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Sardenta
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2024-12-26T20:01:31Z
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{{navegar
|obra=Sardenta
|autor=Cesário Verde
|notas=
}}
<poem>
Tu nesse corpo completo,
Ó láctea virgem doirada,
Tens o linfático aspecto
Duma camélia melada.
</poem>{{semdata}}
[[Categoria:Cesário Verde]]
[[Categoria:Poesia portuguesa]]
[[Categoria:Realismo português]]
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O Sentimento dum ocidental
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{{navegar
| obra = O Sentimento dum Ocidental
| autor = Cesário Verde
| notas = {{integra|poema=[[O Livro de Cesário Verde]]}}
}}
{{D|A Guerra Junqueiro}}
{{larger|I – Ave-marias}}
{{poema|
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, no mundo!
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos;
Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.
E evoco, então, as crônicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado!
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!
E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinir de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.
Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Vazam-se pos arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.
Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.
Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção!
}}
{{larger|II – Noite fechada}}
{{poema|
Toca-se às grades, nas cadeias. Som
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas!
O aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças,
Bem raramente encerra uma mulher de "dom"!
E eu desconfio, até, de um aneurisma
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes;
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes,
Chora-me o coração que se enche e que se abisma.
A espaços, iluminam-se os andares,
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos
Alastram em lençol os seus reflexos brancos;
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares.
Duas igrejas, num saudoso largo,
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero:
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo,
Assim que pela História eu me aventuro e alargo.
Na parte que abateu no terremoto,
Muram-me as construções retas, iguais, crescidas,
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,
E os sinos dum tanger monástico e devoto.
Mas, num recinto público e vulgar,
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras,
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras,
Um épico d'outrora ascende, num pilar!
E eu sonho o Cólera, imagino a Febre,
Nesta acumulação de corpos enfezados;
Sombrios e espectrais recolhem os soldados;
Inflama-se um palácio em face de um casebre.
Partem patrulhas de cavalaria
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos:
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos,
Derramam-se por toda a capital, que esfria.
Triste cidade! Eu temo que me avives
Uma paixão defunta! Ao lampiões distantes,
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes,
Curvadas a sorrir às montras dos ourives.
E mais: as costureiras, as floristas
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos;
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos
E muitas delas são comparsas ou coristas.
E eu, de luneta de uma lente só,
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados:
Entro na brasserie; às mesas de emigrados,
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.
}}
{{larger|III – Ao gás}}
{{poema|
E saio. A noite pesa, esmaga. Nos
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras
Um sopro que arrepia os ombros quase nus.
Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso
Ver círios laterais, ver filas de capelas,
Com santos e fiéis, andores, ramos, velas,
Em uma catedral de um comprimento imenso.
As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos canos;
E lembram-me, ao chorar doente dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de histerismo.
Num cuteleiro, de avental, ao torno,
Um forjador maneja um malho, rubramente;
E de uma padaria exala-se, inda quente,
Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.
E eu que medito um livro que exacerbe,
Quisera que o real e a análise mo dessem;
Casas de confecções e modas resplandecem;
Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe.
Longas descidas! Não poder pintar
Com versos magistrais, salubres e sinceros,
A esguia difusão dos vossos reverberos,
E a vossa palidez romântica e lunar!
Que grande cobra, a lúbrica pessoa,
Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo!
Sua excelência atrai, magnética, entre luxo,
Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa.
E aquela velha, de bandós! Por vezes,
A sua traîne imita um leque antigo, aberto,
Nas barras verticais, as duas tintas. Perto,
Escarvam, à vitória, os seus mecklemburgueses.
Desdobram-se tecidos estrangeiros;
Plantas ornamentais secam nos mostradores;
Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores,
E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros.
Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes
Os candelabros,como estrelas, pouco a pouco;
Da solidão regouga um cauteleiro rouco;
Tomam-se mausoléus as armações fulgentes.
"Dó da miséria!... Compaixão de mim!..."
E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso,
Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso,
Meu velho professor nas aulas de Latim?
}}
{{larger|IV – Horas mortas}}
{{poema|
O teto fundo de oxigênio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-se a quimera azul de transmigrar.
Por baixo, que portões! Que arruamentos!
Um parafuso cai nas lajes, às escuras:
Colocam-se taipais, rangem as fechaduras,
E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.
E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.
Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!
Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis,
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis.
Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nômadas ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
E pelas vastidões aquáticas seguir!
Mas se vivemos, os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...
Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas
E os gritos de socorro ouvir, estrangulados.
E nestes nebulosos corredores
Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas;
Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas,
Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.
Eu não receio, todavia, os roubos;
Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes;
E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes,
Amareladamente, os cães parecem lobos.
E os guardas, que revistam as escadas,
Caminham de lanterna e servem de chaveiros;
Por cima, os imorais, nos seus roupões ligeiros,
Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas.
E, enorme, nesta massa irregular
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes,
E tem marés, de fel, como um suspeito impostor!
}}
[[Categoria:O Livro de Cesário Verde]]
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Impossível (Cesário Verde)
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{{navegar
|obra=Impossível
|autor=Cesário Verde
|notas={{integra|poema=[[O Livro de Cesário Verde]]}}
}}
<poem>
Nós podemos viver alegremente,
Sem que venham com fórmulas legais
Unir as nossas mãos, eternamente,
As mãos sacerdotais.
Eu posso ver os ombros teus desnudos:
Palpá-los, contemplar-lhes a brancura,
E até beijar teus olhos tão ramudos,
Cor de azeitona escura.
Eu posso, se quiser, cheio de manha,
Sondar, quando vestida, pra dar fé,
A tua camisinha de bretanha
Ornada de ''crochet''.
Posso sentir-te em fogo escandecida,
De faces cor-de-rosa e vermelhão,
Junto a mim, com langor, entredormida,
Nas noites de verão.
Eu posso, com valor que nada teme,
Contigo preparar lautos festins,
E ajudar-te a fazer o leite-creme
E os mélicos pudins.
Eu tudo posso dar-te, tudo, tudo:
Dar-te a vida, o calor, dar-te ''cognac'',
Hinos de amor, vestidos de veludo,
E botas de duraque;
E até posso, com ar de rei (que o sou!),
Dar-te cautelas brancas, minha rola;
Da grande loteria que passou,
Da boa, da espanhola.
Já vês, pois, que podemos viver juntos
Nos mesmos aposentos confortáveis,
Comer dos mesmos bolos e presuntos,
E rir dos miseráveis.
Nós podemos, nós dois, por nossa sina,
Quando o Sol é mais rúbido e escarlate,
Beber na mesma chávena da China
O nosso chocolate.
E podemos até (noites amadas!)
Dormir juntos dum modo galhofeiro,
Com as nossas cabeças repousadas
No mesmo travesseiro.
Posso ser teu amigo até a morte,
Sumamente amigo...! Mas, por lei,
Ligar a minha sorte à tua sorte
Eu nunca poderei!
Eu posso amar-te como o Dante amou,
Seguir-te sempre como a luz ao raio...
Mas ir contigo à igreja, isso não vou:
Lá nessa é que eu não caio!
</poem>
Lisboa, 1874
[[Categoria:O Livro de Cesário Verde]]
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Erick Soares3
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+O escandalo do patroleo
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text/x-wiki
<!-- Favor não adicionar hinos. Adicione apenas obras que tiverem sido 100% transcritas (mas não precisam estar 100% validadas).
Máximo de 8 obras. Adicione as novas no topo e realoque as de baixo para o arquivo abaixo.
-->
{{Novidade|1=O Escandalo do Petroleo |2=Monteiro Lobato|3=1936|imagem=O escândalo do petroleo.pdf{{!}}page=7}}
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{{Novidade|1=:oldwikisource:Cartas tupis dos Camarões|2=Teodoro Sampaio|3=1906|imagem=Cartas tupis dos Camarões.pdf{{!}}page=2|mostrar=Cartas tupis dos Camarões}}
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{{Novidade|1=Declaração Balfour|2=[[Autor:Arthur Balfour|Arthur Balfour]]|3=2024|imagem=Balfour declaration unmarked.jpg|tradutor=[[Wikisource:Tradução colaborativa|Comunidade Wikisource]]|nowiki=yes}}
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{{Novidade|1=Revista do Instituto Historico e Geographico de S. Paulo/Volume 9/Restauração historica|2=Teodoro Sampaio|3=1904|imagem=Restauração historica da Villa de Santo André da Borda do Campo.pdf{{!}}page=2|mostrar=Restauração historica da Villa de Santo André da Borda do Campo}}
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{{Novidade|1=Fabulas (9ª edição)|2=Monteiro Lobato|3=1943|imagem=Fabulas (9ª edição).pdf{{!}}page=3|mostrar=Fabulas}}
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{{Novidade|1=A Sensibilidade nacional e estrangeira|2=Anônimo|3=1826|imagem=A Sensibilidade nacional e estrangeira.pdf{{!}}page=5}}
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{{Novidade|1=Testamento de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal|2=Pedro I do Brasil|3=1854|imagem=Testamento de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal em 1832..pdf{{!}}page=3|mostrar=Testamento de Sua Magestade Imperial D. Pedro Duque de Bragança}}
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<noinclude>
==Arquivo de 2024==
<!-- Adicione as entradas no topo da lista-->
{{Novidade|1=Sonetos do Exilio|2=[[Autor:Pedro II do Brasil|D. Pedro de Alcantara]]|3=1898|nowiki=yes|imagem=Sonetos do Exilio, recolhidos por Um Brasileiro.pdf{{!}}page=11}}
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{{Novidade|1=:oldwikisource:Retrato do Imperador Marco Aurélio|2=[[Autor:Marco Aurélio|Marco Aurélio]]|3=1832|nowiki=yes|mostrar=Retrato do Imperador Marco Aurélio|imagem=Retrato do Imperador Marco Aurélio (livro 1 das Reflexões).pdf{{!}}page=19}}
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{{Novidade|1=Os heróes brazileiros na campanha do sul em 1865|2=Eduardo de Sá Pereira de Castro e [[Autor:Augusto Emílio Zaluar|Augusto Emílio Zaluar]]|3=1865|imagem=Os heróes brazileiros na campanha do sul em 1865.pdf{{!}}page=5|nowiki=yes}}
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{{Novidade|1=Ballada do Enforcado|2=Oscar Wilde|3=1899|imagem=Ballada do Enforcado.pdf{{!}}page=1|tradutor=Elísio de Carvalho}}
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{{Novidade|1="Doida não!" Antes vítima|2=Maria Feio|3=1920|imagem=Maria Feio - Doida Não (1920).pdf{{!}}page=1}}
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{{Novidade|1=Ás Mulheres Portuguêsas|2=Ana de Castro Osório|imagem=Ana de Castro Osório - Ás Mulheres Portuguêsas (1905).pdf{{!}}page=5|3=1905}}
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{{Novidade|1=Vidas seccas|2=Graciliano Ramos|imagem=Vidas seccas.pdf{{!}}page=5|3=1938}}
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{{Novidade|1=A sciencia no lar moderno (1912)|2=Eulália Vaz|imagem=A sciencia no lar moderno, Eulália Vaz.pdf{{!}}page=1|3=1912|mostrar=A sciencia no lar moderno}}
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{{Novidade|1=A Batalha de Oliveiros com Ferrabraz|2=Leandro Gomes de Barros|imagem=Capa editada do cordel Batalha de Oliveiros com Ferrabraz.png|3=1913}}
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{{Novidade|1=Tudo o que você sempre quis saber sobre a urna eletrônica brasileira|2=Fernanda Soares Andrade|imagem=Tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-sobre-a-urna-eletronica-brasileira.pdf{{!}}page=1|3=2022|nowiki=yes}}
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{{Novidade|1=Horas de Folga|2=Maria O'Neill|imagem=(Capa) Maria O'Neill - Horas de Folga.png|3=1913}}
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{{Novidade|1=As Caçadas de Pedrinho|2=Monteiro Lobato|3=1933|imagem=As Caçadas de Pedrinho (1ª edição).pdf{{!}}page=1}}
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{{Novidade|1=O precursor do abolicionismo no Brasil|2=Sud Mennucci|3=1938|imagem=O precursor do abolicionismo no Brasil.pdf{{!}}page=7}}
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{{novidade|1=Mensagem dirigida ao Congresso Nacional pelo generalissimo Manoel Deodoro da Fonseca em 15 de junho de 1891|2=Marechal Deodoro da Fonseca|imagem=Mensagem dirigida ao Congresso Nacional pelo generalissimo Manoel Deodoro da Fonseca em 15 de junho de 1891.djvu{{!}}page=3|3=1891}}
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{{Novidade|1=Memorias de um Negro|2=Booker T. Washington|tradutor=Graciliano Ramos|imagem=Memórias de um Negro (1940).pdf{{!}}page=1|3=1940}}
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{{Novidade|1=O Saci (8ª edição)|mostrar=O Saci|2=Monteiro Lobato|imagem=O Saci (8ª edição).pdf{{!}}page=4|3=1941}}
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{{Novidade|1=Poesias offerecidas ás senhoras Portuenses|mostrar=Poesias offerecidas ás senhoras Portuenses|2=Maria Adelaide Fernandes Prata |imagem=Poesias de Maria Adelaide Fernandes Prata (IA poesiasdemariaad00fern).pdf{{!}}page=5|3=1859}}
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{{Novidade|1=Severina (1890)|mostrar=Severina|2=Guiomar Torresão |imagem=Severina (1890).pdf{{!}}page=1|3=1890}}
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{{Novidade|1=Exaltação (1916)|mostrar=Exaltação|2=Albertina Bertha|imagem=Exaltação (1916).pdf{{!}}page=5|3=1916}}
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{{Novidade|1=Segunda carta apologetica, em favor, e defensa das mulheres|2=Gertrudes Margarida de Jesus|imagem=Segunda carta apologetica em favor e defensa das mulheres (1761).pdf{{!}}page=1|3=1761|mostrar=Segunda carta apologetica, em favor, e defensa das mulheres}}
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{{Novidade|1=Primeira carta apologetica, em favor, e defensa das mulheres|2=Gertrudes Margarida de Jesus|imagem=Primeira Carta Apologetica em Favor e Defensa das Mulheres (1761).pdf{{!}}page=1|3=1761|mostrar=Primeira carta apologetica, em favor, e defensa das mulheres}}
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{{Novidade|1=Carta de guia de casados|2=Francisco Manuel de Melo|imagem=Cartas de amor ao cavaleiro de Chamilly.pdf{{!}}page=79|3=1914|mostrar=Carta de guia de casados}}
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{{Novidade|1=Primeiro discurso sobre seu voo espacial|2=[[Autor:Iuri Gagarin|Iuri Gagarin]]|tradutor=Vinícius Azevedo|nowiki=1|3=2022|imagem=Гагарин перед полётом.jpg}}
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{{Novidade|1=Alice no País das Maravilhas (Trad. Lobato, 8ª edição)|2=Lewis Carroll|tradutor=Monteiro Lobato|imagem=Alice no País das Maravilhas (Trad. Lobato, 8ª edição).pdf{{!}}page=3|3=1958|mostrar=Alice no País das Maravilhas}}
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{{Novidade|1=A Mulher na agricultura, nas industrias regionaes e na administração municipal|2=Ana de Castro Osório|imagem=A Mulher na agricultura, nas industrias regionaes e na Administração Municipal.pdf{{!}}page=5|3=1915|mostrar=A Mulher na agricultura, nas industrias regionaes e na Administração Municipal}}
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{{Novidade|1=A Arte Culinária na Bahia|2=Manuel Querino|imagem=A arte culinária na Bahia - Manuel Querino.pdf{{!}}page=3|3=1928|mostrar=A Arte Culinária na Bahia}}
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{{Novidade|1=Calvario de Mulher|2=Maria Feio|imagem=Maria Feio - Calvário de Mulher - o prejuizo dos sexos dentro do prejuizo da guerra (1915).pdf{{!}}page=9|3=1915|mostrar=Calvario de Mulher}}
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{{Novidade|1=Alice no País do Espelho (Trad. Lobato, 2ª edição)|2=Lewis Carroll|tradutor=Monteiro Lobato|imagem=Alice no País do Espelho (Trad. Lobato, 2ª edição).pdf{{!}}page=5|3=1958|mostrar=Alice no País do Espelho}}
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{{Novidade|1=Princípios de Hereditariedade de Mendel; uma Defesa/Capítulo 2|2=[[Autor:Gregor Mendel|Gregor Mendel]]|nowiki=1 |imagem=Mendel's_principles_of_heredity;_a_defence.pdf{{!}}page=60 |3=1865|mostrar=Experimentos em plantas híbridas}}
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{{Novidade|1=No seio da Virgem Mãe (1922)|2=[[Autor:Carolina Michaëlis|Carolina Michaëlis]], [[Autor:Leite de Vasconcelos|Leite de Vasconcelos]] e [[Autor:Cláudio Basto|Cláudio Basto]]|nowiki=1|imagem=No seio da Virgem Mãe (1922).djvu{{!}}page=3|3=1922|mostrar=No seio da Virgem Mãe}}
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*[[Predefinição:Novidades no acervo/2020|Arquivo de 2020]]
*[[Predefinição:Novidades no acervo/2021|Arquivo de 2021]]
*[[Predefinição:Novidades no acervo/2022|Arquivo de 2022]]
*[[Predefinição:Novidades no acervo/2023|Arquivo de 2023]]
{{documentação}}
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Hino do município de Iaras
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text/x-wiki
{{hino
|obra=Hino do município de [[w:Iaras|Iaras]]
|letra por=Clávio Luiz Pereira
|melodia por=Clávio Luiz Pereira
|notas=
}}
<poem>
Sob as Margens do Rio Pardo
Com Bravura e Força Varonil
Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água
Nossa Terra Mãe Gentil
O Imigrantes Edificaram
No Seio da Pátria Amada
Dos Pioneiros que a Amam
Iaras Terra Sagrada
No Teu Céu Ostenta o Brilho
Qual Beleza Nunca se Viu
És Rica por Natureza
Tua Glória És Teu Porvir
És Povo Forte, de Varões Portes
Teu Passado, (Inscutável)
Passado Forte, De história Forte
Orgulho do Meu País
Sob as Margens do Rio Pardo
Com Bravura e Força Varonil
Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água
Nossa Terra Mãe Gentil
Iaras, Que tanto Amamos
De Mãe d'água, a ser Fundada
Pérola Linda do Meu Interior
De Monção, Foi Batizada
No Teu Céu Ostenta o Brilho
Qual Beleza Nunca se Viu
És Rica por Natureza
Tua Glória És Teu Porvir
És Povo Forte, de Varões Portes
Teu Passado, "Assivo xis"
Passado Forte, De história Forte
Orgulho do Meu País
</poem>
[[Categoria:Hinos de São Paulo|Iaras]]
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{{hino
|obra=Hino do município de [[w:Iaras|Iaras]]
|letra por=Clávio Luiz Pereira
|melodia por=Clávio Luiz Pereira
|notas=
}}
<poem>
I
Sob as Margens do Rio Pardo
Com Bravura e Força Varonil
Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água
Nossa Terra Mãe Gentil
O Imigrantes Edificaram
No Seio da Pátria Amada
Dos Pioneiros que a Amam
Iaras Terra Sagrada
(Coro)
No Teu Céu Ostenta o Brilho
Qual Beleza Nunca se Viu
És Rica por Natureza
Tua Glória És Teu Porvir
És Povo Forte, de Varões Portes
Teu Passado, (Inscutável)
Passado Forte, De história Forte
Orgulho do Meu País
II
Sob as Margens do Rio Pardo
Com Bravura e Força Varonil
Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água
Nossa Terra Mãe Gentil
Iaras, Que tanto Amamos
De Mãe d'água, a ser Fundada
Pérola Linda do Meu Interior
De Monção, Foi Batizada
(Coto)
No Teu Céu Ostenta o Brilho
Qual Beleza Nunca se Viu
És Rica por Natureza
Tua Glória És Teu Porvir
És Povo Forte, de Varões Portes
Teu Passado, (Inscutável)
Passado Forte, De história Forte
Orgulho do Meu País
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[[Categoria:Hinos de São Paulo|Iaras]]
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|letra por=Clávio Luiz Pereira
|melodia por=Clávio Luiz Pereira
|notas=
}}
<poem>
I
Sob as Margens do Rio Pardo
Com Bravura e Força Varonil
Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água
Nossa Terra Mãe Gentil
O Imigrantes Edificaram
No Seio da Pátria Amada
Dos Pioneiros que a Amam
Iaras Terra Sagrada
(Coro)
''No Teu Céu Ostenta o Brilho''
''Qual Beleza Nunca se Viu''
''És Rica por Natureza''
''Tua Glória És Teu Porvir''
''És Povo Forte, de Varões Portes''
''Teu Passado, (Inscutável)''
''Passado Forte, De história Forte''
''Orgulho do Meu País''
II
Sob as Margens do Rio Pardo
Com Bravura e Força Varonil
Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água
Nossa Terra Mãe Gentil
Iaras, Que tanto Amamos
De Mãe d'água, a ser Fundada
Pérola Linda do Meu Interior
De Monção, Foi Batizada
(Coro)
''No Teu Céu Ostenta o Brilho''
''Qual Beleza Nunca se Viu''
''És Rica por Natureza''
''Tua Glória És Teu Porvir''
''És Povo Forte, de Varões Portes''
''Teu Passado, (Inscutável)''
''Passado Forte, De história Forte''
''Orgulho do Meu País''
</poem>
[[Categoria:Hinos de São Paulo|Iaras]]
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Hino do município de Abadia dos Dourados
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|obra=Hino do município de [[w:Abadia dos Dourados|Abadia dos Dourados]]
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<poem>
I
Recuso-me a despertar
Desse sonho que é tão lindo
O rio no pau a cantar
E esses prados infindos.
