átonas; assim, por exemplo, ''roubar'', de ''roubo'', não altera o valor do ''ou'' do radical, o que não acontece, por exemplo, com ''rogar'', de ''rôgo'', em que ''o'' vale por ''u'', se não é predominante. Duas excepções, pelo menos, existem modernamente: ''apoquentar'', de ''pouco'', e ''aposentar'', de ''pouso'', que antes eram ''apouquentar'', ''apousentar''. A redução deve ter tido origem no sul, em que ''ou'' se confunde com ''ô''.
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[[Categoria:Ortografia da língua portuguesa]]
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(9)}}</noinclude><br>Nos-naõ tivera affeitas ao trabalho, <br>Houveramos cedido ao duro pezo <br>Da tua tirannia. Amontoadas <br>Qual encerrada grei, alli nos deixas <br>Ga{{s}}tar os tri{{s}}tes dias oció{{s}}os. <br>Nem ao menos con{{s}}entes que o conforte <br>Alente a tri{{s}}te E{{s}}po{{s}}a. As mãis ignoraõ <br>S'inda os filhos re{{s}}pirao: qualquer {{s}}offre <br>Sobre o mal que {{s}}upporta o dano extremo <br>Que nos outros reccia. Nada ignoras: <br>Mas o Heróe dos Romanos naõ {{s}}uffoca <br>A clemencia no peito. Deos! e {{s}}offres <ref>''Volta-{{s}}e para a Anta, e exclama com vehemencia.''</ref> <br>Que e{{s}}tes Póvos affim {{s}}ejaõ tratados! <br>E{{s}}tes Póvos que ornáraõ tantas vezes <br>De fe{{s}}toens e{{s}}{{s}}as Aras, onde hum tempo <br>Das victimas fumava com frequencia <br>O {{s}}angue a teus furores con{{s}}agrado ! <br>Sim (cruel) <ref>''Com arrogancia.''</ref> E{{s}}tes Póvos hum Deos honraõ.. <br>Hum Deos que vingar {{s}}abe. Inda nos re{{s}}ta <br>Em Rindaco hum {{s}}ocorro... tremer deves.
''Lucio.''Hum ferino furor tem no {{s}}emblante.
''Lelio.'' Eu te perdo-o, Eledia, taes in{{s}}ultos: <br>A tua dôr merece, que os de{{s}}culpe. <br>E já que de cruel me crimina{{s}}te, <br>Aqui me{{s}}mo vou dar-te hum te{{s}}temunho <br>D'inflexiveis naõ {{s}}ermos os Romanos, <br>E{{s}}{{s}}as cadeas, Lucio, {{s}}e dezátem <ref>''Lucio dezata as cadêas, e as con{{s}}erva na maõ.</ref> <br>E a teu cargo commeto de{{s}}d'agora <br>Vigiar no bom trato das cativas. <br>Franco te fica, Eledia, e{{s}}te recinto ; <br>Quanto po{{s}}{{s}}o te cedo, e tu prudente <br>Qual a dadiva {{s}}eja con{{s}}idéra.
{{nop}}<noinclude>{{rh||B|''Eledia}}
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As {{sc|breves}} linhas que vou traçar a respeito de Aureliano José Lessa, não são uma biographia, nem a isso podem ter pretenção. Fallecem-me os dados indispensaveis para contar por miüdo a vida do illustre poeta diamantino, tomando-a desde o berço e acompanhando-a passo a passo até o tumulo.
Fui companheiro e amigo do poeta durante a vida academica; marchei por alguns annos de par com elle em sua curta peregrinação por este mundo. Tive pois tempo bastante e occasiões de sobra para conhecer-lhe a indole e os costumes, as tendencias de seu espirito, o quilate de seu talento superior e as bellas qualidades que lhe adornavam o nobre e generoso coração.
Meu empenho, portanto, não é contar a vida do poeta, mas simplesmente esboçar-lhe o retrato, do modo o mais fiel e completo que me fôr possivel.<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(10)}}</noinclude>''Eledia.'' <ref>''Com altivez''</ref> Que dadiva, Pretor! pois imaginas <br>Que Eledia desfrutar quer melhor {{s}}orte, <br>Que o re{{s}}to das afflictas Turdetanas? <br>Quando em ferros O{{s}}mîa con{{s}}idero <br>Quando a minha Naçaõ bramir e{{s}}cuto <br>Vagarei ne{{s}}tes Atrios oció{{s}}a <br>Qual folha errante qu'inda o vento agita ? <br>Naõ imagines tal: inda algum dia <br>Tu livre me verás... mas á virtude <br>D'outra maõ deverei a liberdade, <br>E Rindaco {{s}}erá...
Lucio. <ref>''Para o Pretor.''</ref> Que! naõ reparas <br>Como acumula in{{s}}ulto {{s}}obre in{{s}}ulto ? <br>A' prizao que apetece a re{{s}}titue <ref>''Mo{{s}}trando as cadêas.''</ref> <br>Ao bem que de{{s}}e{{s}}tima dará preço.
''Eledia.'' <ref>''Com furor, lançando maõ das cadêas que Lucio lhe larga.''</ref> Confunde-te (malvado) aos ferros torno.
''Lelio.'' Eledia genero{{s}}a, <ref>''Tira-lhe as cadêas, e as dá a hum dos guardas.''</ref> os ferros larga: <br>Eu debalde naõ fallo e tu <ref>''A Lucio com {{s}}everidade.''</ref> re{{s}}peita <br>A quem o meu favor di{{s}}tinguir {{s}}abe. <br>Vai Lucio, e reverente infórma O{{s}}mîa
De Eledia ter chegado.
''Eledia.'' Ceos! que e{{s}}cuto?
''Lelio.'' Ella decidirá {{s}}e a quer com{{s}}igo. <ref>''Parte Lucio por hum dos corredores mais proximos á boca do Theatro.''</ref>
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{{Ch|SCENA VI.}}
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{{C|ELEDIA, e o PRETOR.}}
''Eledia.'' Como póde caber tanta virtude <br>No peito de hum Romano!
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Lucio. <ref>''Para o Pretor.''</ref> Que! naõ reparas <br>Como acumula in{{s}}ulto {{s}}obre in{{s}}ulto ? <br>A' prizao que apetece a re{{s}}titue <ref>''Mo{{s}}trando as cadêas.''</ref> <br>Ao bem que de{{s}}e{{s}}tima dará preço.
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(11)}}</noinclude>''Lelio.'' E{{s}}cuta Eledia, <br>Virá O{{s}}mîa em breve e quando a vires <br>A meu favor entaõ fallará tudo. <br>Dize-lhe que foi Rindaco bu{{s}}cado; <br>Mas debalde atéqui: Nenhum ve{{s}}tigio <br>Se pôde de{{s}}cubrir. A{{s}}{{s}}az me afflige <br>Da {{s}}ua acerba dôr a imagem crúa. <br>Tu procura adoçar-lha, e de mim fia <br>O cuidar de tal modo em {{s}}ocegalla. <br>Que naõ po{{s}}{{s}}a da {{s}}orte lamentar-{{s}}e. <ref>''Parte.''</ref>
{{dhr}}
{{ch|SCENA VII.}}
{{dhr}}
{{C|''ELEDIA {{s}}ó.}}
{{dhr}}
''Eledia.'' Tudo o que vejo, tudo quanto e{{s}}cuto <br>Ora ab{{s}}orta me deixa, ora abi{{s}}mada!. <br>E que e{{s}}tranha incerteza!... Oh! Ceos! noticias <br>Nem ve{{s}}tigios de Rindaco{{s}}e encontraõ! <br>Endovelico Deos, e por quaes crimes <br>De teu braço o poder nos de{{s}}ampara ? <br>Faltàmos nós jámais em tributar-te <br>As victimas, os cultos re{{s}}peito{{s}}os ? <br>Se do impavido Rindaco privados <br>Por teu furor nos vemos, ah! piedo{{s}}o. <br>No{{s}}{{s}}a extrema ruina ao longe affa{{s}}ta! <br>O{{s}}mîa nos defende; o {{s}}angue illu{{s}}tre <br>De no{{s}}{{s}}os Capitaens no {{s}}eu con{{s}}erva! <br>Oh! como em flor (E{{s}}po{{s}}a la{{s}}timada!) <br>No{{s}}{{s}}a longa e{{s}}perança o fado arranca! <br>Como de ti veremos na{{s}}cer filhos, <br>Que a gloria nos re{{s}}taurem como eu me{{s}}ma <br>Te darei à noticia? Eu! que em meus braços <br>Teus dias recolhi, quando implacavel <br>A morte te privou da mãi querida.<noinclude>{{Rh||B ii|Eu!}}
{{lh}}
<references/></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(12)}}</noinclude><br> Eu que {{s}}evéra á vi{{s}}ta de meus olhos <br>Teus brincos infantís fiz tantas vezes <br>Que en{{s}}aios fo{{s}}{{s}}em do futuro esforço... <br>Se con{{s}}ultar os Deo{{s}}es permettido <br>Hoje me fo{{s}}{{s}}e ao menos!... mas cativa <br>Longe de mim s'agita o furor {{s}}acro... <br>Sinto rumor... Oh! Ceos! ao peito as forças <br>Recolher procuremos: Nãõ me veja <br>No {{s}}emblante {{s}}ignaes do mal acérbo. <ref>''Affa{{s}}ta-{{s}}e para o fundo do Theatro enxugando o pranto, e {{s}}em dar attençaõ ao que {{s}}e pa{{s}}{{s}}a, {{s}}ó volta quando O{{s}}mîa a chama.''</ref>
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{{ch|SCENA VIII.}}
{{dhr}}
{{C|''ELEDIA, e LUCIO conduzindo OSMÎA, que vem em traje Romano. <ref>''Lucio entrando no Theatro com O{{s}}mîa, lhe mo{{s}}tra Eledia, e parte para o campo.''</ref>''}}
{{dhr}}
''O{{s}}mîa.'' <ref>''O{{s}}mîa dando alguns pa{{s}}{{s}}os no Theatro, fica ob{{s}}ervando Eledia, e depois de combinar os trajes, s'apre{{s}}{{s}}a para abraçalla.''</ref> {{gcapitular|Q}}Ue differença ! Oh! Ceos ! e que improvi{{s}}o <br>Rubor me cobre o ro{{s}}to... Eledia amiga...