Diamantes brotam da terra
Cana, milho, cafezais
Que tão abençoado por Deus
Orgulho de Minas Gerais.
(Coro)
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''De gente nobre e valente''
''Amiga, ordeira e gentil.''
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''Um pedacinho querido''
''Deste imenso Brasil.''
II
Recanto dos pescadores
Garimpeiros a sonhar
Inesquecíveis amores
Seresta feita ao luar.
Os sinos na madrugada
Banda de música à tocar
Festa de agosto alvorada
A padroeira louvar.
(Coro)
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''De gente nobre e valente''
''Amiga, ordeira e gentil.''
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''Um pedacinho querido''
''Deste imenso Brasil.''
III
Seu nome foi inspirado
Na santa mãe de Jesus
Nossa Senhora da Abadia
Fonte de bênçãos e luz
Também no Rio Dourado
Riqueza, paz e alegria
Inspiração dos poetas
Mistério, amor e magia.
(Coro)
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''De gente nobre e valente''
''Amiga, ordeira e gentil.''
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''Um pedacinho querido''
''Deste imenso Brasil.''
IV
Os pardais em sintonia
Enfeitam o entardecer
Mesclam saudade e poesia
Encantam o nosso viver.
Abadia dos Dourados
Que era dos ancestrais
Seus filhos mesmo distantes
Não a esquecem jamais.
(Coro)
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''De gente nobre e valente''
''Amiga, ordeira e gentil.''
''Não há lugar, outro não há''
''Com tantas belezas mil''
''Um pedacinho querido''
''Deste imenso Brasil.''
</poem>
[[Categoria:Hinos de Minas Gerais|Abadia dos Dourados]]
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Erick Soares3
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Erick Soares3
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{cabeçalho||{{t2|'''Depoimento<br>do dr. Hilario Freire'''}}||borda_inferior=sim}}
{{dhr}}
Exmos. Srs. Drs. Presidente e mais DD. Membros da Commissão de Inquerito sobre o Petroleo.
{{dhr}}
{{t2|OBJECTIVOS DO DEPOIMENTO}}
{{dhr}}
1. {{--}} Acudindo ao appello, dirigido por essa
illustre Commisão a todos os brasileiros empenhados na solução do problema do petroleo, venho
trazer-lhe o meu depoimento de boa vontade. Vou
expor factos concretos e analysar diversos aspectos
fundamentaes da questão, com os seguintes objectivos precisos: apreciar os fundamentos das
accusações articuladas por Monteiro Lobato contra a politica petrolifera do departamento federal;
analysar os erros da acção desse departamento,
sobretudo a hostilidade injustificavel da sua campanha movida contra as emprezas nacionaes de petroleo; estudar a inconstitucionalidade, os impecilhos, os absurdos, a confusão, o fracasso e o falso<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/146
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|136|{{Sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>nacionalismo do Codigo de Minas, que é uma affronta atirada ao bom senso e á consciencia juridica do paiz; e, finalmente, suggerir os remedios
applicaveis aos males existentes.
{{dhr}}
2. {{--}} Devo tambem accentuar que a minha
contribuição leva em mira um caracter constructivo. Nas minhas declarações de factos e nas minhas observações, desejo prestar aos poderes publico, quanto possivel, o serviço de indicar os lados
fracos da organisação administrativa attinente á
materia, as suas falhas, os seus erros, as suas lacunas, as suas imperfeições. Tirante a hypothese,
que jamais se verificou entre nós, da occupação da
pasta ministerial por especialista em assumptos
de subsolo, em geral os ministros são absorvidos
pela força irresistivel da burocracia. Os titulares
entram a saber sobre o andamento dos negocios da
pasta, o que o funccionalismo sabe, ou o que o funccionalismo quer, ou deixa que elles saibam. Mudam
os ministros. A administração technica não muda.
O technico é vitalicio. Os erros tambem se tornam
vitalicios e perpetuos. Se o ministro não consegue libertar-se do circulo burocratico envolvente e
de seus tentaculos de polvo, fica adstricto a viver á
sombra da arvore do erro, que já creou raizes velhas. E, então, preciso recordar aos detentores
das funcções ministeriaes, em derredor e no alto,
o resto do universo, com o conceito philosophico<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/147
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|137}}</noinclude>de Shakespeare: “Ha mais coisas no ceu e na terra do que sonha a nossa pobre philosophia...”
{{dhr}}
3. {{--}} A philosophia especifica, que anima o
relatorio ministerial do eminente sr. Odilon Braga,
nas “Bases para o Inquerito sobre o Petroleo”,
abrange apenas o angulo visual de uma burocracia. Esse angulo é o mesmo que o actual ministro encontrou nos technicos do ministerio. E’ melhor, entretanto, subir a culminancias mais elevadas, de onde se possam devassar os 360 graus de
todo o horizonte brasileiro. Ver-se-á, no decurso
das provas exhibidas com este depoimento, como
o relatorio menciona uma serie massiça de factos
não verdadeiros, cujas informações o honrado
ministro recebeu dos orgãos competentes. Uns,
filhos da desidia; outros, da má fé. Mas foi confiando nellas, com boa fé, que o egregio titular os
articulou, transmittindo, involuntariamente, ao
paiz, redondas falsidades, que a sua consciencia
honesta, conhecendo-as, repelliria ''in limine''.
Nosso concurso, portanto, valerá alguma coisa para a apuração da verdade, tão necessaria
aos estadistas ao nortear a bussola da governação. Dissentindo de muitas de suas premissas,
e, portanto de muitas de suas conclusões, somos
seus bons amigos. Com effeito, para nós, bem se
expressava Ruy Barbosa ao dizer que “não pode
haver collaboração sincera, sem dissidencias leaes”.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/148
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|138|{{Sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}}
4. {{--}} Estão assim definidos nossos principios
e nosso criterio. Dentro delles, somos levados,
pela logica natural dos acontecimentos e pela
sciencia dos factos que vamos referir, a confessar-nos perfeitamente convictos de que Monteiro Lobato está com a razão. Sua critica á direcção do
departamento mineral é procedente. Sua “Carta
Aberta” ao probo ministro da Agricultura, é verdadeira. Vejamos por que.
{{dhr}}
{{t2|PRIMEIRA PARTE: O NÃO TIRAR PETROLEO}}
{{dhr}}
5. {{--}} O illustre escriptor allegou, no seu depoimento, como prova do ''não tirar'' o seguinte:
que, precipuamente, o Departamento Nacional de
Produção Mineral não extrahiu petroleo nos
15 annos decorrentes da primeira perfuração até
hoje; que, comparativamente com as profundidades dos poços de todos os paizes petroliferos, a
insignificancia de nossas perfurações pouco profundas, que se podem classificar de “perfurações
de não achar petroleo”, não o tirou no Brasil, não
o tiraria nos melhores campos petroliferos da
America, ou do mundo; que, como factos exemplificativos de que a descoberta do petroleo vem sendo sabotada, apresentava a copia photographica
do livro de perfurações de uma sondagem feita
em 1922 no Riacho Doce, na qual na cota 285 o
perfurador nota “Shisto muito molle ''saindo muito''<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/149
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|139}}</noinclude>''oleo;'' que, entretanto, esse poço foi omittido nos
quadros de sondagens annexos ao relatorio ministerial; que, egualmente, foi omittido nesse trabalho o relatorio de 1926 de Eusebio de Oliveira,
onde affirmava que “nas sondagens do Riacho
Doce fôra encontrado ''petroleo livre;''” que, tendo
Eusebio recommendado o aprofundamento desse
poço e a necessidade de tubos de revestimento
para proseguir na perfuração, os tubos não appareceram, a perfuração foi abandonada, a sonda desmontada e removida, o Estado de Alagôas riscado do rol das zonas petroliferas, preterido pelo
longinquo Acre; e, finalmente, Eusebio de Oliveira substituido pelo sr. Fleury da Rocha.
{{dhr}}
6. {{--}} Alem dessas provas circumstanciaes,
que Monteiro Lobato assignala, ha a relatar agora
outro facto de relevante importancia, occorrido
em 1928, e tambem sonegado ao conhecimento do
ministro. E’ o impressionante episodio do Tucum.
{{dhr}}
{{t2|O EPISODIO DO TUCUM}}
{{dhr}}
7. {{--}} Em 1928 despertava em S. Paulo um
grande borborinho o problema do petroleo. Entrava em execução a lei de 1927, votada pelo Congresso do Estado, em que se ampliaram para tres
mil contos as verbas do serviço do sub-solo, habilitando o governo a adquirir materiaes e appare-<noinclude></noinclude>
4zt5ebmqcnih16fepsxuzt2084dr0wm
Página:O escândalo do petroleo.pdf/151
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|141}}</noinclude>O “Diario Popular” encerrava um editorial, com
um conselho e um estimulo: “Que o deputado
Hilario Freire não limite á tribuna a sua intervenção no assumpto. S. S. está no dever de não mais
abandonar o problema”.
{{dhr}}
8. {{--}} Esta recapitulação de uma pagina esquecida de S. Paulo, eu a faço apenas para mostrar no assumpto a autoridade de meu passado.
Era, por esse tempo, representante do povo paulista, sem ligação alguma com qualquer emprehendimento. Hoje, já fóra de qualquer investidura, dir-se-á que sou acionista e desempenho funcções de
assistente juridico desta ou daquella empreza.
Mas num, ou noutro posto, numa, na outra epoca,
uma coisa permanece inatacavel: a consistencia de
minhas attitudes, a linha de coherencia inflexivel
de minha orientação. Sou hoje, como fui hontem.
como pretendo ser amanhã.
{{dhr}}
9. {{--}} Nesse tempo, o poço do Tucuni começou a illuminar o seu proprio campo de pesquizas
com as chammas do gaz que delle se escapava.
Trabalhava então no “Estado de S. Paulo” um
joven de grande intelligencia e ardor patriotico,
de um caracter muito altivo e notavel operosidade,
hoje dos mais prestigiosos, conceituados e distinctos medicos de S. Paulo, Teixeira Mendes. Vae
elle nos contar, na carta tão elucidativa e valiosa<noinclude></noinclude>
gugghi6ksjpcu631x9gbk0gm2mdhs7g
Página:O escândalo do petroleo.pdf/162
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|152|{{Sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{t2|AS REVELAÇÕES DO CASO DO TUCUM}}
10. {{--}} Tres são os pontos de rara e fundamental importancia dessa narrativa quasi dramatica: O primeiro, o em que o engenheiro Bourdot
Dutra confessa: “Nós do Serviço Federal temos
nosso ponto de vista: o que possuimos e não podemos explorar, fique guardado na terra, porque
é patrimonio das gerações futuras; não temos o
direito de desfalcar, ou alienar esse patrimonio,
entregando-o de graça ao extrangeiro”. O segundo, aquelle em que declara: “Sem duvida que elle
(Washburne) receberá dados e perfis... Mas,
''pelos perfis verdadeiros, fique esperando''”. O terceiro, finalmente aquelle em que o missivista remata o fecho do incidente: “''Dias depois, um''
''desastre occorria no poço do Tucum, impossibilitando o proseguimento de sua perfuração''”. Analysemos esses factos dolorosos e suas consequencias para o paiz.
{{dhr}}
11. {{--}} Conhecia o ministro da Agricultura
essa divisa professada pelo serviço federal e definida por Bourdot? “O que não podemos explorar,
fique guardado na terra, porque é patrimonio
das gerações futuras?”
Não o conhecia, porque lh’o sonegaram. Se
o conhecesse, s. excia. sem duvida, ''exponte sua'',
abriria uma devassa para descobrir onde foram<noinclude></noinclude>
86kkbsn2kk7w635o28yyqv9hl0j8lpa
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|153}}</noinclude>parar aquelles dois boiões, contendo cerca de cem
litros de petroleo, colhidos em uma bolsa, pelo
departamento mineral, como indicio de um grande lençol, que exactamente se procurava. Esses
boiões custaram centenas de contos á nação, e
eram um padrão de descoberta e de conquista.
E que se fez delles? Por que desappareceram
do hall da secretaria da Agricultura de S. Paulo?
Não sairam elles do mesmo poço illuminado do
Tucum? Não pertenciam elles ao governo e á
Nação?
{{dhr}}
12. {{--}} E’ claro tambem que o ministro ignorava que os perfis fornecidos por Bourdot, por
ordem do governo, para os estudos de Washburne,
não foram os verdadeiros. Nunca lh’o diriam,
porque isso incide em violação manifesta dos deveres de funccionario publico. Se os perfis eram
do governo, quando o governo os pediu, não lhe
podiam ser occultados. Se era um erro do governo
dar-lhe o destino que pretendia, de duas uma: ou
o funccionario discordante se demitisse, se via
na sua obediencia uma incompatibilidade moral,
ou apresentasse uma representação aos seus superiores, demonstrando os inconvenientes e os
riscos da medida. Recorrer á fraude de um trabalho official, isso jamais seria a ninguem licitamente permittido. Mas, procedendo como procedeu, o representante do departamento federal
subtrahiu a verdade a Washburne e ao governo,<noinclude></noinclude>
s8y3copvvye1mvya1shygzf4m2ys1j0
Página:O escândalo do petroleo.pdf/164
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|154|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>faltando á fé de seu cargo e á fé dos documentos
de um serviço official. Escarmoteou tambem tudo
ao conhecimento do paiz, sob o pretexto de servil-o.
{{dhr}}
13. {{--}} Nada, contudo, induzia, ou justificava
o engenheiro federal a proceder dessa maneira.
Nenhum risco corria o poço do Tucum, que não
estava em ponto de cahir nas mãos de Washburne.
A perfuração era do governo e Washburne não
ia perfurar. Ia, sim, estudar a geologia do petroleo em S. Paulo. Fornecer-lhe elementos de pesquizas anteriores, favoraveis ao petroleo, não era
desservir o nosso petroleo. Seria antes crear difficuldade para o technico americano caso ele
viesse a negal-o. De outro lado, os terrenos não
estavam alienados a Washburne, nem a qualquer
empreza extrangeira. Nem a direcção do poço
ia ser confiada a Washburne. Por que, dest’arte,
adulterar os perfis do poço do Tucum?
{{dhr}}
14. {{--}} Por brasileirismo? Nesse caso, os
boiões de petroleo e os perfis verdadeiros deveriam ter sido postos á disposição das iniciativas
nacionaes empenhadas nessa região.
Ou, então, deveriam servir para que se promovesse, sob a egide do patrimonio official, a organização de outro emprehendimento creoulo, que
os aproveitasse. Ao contrario, tudo se escondeu
de Washburne, das emprezas patricias, do governo
e do paiz. Accidente nos boiões. Accidente nos<noinclude></noinclude>
sg321wz52ng3goo2hq4bd8mqcf9tv5x
Página:O escândalo do petroleo.pdf/165
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|155}}</noinclude>perfis. Accidente no poço do Tucum. Em summa, o que se fez foi praticamente retardar o descobrimento do petroleo, manter a politica do “não
tirar petroleo”, reproduzir o amigo urso que, para
matar uma mosca, esmaga um craneo; foi, emfim,
desservir o Brasil. Esse atrazo de alguns annos
representa prejuizo de alguns milhões de contos
para a economia do paiz.
{{dhr}}
15. {{--}} Porque, evidentemente, o engenheiro
do departamento mineral não somente não tirou,
como não deixou tirar o petroleo do Tucum. E’
verdade que elle invoca, para cohonestar seus
actos, o axioma patriotico de seu departamento:
“Sepultar no seio da terra o petroleo, para não
ser explorado pelo extrangeiro”. Ora, o lemma
dos trusts mundiaes, que nos escravisam, converge
egualmente para o mesmo objectivo: “Suffocar
o petroleo no Brasil, para não ser explorado pelos
brasileiros”. {{--}} Temos, assim, a mais espontanea
e decisiva das allianças para nunca se descobrir
o petroleo no Brasil...
{{dhr}}
{{t2|DEPOIS DO TUCUM, BELLO MONTE}}
{{dhr}}
16. {{--}} Depois do facto historico do Tucum,
sobreveiu em 1930 um acontecimento nebuloso em
Bello Monte.