''Eledia.'' Su{{s}}pirada Princeza... <ref>''Voltando com ternura, fica {{s}}u{{s}}pen{{s}}a, como que de{{s}}conhece O{{s}}mîa.</ref> mas que vejo?... <br>Engano-me talvez?
''O{{s}}mîa.'' <ref>''O{{s}}mîa com brandura. Eledia {{s}}empre com indignaçaõ,c altivez.''</ref> Naõ; naõ te enganas, <br>A tua trifte O{{s}}mîa tens pre{{s}}ente.
''Eledia.'' E nao ha huma cova, hum novo abi{{s}}mo <br> Onde Eledia s'e{{s}}conda? Agora vejo <br>Porque os Deo{{s}}es a{{s}}{{s}}im nos de{{s}}emparaõ.
''O{{s}}mîa.'' Cara Eledia, primeiro que te indignes, <br>De mim tem compaixaõ. Ah! do conforte<noinclude>{{rh|||Se}}
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(12)}}</noinclude><br> Eu que {{s}}evéra á vi{{s}}ta de meus olhos <br>Teus brincos infantís fiz tantas vezes <br>Que en{{s}}aios fo{{s}}{{s}}em do futuro esforço... <br>Se con{{s}}ultar os Deo{{s}}es permettido <br>Hoje me fo{{s}}{{s}}e ao menos!... mas cativa <br>Longe de mim s'agita o furor {{s}}acro... <br>Sinto rumor... Oh! Ceos! ao peito as forças <br>Recolher procuremos: Nãõ me veja <br>No {{s}}emblante {{s}}ignaes do mal acérbo. <ref>''Affa{{s}}ta-{{s}}e para o fundo do Theatro enxugando o pranto, e {{s}}em dar attençaõ ao que {{s}}e pa{{s}}{{s}}a, {{s}}ó volta quando O{{s}}mîa a chama.''</ref>
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Anexo:Ficha/Formulário Ortográfico de 1911
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(13)}}</noinclude><br>Se algumas novas trazes, de{{s}}ejalias <br>Nao me faças mais tempo. Taõ horrivel, <br>Taõ digna de de{{s}}prezo, como julgas, <br>O{{s}}mîa nao {{s}}erá; {{s}}e tudo ouvires.
''Eledia.'' Quaes novas? qual conforte?... que direito, <br>Romana, podes ter para inquirir-me? <br>A teus prazeres torna: em paz me deixa.
''O{{s}}mîa.'' Eu Romana!... Eu!... prazeres!... rodeada <br>D'acerbas amarguras! Ah! piedade <br>Tem de minha afflicçaõ. Fazer inutil <br>Naõ queiras o {{s}}ocorro que em ti bu{{s}}co.
''Eledia.'' Pois tu és quem me bu{{s}}cas ?
''O{{s}}mîa.'' Eu amiga; <br>De mil, e mil angu{{s}}tias opprimida, <brAo Romano roguei que te fize{{s}}{{s}}e <br>Para aqui conduzir. O teu con{{s}}elho <br>A tua virtuo{{s}}a au{{s}}teridade, <br>E mil outros motivos, que di{{s}}{{s}}era, <br>Se o furor que em ti vejo naõ trunca{{s}}{{s}}e <br>Na garganta as palavras, me fizeraõ <br>Humilhar a pedir. Eu!.. que mandava, <br>Eu!.. que fui atégora obedecida.
''Eledia.'' Quem {{s}}e humilha a pedir franquea o pa{{s}}{{s}}o <br>A que {{s}}empre a {{s}}oberba Leis lhe imponha.
''O{{s}}mîa.'' Mas {{s}}e virtude obriga a que pre{{s}}cinda, <br>Da nativa altivez...
''Eledia.'' E que virtude <br>He capaz d'influir huma baxeza? <br>Quando em ferros curvadas {{s}}e la{{s}}timaõ <br>As tuas companheiras, tu t'empregas <br>Em prender roupas, e e{{s}}tudar adornos?
''O{{s}}mîa.'' <ref>''Com afflicçaõ.''</ref> Que terrivel infania te po{{s}}{{s}}ue! <br>Teu furor te conduz arrebatada <br>A julgar-me indefeza. O fau{{s}}to, o traje,<noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(14)}}</noinclude><br>Que affaz me de{{s}}agrada, e te horroriza, <br>Hoje me{{s}}mo o ve{{s}}ti a vez primeira; <br>A ultima {{s}}erá. Eu de{{s}}ta pena <br>(Naõ leve) que m'oprime, hum nobre premio <br>E{{s}}perei con{{s}}eguir: de ti depende.
''Eledia.'' <ref>''Com altivez.''</ref> Virtuofa te moftra, e verás como <br>Eledia te focorre.
''O{{s}}mîa.'' <ref>''Com {{s}}everidade.''</ref>Bem podéra <br>D'altivez increpar-te. E{{s}}cravas ambas <br>Na verdade nos vemos; mas tu me{{s}}ma <br>Que {{s}}ou tua Princeza reconheces. <br>Igualou-nos a {{s}}orte, tens de{{s}}culpa, <br>Se excede{{s}}tes os termos. Nem me e{{s}}queço <br>Do que devo a teu zêlo infatigavel. <br>Arte, esforço, virtude, o proprio mando <br>Como dadivas tuas reconheço. <br>Tu fo{{s}}te aquella, que entre mil guerreiros <br>(Qual outra Mãi prudente) me e{{s}}colhe{{s}}te <br>Rindaco por E{{s}}po{{s}}o: re{{s}}peitei-te <br>Em tao {{s}}evéra e{{s}}colha; à mão d'E{{s}}po{{s}}a <br>A Rindaco entreguei, {{s}}acrificando <br>O meu proprio {{s}}ocego ao de{{s}}{{s}}es Póvos, <br>Que meu con{{s}}orcio unîa. Começava <br>Meu brando coraçao a co{{s}}tumar-{{s}}e <br>Aos duros laços do con{{s}}orte altivo, <br>E a benigna virtude hum véo lançava <br>Sobre tantas e tantas a{{s}}perezas <br>Ao genio meu contrarias.
''Eledia.'' Corta o fado <br>Tao formo{{s}}a uniao, que d'improvi{{s}}o <br>Lelio nos a{{s}}{{s}}altou. Correo-{{s}}e ás armas ; <br>Mas {{s}}em fórma, {{s}}em ordem. O tumulto <br>De ti me {{s}}eparou, nem {{s}}ei que pa{{s}}{{s}}os <br>Os de Rindaco foraõ, que as Cohortes<noinclude>
{{Rh|||De}}
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(15)}}</noinclude><br>De nós s'apoderáraõ por maneira <br>Que o ceder foi preci{{s}}o, mas pagáraõ <br>Com mil vidas o no{{s}}{{s}}o cativeiro.
''O{{s}}mîa.'' Eu de longe te vi fazer pa{{s}}mo{{s}}os <br>E{{s}}tragos no inimigo, e teus esforços <br>D'Emulaçaõ, d'exemplo me {{s}}erviraõ. <br>Por longo tempo do con{{s}}orte ao lado <br>Su{{s}}tentei o combate; mas {{s}}abendo <br>Que os no{{s}}{{s}}os afrouxavaõ de outra parte, <br>Me diffe o E{{s}}po{{s}}o entao «''Su{{s}}tenta Ofmia <br>Com teu valor e exemplo e{{s}}te partido, <br>Em quanto eu corro áquelle''» Parte, e logo <br>De{{s}}aparece, entrando nas Cohortes <br>Como raio que as nuvens de{{s}}pedaça. <br>Reforçaõ-{{s}}e os contrarios: dóbro os golpes; <br>Porém poucos me {{s}}eguem. Nas in{{s}}ignias <br>Reconheço o Pretor, e fatigada, <br>A' vi{{s}}ta do perigo me re{{s}}olvo <br>A livrar-me co'a morte dos horrores <br>Do duro cativeiro. E{{s}}tranha força <br>Me impede: era o Pretor, que o já {{s}}eguro <br>Ferro cortez e forte me demanda. <br>Cêdo, bem que ameaço naõ s'offende; <br>Antes huma centuria entao de{{s}}táca, <br>A fim de que {{s}}egura m'acompanhe <br>A e{{s}}te me{{s}}mo Alcaçar onde tudo <br>Se move a meus acenos.
''Eledia.'' E{{s}}tremeço <br>A cada novo termo que te e{{s}}cuto.
''O{{s}}mîa.'' Contar-te por miudo os lances todos <br>De {{s}}eu genio cortez, e genero{{s}}o <br>Fôra co{{s}}umir tempo inutilmente. <br>Eu {{s}}evéra huma vez, outra gro{{s}}{{s}}eira <br>De{{s}}prezo n'apparencia inda as virtudes <br>Que dentro n'alma re{{s}}peito{{s}}a admiro, <br>Só de Rindaco fallo, {{s}}ó pertendo<noinclude>{{rh|||Unir-}}</noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(16)}}</noinclude><br>Unir-me ás prizioneiras, e com ellas <br>Correr o damno que lhes coube em forte.
''Eledia.'' Oh! genero{{s}}a! oh! digna d'outro fado!
''O{{s}}mia.'' Naõ podendo porém de{{s}}cubrir meio <br>De {{s}}aber do con{{s}}orte, em tal aperto <br>De{{s}}corri que empregar devia o mesmo <br>Inimigo da Patria em favor della. <br>Roguei-lhe pois...
''Eledia.'' Que fo{{s}}{{s}}e procurado <br>Rindaco pelo campo.
''O{{s}}mîa.'' E como o {{s}}abes?
''Eledia.'' Ha pouco Lelio tinha-me incumbido <br>Dizer-te que foi Rindaco bu{{s}}cado ; <br>Porém de balde!
''O{{s}}mía.'' Ah! que de todo inutil <br>E{{s}}te traje naõ he. Foi e{{s}}te o preço <br>De te ver, cara Eledia, e de alcançar-te <br>Por minha companheira em quanto o Fado <br>Do con{{s}}orte animo{{s}}o me {{s}}epára.
''Eledia.'' Pois intentaõ que os trajes Lu{{s}}itanos <ref>''Com vehemencia.''</ref> <br>Troques por e{{s}}{{s}}a pompa vergonho{{s}}a? <br>Ah! Princeza infeliz! devêras antes <br>Deixar-te perecer ao de{{s}}amparo.
''O{{s}}mîa.'' Devêra, Eledia, s'um gro{{s}}{{s}}eiro {{s}}prito <br>De rigor contra mim {{s}}eu braço arma{{s}}{{s}}e <br>Mas outros {{s}}ao os malles que me a{{s}}{{s}}u{{s}}taõ. <br>Naõ perde o Pretor meio d'obrigar-me; <br>Porém taes {{s}}aõ os modos, que a prudencia <br>Mil vezes do que teme s'arrepende. <br>Naõ he taõ facil, naõ, como tu julgas <br>Sahir do labyrinto em que me vejo. <br>Compade{{s}}{{s}}e-te, amiga, e nao te affa{{s}}tes <br>De mim hum {{s}}ó momento.
''Eledia.'' Mas que ri{{s}}co<noinclude>{{rh|||Pó-}}
{{lh}}
<references/></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(17)}}</noinclude><br>Pódes tu recear? ardor, esforço <br>Naõ te faltou jámais: Por fim, hum ferro <br>Naõ te pode livrar de taes receios?
''O{{s}}mîa.'' A vida que re{{s}}piro naõ he minha: <br>Talvez della inda Rindaco preci{{s}}e; <br>Nao devo con{{s}}ervar-lha?
''Eledia.'' Sim; mas pague <br>O Pretor com a {{s}}ua tanto in{{s}}ulto.
''O{{s}}mîa.'' Quando elle me in{{s}}ulta{{s}}{{s}}e livre fora; <br>Porém quando me obriga, de cautella, <br>Naõ de ira, nece{{s}}{{s}}ito.
''Eledia.'' De que parte <br>Te veio tanta a{{s}}tucia?
''O{{s}}mîa.''O meu perigo <br>Reflexiva, e prudente me tem feito. <br>Se {{s}}ouberas os vivos {{s}}obre{{s}}altos, <br>As angu{{s}}tias que tenho padecido...
''Eledia.'' Por nimia frouxidaõ: O{{s}}mîa, eu temo... <br>Eu tremo...
''O{{s}}mîa.'' Ba{{s}}ta Eledia, e pois naõ {{s}}abes <br>Mais nada que bramir enfurecida, <br>Deixemos vans contendas. Hum {{s}}ó ponto <br>Importa inve{{s}}tigar. A todo o cu{{s}}to <br>He preci{{s}}o {{s}}aber qual {{s}}eja a {{s}}orte <br>De Rindaco infeliz. Vamos, que os Deo{{s}}es <br>Por mim combateráõ.
''Eledia.'' Sim, {{s}}e a virtude <br>Con{{s}}tante {{s}}u{{s}}tentares no teu peito. <ref>''Partem.''</ref>
{{dhr}}
{{C|{{larger|{{sc|FIM DO ACTO I.}}}}}}
{{nop}}<noinclude>{{rh||C|ACTO}}
{{lh}}
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(18)}}
{{lh|height=0.2em|lh=0.1em}}
{{lh|height=0.1em|lh=0.1em}}</noinclude>{{ch|ACTO II.}}
{{dhr}}
{{ch|SCENA I.}}
{{dhr}}
{{C|''MANLIO, e LUCIO.''}}
{{dhr}}
''Manl.'' {{gcapitular|N}}Aõ acabo de o crer! Lucio, naõ po{{s}}{{s}}o <br>Imaginar que Lelio a{{s}}{{s}}im {{s}}e e{{s}}queça <br>Dos rigidos co{{s}}tumes dos Romanos. <br>Seria engano teu?.. Huma cativa <br>Com os trajes di{{s}}tintos das matronas! <br>Se Lelio tal con{{s}}ente...
''Lucio.'' Naõ te affirmo <br>Se o con{{s}}ente, ou {{s}}e o quer: porém he certo <br>Que em pompa e{{s}}tá ve{{s}}tida, qual podéra <br>Huma E{{s}}po{{s}}a Romana apre{{s}}entar-{{s}}e.
''Manlio.'' Mas tu di{{s}}{{s}}o que inféres ?
''Lucio.'' O que infiro? <br>E Manlio mo pergunta!... Tenho feito <br>Quanto a Patria de mim requerer póde... <br>Avi{{s}}ei-te, i{{s}}{{s}}o ba{{s}}ta.
''Manlio.'' A{{s}}{{s}}az pre{{s}}ente <br>Tenho quanto, ardilo{{s}}o, me recordas. <br>Mas imprudente irei contra huma {{s}}ombra <br>O furor exhalar? Naõ, naõ me anîma <br>D'um zelo amargo o {{s}}anguinario e{{s}}prito, <br>Que tudo precepita {{s}}em cautella. <br>Quero fallar a O{{s}}mîa; mas que meio <br>Poderei de{{s}}cobrir para encontralla <br>Sem dar indicio algum do meu receio? <ref>''Fica {{s}}u{{s}}pen{{s}}o em quanto Lucio falla, e {{s}}em lhe dar attenção o interrompe.''</ref>
''Lucio.'' He difficil: mal {{s}}abes que {{s}}oberba<noinclude>{{Rh|||E{{s}}ta}}
{{lh}}
<references/></noinclude>
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Osmîa/Acto II
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[[Categoria:Osmia| 04]]
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Galeria:Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf
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''Manlio.''He perigo{{s}}o <br>Irritar o Pretor que tem direito <br>A con{{s}}ervar a e{{s}}crava... nem he crime <br>De que eu po{{s}}{{s}}a increpallo amar O{{s}}mîa.
''Lucio.'' Mas profanar o traje das matronas?
''Manlio.'' Culpa grave he por certo, e que merece <br>Madura reflexaõ. Vè tu {{s}}e Probo <br>Me permitte fallar com as cativas, <br>Sem que o Pretor o {{s}}aiba. Pouco longe <br>De{{s}}tas Aras {{s}}e cruzao duas varedas; <br>Alli qua{{s}}i que o bo{{s}}que faz hum ceio, <br>De copado arvoredo guarnecido, <br>Lá te irei e{{s}}perar. <ref>''Parte Mantio.''</ref>
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''Lucio.'' <ref>''Perturbado.''</ref> Di{{s}}corria...
''Lelio.'' Naõ, Lucio, naõ te inquiro; o que m'importa <br>He {{s}}aber do Vetaõ.
''Lucio.'' Senhor, o campo <br>Mandei correr de novo, e já me tarda <br>O {{s}}oldado fiel: irei bu{{s}}callo.
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''Manlio.''He perigo{{s}}o <br>Irritar o Pretor que tem direito <br>A con{{s}}ervar a e{{s}}crava... nem he crime <br>De que eu po{{s}}{{s}}a increpallo amar O{{s}}mîa.
''Lucio.'' Mas profanar o traje das matronas?
''Manlio.'' Culpa grave he por certo, e que merece <br>Madura reflexaõ. Vè tu {{s}}e Probo <br>Me permitte fallar com as cativas, <br>Sem que o Pretor o {{s}}aiba. Pouco longe <br>De{{s}}tas Aras {{s}}e cruzao duas varedas; <br>Alli qua{{s}}i que o bo{{s}}que faz hum ceio, <br>De copado arvoredo guarnecido, <br>Lá te irei e{{s}}perar. <ref>''Parte Mantio.''</ref>
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<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(20)}}</noinclude>''Lelio.'' Vai logo: nem me poupes diligencia; <br>Que as idéas confu{{s}}as nos aclare. <br>E em tanto, vê que O{{s}}mîa naõ {{s}}e e{{s}}cuze <br>De vir fallar-me aqui. Mandei por ella, <br>Su{{s}}peito{{s}}a a demora me parece.
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{{ch|SCENA III.}}
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{{c|''LELIO {{s}}ó, tendo de{{s}}pedido os guardas.}}
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''Lelio.'' {{gcapitular|O}}H! e quanto he verdade que fazemos <br>Ceder tudo á paixaõ, que nos domina! <br>Do Vetaõ o de{{s}}tino {{s}}im preci{{s}}a <br>De exacta indagaçaõ; mas nos exames <br>Bem mais do que o Pretor Lelio {{s}}e empenha. <br>Tarda O{{s}}mîa porém e quanto tarda!.. <br>Ah! que talvez de todo me de{{s}}preze! <br>Que farei, {{s}}e mover-lhe naõ con{{s}}igo <br>O firme coraçaõ? Nem bem alcanço <br>Se e{{s}}tima, ou {{s}}e dete{{s}}ta meus {{s}}erviços... <br>Ah Lelio, Lelio! amar ne{{s}}ta incerteza <br>Mais que paixaõ, parece já loucura. <br>Quebremos a cadeia; mas s'ao menos <br>A certeza de Rindaco {{s}}er morto.. <br>Que e{{s}}tranha confu{{s}}aõ!... Ceos! que tumulto <br>D'e{{s}}tragadas idéas m'atropella. <br>Hum furor devorante me po{{s}}{{s}}ue. <br>Oh! Patria... Oh! Roma... teu clamor e{{s}}cuto... <br>Meu pobre coraçao! ah! em que abi{{s}}mo <br>Fluctuando te vês! E que? meu nome <br>Nas futuras idades proferido <br>Com ludibrio {{s}}erá entre os Romanos?.., <br>Sim, Lelio, torna em ti. Toda a coragem <br>D'um {{s}}evéro Romano ao peito chama. <br>Naõ mais {{s}}e veja o fa{{s}}cinante a{{s}}pecto,<noinclude>{{Rh|||Que}}</noinclude>
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/* !Páginas não revisadas */ [[Ajuda:SEA|←]] nova página: <center>{{Larger|'''FORMULÁRIO ORTOGRÁFICO'''<br>'''{{sc|conforme o plano de}}'''<br>'''Regularização e simplificação da escrita portuguesa'''}}</center> ==I.—== São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conform...