E’ o caso que as pesquizas de Washburne indicaram como um dos principaes anticlinaes, na<noinclude></noinclude>
heh1nbxmy7491ug71gi1hb105y8df6p
Página:O escândalo do petroleo.pdf/167
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|157}}</noinclude>Mas, tambem digno de nota, é “a corrida dos
contractos” que o poço de Bello Monte determinou por parte das companhias extrangeiras. Ainda
nesse passo se comprovaram todas as previsões
do trabalho de Washburne, quando dizia: “Se o
Estado publicar o localisação de todos os anticlinaes, o resultado será que muitas das terras adequadas seriam arrendadas pelos especuladores e
outros, que interfeririam com o dominio das companhias sobre o seu campo de pesquizas”. Com
effeito, o relatorio de Washburne e o poço de
Bello Monte determinaram a ''corrida disputadissima'' sobre os anticlinaes de Pirajú, seus arredores, Ribeirão Claro, S. Pedro, Xarqueada e outros.
O como se desenrolaram os incidentes de
Pirajú é narrado na seguinte carta, que recebemos
dos proprietarios dos terrenos, escolhido para a
perfuração:
<blockquote>
{{gap}}{{gap}}''Illmos. Snrs. Drs.''
{{gap}}''Monteiro Lobato e Hilario Freire''
{{gap}}{{gap}}''Attenciosas saudações''
{{dhr}}
''Attendendo ao seu pedido, com referencia aos estudos feitos para descoberta de petroleo em minha propriedade, tenho a opportunidade de informar a V. S. o seguinte:''
''Em 1928, mais ou menos, depois que o engenheiro Washburne, contractado pelo go-<noinclude>''
</blockquote></noinclude>
19zcf83q83mc1ovq6v6qu3z5ka1gqgx
Página:O escândalo do petroleo.pdf/170
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|160|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}
<blockquote>
''</noinclude>os proprietarios, afim de obter os contractos,''
''mandaram vir de S. Paulo ou Rio, machinismos enormes, dizendo que iam iniciar logo''
''os trabalhos na zona. O que se viu, porem,''
''foi o contrario; logo depois de obtidos os''
''contractos, esse material foi reembarcado''
''novamente, sem nem siquer ser tirado da estação. Foi simplesmente uma maneira de''
''impressionar os donos de terras.''
''Tenho tambem certeza de que esses''
''agentes fizeram contractos identicos aos de''
''Pirajú, na zona de S. Pedro de Piracicaba e''
''Ribeirão Claro, no Estado do Paraná.''
''Até hoje a nossa propriedade, em Pirajú,''
''depois de desmontada a sonda, deixou de ser''
''objecto de attenção ou estudos dos technicos''
''do governo, muito embora nós todos tivessemos sempre, da melhor maneira possivel, facilitado tudo quanto fosse necessario para o''
''prosseguimento dos trabalhos.''
''Era o que tinha a informar a V. S.''
''Com a mais alta consideração, subscrevo-me,
{{direita|{{c|''De V. S.''<br>''Amo. Atto. Obdo.''<br>''(a)'' {{sc|Antonio Furlan}}}}}}
</blockquote>
{{dhr}}
17. {{--}} A missiva, ora transcripta, comporta
interessantes commentarios sobre a extensão e o<noinclude></noinclude>
2qytqpds8sy9lptysv6n92pn6ynx946
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|161}}</noinclude>processo de acaparamento de terras petroliferas
pelas entidades extrangeiras: a multa de não perfuração para manter o regimen contractual de não
perfurar, a segregação do sub-solo petrolifero ás
tentativas nacionaes, a comedia de accumular materiaes de sondagem nas estações e reembarcal-os,
uma vez obtida a safra dos contractos... Tudo
isso será objecto de exame mais detido logo
adeante.
No momento, porem, convem accentuar que
o documento prova que houve uma ordem e a tenfativa de execução dessa ordem para entupimento
do poço. Prova que o entupimento só se não
consumou pela resistencia energica, material e decisiva dos irmãos Furlan. Prova e abandono do
furo, há já seis longos annos, após despertar as
mais bellas perspectivas de sucesso.
Os factos são indiscutiveis. Esse abandono é
um acto directamente imputavel á administração
publica. E o abandono, é forma indirecta de sabotagem.
{{dhr}}
{{t2|MOLESTIA DO DESPISTAMENTO}}
{{dhr}}
18. {{--}} Embora seja Monte Bello uma nebulosa, quanto á origem da ordem do abandono e do
entupimento do poço, outro tanto não succede com
o episodio de Tucum. Em Tucum estão definidas,
individualisadas e entrosadas todas as responsabilidades de um funccionario e de sua repartição.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
2lnl4tuvgly343hwqjkr0q15ny8b4hy
Página:O escândalo do petroleo.pdf/172
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|162|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>O sumiço dos boiões, a modificação dos perfis,
a accidentação do poço, com responsaveis ostensivos, constituem symptomas muito graves de uma
grave molestia: a praga do despistamento, infestando a suprema direcção dos serviços de petroleo.
Essa, uma infermidade administrativa insidiosa, que proscrastina a economia do paiz na servidão dos comburentes importados.
{{dhr}}
19. {{--}} As modificações dos perfis do Tucum
abriram um precedente para mais tarde o technico
Victor Oppenheim, arvorado em pontifice do
ministerio, truncar todos os perfis de S. Paulo,
inculcando a existencia de uma zona rasgada por
innumeras falhas. Já no boletim de 1934, o communicado do departamento terminava, com o seu
dogmatismo derrotista: “A região de S. Pedro, no
Estado de S. Paulo, é do ponto de vista geologico-estratigraphico, francamente negativo para futuras pesquizas de petroleo nessa região”.
Essa conclusão negativista é amplificada a
todo o Estado na monographia sobre as “Rochas
Gondwanicas e a Geologia do Petroleo do Brasil
Meridional”. Washburne, em um magistral trabalho que Monteiro Lobato annexou ao seu depoimento, mostrou a deshonestidade scientifica de
Oppenheim, que, em seis mezes de estudos, sem
auxiliares, pretende ter pesquizado uma area
maior que Washburne em tres annos, coadjuvado
de numerosos e idoneos assistentes. Nessas con-<noinclude></noinclude>
2u5oj1bap2kp7q60mnegjfs55tstd7j
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|163}}</noinclude>dições de tempo e de pessoal, para Washburne
“''homem nenhum pode chegar a conclusões definitivas em uma area tão grande''”.
Ainda agora observamos no caso de Alagoas
outro exemplo. Cinco geologos de nomeada universal, servidos pelo mais completo apparelhamento scientifico moderno, em tres mezes só puderam estudar conscienciosamente uma area bem
pequena. Comparativamente, esta area é uma
particula infinitesimal da que Oppenheim pretende ter pesquizado em seis mezes no Estado de São
Paulo e em todo o Brasil Meridional.
Ninguem, melhor que Joviano Pacheco, eminente membro da Commissão do Inquerito, conhece
esse estellionato technico de Oppenheim em relação a S. Paulo, contrapondo-se á probidade scientifica de Washburne, que chegou, por trabalhos
proprios, á conclusão positiva da existencia do
petroleo neste Estado. D’ahi o situar-nos em
frente de um paradoxo: {{--}} Washburne, extrangeiro, a affirmar; e ao mesmo passo o serviço federal officialmente a negar o petroleo paulista.
O technico americano, bem mais brasileiro, a querer tirar petroleo em S. Paulo, em contraste com o
nosso departamento nacional a não querer tiral-o.
{{dhr}}
20. {{--}} De S. Paulo, a mystificação oppenheimica passa para a Bahia. Oppenheim desencadeia
uma campanha derrotista contra o sr. Oscar
Cordeiro, que emprega esforços ingentes em favor<noinclude></noinclude>
8z38jwlkkn0og3kmwekvlxq993ertet
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>das possibilidades petroliferas do Lobato. Chega
a imputar-lhe o crime de falsificação de amostras
de suas perfurações. Consegue catechisar para
sua these o apoio dos srs. Othon e Henry Leonardos. Estes foram ao extremo de declarar ''urbe''
''et orbe'' pela imprensa que o caso do petroleo do
Lobato era um caso de policia. Pois bem: que
verificou a commissão do Inquerito? Ser falsa
a imputação de Oppenheim. Os testemunhos dos
illustres engenheiros Fontenelle e Sylvio de Abreu
elucidaram definitivamente a questão, patenteando
os erros de Oppenheim, quer quanto ás amostras,
quer quanto á formação geologica da região. Se
o caso é, com effeito, de policia, como o classificaram os srs. Leonardos, não attinge mais o sr.
Oscar Cordeiro. Tendo ficado sufficientemente
provado que a autoria da falsidade toca ao sr.
Oppenheim, este, então, é que deveria ser entregue
ás pesquizas da policia, tendo contra si, como
corpo de delicto, o seu proprio relatorio, reproduzido nos topicos principaes pelo Boletim de Agricultura de Abril-Junho de 1934, a pag. 93, sob
o titulo “A questão do petroleo da Bahia”:
“Esta localidade (Lobato) do ponto de vista
da geologia do petroleo é positivamente desfavoravel á presença de hydro-carbonetos... O conjuncto geo-tectonico desse local é absolutamente
negativo... Os elementos technicos attestam de
um modo formal a não existencia de jazidas petro-<noinclude></noinclude>
keixbo4ap0w5lvhmtza415nmpv6krls
Página:O escândalo do petroleo.pdf/175
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|165}}</noinclude>liferas no Lobato... Está provado à saciedade a
inexistencia de depositos petroliferos no logar
denominado Lobato na Bahia.”
{{dhr}}
21. {{--}} Em Alagoas não foi menos tendenciosa a attitude de Oppenheim. Alli trabalhou em
um poço da Companhia Petroleo Nacional, onde
commetteu todas as diabruras contra a empreza
de Edson de Carvalho No estudo daquella região
embora observasse perfeitamente o cretaceo, occultou-lhe a existencia para cohonestar o novo
grito de “Rumo ao Acre”. Deformou todas as
varias plantas e perfis referentes áquella zona.
Formou, por esse modo, a opinião official, adoptada no relatorio do sr. Odilon Braga, a pg. 89,
contraria “a crença no ''petroleo litoreano, de existencia problematica''”. Hoje o assumpto ficou definitivamente esclarecido com os resultados decisivos e positivos dos technicos allemães. Está em
Alagoas rectificado o nefasto erro official, como
Washburne rectificara um erro identico contra as
possibilidades petroliferas de S. Paulo.
{{dhr}}
22. {{--}} Em Riacho Doce, tomando-se, como base de referencia as condições de Clapp, para a caracterisação dos terrenos petroliferos, assignalam-se
os seguintes antagonismos entre os trabalhos de
Oppenheim e as pesquizas dos allemães: POSSANÇA DAS CAMADAS SEDIMETRARIAS; para
aquelle, espessura reduzida, crystallino raso, ex-<noinclude></noinclude>
dpfjn2ibzb5ztipbb1m2ezv79qot2y2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/177
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|167}}</noinclude>nenhuns; para estes, emanações de gazes e outros
indicios de lençol de petroleo determinados pelo
processo Laubmeyer, que permitte distinguir entre
as fracas emanações de rochas betuminosas e as
emanações concentradas dos lençóes.
{{dhr}}
23. {{--}} Vemos, desta maneira, ao norte ao
centro e ao sul do paiz, a officialização de um
systema de embustes, em pontos essenciaes das
pesquizas de petroleo. As theses sustentadas por
Oppenheim na sua monographia relativa ás rochas
gondwanicas, repousam sobre observações intencionalmente erroneas e propositadamente falseadas. A obra é visceralmente uma fraude immensa.
Foi entretanto apoiado nessas adulterações
que Oppenheim se julgou com bases para concluir
que “no Brasil meridional as rochas gondwanicas
deste systema não são geradoras de petroleo, em
quantidades e condições exploraveis... No hemispherio meridional não se conhecem sedimentos gondwanicos productores de petroleo exploravel”. Pelo que “para o encontro de jazidas
exploraveis de petroleo, as pesquizas devem ser
dirigidas para as areas de grande desenvolvimento
dos sedimentos devonianos, terciarios e cretaceos
nas areas limitrophes com Bolivia e Perú.” (Ob:
Cit.)
{{dhr}}
24 {{--}} Se o eminente patricio e ministro sr.
Odilon Braga tivesse sciencia de toda essa vasta<noinclude></noinclude>
0jrfdx4a2x203lw53gaz4nf26wekgg2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/178
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|168|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>teia de burlas, desmascaradas por Washburne em
S. Paulo, desmascaradas por Fontenelle e Sylvio
de Abreu na Bahia, desmascaradas pelos trabalhos magistraes dos technicos allemães em Alagoas, {{--}} jamais escreveria os conceitos constantes
de suas “Bases para o Inquerito” a pg. 170 de
sua edição popular:
“Contractado em 1933, o geologo especialista
Victor Oppenheim, este breve ia diffundir entre nós
os mais recentes e já seguros principios scientificos relativos ao petroleo, em face dos quaes se
deveria prenunciar a mudança de orientação pratica do Ministerio, assentando-o num claro e racional systema de idéas contido na secção I, da
parte III da sua, POR TODOS OS TITULOS NOTAVEL MONOGRAPHIA sobre Rochas Gondwanicas e Geologia do Petroleo do Brasil Meridional”, publicada em Dezembro de 1934.”
Notavel monographia ! Notavel, realmente,
pela ousadia das claudicações scientificas e pelo
desplante com que induziu um ministro de Estado
a enxertar, em confiança, os maiores erros de
facto e de sciencia, no seu relatorio dirigido ao
chefe da nação.
{{dhr}}
{{t2|O EPISODIO DE MATTO GROSSO}}
{{dhr}}
25. {{--}} Não fica, ahi, entretanto, a extensão
da obra do despistamento official nas súas manifestações activas. Existem tambem as formas<noinclude></noinclude>
gcdyq92u5cpe63rrwe3uw79gmntu46x
Página:O escândalo do petroleo.pdf/179
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|169}}</noinclude>passivas da mystificação : o silencio, ou a occultação, a indifferença, ou a inercia, o descaso ou o
desprezo.
Ha que ver, por exemplo, o episodio de Matto
Grosso, em que a obstrucção assume a feição inerte
da desidia.
Leia-se o relatorio ministerial, na pagina
206. Elle explana a orientação do programma em
execução. Estabelece como premissa doutrinaria
o seguinte: “Em se tratando dessa pesquiza (do
petroleo), duas têm sido as attitudes do homem; a
empirica, que produz excellentes resultados NAS
REGIÕES EM QUE O PETROLEO OU AFFLORA,
ou occorre como ''accidente'' em sondagens para outros fins...”
E a seguir fixa, como materia de facto, este
ponto: “No Brasil, onde o petroleo ainda não foi
descoberto, ''nem por acaso, nem por exsudação''
''abundante''...”
Essa informação preliminar fornecida ao honrado ministro não é exacta. No Brasil já está descoberta e identificada uma exsudação abundante,
tambem denominada exsudação activa, ''oil-seepage'',
nascente natural do petroleo. E essa descoberta é
do conhecimento do director de geophysica, sr. Victor Oppenheim, desde 1935.
{{dhr}}
26. {{--}} Com effeito, aos 28 de Maio do anno
passado, portanto dez mezes antes do relatorio<noinclude></noinclude>
k1aqfldd7p398692qr6q4n3uozf8cgp
Página:O escândalo do petroleo.pdf/181
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|171}}</noinclude>vinha. No quarto dia descobri uma “oil seepage”,
ou exsudação ativa de petroleo num dos morros,
dando aproximadamente de 500 a 600 litros por dia
de 24 horas. Enchi com ele uma das minhas borrachas de agua e tambem colhi amostra das areias
que saiam com o petroleo. Era um oleo de cor
verde-castanho, de gravidade leve e parafinoso {{--}}
da mais alta qualidade conhecida. Aquelle campo
petrolifero apresenta muita semelhança com os do.
Oklahoma e do Texas, nos Estados Unidos. A formação geologica é provavelmente do periodo Paleozoico ou do Siluriano, e tudo ali indica que esse
campo talvez seja o maior campo de petroleo da
America do Sul.
“A estratificação do petroleo deve estar a uns
500-600 metros. O terreno é um chapadão ondulado, com faixas de vegetação escassa, doentia,
aleijada em virtude das emanações de gaz. Ao
Norte e Oeste extendem-se planices e vales extensos, de 1200 pés acima do nivel do mar. Ha nas
vizinhanças dos rios bastante madeira, propria
para construcção de torres de sondagem”.
{{dhr}}
27. {{--}} Accresce a circumstancia de que as
amostras de petroleo trazidas por Loch já haviam
sido devidamente analysadas pela secção competente do ministerio da Agricultura.
E ha que notar que a vasão do petroleo ''in natura'' attingia desde logo quantidade commercial,<noinclude></noinclude>
s3ylhatine0ickho1cm68vg3y1i7agf
Página:O escândalo do petroleo.pdf/182
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|172|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>a saber, 150 barris por mez, ou 1.800 por anno, com
o valor approximado de 90 contos.
{{dhr}}
28. {{--}} Essa era uma communicação verdadeiramente sensacional.
A ''oil-seepage'' é, digamos, o poço espontaneo,
nativo, fluente, é a existencia viva, palpavel, medivel, utilisavel do petroleo. Deante della não se
cogita de estructuras, nem de gaz, nem de sedimentos, nem de crystallino, nem de tudo quanto
seja possibilidade ou indicio. A ''oil-seepage'' não
é indicio, é o petroleo na sua realidade. E’ a decisão do problema sobre a existencia, ou não existencia do petroleo no Brasil.
Com uma circumstancia favoravel a mais: o
seu estudo immediato não offerecia difficuldade
alguma. O local é mais accessivel pelos meios de
transporte do que o Acre. Até Porto Velho ha
um serviço regular de navegação, cada quinze
dias, em embarcações confortaveis, denominadas
“gaiolas”. De Porto Velho até Guajará Mirim trafega a estrada de Ferro Maneira-Mamoré. Em
Guajará Mirim, o rio permitte a ancoragem de
hydro-aviões de carreira. A Condor em breve estenderá por alli uma linha regular entre Matto
Grosso e o Amazonas. A 70 kilometros desse ponto, subindo o rio Pacanovas, tambem navegavel,
a ''oil-seepage''.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|173}}</noinclude>Não era, portanto, um roteiro obscuro, como
o das Minas de Prata de Roberio Dias. Era, sim,
uma localisação geographica precisa.
{{dhr}}
29. {{--}} Cumpria, pois, ao Departamento o estricto dever de verificar immediatamente e officialmente o conteúdo da communicação. Ella representava a chave mestra elucidativa de toda a
tragedia do descobrimento do petroleo no Brasil.
Para outra coisa não contractara o Departamento
os srs. Mark Malamphy e Victor Oppenheim. Nem
missão mais precipua tem sobre os hombros o sr.
Fleury da Rocha.
A denuncia da ''oil-seepage'' era idonea. Trazia
a assignatura de um profissional com a fé de seu
grau. Esse profissional apresentava todas as credenciaes de idoneidade, certificadas pela Legação
da Dinamarca, seu paiz de origem, e por entidade particulares insuspeitas. A credibilidade de
sua palavra, como de todos os profissionaes em
egualdade de condições, impõe fé e constitue elemento de prova plena, mesmo em juizo. Elle não
emittia uma opinião pessoal, em ponto de doutrina, attestava um facto de existencia permanente,
em razão do officio.