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" /></noinclude><center>{{Larger|'''FORMULÁRIO ORTOGRÁFICO'''<br>'''{{sc|conforme o plano de}}'''<br>'''Regularização e simplificação da escrita portuguesa'''}}</center>
==I.—==
São proscritas de todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas, as letras ''k'', ''w'', ''y'', as quais serão respectivamente substituídas pelas seguintes: ''k'' por ''qu'' antes de ''e'', ''i''; por ''c'' em qualquer outra situação; ''w'' por ''u'', ou por ''v'', conforme fôr a sua pronúncia; ''y'' por ''i''. Escreveremos, pois, ''caleidoscópio'', ''quermes'', ''Venceslau'', ''valsa'', ''tipo'', ''lira'', ''fisiologia'', etc.
Excepções: 1.ª Poderão usar-se essas letras em vocábulos derivados de nomes próprios estrangeiros, em que sejam legítimamente empregadas; ex.: ''kantismo'', ''darwinismo'', ''byroniano'' (Kant, Darwin, Byron), os quais, porêm, será lícito escrever, em harmonia com a pronunciação, ''cantismo'', ''daruinismo'', ''baironiano''. Confrontem-se ''Copérnico'', de ''Kopernik'', ''Antuérpia'', de ''Antwerp'', ''(h)iate'', de ''yacht''.
2.ª Continuam em uso os símbolos ''W'', para denotar o ''Oeste'', e ''K'' como abreviatura de unidade métrica, e tambêm na forma international ''kilo<sup>···</sup>'', que todavia se poderá escrever ''quilo<sup>···</sup>''; tanto mais, que o ''k'' é um grosseiro êrro nesta palavra, pois o correspondente termo grego se escreve com ''χ'', e não ''κ''. ''
==II.—==
O abecedário empregado em português ficará consistindo nas seguintes letras, e suas combinações, e portanto sómente com umas ou com outras se escreverão todas as palavras portuguesas, ou aportuguesadas. Essas letras e combinações são: ''a b c ç ch d e f g h i j l lh m n nh o p q r (rr) s (ss) t u v x z''.
==III.—==
É eliminada a letra ''h'' do interior de todos os vocábulos portugueses, com excepção do seu emprêgo, como sinal diacrítico, nas combinações ''ch'', ''lh'', ''nh'', com os valores que as seguintes palavras exemplificam, e únicamente para êles: ''chave'', ''malha'',<noinclude></noinclude>
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Página:Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf/11
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/* !Páginas não revisadas */ [[Ajuda:SEA|←]] nova página: ''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc. ==IV.—== É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''. Quando a uma qualquer palavra com ''h'' ini...
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|11}}</noinclude>''manha''. Portanto, escrever-se hão, sem o ''h'', ''inibir'', ''exortar'', etc., e, semelhantemente, ''sair'', ''coerente'', ''aí'', ''proìbir'', etc.
==IV.—==
É conservado o ''h'' inicial, quando a etimologia o justifique, como em ''homem'', ''humano'', ''honra'', ''hoje''; mas abolido onde é erróneo, como em ''hontem'', ''hir'', ''hombro'', que se escreverão ''ontem'', ''ir'', ''ombro''.
Quando a uma qualquer palavra com ''h'' inicial etimológico se acrescentar prefixo, suprimir-se há o ''h''; ex.: ''desumano'', ''inumano'', ''desonra'', ''filarmónica'', ''desistória'', etc.
==V.—==
É lícito escrever ''h'' final, como sinal de interjeição, ''ah!'', ''oh!''; mas é proscrita esta letra final em todos os mais vocábulos; ex.: ''Sara'', ''Judá'', ''raja'' ou ''rajá'', etc.
==VI.—==
Em harmonia com a cláusula III é eliminado o ''h'' dos grupos ''rh'', ''th'', ou outros quaisquer, inexactamente denominados etimológicos, e portanto escrever-se há ''teatro'', ''retórica'', ''aderir'', ''aborrecer'', ''sirgo'', ''sorgo'', ''caridade'', ''cristão'', ''Cristo'', ''monarca'', ''técnica'', ''cloro'', etc. O grupo ''ch'', com o valor de ''k'' antes de ''e'', ''i'', será substituito por ''qu''; ex.: ''monarquia'', ''arquitecto'', ''química'', ''querubim''. O grupo ''ph'' será expresso por ''f''; ex.: ''filosofia'', ''frase'', ''fenício'', ''farol'', ''física'', ''fisiologia'', ''ninfa'', ''profeta'', etc. Assim tambêm escrevemos ''ditongo'', ''tísica'', ''apotegma'', etc.
==VII.—==
Nenhuma consoante se duplicará no interior ou fim de vocábulo, senão quando a pronunciação assim o exija, o que só acontece com ''rr'', ''ss'', ''mm'', ''nn'', como nas seguintes palavras: ''carro'', ''cassa'', ''emmalar'', ''ennegrecer''.
Nesta conformidade, escrever-se hão com letras singelas as seguintes palavras, e outras que é hábito escrever com letras dobradas: ''abade'', ''acusar'', ''adição'', ''afecto'', ''sugerir'', ''agravo'', ''êle'', ''ela'', ''aludir'', ''chama'', ''pano'', ''anexo'', ''aparecer'', ''atribuir'', ''meter'', ''atitude'', etc. As letras ''r'' e ''s'' dobram-se, se a pronúncia o exije, quando a qualquer vocábulo se antepõe prefixo terminado em vogal; ex.: ''pressentir'', ''prorrogar'', ''ressuscitar'': cf. ''arrasar'', de ''raso'', ''assegurar'', de ''seguro''.
==VIII.—==
São suprimidas as consoantes mudas, quando não influam no valor das vogais que as precedem; ex.: ''autor'', ''restrito'', ''produto'', ''produção'', ''pronto'', ''presunção'', ''satisfação'', ''praticar'', ''tratar'',<noinclude></noinclude>
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/* !Páginas não revisadas */ [[Ajuda:SEA|←]] nova página: ''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc. ==IX.—== São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''. Neste caso os vocá...
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|12|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>''retratar'', ''sinal'', ''Madalena'', ''aumento'', ''Inácio'', ''Inês'', ''assunto'', ''assinar'', ''sono'', ''dano'', ''condenar'', etc.
==IX.—==
São conservadas as consoantes, usualmente mudas, quando facultativamente se profiram, ou quando influam no valor da vogal que as precede; ex.: ''contracção'', ''reacção'', ''direcção'', ''excepção'', ''adoptar'', ''adopção'', ''espectáculo'', ''carácter'', ''rectidão''.
Neste caso os vocábulos aparentados, em que essas vogais pertençam à sílaba predominante do vocábulo, conservarão, por analogia, a consoante muda; ex.: ''contracto'', ''directo'', ''excepto'', ''adopto'', ''caracterizar'', ''recto'', ''acto'', em razão de ''activo'', ''acção'', etc.
==X.—==
O emprêgo acertado das letras ''ce'', ''ci'', alternando com ''(s)se'', ''(s)si'', ou no interior do vocábulo o de ''ç'', alternando com ''ss'', depende da origem dêsses vocábulos e do valor que as ditas letras indicavam, quando a pronunciação delas diferia, como ainda hoje difere dialectalmente em várias regiões do norte de Portugal. A consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} é indispensável para decidir da escolha. Como regra geral, ''ce'', ''ci'', ''-ç-'' correspondem a ''ce'', ''ci'', ''ti'' latinos, a ''ce'', ''ci'', ''za'', ''zo'', ''zu'' do castelhano actual, a ''ss'' arábicos, ou pertencem a vocábulos de origem americana indígena, transcritos pelos autores peninsulares.
Fica banido o ''ç'' inicial, que será substituído por ''s'' nos poucos vocábulos em que etimológicamente figuraria; ex.: ''sapato'', ''sarça'', e não ''çapato'', ''çarça'', como antes se escrevia, e ainda uma ou outra vez se escreve.
==XI.—==
É conservado o grupo inicial ''sc'', das seguintes palavras e seus derivados e afins, em que o ''s'' é mudo: ''scena'', ''sciência'', ''scetro'', ''scéptico'', ''scisma'', ''scisão'', ''sciático'', ''scintilar'', ''scelerado'', e algum outro menos usual.
==XII.—==
O emprêgo de ''ch'' ou de ''x'', os quais histórica- e ainda dialectalmente não eram nem são idênticos no valor fonético, regula-se pela sua origem, e a consulta ao {{smallcaps|Vocabulário}} torna-se necessária. Deve ter-se em atenção que ''ch'' corresponde a ''cl'', ''fl'', ''pl'', ''t’l'' latinos, e a ''ch'' francês nas palavras desta procedência; ''x'' corresponde a ''x'' e a ''s'' latinos. Nos vocábulos de origem arábica o emprêgo de ''x'', e não de ''ch'', é de rigor; assim, ''xeque'', e não ''che(i)k''.
==XIII.—==
A escrita dos ditongos orais é a seguinte: ''ai'', ''éi'', ''ei'', ''ói'', ''oi'',<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|13}}</noinclude>''ui'', ''au'', ''éu'', ''eu'', ''iu'', ''ou'', como em ''ensaio'', ''ensaiar'', ''batéis'', ''bateis'' (de ''bater''), ''sóis'', (de ''sol''), sois (verbo), ''fui'', ''pau'', ''céu'', ''seu'', ''viu'', ''grou'', e portanto ''pai(s)'', ''gerais'', ''réis'', ''rei(s)'', ''faróis'', ''róis'' (nome plural e verbo), ''azuis'', etc. Ficam abolidas as escritas ''ae'', ''oe'', ''ue'', ''ao'', ''eo'', para estes ditongos, quer em nomes, quer em formas verbais.
==XIV.—==
A escrita dos ditongos nasais é: ''ãe'', ''em (ens) '', ''õe'', ''ão'', como em ''mãe(s)'', ''bem'', ''bens'', ''põe(s)'', ''botões'', ''cães'', ''mão(s)'', ''órfão(s)'', ''cidadão(s)''.
Escrever-se hão com ''am'' final, em vez de ''ão'', as formas verbais em que essa terminação seja átona, como ''louvam'', ''louvaram'' (presente e pretérito), diferente de ''louvarão'' (futuro).
Os vocábulos terminados no ditongo ''em'' (equivalente a ''ẽi'') receberão o acento circunflexo quando forem polissílabos com a última sílaba predominante. Dêste modo ''porem'', do verbo ''pôr'', diferençar-se há de ''porêm'', conjunção; ''contêm'', do verbo ''conter'', de ''contem'', do verbo ''contar''; assim igualmente, ''armazêm'', ''vintêm'', ''vintêns'', ''alguêm'', mas ''viagem'', ''origem'' (= ''viágem'', ''orígem'').
Os monossílabos com esta terminação dispensam a acentuação gráfica, por ser ociosa, e para que fiquem em harmonia com os outros monossílabos terminados em vogal nasal; ex.: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens'': comparem-se ''fim'', ''som'', ''um'', ''fins'', ''sons'', ''uns''.
O ditongo '' ũi'' de ''muito'', ''mui'' dispensa igualmente o til na escrita usual.
==XV.—==
A grafia das vogais nasais será a seguinte, já consagrada: ''ã(s)'', ''im'', ''ins'', ''om'', ''ons'', ''um'', ''uns'', como em ''lã(s)'', ''irmã(s)'', ''órfã(s)'', ''fim'', ''fins'', ''marfim'', ''marfins'', ''som'', ''sons'', ''jejum'', ''jejuns''.
No interior dos vocábulos é a nasalidade da vogal expressa por ''m'' antes de ''b'', ''p'', ''m'', e por ''n'' em qualquer outra situação, o que é já uso estabelecido, mas ao qual convêm não se fazerem excepções; assim escreveremos ''circunstância'', ''circunscrever'', ''conquanto'', ''pronto'', ''ninfa'', com ''n'', e não com ''m''.
==XVI.—==
É conservado ao ''e'' inicial átono o valor que tem de ''i'' em muitos vocábulos, como ''erguer'', ''herdeiro'', ''evitar'', ''elogio''; sendo, porêm, substituído por ''i'' nas palavras ''igual'', ''idade'', ''igreja'' e seus derivados, ortografia anterior que se lhes restabelece. É semelhantemente conservado o ''e'' com valor de ''i'' átono antes de vogal, quando a analogia ou a etimologia o recomendem; ex.: ''fealdade'', ''desfear'', de ''feio'' (cf. ''desfiar'', de ''fio''), ''ideal'', ''meada'', ''reagente'', etc. {{PT|Res-|Restabelece-se, }}<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|14|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude><noinclude>tabelece-se, </noinclude>porêm, a verdadeira ortografia de ''pior'', ''lial'', ''rial'' (antes ''peior'', ''leial'', ''reial''), em que um ''ei'' anterior se condensou em ''i'', como aconteceu com ''igreja'' (forma antiga ''eigreja'') e como ainda hoje acontece com o prefixo ''eis-'' (''ex-''), que é usualmente pronunciado ''is''. O último exemplo citado, ''rial'', de ''rei'', fica assim diferençado de ''real'', procedente do latim ''res''.
O verbo ''criar'' será semelhantemente escrito com ''i'', pois a sua conjugação é ''crio'', ''crias'', e não ''creio'', ''creias'', e portanto escreveremos também ''criador'', ''criatura'', ''criança'', qualquer que seja a acepção em que se tomem tais palavras. O verbo ''recrear'', todavia, escrever-se há com ''e'', porque a sua conjugação é com ''ei'', ''recreio'', ''recreias''; devendo ter-se em atenção que o ''i'' intercalar, para evitar o hiato ''recreo'', só tem cabimento quando o ''e'' do radical é predominante, e conseguintemente escreveremos ''passear'', ''cear'', ''desfear'', ''passeio'', ''ceio'', ''desfeio'', e não ''passeiar'', ''ceiar'', etc.
Há considerável número de verbos, como ''alumiar'', ''gloriar'', ''aviar'', que se conjugam ''alumio'', ''glorio'', ''avio'', sendo portanto a vogal final do seu radical ''i'' e não ''e''. Todavia, por influência daqueles em que essa vogal radical é, pelo contrário, ''e'', que átono se profere ''i'', alguns verbos em ''iar'' confundiram-se com êsses, e é já hoje impraticável a correcção. Os principais dêstes verbos são os seguintes, e convêm que não se traslade a outros a irregularidade que se manifesta neles: ''ansiar'', ''anseio''; ''negociar'', ''negoceio''; ''obsequiar'', ''obsequeio''; ''premiar'', ''premeio''; ''odiar'', ''odeio''; ''remediar'', ''remedeio''. Em outros, menos triviais, é duvidoso o modo de os conjugar, como ''licenciar'', ''presenciar'', ''sentenciar'', que muitos preferem conjugar ''licencio'', ''presencio'', ''sentencio'', conquanto as formas ''licenceio'', ''presenceio'', ''sentenceio'' sejam muito mais usuais. É claro que a irregularidade se não deve trasladar aos substantivos correspondentes, e que portanto escreveremos ''ânsia'' (e não ''âncea'' ou ''ânsia''), ''negócio'', ''obséquio'', ''ódio'', ''prémio'', ''remédio'', e assim tambêm com ''i'' os derivados, ''odioso'', ''obsequioso'', etc.
==XVII.—==
Na pronúncia do sul de Portugal o ''s'' antes de consoante surda, e quando é final, profere-se como ''x'' atenuado, e sendo a consoante sonora, como ''j'', igualmente atenuado. Se em tais condições está precedido de ''e'' surdo, êste ''e'', por assimilação, palataliza-se e fica sendo igual a ''i'' na mesma situação, de modo que os dois vocábulos ''pescar'' e ''piscar'' só artificialmente se distinguem; assim tambêm a primeira sílaba de ''esteira'' confunde-se com a primeira sílaba de ''história'', e tanto, que antigamente se escrevia ''estórea''<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="Junglk" />{{rh|{{sc|vi}}||}}</noinclude>Demais, a vida de um poeta, principalmente de um poeta como Aureliano Lessa, vida simples, descuidosa, sem ambições, sem aspiração alguma, nem mesmo a da glória, que episodios, que peripecias pôde offerecer, que interessem ao público?
Sua vida está em suas impressões intimas, nas scismas de sua alma, nos arroubos de sua imaginação, nas vibrações de sua sensibilidade.
Disso tudo, o que não se passou puramente nas vagas regiões do devaneio, o leitor ahi vai encontrar, vivo e fiel reflexo, nas animadas e formosas composições do poeta. O mais foi um continuo esbanjar das horas da vida, rindo e cantando;—um incessante e descuidoso despencar de flôres sôbre o lôbrego e vertiginoso, vórtice, que rapidamente o ia conduzindo ao tumulo.
Nasceu Aureliano José Lessa em 1828, na cidade da Diamantina, nessa região do norte de Minas, tão fecunda em pedras preciosas, como em talentos superiores. Estudou preparatorios no Seminario de Congonhas do Campo, onde, graças á lucidez e promptidão de sua intelligencia, unidas a uma memoria das mais felizes, fez rapidos progressos. Ahi, parece que se deu ao estudo com mais applicação e assiduïdade, do que nos cursos superiores, pois em materias preparatorias possuïa larga e solida instrucção.
Transportado a S. Paulo, apenas sahido da infancia,<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|17}}</noinclude>ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'',<noinclude>{{direita|2}}</noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|17}}</noinclude><noinclude>Êste ditongo ou alterna em quási todos os vocábulos com </noinclude>ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'',<noinclude>{{direita|2}}</noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|17}}</noinclude>Êste ditongo ou alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'',<noinclude>{{direita|2}}</noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|17}}</noinclude>Êste ditongo ''ou'' alterna em quási todos os vocábulos com o ditongo ''oi'', ao qual muitos dão a preferência, exceptuando, porêm, certos vocábulos como ''outro'', ''roubo'', etc. A alternância dá-se principalmente antes de ''r'', ''s'', como em ''ouro'', ''cousa''; ''oiro'', ''coisa''.
Quem prefira ''oi'' a ''ou'' assim escreverá, pois qualquer das formas é lícita na maioria dos vocábulos, como se disse. Nas formas verbais, porêm, como a 3.ª pessoa do singular do pretérito ''louvou'', não é admitido o ditongo ''oi'' por ''ou'', nem tampouco em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', etc.
Advertir-se há que é errónea a forma ''poude'' em vez de ''pude'', 1.ª pessoa, e ''pôde'', 3.ª pessoa do presente do verbo ''poder'', que tem origem diferente (''potui'', ''potuit'', latinos) da que vemos em ''coube'', ''soube'' (lat. ''capui(t)'', ''sapui(t)''), comum à 1.ª e 3.ª pessoas do memso tempo verbal dos verbos ''caber'' e ''saber''. Um qualquer indivíduo, originário das regiões em que ''ou'' é diferente de ''ô'' no valor, não conjugará jamais assim erradamente o verbo ''poder'', nas duas formas citadas, nas quais não há o ditongo ''ou'', como em ''coube'', ''soube'', ''trouxe'', mas sim ''u'' e ''ô'' fechado.