Ou o Departamento acceitava o facto como
real e verdadeiro, e não podia deante delle cruzar
os braços, como cruzou, porque essa indifferença
é um crime de lesa-patria; ou reputava o facto duvidoso, sobrepticio, incerto, e nessa hypothese<noinclude></noinclude>
nq7m2ibaej2glfoqj0v8nzrklttveh2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/184
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|174|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>acudia-lhe o dever de desmascarar o impostor,
que, baseado na impostura, propunha um negocio
ao governo, induzindo-o a erro ou engano para,
por esse meio, procurar para si lucro ou proveito.
Tão solicito fôra o sr. Oppenheim contra as amostras do Lobato, por julgal-as extranhas ao local;
tão solicito fôra o Departamento contra o manifesto da Petroleos do Brasil, por duvidar do petroleo em S. Pedro, quão desdenhosos agora são
ambos deante da descoberta da ''oil-seepage'' de
Matto Grosso!
{{dhr}}
30 {{--}} O alheiar-se a esse caso é o negar a
propria finalidade do Departamento Mineral. Sobremaneira para o sr. Victor Oppenheim, que, nas
“Rochas Gondwanicas”, reputa como privilegiada a area limitrophe com a Bolivia, por via de suas
estructuras favoraveis ao accumulo de petroleo
com a mesma latitude e a mesma formação geologica do Territorio do Acre.
Ainda mais, e tambem muito grave: Era sabido na alta administração da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré que elementos ligados ao Departamento Mineral nutriam grandes esperanças
na occorrencia de petroleo na zona do rio Guaporé, que, como se sabe, é contribuinte do Mamoré e corta extensos pantanaes, assemelhados aos
campos alagadiços do rio Paraguay. Causou-lhes,
pois, chocante surpresa o saberem do encaminhamento das pesquizas officiaes para o Acre.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
f09axusisi01mnzs94mef314lrj0vdj
Página:O escândalo do petroleo.pdf/185
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|175}}</noinclude>Esse espánto augmenta, quando se considerą
que as margens do Pacanovas e do rio Guaporé extendem-se em terrenos devolutos pertencentes ao Estado de Matto Grosso, sem nenhuma
possibilidade de litigios internacionaes. E em poder de quem estarão os terrenos recommendados
do Territorio do Acre? Pois não é sabido que a
Standard Oil, soberana da Bolivia, promoveu a
guerra do Chaco para obter uma saida pelo
Atlantico, atravez da bacia do Prata? Pois não é
notorio no Estado Maior do Exercito que a falta
da plena execução do Tratado de Petropolis, ainda
pode acarretar complicações internacionaes? Pois
não é plausivel que esses attrictos possam ser desencadeados pelos poderes occultos que cubiçam
o petroleo? Que lhes custaria convulsionar o Acre
a pretexto de concessões de sub-solo e de inadimplemento do tratado petropolitano, para rehaver ao
Norte a arca petrolifera que perderam ao sul com
o desfecho da guerra entre o Paraguay e a Bolivia?
{{dhr}}
31. {{--}} A verificação da ''oil-seepage'' era um
direito e um dever. Direito, que se anniqullou,
não se exercendo; dever, que se rasgou, não se
cumprindo. E em consequencia da falta desse
direito e desse dever, o relatorio do Ministro affirma que ainda não se descobriu exsudação abundante de petroleo no Brasil! Mas essa exsudação existe! O descobrimento, ou invenção, do engenheiro Loch está de pé, até que se prove ó con-<noinclude></noinclude>
ccrn6ngeudmxn0veyga0ofnk7ukymy2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/186
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|176|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>trario. Quem, no entanto, claudicou na informação? O egregio Ministro? Não. Oppenheim e
Fleury da Rocha.
Sabotagem, ou omisão, inercia, ou falsidade,
negativismo, ou Codigo de Minas, burocracia petrolifera, ou perfurações epidermicas, toda essa
profusa synonimia, na copiosa variedade de suas
formas, tudo vem sendo a mesma obra do Proteu
federal: não tirar petroleo e não deixar que alguem o tire...
{{dhr|2em}}
{{t2|MATTO GROSSO: TERRA ESQUECIDA}}
{{dhr}}
32. {{--}} Toda a historia do petroleo em Matto
Groso é uma historia de abandono. A ''oil-seepage''
apparece como uma pagina solta dessa indiferença imperdoavel dos poderes federaes pelo grande
Estado brasileiro.
Examinem-se as “Bases para o Inquerito”, que
são o catalogo official e chronologico do petroleo. Debalde a Commissão do Inquerito rebuscará nelle o nome de Matto Grosso. Percorra-se a
sua resenha historica, de pags. 91 a 156. De 1918
a 1919: ali apparecem Alagôas, Bahia, Paraná e
S. Paulo. Depois, de 1920 a 1929, {{--}} Alagoas, Bahia, Paraná, S. Paulo, S. Catharina, Amazonas,
Pará, Minas Geraes. Depois ainda, de 1930 a 1935:
Pará, Paraná, Santa Catharina, S. Paulo, Alagoas,
Rio Grande do Sul. Nem uma só vez o nome de
Matto Grosso.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/187
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|177}}</noinclude>{{dhr}}
33. {{--}} Igualmente a muito famosa monographia de Oppenheim, o novo evangelho do Ministerio, nem siquer o balbucia. Apenas implicitamente envolve todo o sul de Matto Grosso, com
seu Chaco ou pantanal, nas mesmas conclusões
das Rochas Gondwanicas”, a saber:
“No Sul do Brasil, as rochas gondwanicas deste systema não são geradoras de petroleo, em quantidades e condições industrialmente exploraveis.
“No hemispherio Meridional não se conhecem
sedimentos gondwanicos productores de petroleo
exploravel.
“Tambem na America do Sul não foram constatados horizontes productivos de petroleo exploravel”.
Apesar disso, no mais chocante dos contrastes,
o Ministerio da Relações Exteriores, no seu Boletim Commercial, trouxe a lume, pelo “Diario Official” de 15 de Maio ultimo, o seguinte communicado:
{{dhr}}
{{t2|MINISTERIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES<br>BOLETIM COMMERCIAL}}
{{dhr}}
{{c|''PETROLEO''}}
{{dhr}}
{{c|OS VESTIGIOS NO PANTANAL DE MATTO GROSSO}}
{{dhr}}
<small>“O nosso pantanal é identico ao Chaco Boreal, no
qual o aparecimento do petroleo provocou a recente
guerra do Paraguay com a Bolivia. O Chaco, ou o Pan-<noinclude></small></noinclude>
1q6a48ewvo45gqrppgczpikoxfp1lz9
Página:O escândalo do petroleo.pdf/188
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|178|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}
<small></noinclude>tanal, é o remanescente do velho mar do Xaraés, um mediterraneo prehistorico, que enchia todas as terras baixas
entre as duas cordilheiras do continente actual. Os ultimos vestigios existem ainda nos innumeros lagos e
lagôas de agua salgada. disseminados nos municipios de
Porto Murtinho, Corumbá, Aquidauana, Poconé e Caceres. Toda essa região é baixa e calcarea, obtendo-se,
com excavações, apenas de um ou dois metros, conchas
e agglomerados fosseis. Essa região alaga-se ainda todos os annos, na época da cheia de seus rios. Alem das
lagôas de agua salgada, existem por toda parte barreiras
ou salinas naturaes. É muito commum tambem encontrarem-se grandes zonas de betume ou lama muito preta.
Essa lama secca, em briquetes, é usada como combustivel. Em toda essa região, que é immensa, existem signaes muito evidentes de petroleo, ''mais do que em qualquer parte do mundo''. Nas margens do Rio Appa e do
affluente Rio Perdido, existe petroleo efflorescente nas
fazendas Amonguijá, das familias Alves de Arruda e Correia da Costa. O gado recusa-se a beber as aguas, que
cheiram a kerosene. Na fazenda Barranco Branco e no
Rio Tererê, Rio Paraguay, acima de Porto Murtinho,
existem salinas, lagôas salgadas e vestigios de petroleo.
Proxima da Fortaleza de Coimbra, existe uma caverna
calcarea, denominada Soturna, e nas suas proximidades
lagôas salgadas e brejos com petroleo efflorescente.
“Mais acima, na margem do Rio Paraguay, existem
umas jazidas de marmore, na fazenda Santa Branca, e,
proximo dellas, salinas e lama de petroleo. Na Fazenda
Vassoural, a 9 ou 10 kilometros de Porto Esperança,
ponto terminal da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil,
todas as cacimbas que se abrem para agua accumulam
rapidamente naphta. Mais acima, no mesmo rio Paraguay e abaixo do Rio Miranda, existe um morro isolado
no pantanal e conhecido ha muitos annos como Morro<noinclude></small></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/189
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|179}}
<small></noinclude>do Azeite. Alli os antigos exploradores enchiam os seus
corotes de madeira, de um azeite com o qual alimentavam as suas candeias em viagem, ou em suas moradas no
sertão. Proximo dessa região existem talvez as paragens mais futurosas em petroleo. Trata-se das zonas
conhecidas como Nhecolandia e Rio Negro. Nessa região multiplicam-se os lagos e lagoas salgadas e indicios
de toda sorte de petroleo, o sangue da terra. Essa região tem sido visitada seguidamente por extrangeiros
curiosos e ambiciosos.
Nas lagôas e bahias que rodeiam a cidade de Corumbá todos informam a existencia de muitas aguas com
cheiro de kerozene. Rio Paraguay acima até Caceres, a
natureza continúa a mesma e os pesquizadores informam
haver grandes indicios nas lagoas Gabiba e Uberaba.
No alto S. Lourenço e no municipio de Poconé, onde
existe agua salgada, os sertanejos dão noticia do kerozene”.
</small>
{{dhr}}
34. {{--}} Se o Chanceller Macedo Soares, não
como Ministro de Estado, mas como simples particular, subscrevesse o manifesto de encorporação
de uma empreza nacional, para pesquizar e explorar petroleo em Matto Grosso, fundado nos dados
que o “Boletim Commercial” publicou, {{--}} estaria
automaticamente incluido pelo serviço federal no
rol dos “aventureiros de má fé”, que sonham com
o evento do petroleo no seio da terra brasileira.
Ha que causar extranheza, por certo, que a
literatura do petroleo de Matto Grosso se encontre no Ministerio do Exterior e não no Departamento Mineral do Ministerio da Agricultura...
{{nop}}<noinclude></noinclude>
94geai62uiid1danyf7mkp5l9z1zr0n
Página:O escândalo do petroleo.pdf/190
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|180|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}}
35. {{--}} Itamaraty não pode estar embahindo a credulidade do paiz, nem mentindo a outros
povos. Se ha um recanto do paiz em que o petroleo é uma certeza estabelecida pela logica racional, {{--}} essa paragem é a do pantanal. Tanto é
Chaco a Bolivia, como Chaco é Paraguay, como é
Chaco Matto Grosso. Na origem geologica, na
formação, na contiguidade, na potamographia tudo
é um só.
Como explicar-se, pois, que até hoje o Departamento Mineral não haja volvido as suas vistas
para aquella região privilegiada? O pantanal offerece outro accesso, outra communicação, outro
transporte que não offerece o Acre predilecto. Se
contra a ''oil-seepage'' do Pacanovas ha que allegar sua situação geographica ainda ingrata aos
meios de transporte, pela dependencia da bacia do
Amazonas e da via ferrea Mamoré até que se construa um oleoducto via Cuyabá, {{--}} o pantanal ao
sul conta em seu favor optima rede de communicações: ferroviarias, rodoviarias, postaes, telegraphicas, aereas, fluviaes, portuarias.
O petroleo de Matto Groso, de longos annos,
dir-se-ia um abcesso entumecido, vermelho, espontado, febril, o apice branco latejante a convidar um golpe de lanceta. Por isso mesmo, tumor
perigoso, que pode responder ao appello da mais
leve incisão. No Retiro S. Joaquim, da fazenda
Amaguijá, á margem do Rio Perdido, em Porto<noinclude></noinclude>
6cd3qgq1rrzcrkrsnw1gpb2jq5rc62c
Página:O escândalo do petroleo.pdf/191
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|181}}</noinclude>Murtinho, o explorador Barzaretti, ligado a Anglo
Mexican, fez abrir um poço em 1929, com a profundidade de vinte metros. Dá com tal quantidade de materiaes oleosos que teve necessidade de o
entupir depressa para evitar o desastre de um jorro
de petroleo!
{{dhr}}
36. {{--}} Nem é um abcesso: é um anthraz, uma
furunculose generalisada nos sedimentos do mar
do Xaraés. Um dos focos por si mesmo estoura a
epiderme no Pacanovas e principia a fluir a
quinhentos litros por dia, em uma ''oil-seepage''.
Escorre pelo solo. Derrama a fetidez na athmosphera. Boia na flôr dos rios.
Comtudo, no relatorio nem uma referencia
ao menos ao petroleo de Matto Grosso! Naturalmente, tem muito que fazer o sr. Fleury da Rocha.
Não lhe escapa uma unica infracção do regulamento do sello fixo nos papeis que transitam pelo
Departamento Mineral, o Grande Departamento
do Não Tirar Petroleo. Melhor seria proceder-se
ao reajustamento, ou modificação de quadros, valores e serviços, com é do estylo actual: passar o
petroleo para o Ministerio do Exterior e o sr.
Fleury da Rocha para o Ministerio da Fazenda,
como inspector fixo de sellos fixos.
Talvez então deixaria Matto Grosso de ser a
terra esquecida que é...
{{nop}}<noinclude></noinclude>
nnwm7qvsy1u319axa3dq11b7bzlrv8m
Página:O escândalo do petroleo.pdf/192
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|182|Monteiro Lobato|}}</noinclude>{{dhr|2em}}
{{t2|O CASO DE ALAGOAS}}
{{dhr}}
37. {{--}} Em relação ao “não tirar petroleo”,
a sabotagem e o despistamento apresentam tambem formas activas e passivas. As activas se processam contra as legitimas emprezas nacionaes. As
inactivas, em beneficio das extrangeiras, com ou
sem rotulos nacionaes. Os olhos officiaes se fecham sempre para não ver os interesses occultos.
{{dhr}}
38. {{--}} Monteiro Lobato, em seu concludente
depoimento, mostrou como se vem desenvolvendo
e operando a hostilidade do departamento mineral contra as companhias brasileiras legitimas.
O que se passou com a Companhia Petroleos do
Brasil, impedida do levantamento de maiores capitaes pela intromissão derrotista do serviço federal, foi simplesmente revoltante. Um poço modelar. Perfuração até 1070 metros. Applicação
honesta e efficiente dos capitaes subscriptos pelo
publico. Necessidade de novos recursos. Interferencia do departamento federal para obstar-lhe
a obtenção de mais dinheiro, executada mediante
um communicado tendencioso do sr. Fleury da
Rocha: “A região de S. Pedro é negativa. Não
subscreva mais capitaes. Nada de asneira... Seria jogar dinheiro fóra...”
Contra a empreza de Alagoas, a guerra assumiu aspectos multiplos e successivos; suspeita le-<noinclude></noinclude>
mx0h5x9lblpdtjd7iop27z3x737lus6
Página:O escândalo do petroleo.pdf/193
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|183}}</noinclude>vantada em publico contra o manifesto inaugural
dos encorporadores; sabotagem de um poço pelo
sr. Oppenheim; occupação militar do Riacho Doce;
devassa contra a companhia; opinião dos technicos
officiaes contra o petroleo litoraneo; tentativa da
retirada da sonda do poço S. João; resistencia aos
estudos geophisicos pelos technicos allemães.
{{dhr}}
39. {{--}} A these sustentada pelo departamento
mineral definida pelo sr. Odilon Braga, a pag. 61
de seu relatorio é a seguinte: “A technica official
deve intervir até na mais intima economia das emprezas particulares para o fim de acautelar interesses de seus accionistas e os da vida social.” Mais
de espaço, iremos examinar em face de nossa legislação a duvidosa juridicidade desse thema, que o
ministro confessa ser inspirado no plano quinquienal russo e na dictadura da technocracia (“Bases”,
pag. 31). Na pratica, ha no thema dois pesos
e duas medidas, consoante se trate das malsinadas
emprezas nacionaes, ou das bemaventuradas companhias extrangeiras.
No momento, ha que ver como a animosidade
ás nossas emprezas, mercê das erroneas informações de seus subordinados se infiltrou até no espirito do proprio detentor da pasta da agricultura.
{{dhr}}
40. {{--}} Pretende o Departamento convencer
que justas reclamações contra a incuria official são
filhas de interesses contrariados. Intenta-se assim
desmoralisar nossas companhias perante a nação,<noinclude></noinclude>
lcoi5869i9slxuzucn4hve9okpk9fq8
Página:O escândalo do petroleo.pdf/194
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|184|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>para que a nação as abandonando não possam tirar petroleo. Seriam ellas, por exemplo, que, embora em luta com escassez de recursos financeiros, organisaram uma dispendiosa technica de publicidade demolidora. Leia-se, a proposito, a academica dissertação ministerial, versando psychologia collectiva, com citações de Tarde, Le Bon e
Sighele. Seriam ellas, ainda, que teriam dado uma
artificial sonoridade ao mal entendido de Alagôas.
Todavia, a occurencia alagoana lhes foi inteiramente alheia. No caso de Alagôas houve um choque
directo entre dois poderes publicos, o estadoal e o
federal. Mas como não se podem imputar ao governo daquelle Estado interesses contrafeitos, arruma-se a carga nas costas das orphãsinhas, abandonadas pelos proprios que se arrogam as funcções
de seus tutores e curadores...
{{dhr}}
41. {{--}} Tivesse, ou não tivesse havido um equivoco sobre a devolução da sonda do Riacho Doce,
o facto é affirmado e confirmado pelo governador
do Estado, no seu depoimento, onde declara: “No.
officio com que este (o sr. Bourdot Dutra) se me
apresentou, vinha expressa a sua missão, que era
precipuamente arrecadar a sonda de que estava o
Estado como depositario e cedida por emprestimo
á companhia perfuradora do poço”.
Resultou o historico telegramma expedido pelo
intrepido sr. Osman Loureiro, então ainda interventor, ao ministro Odilon Braga.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/195
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|185}}</noinclude>“O enviado do serviço geologico, em logar de
trazer a apparelhagem necessaria para examinar
a situação do petroleo em Riacho Doce, apresentou
um officio reclamando a entrega da sonda cedida
ao Estado para aquelle fim. A retirada da sonda
no momento actual não seria somente uma decepção, em desabono do serviço official, SENÃO TAMBEM A CONFIRMAÇÃO DOS RUMORES DE QUE
INTERESSES OCCULTOS ENTRAVAM O ANDAMENTO DAS PESQUIZAS DO PRECIOSO
OLEO”.