==XXII.—==
'''Acentuação gráfica.'''
Como é uso corrente, marcam-se com o devido acento, agudo ou circunflexo, os vocábulos terminados em ''a'', ''e'', ''o'' tónicos, seguidos, ou não, de ''s'', e por analogia os terminados em ''em'', ''ens''; ex.: ''alvará(s)'', ''louvará(s)'', ''maré(s)'', ''mercê(s)'', ''portaló(s)'', ''avô(s)'', e bem assim os monossílabos, como ''pá(s)'', ''sé(s)'', ''sê(s)'', ''só(s)''; ''vintêm'', ''vintêns'', ''contêm'', ''contêns''; os monossílabos em ''em'', ''ens'', dispensam a acentuação: ''bem'', ''bens'', ''tem'', ''tens''.
==XXIII.—==
O sinal denominado til (~) vale por acento tónico quando não haja outro acento gráfico a designar a sílaba predominante do vocábulo; ex.: ''cidadão(s)'', ''escrivão'', ''escrivães'', ''nação'', ''nações'', ''mão(s)'', ''mãe(s)''; mas, ''ourégão(s)'', ''rábão(s)'', ''Estêvão'', ''Cristóvão'', etc.
==XXIV.—==
As palavras terminadas em ''i'', ''u'', vogal nasal ou ditongo, seguidos ou não de ''s'', ou em outras consoantes, excepto na terminação ''em'', ''ens'', entende-se terem como sílaba predominante a última, não se acentuando portanto gráficamente senão as excepções a esta regra; ex.: ''javali(s)'', ''peru(s)'', ''maçã(s)'', ''atum'', ''atuns'', ''marau(s)'', ''arrais'', ''esqueceu'', ''judeu(s)'', ''painel'', ''farei(s)'', ''mulher'', ''vencer'', ''timidez'', ''feliz'', ''arroz'', ''alcaçuz'', ''lioz'', ''alcatruz''; mas, ''quási'', ''Vénus'', ''órfã(s)'', ''álbum'', ''amáveis'', ''fácil'', ''fáceis'', ''sável'', ''sáveis'',<noinclude>{{direita|2}}</noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|18|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', {{PT|sub-|substantivo}}<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|18|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>''faríeis'', ''alcáçar'', ''carácter'' (plural ''caracteres''), ''mártir'', ''sóror'', ''cônsul'', etc.
==XXV.—==
Os nomes terminados em ''em'', ''ens'', e as formas verbais em ''am'', ''em'', entende-se terem como sílaba predominante a penúltima, que se não assinala com acento gráfico; ex.: ''louvam'', ''louvaram'' (cf. ''louvarão'', futuro), ''porem'', ''contem'' (dos verbos ''pôr'', ''contar''), marcando-se o acento gráfico quando a sílaba predominante seja a última; ex.: ''porêm'', ''contêm'' (de ''conter''), ''armazêm'', ''armazêns'', ''Jerusalêm'', ''Belêm''.
==XXVI.—==
Todos os vocábulos cuja sílaba predominante seja a antepenúltima terão essa sílaba marcada com o competente acento escrito; ex.: ''sábado(s)'', ''câmara(s)'', ''cédula(s)'', ''pêssego(s)'', ''sémola(s)'', ''concêntrico(s)'', ''título(s)'', ''íntimo(s)'', ''pródigo(s)'', ''cómodo(s)'', ''lôbrego(s)'', ''lúgrube(s)'', ''único(s)''; ''área(s)'', ''ária(s)'', ''árduo(s)'', ''mágoa(s)'', ''contemporâneo(s)'', ''Libânio'', ''ânuo'', ''proscénio(s)'', ''gémeo(s)'', ''ingénuo(s)'', ''sêmea(s)'', ''virgíneo(s)'', ''insónia(s)'', ''fúria(s)'', ''facúndia(s)'', ''ândito(s)'', ''argênteo(s)'', ''fímbria(s)'', ''vergôntea(s)'', ''núncio(s)'', ''demónio(s)'', ''António'', ''Antónia'', ''infortúnio'', ''farmacêutico'', etc.
==XXVII.—==
O acento marcado nos esdrúxulos é diferencial com relação aos vocábulos que, escritos com as mesmas letras, tenham por sílaba predominante a penúltima, ou a última; ex.: ''fábrica'', substantivo, e ''fabrica'', verbo; ''réplica'', substantivo, e ''replica'', verbo; ''índico'', adjectivo, e ''indico'', verbo; ''história'', substantivo, e ''historia'' (''rí''), verbo; ''telégrafo'', substantivo, e ''telegrafo'' (''grá''), verbo, etc.
==XXVIII.—==
Quando um qualquer vocábulo que tenha por sílaba predominante a penúltima, e cuja vogal nessa sílaba seja ''e'' ou ''o'' abertos, fôr homógrafo com outro em que êsse ''e'' ou ''o'' seja fechado, marcar-se há êste com o acento circunflexo. Assim se diferençarão ''rêgo'', substantivo, e ''rego'', verbo; ''pêgo'', ave, e ''pego'', abismo, ou forma do verbo ''pegar''; ''rôgo'', substantivo, e ''rogo'', verbo; ''sôbre'', preposição, e ''sobre'', verbo; ''mêdo'', susto, e ''medo'', nome étnico; ''dêmos'', presente do subjuntivo, e ''demos'', pretérito (do verbo ''dar'').
==XXIX.—==
Diferençar-se hão pelo acento agudo os seguintes vocábulos: ''pára'', verbo, de ''para'', preposição; ''pélo'', ''péla'', de ''pêlo'' substantivo, e de ''pelo'', ''pela'' (''per lo'', ''per la'', ''per o'', '' per a''), ''pólo'', {{PT|sub-|substantivo, }}<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|19}}</noinclude><noinclude>stantivo, </noinclude>de ''polo'' (forma antiquada, em vez de ''pelo''), e pelo circunflexo, ''pêra'', de ''pera'', forma antiga e popular da proposição ''para''; ''quê'', de ''que'' proclítico, átono; ''cômo'', verbo, de ''como'', partícula. Pelo agudo se diferençará a forma do pretérito, ''louvámos'', da do presente, ''louvamos''.
==XXX.—==
As formas verbais ''dêem'', ''lêem'', ''vêem'', ''crêem'' (de ''dar'', ''ler'', ''ver'', ''crer'') receberão o acento circunflexo, ficando assim distintas de outras como ''te(e)m'', ''ve(e)m'', de ''ter'', ''vir''.
==XXXI.—==
Quando a segunda de duas vogais consecutivas seja ''i'' ou ''u'', que não forme ditongo com a vogal precedente, marcar-se há com o acento agudo, se fôr tónica; ex.: ''saí'', ''saída'', ''faísca'', ''saúde'', ''balaústre'', ''raízes'', ''baú(s)''. Se fôr átona pode assinalar-se com o acento grave; ex.: ''saìmento'', ''faìscar'', ''saùdar'', ''enraìzado'', ''abaùlado''. É lícito dispensar-se o agudo se a consoante seguinte não fôr ''s''; ex.: ''ainda'', ''raiz'', ''sair'', contanto que não inicie outra sílaba. Podem, portanto, escrever-se ''Coimbra'', ''raiz'', ''sair'', sem acento, mas exigem-no ''saída'', ''saíra'', ''saúde'', ''raízes'', ''ataúde'', etc.
==XXXII.—==
Os ditongos ''éi'', ''ói'', ''éu'', sempre finais tónicos, receberão o acento agudo, que os diferença de ''ei'', ''oi'', ''eu'', fechados; ex.: ''painéis'', ''faróis'', ''chapéus''; em ''réis'', ''batéis'', ''papéis'', ''sóis'' êsse acento distingue tais vocábulos dos seus homógrafos ''reis'' (de ''rei''), ''bateis'', ''papeis'' (de ''bater'', ''papar''), ''sois'' (do verbo ''ser''). Outros exemplos são ''bóia'', ''jóia'' (cf. ''joio'', com ''o'' fechado), ''gibóia'', ''herói(s)'', etc.
==XXXIII.—==
'''Hífen.'''
Os vocábulos compostos cujos elementos conservam a sua independência fonética unem-se por hífen (-) e conservam igualmente a sua acentuação; ex.: ''água-pé'', ''pára-raios'', ''guarda-pó''. O hífen repetir-se há na linha imediata, quando por êle se faça a separação silábica de linha para linha; ex.: ''pára-/-raios''. Quando um dos termos do vocábulo composto não existe independente em português, na sua forma integral, unem-se os dois elementos sem hífen; ex.: ''clarabóia'', ''fidalgo''. Outro tanto se fará quando a noção do composto se haja perdido, como em ''solfa'', ''dezoito (dez-a-oito)'', ''abrolhos''.
==XXXIV.—==
O hífen será utilizado tambêm nos seguintes casos:
''a)'' Unir os pronomes pessoais enclíticos aos respectivos verbos,<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|20|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>de que são complemento; ex.: ''louvá-lo'', ''devê-lo'', ''puni-lo'', ''dá-nos'', ''dou-vos'', ''falo-lhes'', etc. A acentuação do verbo mantêm-se, como se não se lhes unissem êsses complementos. São erros inadmissíveis, mas muito freqùentes, ''louval-o'', ''devel-o'', ''punil-o'', etc.
''b)'' Os advérbios ''mal'', ''bem'', formando o primeiro elemento de um composto, unem-se ao segundo elemento por hífen, quando sem êle a soletração seria errada; ex.: ''bem-aventurança'', ''mal-logrado'', para que se não leiam ''be ma venturança'', ''ma logrado''. Este último, todavia, pode ler-se tambêm ''malogrado'', pois dizemos ''malograr'', ''malôgro''.