Ainda ultimamente, na sua mensagem á Assembléa Legislativa de Alagôas, na installação dos
trabalhos da 2.ª sessão legislativa da primeira legislatura, o illustre governador relata no capitulo
sobre “O CASO DO PETROLEO”:
“Embora conhecidos, merecem ser relembrados os factos relativos á revelação do petroleo em
nosso territorio. Affirmada e logo desmentida
sua existencia entre nós, cumpria-nos, antes do
mais, esclarecer em definitivo o problema. Eis senão quando se constatou a emanação de gazes de
alta pressão no poço S. João, aberto pela Companhia Petroleo Nacional na região do Riacho Doce,
municipio da Capital. Pela sua significação, o
phenomeno merecia ser devidamente apurado. Na
falta de technicos, invoquei o auxilio do serviço
geologico federal, O QUAL, DEPOIS DE VARIAS
TENTATIVAS INFRUCTIFERAS, enviou um emis-<noinclude></noinclude>
nq1qgos4puw2lzcaws65sjk823jxkgz
Página:O escândalo do petroleo.pdf/196
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|186|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>sario a esta Capital, no objectivo de retirar a sonda
que alli se encontrava, cedida á Companhia pelo
governo do Estado, que a tomara por emprestimo
ao Ministerio da Agricultura. Não desejo reavivar
os commentarios provocados POR UMA PROVIDENCIA TAO EXTRANHA QUANTO ESTA. O
proprio governo, interpretando o sentimento do
povo, SIGNIFICOU O SEU PROTESTO nos devidos
termos conseguindo A ANNULLAÇÃO DE ORDEM
TÃO EXDRUXULA.
“DEPOIS DE CONVENCIDO QUE NÃO PODIA CONTAR COM A BOA VONTADE DO SERVIÇO FEDERAL, DADAS AS DIFFICULDADES
OFFERECIDAS, solicitei dessa assembléa os meios
para MANDAR FAZER DIRECTAMENTE OS ESTUDOS RECLAMADOS NA HYPOTHESE, esclarecendo de vez a controversia sobre a existencia de
oleo natural entre nós.
“O CERTO E’ QUE O GOVERNO TOMOU A
UNICA ATTITUDE COMPATIVEL COM OS
GRANDES INTERESSES QUE LHE CABIA ACAUTELAR E DEU AO CASO A UNICA SOLUÇÃO
RACIONAL E JUSTA. O FUTURO DIRA’ COM
QUEM ESTAVA A VERDADE”.
{{dhr}}
42. {{--}} Esse incidente dramatico, assim desdobrado perante os olhos do paiz, teria necessariamente de ferir a consciencia publica e vibrar na
imprensa unanime, livre e desinteressada, com a
resonancia com que vibrou. Nenhuma impureza<noinclude></noinclude>
fri2k2593zwtgsmpvcvjg826lh5ykne
Página:O escândalo do petroleo.pdf/197
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|186|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>sario a esta Capital, no objectivo de retirar a sonda
que alli se encontrava, cedida á Companhia pelo
governo do Estado, que a tomara por emprestimo
ao Ministerio da Agricultura. Não desejo reavivar
os commentarios provocados POR UMA PROVIDENCIA TAO EXTRANHA QUANTO ESTA. O
proprio governo, interpretando o sentimento do
povo, SIGNIFICOU O SEU PROTESTO nos devidos
termos conseguindo A ANNULLAÇÃO DE ORDEM
TÃO EXDRUXULA.
“DEPOIS DE CONVENCIDO QUE NÃO PODIA CONTAR COM A BOA VONTADE DO SERVIÇO FEDERAL, DADAS AS DIFFICULDADES
OFFERECIDAS, solicitei dessa assembléa os meios
para MANDAR FAZER DIRECTAMENTE OS ESTUDOS RECLAMADOS NA HYPOTHESE, esclarecendo de vez a controversia sobre a existencia de
oleo natural entre nós.
“O CERTO E’ QUE O GOVERNO TOMOU A
UNICA ATTITUDE COMPATIVEL COM OS
GRANDES INTERESSES QUE LHE CABIA ACAUTELAR E DEU AO CASO A UNICA SOLUÇÃO
RACIONAL E JUSTA. O FUTURO DIRA’ COM
QUEM ESTAVA A VERDADE”.
{{dhr}}
42. {{--}} Esse incidente dramatico, assim desdobrado perante os olhos do paiz, teria necessariamente de ferir a consciencia publica e vibrar na
imprensa unanime, livre e desinteressada, com a
resonancia com que vibrou. Nenhuma impureza<noinclude></noinclude>
fri2k2593zwtgsmpvcvjg826lh5ykne
Página:O escândalo do petroleo.pdf/198
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|188|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}}
{{t2|O CONTRACTO DOS ALLEMÃES}}
{{dhr}}
44. {{--}} Desde que o governo de Alagoas, “''convencido de que não podia contar com a boa vontade do serviço federal''”, se metteu a querer tirar petroleo, principiou-lhe tambem a via sacra. Celebrado em 24 de Dezembro de 35 o contracto com a
Elbof, entidade especialisada em estudos geophisicos, de autoridade universal, neutra, não ligada a
trust algum de petroleo, aquelle governo luctou 23
dias para obter uma cambial de nove mil marcos,
{{--}} ou sejam approximadamente cincoenta e tres
contos de reis, de sua primeira prestação contractual, muito embora se tratasse de operação directamente ligada ao fomento da producção economica do paiz. Vencido o primeiro embaraço, succede o segundo: {{--}} o consul geral do Brasil em
Hamburgo recusa o visto ao passaporte dos engenheiros allemães, apesar de sua missão de caracter
official. Providencias junto ao Itamaraty. Remove-se o obstaculo. Embarcam os technicos.
{{dhr}}
45. {{--}} Estão em travessia, quando rebenta em
Maceió um officio do Ministro da Agricultura, solicitando ao governo alagoano adiar as pesquizas dos
allemães, porque o departamento federal já tinha
um plano para a execução desses estudos. Causa
surpreza esse officio. Em nada a iniciativa do
Estado collidia com a iniciativa do departamento,<noinclude></noinclude>
tjtru1h9m3mmucdnihdfzqdmhylhn1s
Página:O escândalo do petroleo.pdf/199
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|189}}</noinclude>como os factos vieram a comprovar. Pelo contrarío, os trabalhos se entrecompletavam. A imprensa
inteira do paiz, como era natural, manifesta a sua
extranheza. O governo do Estado responde que tinha um contracto a cumprir e cumpril-o-ia, como
o cumpriu, sem uma interrupção qualquer.
Mas o ministro estava possuido da boa fé, que
transparece no seguindo topico de seu trabalho {{--}}
(pag. 79). “Provavelmente os que reagiam contra
o supposto protesto, ignoravam o ''modus faciendi''
da pesquiza geophisica, muitas vezes ensaiada por
meio de explosões provocadas no sub-solo para o
fim de registrar-se a ondulação de suas repercussões, pois de outra sorte não se comprehende que
não percebessem a inconveniencia da simultaneidade dos dois trabalhos”...
Ora, o que se verificou é que essa inconveniencia não foi percebida por ninguem...
{{dhr}}
46. {{--}} Chegam, em seguida, os allemães a Recife. Alviçaras? Ainda não era tempo de arrhas
pela nova... A Alfandega de Recife retem as bagagens scientificas dos technicos por vinte e cinco
dias, que já estão correndo por conta do governo
alagoano, acarretando um prejuízo de dezenas de
contos. Era preciso audiencia do Ministerio da
Agricultura. Intervenção do Presidente da Republica. Desembaraço dos apparelhos. Despacho
para Maceió. Emfim, começa-se a trabalhar...
{{nop}}
Digilized by
Google<noinclude></noinclude>
qi9964mnupddghpcqeajozxxpboad0n
Página:O escândalo do petroleo.pdf/200
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|190|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}}
47. {{--}} Novo contratempo. O processo sismico
exige o emprego de explosivos. Não os ha no norte. Ha que transportal-os do sul. Um milhão de
obices para embarcal-os. Licença daqui, licença
dalli. Embarcam-se. De novo uma Alfandega. A
de Maceió retarda por quinze dias a entrega dos explosivos. O contracto correndo. O tempo correndo...
O governo de Alagôas com a cruz ás costas,
com o mesmo madeiro das emprezas nacionaes,
purgando o mesmo peccado, subindo o mesmo Calvario do petroleo, para redimir o Brasil...
Isto posto, comprehende-se bem, em todo o seu
verdadeiro e profundo sentido, a amarga verdade
da ultima mensagem do governador Osman Loureiro:
“Depois de convencido de que não podia contar com a boa vontade do serviço federal, dadas as
difficuldades offerecidas...”
{{dhr}}
{{t2|CAMPANHA CONTRA AS EMPREZAS<br>NACIONAES}}
{{dhr}}
48. {{--}} O sr. ministro confessa abertamente
(pag. 43), que a ''frente dos technicos do Ministerio''
''da Agricultura se tornou inconciliavel com a das''
''companhias nacionaes.''
Desse estado de prevenção de espirito nasce no
departamento a deturpação systematica de tudo<noinclude></noinclude>
ctcejzyctq5ov6zaeewy1wvwmzhkexf
Página:O escândalo do petroleo.pdf/201
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|191}}</noinclude>quanto se refere a essas emprezas. Vem dahi a
serie enorme de erros de facto historiados nas “Bases para o Inquerito”. São informações viciosas fornecidas ao ministro, visando ferir a Companhia Petroleos do Brasil, de São Paulo, que deu um
dos poços mais profundos do Brasil; a Companhia
Petroleo Nacional, de Alagôas, que deu a primeira
revelação technicamente certificada do gaz de petroleo; a Alliança Mineração e Petroleos, que deu
o primeiro contracto de estudos geophysicos do
paiz.
{{dhr}}
49. {{--}} Não é exacto que a AMEP {{--}} (Alliança
Mineração e Petroleos) seja uma nova secção da
Cia. Petroleos do Brasil. Não é exacto, como o quer
a perfidia official do Departamento, que esteja
a serviço de capitaes extrangeiros. Não é exacto que
tenha o objectivo subalterno de sustentar campanhas diffamatorias.
O Departamento, antes de falar ao ministro,
deveria primeiro consultar os estatutos da AMEP,
no “Diario Official”, para conhecer-lhe a largueza
e a precisão dos objectivos. Veria que é uma sociedade por quotas, sem qualquer ligação com a
sociedade anonyma Cia. Petroleos do Brasil, da
qual se distingue na personalidade juridica, nos
membros componentes, na orientação, na forma e
no fundo.
Na execução de seus fins a AMEP conseguiu
inicialmente resolver a questão do concurso extran-<noinclude></noinclude>
dlcvch59mtg1vq9v0l444agolbm6r4p
Página:O escândalo do petroleo.pdf/202
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|192|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>geiro, sem interferencia deste na vida interna das
nossas emprezas. Ficou com a representação da
ELBOF no Brasil, porque esta entidade technica
de renome mundial não está ligada a trust algum.
E’ puramente scientifica, na sua especialidade de
estudos geophysicos. O estudo geophysico é um
meio de alcançar um dos fins da AMEP. Sem material, nem pessoal para pesquizas dessa natureza no
paiz, sem contar com o apoio official, collimou, na
solução adoptada, salvar os melindres do nosso nacionalismo e a autonomia de nossas emprezas.
Em razão da consagrada idoneidade da ELBOF,
os resultados de suas pesquizas, quando favoraveis,
abrem a possibilidade de financiamento, com o pagamento a ser feito com o proprio oleo a extrair-se.
{{dhr}}
Que provaram os factos? Que a AMEP conseguiu, com o concurso esclarecido do governo alagoano, realisar o primeiro contracto de estudos
geophysicos verdadeiramente completos entre nós.
Com as investigações dos sabios allemães mostrou-se a deshonestidade scientifica dos Oppenheims e
dos Fleurys, que sustentavam que em Alagôas,
com as suas estructuras desfavoraveis, poderia ter
havido petroleo em outras eras, mas que esse petroleo se evaporara, deixando apenas os residuos
pesados em forma de asphalto.
{{dhr}}
O que se constatou foram todas as condições
favoraveis á existencia de um grande e profundo
lençol, sem uma unica contra-indicação. Esse lar-<noinclude></noinclude>
nky21mi36elo4b5ie36x0fmldp03904
Página:O escândalo do petroleo.pdf/203
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|193}}</noinclude>go passo adeante é uma consequencia do impulso
inicial da AMEP, com seus fins salutares e honestos
e não com aquelle proposito subalterno de campanha diffamatoria, que lhe é imputado pela frente
inconciliavel dos technicos do ministerio.
{{dhr}}
50. {{--}} Não é exacto tambem que o engenheiro Winter, representante de Piepmeyer, viesse ao
Brasil como enviado especial a serviço de emprezas
particulares, para collocação de capitaes. Quem
trouxe o engenheiro Winter ao Brasil foi Juarez
Tavora, quando geria a pasta da Agricultura. Esse
titular pedira ao Itamaraty que lhe informasse qual
a organisação do exterior mais idonea para execução de estudos geophysicos no Brasil. O Ministerio do Exterior indicou-lhe a firma Piepmeyer &
Cia., a quem foi, por isso, solicitada uma proposta
para o governo federal. Afim de attender a esse
desejo dos poderes nacionaes é que veiu ao nosso
paiz o seu representante, com credenciaes authenticadas do governo allemão ao governo brasileiro.
Sua proposta ficou dormindo o somno da burocracia.
Se a sua presença, como technico de petroleo,
desperta os pruridos ironicos do nacionalismo official, como supposto agente de collocação de capitaes externos, {{--}} as contas devem ser pedidas,
não á AMEP, mas ao proprio governo da Republica,
que aqui o introduziu. O Departamento, com a
sua incuravel burocracia, sustou-lhe a missão, inu-<noinclude></noinclude>
gkikz7fdsrk4lcmxigkzyandp43jl9h
Página:O escândalo do petroleo.pdf/204
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|194|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>tilisou a iniciativa official de um plano, em conjuncto, de estudos geophysicos no paiz, sonegou
estas informações ao actual ministro e vehiculou,
por seu intermedio, tão grosseira intriga xenophoba contra a AMEP.
O engenheiro Winter já estava aqui ha anno e
meio á espera da solução dos poderes federaes,
quando occasionalmente teve opportunidade de um
entendimento com a iniciativa particular. Proveiu
dessa circumstancia a chave providencial do problema do petroleo em Alagôas.
E que não existe subordinação nenhuma a interesses externos, ha um acontecimento posterior
que o prova.
A companhia alagoana, deante dos horizontes
que se lhe rasgaram com os resultados da missão
geophysica, acaba de crear o seu Departamento
Geophysico, obtendo de Piepmeyer & Cia. a cessão
de todos os apparelhos utilisados nas pesquizas daquelle Estado e bem assim os serviços de dois de
seus principaes technicos.
{{dhr}}
51. {{--}} Não é igualmente exacto que o contracto do governo de Alagoas com os technicos geophysicos allemães se realisasse depois da incorporação definitiva da Companhia Petroleo Nacional, nem que “a firma Piepmeyer não quiz receber em pagamento as acções do lote 9.900 contos
(subscriptos pelo engenheiro Edson da Carvalho),
nem que preferiu fazer-se pagar em moeda cor-<noinclude></noinclude>
1dt67xj2ib0lxc8g3azp4bwh9gfnr4f
Página:O escândalo do petroleo.pdf/205
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|195}}</noinclude>rente do paiz, arrecadada pelo Thesouro de Alagôas. (pag. 78)”. Não. O contracto alagoano lavrou-se a 24 de Dezembro de 1935 e a constituição
definitiva daquella companhia só se processou em
fins de Janeiro e principios de Fevereiro de 1936.
A alteração das datas é intencional, para estabelecer confusões pejorativas.
E’ ainda de accentuar-se que a verba de 200
contos desse contracto era destinada inicialmente,
no projecto de lei, a subvencionar a Companhia Petroleo Nacional. Foi esta que desistiu da subvenção para que o governo, com a mesma despeza, fizesse obra de alcance collectivo, enriquecendo os
archivos do Estado com todo o material dos estudos realizados. E’, pois, patente a perversidade
da informação deturpada que foi transmittida ao
ministro.
{{dhr}}
52. {{--}} Não é ainda exacta a versão official de
''que, antes do contracto de Piepmeyer & Cia.'', SE
REGISTRASSE a tentativa dos incorporadores da
Companhia Petroleo Nacional, ELEVANDO O SEU
CAPITAL A DEZ MIL CONTOS, dos quaes cem
deveriam ser cobertos por subscripção livre e 9.900
seriam entregues ao engenheiro Edson de Carvalho.
A encorporação processou-se mais tarde e de maneira diversa. O capital ''não foi elevado, mas sim''
''reduzido'' de vinte a dez mil contos. O primitivo
manifesto, que vae em annexo a este depoimento,
foi lançado para um capital de vinte mil contos,<noinclude></noinclude>
iw19n29k8tykxa0e7uph91vgmicef5d
Página:O escândalo do petroleo.pdf/207
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|197}}</noinclude>simplificada, para uma rapida acquisição da personalidade juridica, sem nenhuma subordinação
ao financiamento e coordenação de Piepmeyer,
& Cia., como declara o relatorio. Tão pouco jamais foi dada a Piepmeyer & Cia opção entre as
acções da Nacional e o dinheiro do Thesouro de
Alagôas.
Todas as insinuações nesse sentido, partidas do
Departamento, são oriundas da má fé, cuja mascara tem que ser arrancada para que a opinião publica se compenetre da perversidade de seus processos.
{{dhr}}
53. {{--}} Pelo simples exposto fica tambem desfeito o falso argumento official de que o contracto
alagoano significa “a certeza da inexistencia de
petroleo no Araquá, peremptoriamente affirmado
pela “Cia. Petroleos” e NEGADO PELOS TECHNICOS OFFICIAES, porque não obstante estivesse o
perito da Piepmeyer em S. Paulo, em contacto com
a “Petroleos”, preferiu pesquizar em Alagôas”
(Bases, pgs. 78-79). O engenheiro Winter não estava em contacto com a “Petroleos”. Estava em
contacto com o governo federal. A “Petroleos” interrompeu sua perfuração por falta de recursos e
por culpa dos technicos officiaes, que impediram
o levantamento de mais capitaes necessarios. Sem
embargo, a “Petroleos” continua com a convicção
e a certeza inabalavel da existencia do petroleo no
Araquá. O que não existe é qualquer nexo, de cau-<noinclude></noinclude>
rnqan6xx98olorgflrm0r8k9jrfurq2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/208
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|198|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>sa e effeito, ou mesmo de analogia, entre os estudos geophysicos de Alagôas e a inexistencia do petroleo no Araquá.
Evidentemente esse capitulo das “Bases para o
Inquerito” carece ser refundido de alto a baixo,
para escoimar-se de todos os seus erros e inverdades. Não fica bem a ministro da Republica subscrevel-as. Mas é sempre por meio de deformações
desse jaez que o Departamento alimenta o seu fogo
sagrado de perseguição e descredito contra as companhias brasileiros.
{{dhr}}
{{t2|ACAPARAMENTO DE TERRAS PELOS TRUSTS}}
{{dhr}}
54. {{--}} O implacavel programma contra as entidades nacionaes está sobejamente provado. Passemos adeante. Monteiro Lobato, ha quatro annos, brada e repete que as organisações externas
se vão apropriando, por todos os processos, de nossos terrenos petroliferos, para utilisação futura,
quando se exgottarem os campos que ellas exploram em outros paizes. Essa denuncia é a expressão rigorosa da verdade.