A palavra ''aguardente'' formará o seu plural como ''aguardentes''; se porêm se preferir separar os dois elementos, ''água-ardente'', o plural será ''águas-ardentes''.
==XXXV.—==
Há vocábulos que, sendo derivados, seguem a analogia dos vocábulos compostos, com os seus elementos unidos por hífen, em terem dois acentos tónicos dos quais é predominante o segundo; são êles os aumentativos e deminutivos formados com o infixo ''z'', e os advérbios derivados com o sufixo ''-mente''. Se os adjectivos ou substantivos de que se formam terminam em vogal com acento agudo, muda-se êste em acento grave, ex.: ''sòzinho'', ''cafèzinho'', ''màzona'', etc. Esta mudança tem por causa o evitar-se que, escrevendo-se ''mázona'', por exemplo, se entenda ser a primeira a sílaba predominante. Nos advérbios, porêm, formados com o referido sufixo ''-mente'', que antes era um substantivo, a acentuação com o agudo, ou o circunflexo mantêm-se, por não poder dar-se a confusão apontada: ''fácilmente'', ''cortêsmente'', ''sómente''.
==XXXVI.—==
'''Apóstrofo.'''
É quási abolido êste sinal ortográfico, absolutamente inútil para a leitura, e de introdução relativamente moderna. O seu emprêgo limitar-se há a indicar, principalmente na poesia, a supressão de uma letra, que usualmente se escreve na prosa, como em ''esp’rança'', ''mer’cer'', ''par’cer'', ''c’roa'', ''p’ra'', ''’star'', etc. Pode tambêm usar-se no interior das dições compostas, quando nelas se faça elisão do ''e'' da preposição ''de'', como em ''mãe-d’água''.
==XXXVII.—==
Os pronomes complementos enclíticos de verbos escrever-se hão como nos exemplos seguintes: ''tenho-o'', ''tem-lo'', ''tem-no'', ''temo-lo'', ''tende-lo''; ''louvá-los'', ''devê-los'', ''uni-los''; ''louva-los'', ''deve-los'', ''une-los''; ''vê-mo'', ''vê-to'', ''vê-lho'', ''vê-no-lo''; ''dava-vo-lo'', {{PT|''vêem-|''vêem-se-lhe'', }}<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|21}}</noinclude>''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', {{sic|''dêla(s)''|dela(s)}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—==
'''Divisão silábica.'''
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', {{sic|''pasto ra''|pas to ra}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho||PREFÁCIO|21}}</noinclude>''comprámo-la'', sem se indicar por apóstrofo a supressão de ''e'' e de ''s'', que é de regra; ''tem-lo'', está por ''tens-lo'', ''vê-mo'', por ''vê-me-o''. O verbo conserva a acentuação marcada que lhe competiria sem complementos, e assim é a sua pronunciação.
==XXXVIII.—==
Reúnem-se em uma só dição, sem apóstrofo ou hífen, os seguintes pronomes, precedidos das preposições ''a'', ''de'', ''em'', ''por'': ''ao(s)'', ''à(s)'', ''do(s)'', ''da(s)'', ''àquele(s)'', ''àquela(s)'', ''dêle(s)'', {{sic|''dêla(s)''|dela(s)}}, ''dêste(s)'', ''desta(s)''; ''daquele(s)'', ''daquela(s)'', ''dêsse(s)'', ''dessa(s)''; ''naquele(s)'', ''naquela(s)'', ''neste(s)'', ''nesta(s)'', ''nesse(s)'', ''nessa(s)''; ''disto'', ''disso'', ''daquilo'', ''nêle'', ''nisto'', ''nisso'', ''naquilo'', ''noutro'', ''nalgum'', ou ''em algum''.
Outro tanto acontece com os artigos ''o(s)'', ''a(s)'', ''um'', ''uns''; ''uma(s)'', e os advérbios ''aqui'', ''aí'', ''ali'', ''acolá'', ''alêm'', ''onde'', ''antes''; ex.: ''do(s)'', ''da(s)'', ''pelo(s)'', ''pela(s)'', ''no(s)'', ''na(s)'', ''aonde'', ''donde'', ''daqui'', ''daí'', ''dali'', ''dacolá'', ''dalém'', ''dantes'', ''dum'', ou ''de um'', etc.
Quando, porêm, êsses pronomes rejam orações de infinito, a preposição conservar-se há inteira e separada; ex.: ''por causa de êles não quererem''; ''em razão de os não ter visto''.
As demais elisões, que no decurso da fala ou da leitura se costumam fazer, não são indicadas na escrita; não se escreverá pois: ''d’idade'', ''d’entrada'', mas sim ''de idade'', ''de entrada'', pelo mesmo motivo porque se não escreve ''vint’e um'', conquanto o ''e'' de ''vinte'' aí se não profira. São elisões e crases que é escusado representar na escrita, e algumas das quais são facultativas, quer individual quer ocasionalmente.
==XXXIX.—==
'''Divisão silábica.'''
A divisão de um vocábulo qualquer simples em sílabas far-se há fonéticamente pela soletração e não pela separação dos seus elementos de derivação, composição ou formação, contanto que a dição composta não tenha os seus elementos apartados por hífen (-). Desta maneira dividir-se há, por exemplo, ''subscrever'', como ''subs cre ver'', do mesmo modo por que a palavra ''escrever'', se não divide como ''e scre ver'', e ''vezes'', ''pastora'', como ''vez es'', ''pastor a'', mas sim como ''ve'' ''zes'', {{sic|''pasto ra''|pas to ra}}. Assim, também, ''di rec ção'', ''a dop tar'', ''su búr bios'', ''de sas tra do'', ''de sar mar'', ''i ná bil'', ''bi sa vô'', ''pres tan te'', ''cir cuns tân cia'', etc., etc.
Para a segunda linha e para a soletração pertencem à vogal que se lhes segue as consoantes que podem começar palavra; assim teremos ''co bra'', ''am pla'', porque temos ''bra ço'', ''pla ga''; ''ecli pse'' (cf. ''psicologia'').{{NOP}}<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|22|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
<center>{{larger|PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO}}</center>
Súmula das principais regras que se hão de observar na escrita das palavras e formas vocabulares portuguesas:
# O alfabeto português conta das seguintes vinte e quatro letras, e de mais três, que sómente em circunstâncias especias se empregam e aqui vão incluídas em parêntese curvilíneo:
#:a b c ç d e f g h i j (k) l m n o p q [u] r s t u v (w) x (y) z<noinclude></noinclude>
ps1uc4vfd909rcj2gog466bdh08pm97
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|22|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
==PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO==
Súmula das principais regras que se hão de observar na escrita das palavras e formas vocabulares portuguesas:
# O alfabeto português conta das seguintes vinte e quatro letras, e de mais três, que sómente em circunstâncias especias se empregam e aqui vão incluídas em parêntese curvilíneo:
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|22|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>## XL.— ##
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
## XLVI.— ##
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
## PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO ##
<center>{{larger|PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO}}</center>
Súmula das principais regras que se hão de observar na escrita das palavras e formas vocabulares portuguesas:
# O alfabeto português conta das seguintes vinte e quatro letras, e de mais três, que sómente em circunstâncias especias se empregam e aqui vão incluídas em parêntese curvilíneo:
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|22|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>## XL ##
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
## XLI ##
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
## XLII ##
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
## XLIII ##
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
## XLIV ##
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
## XLV ##
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
## XLVI ##
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
## PRONTUARIO ORTOGRÁFICO ##
<center>{{larger|PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO}}</center>
Súmula das principais regras que se hão de observar na escrita das palavras e formas vocabulares portuguesas:
# O alfabeto português conta das seguintes vinte e quatro letras, e de mais três, que sómente em circunstâncias especias se empregam e aqui vão incluídas em parêntese curvilíneo:
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|22|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>==XL.—==
## XL ##
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
## XLI ##
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
## XLII ##
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
## XLIII ##
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
## XLIV ##
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
## XLV ##
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
## XLVI ##
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.
## PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO ##
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Súmula das principais regras que se hão de observar na escrita das palavras e formas vocabulares portuguesas:
1. O alfabeto português conta das seguintes vinte e quatro letras, e de mais três, que sómente em circunstâncias especias se empregam e aqui vão incluídas em parêntese curvilíneo:
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" />{{Cabeçalho|22|VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO|}}</noinclude>==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.<noinclude>
<center>{{larger|PRONTUÁRIO ORTOGRÁFICO}}</center>
Súmula das principais regras que se hão de observar na escrita das palavras e formas vocabulares portuguesas:
# O alfabeto português conta das seguintes vinte e quatro letras, e de mais três, que sómente em circunstâncias especias se empregam e aqui vão incluídas em parêntese curvilíneo:
#:a b c ç d e f g h i j (k) l m n o p q [u] r s t u v (w) x (y) z</noinclude><noinclude></noinclude>
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Trooper57
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<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" /></noinclude>==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.<noinclude></noinclude>
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Trooper57
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="1" user="Trooper57" /></noinclude>{{NOP}}
==XL.—==
Quando o ''s'' dos prefixos ''des-'', ''dis-'', é seguido de consoante separa-se dela; se depois se lhe segue vogal, pertence a esta, e com ela forma sílaba; ex.: ''des fa zer'', ''dis tri buir'', mas ''de sen ga nar'', ''de sen vol ver''.
==XLI.—==
Duas consoantes iguais separam-se; ex.: ''ar rastar'', ''as sistir'', ''em malar'', ''en nastrar''.
==XLII.—==
As palavras compostas dividem-se pelos seus componentes; ex.: ''porta-voz'', ''vice-almirante'', repetindo-se na linha inferior o hífen.
==XLIII.—==
Nos vocábulos formados com o prefixo ''ex-'', fica êste separado do segundo elemento, ao dividir-se ou soletrar-se a palavra; ex.: ''ex ér ci to'', ''ex ce der''.