Existe por esse pobre Brasil afóra um vasto
imperio, bem installado, de interesses extrangeiros,
com seus direitos de cidadania assegurados em todo
o sub-solo do territorio patrio, para o fim de “''não''
''deixar tirar petroleo''”.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
h5tk9lal8q2lxydfq0vt43ouzzo9bsa
Página:O escândalo do petroleo.pdf/209
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|199}}</noinclude>{{dhr}}
55. {{--}} Em abono de seu asserto, Monteiro Lobato transcreve em seu depoimento uma carta que
recebeu da Argentina, subscripta por Harry Koller, ex-geologo da Standard Oil no Rio da Prata
e no Brasil, contendo as mais preciosas informações, de fonte isenta de suspeitas. São ellas, em
resumo, as seguintes:
1. {{--}} Que, como geologo da Companhia Geral Pan Brasileira de Petroleo (que é a mesma
Standard Oil of Argentina S/A), localizou, durante quatro annos de trabalhos, para sua empreza, doze estructuras petroliferas em differentes Estados brasileiros;
2.º {{--}} Que a Standard Oil, por suas filiadas,
desenvolveu um programa methodico e constante
de organisação de contractos de sub-solo, sendo
que a esse tempo só a Pan Geral Brasileira ''e outra''
(''veremos adiante que ha varias outras'') possuiam
mais de dois mil alqueires em anticlinaes de primeira classe em S. Paulo e no Paraná;
3.º {{--}} Que as emprezas monopolisadoras são
contrarias á abertura de fontes de petroleo no
Brasil, em virtude da superproducção mundial, estando todo o seu interesse concentrado em manter
a nossa escravisação petrolifera;
4.º {{--}} Que “''dadas as actuaes condições''”, a
saber, as circumstancias decorrentes da nova legislação, trataram de acaparar previamente todos<noinclude></noinclude>
5yvvky7750lennvkfhckpj05qwiv0sj
Página:O escândalo do petroleo.pdf/210
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|200|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>os terrenos potencialmente petroliferos, PARA IMPEDIR A EXPLORAÇÃO.
Todo o conteúdo das revelações de Harry Koller é rigorosamente verdadeiro.
{{dhr}}
56. {{--}} Tomemos, por exemplo, duas regiões
indicadas pelo geologo americano: a de Pirajú, em
S. Paulo e a de Ribeirão Claro, no Paraná.
Tendo Washburne, quando em serviço do governo de S. Paulo, localizado um anticlinal em
Bello Monte, na comarca de Pirajú, conforme se
verifica das suas conclusões publicadas no relatorio da Secretaria da Agricultura de 1928 (pgs. 298
a 324), para aquella cidade affluiram diversos geologos extrangeiros e dois directores de companhias
extrangeiras, baptisadas de nomes nacionaes: o
sr. Ivar Hoppe, da Pan Geral Brasileira de Petroleo; e o sr. dr. Luiz Oscar Taves, da Companhia Brasileira de Petroleo. A Pan Geral é Standard. A Brasileira é outro trust. Dentro em pouco
iremos identifical-as convenientemente.
Na fazenda dos irmãos Furlan, em Bello
Monte, abriu-se um poço com uma sonda do governo federal. Quando o poço principiou a revelar petroleo de um modo positivo, e com violentas explosões subterraneas, foi interrompido.
Tentaram obstruil-o com cimento armado, porém os irmãos Furlan a isso se oppuzeram, como
nol-o narram na carta já referida. Paralysaram-se os trabalhos completamente em 1930.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
n0wi8a0c8ne3pap3lmgodo85cvdd7zt
Página:O escândalo do petroleo.pdf/211
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|201}}</noinclude>Mas os directores das citadas entidades empenharam-se em obter arrendamentos do sub-solo
de todos os proprietarios da zona recommendada, mediante as seguintes bases essenciaes; os
proprietarios conservariam a liberdade de cultivar
a superficie; as companhias deveriam iniciar as
perfurações dentro do praso de um, ou dois annos, e emquanto não o fizessem, no praso commum de dez annos de todos os contractos, ficavam
obrigadas a pagar uma multa annual d<sub>e</sub> dez mil
reis por alqueire contractado.
Offerecemos, em annexo, dois exemplares desses contractos, celebrados por escriptura publica
no primeiro cartorio daquella comarca. Um, em
21 de Maio de 1931, entre os srs. Francisco Alves
de Almeida e sua mulher, como senhores de um
sitio de doze alqueires, e a Companhia Pan Geral Brasileira de Petroleo, representada pelo seu
presidente sr. Ivar Hoppe e este pelo sua procurador sr. Leonidas de Carvalho. Outro, em 3 de
Junho de 1931, entre os srs. Manoel Joaquim Vieira e sua mulher, como donos de um sitio de cincoenta e quatro alqueires, e a Companhia Brasileira de Petroleo, representada pelo seu procurador dr. Luiz Oscar Taves. Iguaes a esses foram
lavrados cincoenta e dois contractos no primeiro
tabellionato de Pirajú, sendo quarenta e seis da
Pan Geral e seis da Brasileira. Contractaram
com a Pan Geral os seguintes proprietarios:
{{nop}}<noinclude></noinclude>
50urm4ws7g60ziu49ds2q9yo7511q27
Página:O escândalo do petroleo.pdf/213
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|203}}</noinclude>36 {{--}} Apparecido Cabral e sua mulher.
37 {{--}} João Eiras e sua mulher.
38 {{--}} Antonio Ignacio, sua mulher e outros
39 {{--}} Francisco Pereira da Silva e sua mulher.
40 {{--}} João Domingues de Oliveira e sua mulher.
41 {{--}} Ataliba de Castro Negrão e outros.
42 {{--}} Thomaz Martos Porcel e sua mulher.
43 {{--}} Isaías Assis de Paiva, sua mulher e outros.
44 {{--}} Adriano Custodio de Souza e sua mulher.
45 {{--}} Lazaro Marcellino da Motta e sua mulher.
46 {{--}} Indalecio Fernandes e sua mulher.
{{dhr}}
Contractaram no mesmo officio com a Companhia Brasileira de Petroleo, os seguintes agricultores;
{{dhr}}
47 {{--}} Jorge Mello e sua mulher.
48 {{--}} Jorge A. Jeffery e sua mulher.
49 {{--}} Mario Martinelli, sua mulher e outros.
50 {{--}} Coronel Antonio Eulalio de Carvalho.
51 {{--}} Manoel Joaquim Vieira e sua mulher.
52 {{--}} José Gery e sua mulher.
{{dhr}}
No cartorio do segundo tabellião de Pirajú encontram-se mais sete contractos com a Companhia Brasileira de Petroleo, o que eleva a cincoenta e nove o total das escripturas publicas de concessões do subsolo, incluindo-se mais os seguintes proprietarios:
{{dhr}}
53 {{--}} Maximo Barradas.
54 {{--}} Salvador Cortez.
56 {{--}} Antonio Maximiano de Godoy.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
kwtesmbunqla1ndr1xbtnely11d21ai
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|204|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>57 {{--}} Carlos Nillo de Moraes.
58 {{--}} Justino Francisco da Rocha.
59 {{--}} João Severino da Rosa.
{{dhr}}
E passemos agora á Ribeirão Claro, na visinha fronteira do Paraná, em que Washburne
tambem localisou outro anticlinal.
{{dhr}}
57. {{--}} Nessas localidade as duas emprezas
contractadoras conseguiram mais ''sessenta e nove''
convenios eguaes, tambem por escripturas publicas, passadas nos seus cartorios, sendo ''vinte e''
''tres'' da Brasileira e ''quarenta e seis'' da Pan Geral,
o que perfaz, somente nesses dois municipios, o
bello total de ''cento e vinte e oito contractos de''
''sub-solo''. O sr. Taves, da Brasileira, obteve os
seguintes clientes:
{{dhr}}
60 {{--}} João Carlos de Faria.
61 {{--}} Carlos Stirti.
63 {{--}} Fernando Martini.
64 {{--}} Francisco de Oliveira Carvalho.
66 {{--}} Apparico Alves de Campos.
66 {{--}} Desiderio Gavioli e Filhos.
67 {{--}} Antonio Thomaz Camillo Ruas.
68 {{--}} Joaquim Correia.
69 {{--}} Eugenio Minghini.
70 {{--}} Maria Delfina de Jesus, Filhos e Genros.
71 {{--}} João Pereira da Silva.
72 {{--}} Augusto Seraphim.
73 {{--}} José Paulino Rodrigues de Aguiar.
74 {{--}} Virgilio e Victorio Chiarotti.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
ebmi08eruby8y7a8jjavca1xyewmewo
Página:O escândalo do petroleo.pdf/215
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|205}}</noinclude>75 {{--}} Menores Benedicta Pereira da Silva e seus
irmãos.
76 {{--}} Carlos Campana.
77 {{--}} João Baptista Amadeu.
78 {{--}} Estevam Callegari.
79 {{--}} Pelegrino Piolli.
80 {{--}} José Lino de Almeida.
81 {{--}} Fortunato Salvalaggio.
82 {{--}} Antonio Pedron e outros.
{{dhr}}
Com o sr. Ivar Hoppe, presidente da Pan
Geral, representado pelo sr. Simões de Carvalho
assignaram contractos as seguintes pessôas:
{{dhr}}
83 {{--}} Baptista Minghini.
84 {{--}} João Rosso.
85 {{--}} José Rodrigues de Almeida.
86 {{--}} Pedro Ross.
87 {{--}} Pedro Amadeu.
88 {{--}} Leodor Benedicto da Silva.
89 {{--}} Mario Frigieri.
90 {{--}} Salvador Frigieri.
91 {{--}} José Francisco Adolpho.
92 {{--}} Eugenio Antonio Pinto.
93 {{--}} Paulo Baccon.
94 {{--}} Ricardo Denobi.
95 {{--}} Anacleto Campos.
96 {{--}} Sebastião Antunes Ferreira.
97 {{--}} João Baccon.
98 {{--}} Juvenal Antunes Ferreira.
99 {{--}} Lourenço Maximiliano da Cunha..
100 {{--}} Benedicto Cirelli e outros (menores).
101 {{--}} Apparicio Leonel de Carvalho (menor).
102 {{--}} Bernardino Pereira Padilha.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
2sgm8uuf7c5xui6e1ag7353cyuclgsj
Página:O escândalo do petroleo.pdf/216
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|206|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>103 {{--}} Felicio Minghini.
104 {{--}} Manoel Alves de Campos.
105 {{--}} Antonio Panichi.
106 {{--}} Donaria Maria de Jesus.
107 {{--}} Salvador de Campos e Joaquim Correia Barbosa.
108 {{--}} Giacomo Biagio.
109 {{--}} Antonio Cirelli.
110 {{--}} Felicio Minghini.
111 {{--}} Leopoldina Maria de Jesus e outro.
112 {{--}} Giacomo Biagio (outro).
113 {{--}} Ruginini Maria e outros.
114 {{--}} Pedro de Lorena Neia.
115 {{--}} Venerando José da Silva e outros.
116 {{--}} Joaquim Roque Teixeira.
117 {{--}} Francisco Bernardo Neia.
118 {{--}} Anacleto Matavelli.
119 {{--}} Benedicto Correia Ferraz,
120 {{--}} Alfredo Cirelli e outros.
121 {{--}} Sebastião Manoel dos Santos.
122 {{--}} José Manoel dos Santos.
123 {{--}} Olinda Leonel de Carvalho (menor).
124 {{--}} Alvaro Cesar de Camargo.
125 {{--}} João Amadeu Baptista.
126 {{--}} Frederico Gardi e outros.
127 {{--}} Moysés Rahuam.
128 {{--}} Sebastião Manoel dos Santos.
{{dhr}}
{{t2|PAGAR PARA NÃO PERFURAR}}
{{dhr}}
58. {{--}} Os contractos de Pirajú e de Ribeirão
Claro são a documentação indiscutivel, incontrastavel, peremptoria da verdade das accusações
que Monteiro Lobato formulou e da sinceridade<noinclude></noinclude>
1myj5qiq8681w9n7abtvaanqn1vrfz0
Página:O escândalo do petroleo.pdf/217
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|207}}</noinclude>da carta que Koller lhe dirigiu. Ha que analysar a extrema gravidade dessa situação. Antes, porém, attentemos bem na technica contractual, maduramente pensada e applicada pelos departamentos especialisados dos trusts.
Elles estatuem uniformemente, por um praso
decennal, a ''exclusividade'' de prospecção, pesquiza, descoberta, exploração, extracção e producção
de oleo. Desde que UM POÇO seja perfurado
nesse tempo, ''será prorogado o praso por egual periodo subsequente de dez annoz'', e assim indefinidamente, ''emquanto não se exgotarem as jazidas''.
Se pelo menos um poço ''não fôr iniciado'' (''note-se''
bem, apenas'' INICIADO) dentro de um anno, pela
Pan Geral, ou dentro de dois, pela Brasileira, ''as''
''emprezas se obrigam a pagar aos proprietarios''
''annualmente, no decurso do contracto, dez mil''
''reis por alqueire da area estipulada e assim successivamente até o inicio da perfuração do primeiro poço''. Na falta de INICIO DE PERFURAÇÃO desse primeiro poço, OU NA FALTA DOS
PAGAMENTOS A SEREM FEITOS EM VEZ DO
INICIO DA PERFURAÇÃO, os proprietarios terão
direito á rescisão do contracto. A esse respeito
somos seguramente informados de que os pagamentos vêm sendo effectuados com rigorosa pontualidade. Todos os annos o pagador official de
cada empreza corre a sua zona e salda o ''fôro especial de não perfuração''. Isto é, ''pagam para''<noinclude></noinclude>
j2325txjwb57xbrnetl8xlv7mil0r1n
Página:O escândalo do petroleo.pdf/218
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|208|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>''não furar''. Não perfurar é impedir producção.
Impedir producção é assegurar o consumo procedente do exterior. Os Cesares do petroleo não
haviam mesmo de admittir qu<sub>e</sub> de seu imperio
escapasse a grande providencia de consumo do Brasil. Habilmente inventaram então a formula do
senhor pagar um fôro de beneficio aos servos para
que a servidão continue. O que elles acaso dispendam nessas anuidades, ser-lhes-á, se necessario, immediatamente reposto com um pequeno
acrescimo de tabella nas bombas de gasolina que
nos abastacem. Os donos dos terrenos de S. Paulo,
Paraná, Matto Grosso, e outras regiões ganham
esse tributo de Cesar para que o Brasil permaneça na escravisação economica do petroleo.
Essa dura escravisação está garantida inicialmente ''pelo menos por dez annos'', dentro dos
quaes os proprietarios, mediante uma indemnisação irrisoria, acceitam o jugo dos contractos. Elles
não são os culpados directos. Culpado directo
é o departamento nacional que os mantem na ignorancia das riquezas de seu sub-solo, com a these
official de que em tais zonas não ha possibilidade
de petroleo. Não admira, pois, que o proprietario territorial, desilludido pelo orgão technico
da administração, aceite a primeira proposta que
lhe proporciona uma renda qualquer. A inconsciencia não é delles. E’ das altas espheras dirigentes.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
8lwsnksb8yvzpyldpagg2oyq4s4ilyj
Página:O escândalo do petroleo.pdf/219
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|209}}</noinclude>{{dhr}}
{{t2|COLLIGAÇÃO E FEDERACAO DOS TRUSTS<br>NO BRASIL}}
{{dhr}}
60. {{--}} Que entidades são essas, Pan Geral
Brasileira e Cia. Brasileira de Petroleo, com appellidos tão extremamente sympathicos aos pruridos
de nosso nacionalismo? Brasileiras? Não. Extrangeiras. Atraz dellas estão os trusts. Como nascem? Nascem dos trusts. Como vivem? Vivem
como ovulos, ou embryões das futuras organisações
industriaes e commerciaes dos trusts. Ficam por
ahi em estado de larvas, devorando contractos silenciosamente, na santa ignorancia do departamento. Um dia, quando os brasileiros cognominados
“aventureiros de má fé” arrancarem petroleo do
primeiro poço, transformar-se-ão em adultos, de
terrivel efficiencia. Hoje, são baterias occultas,
que se installam nas posições dominantes da campanha de amanhã.
{{dhr}}
61. {{--}} Para bem comprehender-lhes as missões, cumpre relembrar que os trusts, que se entrematam na competição dos mercados, são, entretanto, sinceros alliados, quando se trata de impedir o aparecimento de novas fontes de producção, que lhes aggravem a superproducção, como
é o caso do Brasil. Nesse terreno, reentendem-se
e organizam-se em colligação, como bem o descreve Francis Delaisi, no prefacio de Zizchka:<noinclude></noinclude>
bqilxqbf4fvsfncwvg5gdut8yjshp34
Página:O escândalo do petroleo.pdf/220
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|210|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>“Ha petroleo demais? Deante deste perigo, os
grandes trusts adversarios se reconciliam. O triumvirato Deterding, Teagle, Cadman manda embaraçar as prospecções, fechar uma parte dos poços, limitar o “''cracking''.”
Desta maneira, Standard e Shell estão de pleno acordo em arrolhar o nosso sub-solo pelo
maior praso possivel.
Entrementes, ellas se apparelham devidamente
para o dia em que vierem a ser os concurrentes
de producção no campo brasileiro, isto é, para
a hora em que fôr aberta a nossa arena de batalha.
Para isso, cada uma promove e prepara, entre
nós, a federação interna de suas sociedades, como
elementos de inter-concurrencia, nos mercados de
producção e de consumo, na jornada de amanhã.
Está nesse programma a historia da Pan Geral Brasileira, e outras semelhantes.
{{dhr}}
62. {{--}} A Pan Geral, por exemplo, não é senão uma federada da Standard Oil no Brasil. São
egualmente federadas a Companhia Maritima
Brasileira, a Brasil Patentes Inc. e Empreza Nacional de Petroleo. Discute-se muito a nacionalisação pretendida pela Standard Oil of Brasil, conservando o nome originario de Standard Oil. Essa
manobra é alta comedia. De ha muito ella está
nacionalisada na sua prole. Iremos agora Conhecer alguns membros conspicuos da familia.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
npqfc1680isqjrgr738x8sfs8oam23e
Página:O escândalo do petroleo.pdf/221
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|211}}</noinclude>{{dhr}}
63. {{--}} Principiemos pela Companhia Maritima Brasileira. Ella desempenha certamente um
papel importante na organização, visto estar sob
o controle imediato da Standard Oil of New Jersey, que é a matriz da Standard nos Estados Unidos. (Vide “Diario Official” da União de 27 de
Fevereiro ultimo, com a acta da assembléa geral
de 31/1/36 assignada por F. C. Rawson, p. p. da
Standard Oil of New Jersey). O capital desta empreza é de 500 contos, em acções de 100$000. Maior
acionista, a New Jersey. Seus directores são antigos auxiliares da Standard Oil Co. of Brasil.
Na praça, a Maritima é effectivamente considerada uma das subsidiarias da New Jersey, que, por
sua vez, é a maior acionista da Standard Oil of
Brasil.
Suas ligações estreitas com a Pan Geral, com
a Brasil Patentes e com a Empreza Nacional de
Petroleo estão devidamente comprovadas.