==XLIV.—==
São inseparáveis as letras dos seguintes grupos de consoantes: ''bl'', ''cl'', ''dl'', ''fl'', ''gl'', ''pl'', ''tl'', ''vl''; ''br'', ''cr'', ''dr'', ''fr'', ''gr'', ''pr'', ''tr'', ''vr''; ''ch'', ''lh'', ''nh''; ''sc'', ''ps''.
Se, porêm, o ''s'' se lê separado do ''c'' no interior do vocábulo, separado se divide; ex.: ''des cer'', ''côns ci o'', ''pros cé nio''; mas ''en sce na ção''.
==XLV.—==
São igualmente inseparáveis duas vogais consecutivas, formem ou não ditongo; ex.: ''ai po'', ''cau sa'', ''rai nha'', ''proé mio'', ''goe la'', ''poei ra'', ''pro nún cia'', ''voar'', ''voo'', ''á gua'', ''moi nho'', ''é gua'', ''i guais'', ''con tí nua'', ''con ti nua'', ''fa mí lia'', ''se ria'', ''sé ria'', ''rea lidade'', ''veí culo''.
==XLVI.—==
O ''u'' depois de ''q'' ou ''g'' é dêle inseparável, quer seja mudo, quer se profira; ex.: ''quin ta'', ''guer ra'', ''fre qùen te'', ''a gùen tar'', ''ar gùir''.<noinclude></noinclude>
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Wikisource:Esplanada/Sonetos sem original digitalisado
4
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2024-12-16T22:32:27Z
BlitzkriegBoop
37692
Questão criada
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wikitext
text/x-wiki
Olá, encontrei uns sonetos de uma poetisa portuguesa do século XVIII, unicamente citados num texto académico, publicado no Repositório Aberto: [https://escritoras-em-portugues.com/en/xviii/joana-isabel-de-lencastre-forjaz/ Dois Sonetos Inéditos de D. Joana Isabel de Lencastre Forjaz]. Desconhece-se a data de morte desta autora, sabe-se apenas que é posterior a 1777 (ano de nascimento é 1745). Tenho duas questões:
* Posso criar páginas para estes sonetos e transcrevê-los?
* Se sim, como posso ligar as páginas dos sonetos ao local onde os encontrei? (talvez nota de rodapé?)
Obrigada pela ajuda [[Utilizador:BlitzkriegBoop|BlitzkriegBoop]] ([[Utilizador Discussão:BlitzkriegBoop|discussão]]) 22h32min de 16 de dezembro de 2024 (UTC)
0m3k9gt72ohzso9zw8vhszaw5xout9x
Página:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf/31
106
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2024-12-17T00:17:37Z
BlitzkriegBoop
37692
/* Revista */
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="BlitzkriegBoop" />{{C|(21)}}</noinclude><br>Que apóz {{s}}i me arra{{s}}trou. Sim, {{s}}im, fujamos. <br>Fujamos de{{s}}te encanto... mas que tardo <br>Se pre{{s}}ta o pé a quanto a mente ordena! <br>Em vaõ, em vaõ re{{s}}i{{s}}to... Ah! que ella chega... <br>Ella vem... (Ai de mim! e como o traje <br>Recebe graças mil da forma bella!) <br>Tal a vejaõ, e quanto eu me{{s}}mo a adorem <br>Os que d'inju{{s}}to, e leve me criminaõ.
{{dhr}}
{{ch|SCENA IV.}}
{{dhr}}
{{C|''OSMÍA, e LELIO {{s}}e adianta a recebella.}}
{{dhr}}
''Lelio.'' {{gcapitular|S}}Enhora...
''O{{s}}mîa.'' Se eu {{s}}oubera que os profundos <br>Cuidados de teu cargo te deixavaõ <br>Livres e{{s}}tes momentos, pertendêra <br>Que à minha dôr, Romano, os concede{{s}}{{s}}es.
''Lelio.'' Hum {{s}}ó, Bella Princeza, hum {{s}}ó cuidado <br>Dos mais ab{{s}}orve o re{{s}}to. De teus males <br>Diminuir procuro a maior parte, <br>Já que (inda mal!) nao po{{s}}{{s}}o extinguir todos.
''O{{s}}mîa.'' Mal o prova, Pretor, o vaõ capricho, <br>Que a tao odio{{s}}o traje me condemna. <br>Ah! permitte, Senhor, que me de{{s}}poje <br>De tao improprio fau{{s}}to! Valle Eledia <br>Maiores {{s}}acrificios; porém quanto <br>Me naõ tem já cu{{s}}tado e{{s}}ta mudança!
''Lelio.'' E comtudo, e{{s}}{{s}}a pompa he mais conforme <br>A' tua dignidade, que os gro{{s}}{{s}}eiros <br>Ve{{s}}tidos nacionaes dos Turdetanos.
''O{{s}}mîa.'' Naõ, Lelio, as finas lans que fabricamos, <br>Nós me{{s}}mas, quando a paz nos deixa o tempo, <br>De mais honra nos cobrem que e{{s}}tas gálas <br>Manobradas por Póvos Estrangeiros.
{{nop}}<noinclude>{{rh|||''Lelio.''}}</noinclude>
aa4dpofk48oj6xpy453tewfca8jihmu
Página:O escândalo do petroleo.pdf/239
106
242496
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2024-12-17T11:12:22Z
Erick Soares3
19404
/* Revistas e corrigidas */
522251
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|229}}</noinclude>bita, interceptando o conhecimento e a posse da
da coisa ao legitimo proprietario.
Se o foram, então os srs. Mark Malamphy e
Victor Oppenheim praticam uma ''parceria, ou communhão sui generis'' com o Estado. Embora recebessem deste integral pagamento do salario e custeio de serviço, ainda cubiçam a meação da safra,
com uma partilha singular: para o Estado só tem
tocado o joio, isto é, os resultados negativos do
“não-ha-petroleo” e para os segadores da safra sómente o trigo, isto é, os resultados positivos do “ha-petroleo” de valor mercantil internacional.
82. {{--}} O corpo de delicto disso tudo é a carta
de Malamphy. Uma vez exhibida, patenteou-se a
situação juridica dos dois socios da firma Malop,
como infractores do direito civil, transgressores do
direito administrativo, violadores do direito penal.
A’ administração corria o imperativo de agir
com energia, segurança e rapidez. Providencia
primeira e immediata: o afastamento dos funccionarios de seus cargos. Elles proprios deveriam ser
os primeiros a solicital-o, por um natural movimento de pundonor e para dar liberdade de acção ao
governo. Mais tarde, verificada a improcedencia
das accusações, obteriam a devida reparação moral
e material.
Não o tendo feito, ao eminente titular da pasta da Agricultura convinha determinal-o, como
ma cautela elementar nesses casos sempre indi-<noinclude></noinclude>
r5bx8yebvvco62jr556sp80ewrliqs2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/240
106
242497
522252
2024-12-17T11:14:18Z
Erick Soares3
19404
/* Revistas e corrigidas */
522252
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|230|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>cada aos altos dirigentes. E alem do processo adminstrativo, que acaso se instaurasse, seria de
bom conselho entregar o facto ao conhecimento da
justiça Publica {{--}} tal a sua terrivel gravidade perante o problema mais crucial do Brasil.
83. {{--}} Houve por bem, entretanto, entender
de modo diverso o illustre magistrado administrativo da Praia Vermelha. Afigurou-se a S. Exc.,
consoante pondera nas “Bases para o Inquerito”,
que “os chamados annuncios pareciam não ter intuitos mercantis”. Afigurou-se-lhe mais que “se
considerarmos que os contractos do Ministerio são
refeitos annualmente, nenhuma segurança havendo
de sua continuação, concluiremos por julgar admissiveis que os contractados, sendo extrangeiros, cuidem de prevenir suas futuras collocações”. São
dois argumentos discutiveis, duas conjecturas de
natureza puramente intima e subjectiva, no mundo
inconsistente das intenções. Ora, nós não queremos collocar a questão no terreno da controversia.
Preferimos resolvel-a em um terreno absolutamente pacifico.
84. {{--}} Ha um principio indiscutivel e expresso
de direito commercial, segundo o qual o facto posterior praticado pelas partes é a melhor interpretação dos actos e dos contractos. Sobre isso, que é
direito escripto, por certo o exmo. sr. ministro não
levantará a menor duvida.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
2zanf98ne3vu7ptsrcp42l44hslxju2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/241
106
242498
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2024-12-17T11:35:04Z
Erick Soares3
19404
/* Revistas e corrigidas */
522253
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|231}}</noinclude>Appliquemol-o no caso em especie. Um interessado, lendo um annuncio, escreve ao annunciante propondo um negocio de petroleo no Brasil. O
anunciante responde que está prompto a “offerecer cooperação para qualquer empreza legitima
que tiver em vista AS POSSIBILIDADES DE PETROLEO NO BRASIL” Pede aos ''interessados nessas possibilidades'' que se communiquem com elle,
dando uma ideia geral dos planos, que terá o maior
prazer em discutir o auxilio que poderá prestar-lhes.”
Essa carta é o facto posterior ao annuncio, que
o interpreta em suas finalidades. Essas finalidades são nitidamente commerciaes e NA VIGENCIA
DOS CONTRACTOS DOS FUNCCIONARIOS COM
O GOVERNO.
Como não se achavam trabalhando por conta
propria, não tinham a faculdade de dispor de seus
estudos e pesquizas. Esses estudos e pesquizas
eram de caracter a corroborar a existencia das possibilidades de petroleo neste paiz, mas pertenciam
ao Estado. Estavam, portanto, os funccionarios
lançando mão do patrimonio administrativo, para
interesse commercial seu.
O seu afastamento aconselhava-se, portanto,
como cautela elementar, até a apuração de suas
responsabilidades.
85. {{--}} Admitte ainda o digno ministro, que
se elles estivessem estipendiados pela Standard<noinclude></noinclude>
93b0ukzcfvcky93wiqg05kcscp0h6hc