Com efeito. Segundo se verifica das publicações officiaes do “Diario Official” da União, de
27 de Fevereiro cit., de 25 de Abril e de 6 de
Maio do corrente anno (documento annexo ns...)
{{--}} ha intima connexidade de suas administrações,
demonstrando communhão de negocios, pelo entrelaçamento e associação de seus directores, a
saber:
{{nop}}<noinclude></noinclude>
c1l0g0saxov92ib3ocvt4f00ttzn3d4
Página:O escândalo do petroleo.pdf/222
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|212|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{left|{{--}} O Dr. PAULO JOSE’ PIRES BRANDÃO, presidente da Maritima, é secretario da Pan Geral e vice-presidente da Brasil Patentes Inc.;}}
{{left|{{--}} O Sr. WALTER DE CAMPOS BIRNFELD, é presidente da Brasil Patentes e da Pan Geral, após ter sido muitos annos procurador da Standard Oil;}}
{{left|{{--}} O Dr. A. DA SILVA CAMPOS, é do Conselho Fiscal da Pan Geral e supplente da Brasil Patentes;}}
{{left|{{--}} O Sr. ANTONIO AUGUSTO LOUREIRO é fiscal da Brasil Patentes e supplente da Pan Geral;}}
{{left|{{--}} O Sr. GLADSTONE SAMPAIO, é do Conselho Fiscal da Pan Geral e da Brasil Patentes;}}
{{left|{{--}} O Dr. HEITOR BERGALLO é do Conselho Fiscal da Brasil Patentes e director da Empreza Nacional de Petroleo;}}
{{left|{{--}} Os Srs. Drs. AUGUSTO PARANHOS FONTENELLE e EURICO PARANHOS FONTENELLE são, o primeiro, fiscal da Pan Geral e o segundo, supplente da Maritima;}}
{{left|{{--}} Releva ainda notar que os escriptorios da Maritima e da Nacional de Petroleo funcionam na mesma séde, á Avenida Presidente Wilson n. 305, e que a Nacional é officialmente a distribuidora de gasolina da Standard of Brasil.}}
{{dhr}}
Por outro lado, o sr. Leighton Clark, da Maritima, é o mesmo que esteve, com o sr. Gerald
Sola, em Alagoas, em Dezembro de 1935, procurando obstar o contracto de estudos geophysi-<noinclude></noinclude>
7czns2t2nrtupbk29s8oa8iy3jna14u
Página:O escândalo do petroleo.pdf/223
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|213}}</noinclude>cos, que o governo daquelle Estado celebrou com
a Elbof.
{{dhr}}
64. {{--}} Sobre a Companhia Brasileira de Petroleo, suas ligações são attribuidas á Royal Dutch and Shell. Tinha até ha pouco um capital
de 140 contos, dividido em 7.000 acções de vinte
mil réis cada uma. Desse capital, 75 contos foram realisados pelo acionista John N. Taves em
bens e direitos, constantes de contrastos de opção, compra e arrendamento de terrenos petroliferos. A Companhia tem por objectivo compra
e arrendamento, por conta propria ou de terceiros, de terrenos em que haja possibilidade de jazidas de petroleo, afim de fazer estudos, sondagens e desenvolver a exploração da industria extractiva de petroleo, por conta propria, ou contractar a exploração com emprezas extrangeiras.
Até 31 de Dezembro de 1935 esta empreza tinha
empregado 305 contos em contractos e opções, ou
seja uma importancia equivalente a quasi tres vezes o montante de seu capital. Em 15 de Junho
o capital foi augmentado para 500 contos, mediante a emissão de 360 contos de acções preferenciaes sobre as anteriores, quer quanto aos juros,
quer quanto ao resgate.
Consta do relatorio da directoria, relativo ao
exercicio de 1935 (vide “Diario Official” da União, de 6 de Março ultimo {{--}} Doc. anexo n.{{gap}}):
“Contractamos ainda 253 hectares de terrenos<noinclude></noinclude>
sdyfsokzloamyzmjoyvt3e0v2ux65ae
Página:O escândalo do petroleo.pdf/225
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="4" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|215}}</noinclude>{{dhr}}
66 {{--}} Alem dessa subsidiarias, ou emprezas
mascaras, os trusts possuem uma frente invisivel
para estudos geologicos e contractos. O sr. Leonidas de Carvalho, por exemplo, agente de Standard, pode fornecer, nesse sentido se o quizer, á
Commissão de Inquerito, caso esta lh’o peça, os
mais preciosos e copiosos esclarecimentos. Poderá
attestar a idoneidade do sr. Harry Koller, autor
da carta já conhecida, porque foi seu companheiro
no Departamento Legal e de Terras secreto do
Brasil, cujo objectivo é o exame dos titulos de
propriedade em face da legislação brasileira, a
revisão dos terrenos e a realisação dos contractos. E o sr. Leonidas de Carvalho poderá ainda
informar que o sr. Koller, antes de ser transferido para o Departamento Legal Invisivel, no
Brasil, prestou servivos no Departamento Geologico, como engenheiro especialisado em todos os
assumptos de petroleo, geologia, reconhecimentos,
ligação de pine-lines, com curso completo de escola de minas e geral de geophysica. Nessa qualidade percorreu em reconhecimentos, durante
annos, a zona paulista, Piracicaba, Pirajú, Timbury, todas as carvoeiras da zona mineira, Ribeirão Claro, Jacaresinho, Quatiguá, Colonia Mineira,
S. Jeronymo, Guarapuava, no Paraná; Blumenau,
em Santa Catharina, e o Rio Grande do Sul.
Koller não é o exemplo individual isolado.
Os monopolisadores mobilisam, secretamente, por<noinclude></noinclude>
egs2ig9zxqaaqpi70y5dlcd5ext4vv2
Página:O escândalo do petroleo.pdf/224
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|214|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>que julgamos petroliferos no Estado do Paraná,
MANTENDO EM DIA TODOS OS COMPROMISSOS DA COMPANHIA COM OS PROPRIETARIOS
DOS TERRENOS POR NOS CONTRACTADOS, de
accordo com os contractos lavrados a nosso favor”.
{{dhr}}
65. {{--}} O presidente da Companhia, sr. Oscar
Raywood Taves, é norte-americano e os dois outros directores, srs. Frederico Vieirling e dr. Oscar Luiz Taves, são brasileiros. A respeito de
suas actividades informa o sr. Henry Leonardos,
filho do sr. Othon Leonardos, do Departamento
Mineral, em artigo estampado na “Offensiva” em
28/12/1935, que a actuação desta empreza, que
funcciona legalmente desde 1932, consta de tres
phases: I {{--}} Compra, ou arrendamento de terrenos; II. {{--}} Estudos geologicos e geophysicos;
III. {{--}} Perfurações. ''Esta ultima phase ainda não''
''foi iniciada''. E accrescenta: “Onde quer que o engenheiro Oscar Luiz Taves se metta a procurar
petroleo, apparece atraz delle o sr. Birnfeld {{--}}
(presidente da Pan Geral e da Brasil Patentes).
Dahi, os appellidos “O Gordo e o Magro” pelos
quaes os dois são conhecidos no Paraná.”
Em Pirajú e Ribeirão Claro quem appareceu
ao lado do sr. Taves não foi o sr. Birnfeld; foi o
sr. Leonidas de Carvalho, representante do sr.
Ivar Hoppe, logo depois nomeado gerente da Standard Oil of Bolivia, quando estourou a guerra do
Chaco.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
p7y1levdi8td67iavbpaa5k87wx7vl7
Página:O escândalo do petroleo.pdf/226
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|216|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>toda parte, uma equipe formidavel de dezenas, ou
centenas de Kollers, um exercito occulto de especialistas eleitos, que se infiltram nos campos, no
commercio, nas profissões liberaes, na administração publica, installando em todas as posições as
fortalezas de seus interesses, ''para obstar a abertura''
''e a exploração de fontes de petroleo no Brasil.''
Como guarda avançada {{--}} o vendedor avulso
de gasolina. Não ha cidade, villa ou povoado, em
que não exista uma bomba. Não ha bomba, onde
não exista um agente dos ''trusts'', industriado e escolarisado, como temos verificado por toda parte, na
defesa dos interesses de seus patrões, tudo vendo,
ouvindo e informando. Cada qual é o ''je sais tout'',
o ''Pathe Journal'' e o ''Sherlock'' de sua companhia...
{{dhr}}
{{t2|A RAÇA DOS ABNEGADOS}}
{{dhr}}
67. {{--}} Quanto ás operações sociaes das companhias-mascaras, ha aspectos paradoxaes.
O balanço da Pan Geral, de 31/12/35, accusa
no seu activo as seguintes parcellas:
{{dhr}}
{{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1
| título = ''Direitos de pesquiza e exploração''
| página = 140:562$500
}}
{{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1
| título = ''Despezas de exploração''
| página = 1.221:764$930
}}
{{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1
| título =
| nodots
| página = {{rule|8em}}
}}
{{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1
| título = Ou seja um total de reis
| página = 1.362:327$430
}}
applicados em contractos de sub-solo, bem superior ao seu capital de mil contos e com um passivo
de 519 contos de contas a pagar. Como a Pan Ge-<noinclude></noinclude>
7iiaife4uj0ynbagu0gfm0295hlwf3a
Página:O escândalo do petroleo.pdf/227
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|217}}</noinclude>ral não está fazendo perfuração alguma, essas verbas indicam exclusivamente applicação no programma de apropriação de terras.
{{dhr}}
68. {{--}} Na assembléa geral da Companhia
Maritima de 31/1/36 (Diario Official” cit.),” o
sr. presidente (dr. Paulo José Pires Brandão), {{--}}
tendo EM VISTA OS PREJUIZOS HAVIDOS PELA COMPANHIA no anno social de 1935, conforme balanço annexo da directoria publicado
pela imprensa, PROPÕE AOS SRS. ACCIONISTAS NÃO SEJA DISTRIBUIDO DIVIDENDO relativo ao anno de 1935. A moção é secundada
e approvada unanimemente.”
Por sua vez a Companhia Brasileira de Petroleo, no seu balanço de 1934, accusa um deficit de 104 contos, e no de 1935 um prejuizo de
131:876$700.
{{dhr}}
69. {{--}} Por outro lado, é certo que todas essas emprezas mantêm seus compromissos em dia,
gosam de credito commercial solido, e cumprem
suas obrigações com regularidade de chronometros.
Todas dão prejuizos, os accionistas sem dividendos, os directores sem vencimentos, cada vez
mais contractos, todos os contractos no regimen
das multas moratorias, as multas em dia, ''nenhuma perfuração {{--}} uma raça maravilhosa de abnegados do petroleo brasileiro''...
{{nop}}<noinclude></noinclude>
f3qzwxp4eo7tmees60a6jmr4uoemzea
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|218|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}}
{{t2|CONTRASTES DE ATTITUDES}}
{{dhr}}
70.{{--}} E’ evidente que todas essas companhias, manobradas pelos poderes occultos, querem
apenas segregar os terrenos petroliferos, porque
pretendem exactamente não furar. Qual a extensão de suas conquistas em nosso sub-solo? Ignoramos. Só a estructura de Washburne lhes deu
em Pirajú e Ribeirão Claro ''cento e vinte e oito''
''contractos!''
E quantos produziram á Pan Geral as doze
estructuras localisadas por um só de seus geologos, o sr. Harry Koller? E as demais companhias?
E que succedeu no resto do Brasil?
Simples particulares, por muito que nos ésforcemos nas pesquisas, embebidos pela consciencia de uma causa culminante e nobre, nosso campo
e nossos meios de acção são limitados. Vemos
entretanto, que somente algumas notas colhidas em
publicações officiaes desvendam um mundo consolidado dos interesses occultos. A machina official, que tudo devia saber, ignora tudo. Nem o
Departamento, nem o Ministerio, estão ao par de
nada. Ou porque não procuram saber, tendo todos
os recursos para fazel-o. Ou porque ocultam o que
sabem. Ou porque sabem o que occultam.
Ha, entretanto, informes seguros de que, por
entre os pinheiraes paranaenses, regorgitam nos<noinclude></noinclude>
7po5wj94bl7i0c9sp5lugrb3bhc9crk
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|219}}</noinclude>cartorios de Garapuava, de Palmas, de Porto
Victoria, escripturas identicas. Em todo o extenso
valle do Rio Jangada, centenas de pequenos proprietarios, que o povoam, recebem o soldo decennal
dos trusts. Em Mato Grosso, em todo o vasto
Chaco ou Pantanal, domicilio prehistorico do
mar de Xaraés, onde se acamam os sedimentos
do extincto mediterraneo da America do Sul {{--}}
quer nas fronteiras com a Bolivia, quer nos limites com o Paraguay {{--}} a infiltração e as tentativas de infiltração se multiplicam pela mesma
forma. E, no mesmo estylo, pelo paiz alem...
Todavia, o sr. ministro da agricultura, a pg.
86 das “Bases para o Inquerito” conta-nos, com
aquella grande simplicidade official:
“''O Departamento Nacional de Producção''
''Mineral não tem conhecimento das acquisições de''
''terras a que allude o missivista (Monteiro Lobato),''
''salvo das que passaram a constituir o patrimonio''
''da Companhia Petroleo Nacional S/A (de Alagoas)''.
Não fora certo que o peor cego do mundo é
aquelle que não quer ver...
{{dhr}}
71. {{--}} E’ de assignalar-se, neste passo, um
vivo contraste de attitudes. Emquanto as emprezas extrangeiras timbram em não abrir perfuração, todas as brasileiras só se organisam para perfurar. Desde o primeiro emprehendimento de
Eugenio Ferreira de Camargo até o dia de hoje,<noinclude></noinclude>
srzhkfkkzoizvzvbs0rzureepu81zj8
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|220|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>seja a Cruzeiro do Sul, seja a Petrolifera Brasileira, seja a Petroleos do Brasil, seja a Petroleo
Nacional, todas nasceram sob o signo das perfurações {{--}} e perfuram até exgottarem os seus ultimos recursos.
Ahi estão, a Petrolifera, com um poço de 1300
e tantos metros, que só se aprofunda lentamente
porque lenta é a colheita dos meios necessarios;
a Cruzeiro do Sul, com um poço de 430 metros
e a Petroleos do Brasil, com outro poço de 1070
metros, anibos paralysados por falta de capitaes
{{--}} justamente porque o departamento mineral
lhes embargou novos levantamentos por subscripção, com a sua intervenção nefasta; a Petroleo
Nacional, com um segundo poço de 300 metros
em trabalhos, depois de ter perdido o primeiro
por sabotagem do pontifice do ministerio, sr. Victor Oppenheim {{--}} sempre encarniçadamente
guerreada, desde o lançamento do primeiro manifesto.
E onde as perfurações da Pan Geral? da Maritima? da Brasileira de Petroleo? da Brasil Patentes? da Nacional de Petroleo?
{{dhr}}
72. {{--}} Fala-se nas maravilhas do nacionalismo
do Codigo de Minas. Mas ''os seus obstaculos são''
''magnificas maneiras de cooperação com o programma das emprezas extrangeiras, que não querem tirar, nem que se tire petroleo''. Seus embaraços algemam apenas as nacionaes. Estas não<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|221}}</noinclude>dispoem de capitaes para immobilisar em contractos, pagando a multa annual moratoria de não
perfuração. Todo o dinheirinho que obtêm, empregam logo na abertura de poços. As extrangeiras, ao contrario, manejam largos recursos para
paralizar as explorações do sub-solo, visto como
a immobilisação desses recursos no Brasil representa a segurança de sua renda no exterior, á custa
do Brasil.
O Codigo de Minas, com a sua “selva oscura”
de formalismos, de absurdos os mais inacreditaveis, de grosseiro inconstitucionalismo e de centralismo inquisitorial, foi, nestes annos, o maior
desastre possivel para o problema do petroleo brasileiro, peiando, com suas amarras, as nossas iniciativas e cooperando, de forma decisiva, para o
bom exito dos interesses escravagistas do combustivel liquido.
{{dhr}}
73. {{--}} As Donzellas de Ruão do nacionalismo
do sub-solo apregoaram muito cêdo a vinda dessa
codificação messianica.
Deante de sua iminencia, antes que fosse
extincto o dominio privado do sub-solo para attribuil-o, como se pretendia, á Nação, os interesses secretos lançaram mão de todos os recursos
para a politica de acaparamento denunciada por
''K''oller, isto é, para obter os contractos e opções á
sombra do direito anterior, convertendo-os em direito adquirido, a tempo e a hora, antes do golpe<noinclude></noinclude>
9rhaari8funw8mf7oeky2wiyolfcvc6
Página:O escândalo do petroleo.pdf/232
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|222|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>pseudo-nacionalisador. Esse direito hiberna dentro
dos contractos e asphyxia quaesquer iniciativas.
Promulgado o Codigo, cada um desses grupos
estava em condições de sorrir: “Je m’en fiche...
Minha vida está arumada. Não desejo mesmo
tirar petroleo...”
Assim o Codigo, com o pretenso intuito de
defender para a nacionalidade o sub-solo, nada
mais fez do que servir os interesses invisiveis dos
trusts omnipotentes. Nunca tivemos sinistro egual.
Catclysmo para nós. Para elles, ouro sobre azul.
Emfim, o Codigo de Minas nada mais é que
optima tranca apposta a uma casa despojada.
Não lhe resta outra finalidade, actualmente, que
''impedir a entrada dos seus legitimos senhores e''
''possuidores''. As melhores joias DELLA RETIRADAS estão no cofre de aço dos contractos e opções,
estylo Pirajú e Ribeirão Claro...
{{dhr}}
{{t2|DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS}}
{{dhr}}
74. {{--}} A lucta das iniciativas nacionaes contra
os interesses dos trusts é dolorosamente desegual.
Não basta que o Codigo de Minas, creado para
interdictar a entrada dos extrangeiros, só lhes
viesse beneficiar; não basta que seus entraves
tolhessem exclusivamente as nossas actividades,
com a politica de difficultar a exploração do petroleo; não basta que,praticamente, aquelle esta-<noinclude></noinclude>
eyf84ajugepri4qnsiuotg67y2zsqa0
Página:O escândalo do petroleo.pdf/233
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|223}}</noinclude>fermo, eliminando possibilidade de nossa concurnencia, constituisse o melhor feito até hoje realisado pelos escravisadores do combustivel.
A desigualdade ainda mais iniquamente se
aggrava com a duplicidade do principio de fiscalisação sobre as emprezas de pura formação nacional.
E’ aquillo que o eminente sr. Odilon Braga
chama “a mentalidade technocratica que assegura
aos orgãos technicos regularmente constituidos o
direito de dictar normas de conducta ás emprezas
particulares, com o direito de intervir até no mais
intimo de sua economia, para o fim de acautelar
os interesses de seus accionistas e os da vida
social.”
{{dhr}}
75. {{--}} Esse thema não se encaixa em nossa
legislação. As sociedades anonymas dividem-se
entre as que precisam e as que não precisam de
autorisação do governo para funccionar, entre as
que dependem e as que não dependem de fiscalisação para sua vida financeira. As sociedades de
mineração e petroleo incluem-se entre as de livre
organisação. São seus accionistas os fiscaes dos proprios interesses, pelo jogo de direito e de defesas,
que a lei lhes outorga, atravez das assembléas, dos
conselhos fiscaes, das administrações e das vias judiciarias. A intervenção, pois, do Departamento
na vida financeira das nossas emprezas, na questão
das subscripções, do augmento ou reducção de<noinclude></noinclude>
2lbpkfjci8ugfo6ifakptea1l1j2qqs
Página:O escândalo do petroleo.pdf/234
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|224|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>capitaes e outras equivalentes, não tem assento
em lei. Não é nesse terreno que se exerce a funcção technica e administrativa do Departamento.
{{dhr}}
76. {{--}} Admittido, porém que fosse esse o
criterio legal, deveria applicar-se indistinctamente
tanto ás emprezas nacionaes, quanto ás extrangeisas. Mas o furor nacionalista do Departamento
só se volta contra a prata de casa, com “aquellas
razões que, segundo Monteiro Lobato, lembram
as dos inquisidores, que queimavam vivos os herejes com o piedoso intuito de evitar effusão de
sangue. O Departamento destruiu a Petroleos de
dó dos accionistas da Petroleos...”
Para as emprezas não brasileiras, nada ''de ter''
''dó dos accionistas''. Como vimos, seus directores
realisam contractos e não cumprem. Sujeitam-se
ás multas. Não abrem poços. Não fazem coisa
alguma. Deixam as sociedades paradas. Sem
rendimentos. São só despezas. Nada de dividendos. Os directores não ganham. Obter producção do sub-solo não lhes passa pelo cerebro. Tudo ruinoso em materia de administração. Tudo
contrario aos interesses dos accionistas...
Uma verdadeira jiga-joga. A Brasileira de
Petroleos começa com um capital de 170 contos.
Sobe para 330. Depois torna a baixar para 140.
Agora, augmenta para 500. Emitte 360 contos de
acções preferenciaes com prejuízo das primeiras.
Uma anarchia... E o Departamento não se com-<noinclude></noinclude>
2gzp3ly0g0f0tr84449haktyra0akn9
Página:O escândalo do petroleo.pdf/235
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|225}}</noinclude>move com a desgraça de seus accionistas !...
Reserva sua compaixão apenas para os accionistas
e para os subscriptores da terra. A Petroleo
Nacional pede vinte mil contos ao publico para
perfurar? Não caiam nessa. Alagoas é um negocio de má fé. A Petroleos do Brasil precisa
de mais capitaes para perfurar? Não arrisquem
dinheiro nessa impostura. O sr. Oscar Cordeiro
quer explorar as minas do Lobato? Como?
Pois não sabem que elle falsificou as amostras
para inculcar petroleo ? Tudo caraminholas...
estellionatos... Não ha estructuras em S. Paulo,
nem na Bahia, nem em Riacho Doce... Para
que perfurações inuteis ?...
Deixem isso para as sociedades extrangeiras,
que podem sacrificar os seus accionistas escandalosamente, com o onus do soldo decennal, e multas sobre multas...
{{dhr}}
77. {{--}} Essa, a incomparavel e dupla acção
intervencionista do Departamento. Porque perfuram, as companhias nacionaes são tuteladas,
curateladas, perseguidas pelos communicados, boletins e relatorios officiaes. Porque não perfuram, as filhas dilectas dos trusts, delle desconhecidas, gosam da mais desconhecida liberdade.
O Departamento esmiuça o que não podia : a vida intima, recatada e honesta de nossas emprezas. Ignora, porém, o que devia saber : o<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/236
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|226|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>escandaloso acaparamento de terrenos petroliferos
pelas emprezas de fóra.
No fundo, não ha contradicção alguma...
São umas aborrecidas, porque querem tirar petroleo; outras despenadas de incommodos, porque
não o querem tirar. E’ a logica natural e crystallina ''do não . ''deixar que o tirem''...
Dois, não. Um só peso e uma só medida.
{{dhr|2em}}
{{t2|O ESCANDALO DOS MALOPS}}
{{dhr}}
78. {{--}} Em face da exposição, devidamente
comprovada que acabamos de fazer, comprehende-se muito claramente por que os trusts collocaram
os srs. Mark Malamphy e Victor Oppenheim no
Departamento Mineral como aquellas “duas peças mestras, a que se refere a “Carta Aberta”
de Monteiro Lobato, que estão para o organismo
como o cerebro humano está para o corpo.” Elles
completam o apparelhamento da machina de sabotagem erguida dentro do paiz. Açambarcando
os terrenos, não deixam os particulares explorar
o sub-solo. Açambarcando a administração, impedem o poder publico de fazel-o. Em outros
termos: para neutralisar as iniciativas privadas,
os contractos de não perfuração e o Codigo de
Minas. Para despistar a administração, o hierophantismo das “Rochas Gondwanicas”.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|227}}</noinclude>{{dhr}}
79. {{--}} Coube a Monteiro Lobato, pela providencia das circumstancias, conseguir a prova das
tendenciosas actividades daquelles dois lobulos
cerebraes do Departamento. Denunciou-a ao paiz,
na sua famosa “Carta Aberta”, de Fevereiro ultimo, intitulada “Porque o Brasil não tem petroleo”.
Esse terrivel libello abalou a consciencia nacional, determinou a formação da Commissão de
Inquerito e teve larga divulgação em revistas da
maior autoridade, na Argentina e nos Estados
Unidos.
Não é mister reproduzil-a. Façamo-lhe apenas a summula: dois funccionarios do Departamento Mineral annunciam-se no exterior. Em seguida, consoante a correspondencia conhecida, entram em negocios no estrangeiro, para fornecer
elementos relativos ás possibilidades de petroleos, obtidos no decurso de trabalhos technicos por
elles contractados com o governo brasileiro.
{{dhr}}
80. {{--}} Posta asim a questão nos devidos termos, analysemos serenamente a carta de Malamphy, tanto sob o ponto de vista juridico, quanto sob
o moral e o administrativo. Quanto ao primeiro:
por direito civil, nos contractos de locação os serviços executados pertencem ao locatario e não ao
locador. Feitos por funccionarios publicos contractados, obedecem á mesma regra: são propriedade do Estado. Utilisando-se desses trabalhos para
fins pessoaes e mercantis, incidiram aquelles func-<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/238
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|228|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>cionarios em flagrante violação de contracto.
Quanto ao segundo: uma vez realisados os trabalhos, só a administração pode divulgal-os, salvo a
todos os cidadãos o direito de obter certidões, conforme dispositivo constitucional, resguardado o caso de sigillo imposto pelo interesse publico. Procedendo de forma diversa, aquelles funccionarios
violaram o direito administrativo. Alem do direito civil e do direito administrativo, infligiram o
direito penal: cairam em prevaricação, ou abuso
de funcções. Sobre o dolo civil, o dolo criminal.
{{dhr}}
81. {{--}} E’ claro que os dois funccionarios não
entraram em negociações para declarar que “não
ba petroleo no Brasil”. O mutuo entendimento
processava-se necessariamente na base da existencia de campos petroliferos. Para exploral-os? Para
acaparal-os? Pouco importa. Elles concorriam com
o conhecimento da existencia desses campos.
Conhecia-os o Estado? Não. Se os conheces-se, o Brasil os conheceria.
E’, pois, patente o dolo; ou os legitimos resultados dos estudos foram entregues ao Estado ou
não foram. Se não o foram, então estariamos em
face da mais vergonhosa das prevaricações, com a
mais ostensiva das apropriações indebitas. Seria
mão baixa, clandestina e sobrepticia, da coisa
alheia, occultando-a do dono e deixando de fazer
della uso certo e determinado, em razão do emprego que exerciam. Isto é, seria a apropriação inde-<noinclude></noinclude>
4evmnub6i0zh6wdt98fx2r8djkx9imu
Página:O escândalo do petroleo.pdf/239
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|229}}</noinclude>bita, interceptando o conhecimento e a posse da
da coisa ao legitimo proprietario.
Se o foram, então os srs. Mark Malamphy e
Victor Oppenheim praticam uma ''parceria, ou communhão sui generis'' com o Estado. Embora recebessem deste integral pagamento do salario e custeio de serviço, ainda cubiçam a meação da safra,
com uma partilha singular: para o Estado só tem
tocado o joio, isto é, os resultados negativos do
“não-ha-petroleo” e para os segadores da safra sómente o trigo, isto é, os resultados positivos do “ha-petroleo” de valor mercantil internacional.
{{dhr}}
82. {{--}} O corpo de delicto disso tudo é a carta
de Malamphy. Uma vez exhibida, patenteou-se a
situação juridica dos dois socios da firma Malop,
como infractores do direito civil, transgressores do
direito administrativo, violadores do direito penal.
A’ administração corria o imperativo de agir
com energia, segurança e rapidez. Providencia
primeira e immediata: o afastamento dos funccionarios de seus cargos. Elles proprios deveriam ser
os primeiros a solicital-o, por um natural movimento de pundonor e para dar liberdade de acção ao
governo. Mais tarde, verificada a improcedencia
das accusações, obteriam a devida reparação moral
e material.
Não o tendo feito, ao eminente titular da pasta da Agricultura convinha determinal-o, como
ma cautela elementar nesses casos sempre indi-<noinclude></noinclude>
12sj5xmjrp09mo090ac6le0o4jqj1dx
Página:O escândalo do petroleo.pdf/240
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|230|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>cada aos altos dirigentes. E alem do processo adminstrativo, que acaso se instaurasse, seria de
bom conselho entregar o facto ao conhecimento da
justiça Publica {{--}} tal a sua terrivel gravidade perante o problema mais crucial do Brasil.
{{dhr}}
83. {{--}} Houve por bem, entretanto, entender
de modo diverso o illustre magistrado administrativo da Praia Vermelha. Afigurou-se a S. Exc.,
consoante pondera nas “Bases para o Inquerito”,
que “os chamados annuncios pareciam não ter intuitos mercantis”. Afigurou-se-lhe mais que “se
considerarmos que os contractos do Ministerio são
refeitos annualmente, nenhuma segurança havendo
de sua continuação, concluiremos por julgar admissiveis que os contractados, sendo extrangeiros, cuidem de prevenir suas futuras collocações”. São
dois argumentos discutiveis, duas conjecturas de
natureza puramente intima e subjectiva, no mundo
inconsistente das intenções. Ora, nós não queremos collocar a questão no terreno da controversia.
Preferimos resolvel-a em um terreno absolutamente pacifico.
{{dhr}}
84. {{--}} Ha um principio indiscutivel e expresso
de direito commercial, segundo o qual o facto posterior praticado pelas partes é a melhor interpretação dos actos e dos contractos. Sobre isso, que é
direito escripto, por certo o exmo. sr. ministro não
levantará a menor duvida.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
4mg15ila9b87oc4lvvza7tiisccj0yu
Página:O escândalo do petroleo.pdf/241
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|231}}</noinclude>Appliquemol-o no caso em especie. Um interessado, lendo um annuncio, escreve ao annunciante propondo um negocio de petroleo no Brasil. O
anunciante responde que está prompto a “offerecer cooperação para qualquer empreza legitima
que tiver em vista AS POSSIBILIDADES DE PETROLEO NO BRASIL” Pede aos ''interessados nessas possibilidades'' que se communiquem com elle,
dando uma ideia geral dos planos, que terá o maior
prazer em discutir o auxilio que poderá prestar-lhes.”
Essa carta é o facto posterior ao annuncio, que
o interpreta em suas finalidades. Essas finalidades são nitidamente commerciaes e NA VIGENCIA
DOS CONTRACTOS DOS FUNCCIONARIOS COM
O GOVERNO.
Como não se achavam trabalhando por conta
propria, não tinham a faculdade de dispor de seus
estudos e pesquizas. Esses estudos e pesquizas
eram de caracter a corroborar a existencia das possibilidades de petroleo neste paiz, mas pertenciam
ao Estado. Estavam, portanto, os funccionarios
lançando mão do patrimonio administrativo, para
interesse commercial seu.
O seu afastamento aconselhava-se, portanto,
como cautela elementar, até a apuração de suas
responsabilidades.
{{dhr}}
85. {{--}} Admitte ainda o digno ministro, que
se elles estivessem estipendiados pela Standard<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/242
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|232|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>não necessitariam de taes propagandas e de taes
actividades. A “Carta Aberta” de Monteiro Lobato não individualisa a Standard. Standard é
symbolo. Allude, sim, por varias vezes, englobadamente, ás entidades extrangeiras que namoram
“o petroleo que officialmente não temos”; á “politica dos grandes trusts de petroleo” etc.
Seja como fôr, o argumento ministerial é de
que o annuncio induz que não estavam a soldo da
Standard. Essa explicação pecca por nimio simplismo. A missão dos technicos do Ministerio não
é prear contractos e opções. Para o acaparamento
das terras ha as sociedades especialisadas e organisadas em pleno funccionamento, e com fulgurante successo. O papel dos technicos é despistar,
desnortear a administração, afastal-a de S. Paulo,
de Matto Grosso, do Nordeste, mandal-a para o
Acre...
Os technicos contractados ficam, entretanto,
relativamente livres para o arranjo de seus “bicos”. São negociosinhos á parte, á custa das estructuras descobertas no serviço federal. Os interesses occultos, complacentes e generosos, não
se dedignam por a firma Malop arrumar tambem
a sua estructurasinha, como reforço de bonificação... O sr. Oppenheim, que dispendia em Alagôas varias vezes o montante de seu ordenado, explicava ao sr. Edson de Carvalho que praticava
a geologia por esporte, visto como possue solida<noinclude></noinclude>
b091p4dtgs1ttjt7j1hrk5oyf0pp12b
Página:O escândalo do petroleo.pdf/243
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|233}}</noinclude>fortuna pessoal no extrangeiro. Somente fortuna,
talvez não.. Naturalmente tambem outros companheiros do mesmo genero de esporte, que é o ''de''
''impedir a exploração do petroleo no Brasil''...
{{dhr|2em}}
{{t2|O AÇAMBARÇAMENTO DO MINISTERIO}}
{{dhr}}
86. {{--}} O açambarcamento da administração
pelo sr. Victor Oppenheim está publicamente confessado pelo eminente sr. Odilon Braga, em varios
topicos de seu relatorio. Foi o sr. Oppenheim,
proclama s. exc., quem mudou a orientação pratica do Ministerio. Foi o sr. Oppenheim, que “a assentou num claro e racional systema de idéas, exposto na sua, por todos os titulos, notavel monographia sobre “Rochas Gondwanicas e Geologia
do Petroleo no Brasil Meridional”. Foi o sr. Oppenheim o autor desse “documento fundamental
que, neste instante, com o pleno e consciente
apoio do Ministro, serve de base á acção official”.
Evidentemente, convertendo ao seu credo
technico o titular da pasta da agricultura, o sr.
Oppenheim açambarcou a administração, açambarcando-lhe a cabeça.
{{dhr}}
87. {{--}} Mas o honrado ministro foi trahido na
sua confiança illimitada. Tanto quanto a famosa
carta commercial é um corpo de delicto provindo
de Mark Malamphy, {{--}} assim as “Rochas Gond-<noinclude></noinclude>
5isgdhadfzr2lxevzlmzly8tfpe36mi
Página:O escândalo do petroleo.pdf/244
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|234|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>wanicas” são outro corpo de delicto fornecido por
Victor Oppenheim, ambos como autores de attentados contra os mais sagrados interesses nacionaes.
A Commissão do Inquerito já teve oportunidade de verificar naquella monographia um sem
numero de adulterações. Truncaram-se os verdadeiros perfis geologicos de S. Paulo e de Alagôas, para chegar-se a conclusões negativas em
relação ás zonas de facil exploração do petroleo,
para anniquilar as emprezas nacionaes nellas interessadas e para arredar-nos até ás regiões longinquas, inhospitas e difficilmente accessiveis das
fronteiras do Perú.
Quanto á Bahia, visando annullar os esforços
do sr. Oscar Cordeiro, Oppenheim informou officialmente, no respectivo processo, que as amostras remettidas por aquelle interessado eram extranhas ao local. Um caso de policia. Mas os
depoimentos prestados pelos engenheiros Augusto Fontenelle e Sylvio Fróes de Abreu, com os
quaes os srs. Henry e Othon Leonardos se puzeram
de accordo, {{--}} desmentiram a informação official
de Oppenheim. O petroleo era do local.
{{dhr}}
88. {{--}} Neste passo, ''mutatis mutandis'', observa-se a mesma politica do falseamento, praticada
na Argentina pelos trusts. Em entrevista á imprensa, á proposito da visita recentemente feita
por uma caravana do Instituto de Engenharia de<noinclude></noinclude>
78s5w38zo6gznuksrq3o2qdl5hqgaq6
Página:O escândalo do petroleo.pdf/245
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|235}}</noinclude>S. Paulo á Republica do Prata, conta-nos o illustre engenheiro paulista Flavio de Carvalho:
“Conversando com um de seus engenheiros
e como lhe dissessemos que no Brasil se presumia que grandes empresas petroliferas internacionaes estão difficultando as pesquisas, desmoralizando os esforços honestos que estão sendo feitos
para localizar bolsas de petroleo, o referido engenheiro nos disse o seguinte:
“A principio aconteceu a mesma cousa comnosco. As amostras que remettiamos para os Estados Unidos vinham com resultados negativos,
até que um engenheiro argentino, estranhando esse
facto, se deu ao trabalho de refazer todas as analyses que vinham da America do Norte. O resultado foi surprehendente, porquanto ficou comprovado que as analyses feitas naquelle paiz eram
systematicamente falsificadas e adulteradas. Diante disso o governo resolveu interessar-se pelo problema e o resultado é este que ahi temos: o petroleo constituindo uma das grandes riquezas da
Argentina”.
{{dhr}}
89. {{--}} Que Oppenheim foi apanhado em falso nos seus trabalhos sobre S. Paulo não resta a
menor duvida, deante da replica esmagadora de
Washburne, que Monteiro Lobato ajuntou ao seu
depoimento.
Com sua indiscutivel autoridade Washburne
affirmou as possibilidades do petroleo devonia-<noinclude></noinclude>
a97scubc25wgwkfyv6yu26ww8zypj7y
Página:O escândalo do petroleo.pdf/247
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|237}}</noinclude>PESQUIZAS DE PETROLEO NO ESTADO DO
PARANA”.
Quer isso dizer que a hypothese de Washburne passou a ser uma realidade confirmada pelos
factos e a these de Oppenheim uma hypothese
por estes desmentida.
{{dhr}}
90. {{--}} Não é esse, entretanto, o unico ponto
importante da communicação de Eusebio de Oliveira. Mais importantes, ainda, são as seguintes
conclusões:
“...OS TRABALHOS DE GENERALISAÇÕES, COMO FORAM FEITOS HA POUCO PELO SR. VICTOR OPPENHEIM, TEM POUCA SIGNIFICAÇÃO PARA O FIM DE LOCALISAR
PONTOS DE SONDAGENS. DE FACTO TAES
TRABALHOS NÃO PERMITTEM AMPLIAR OS
CONHECIMENTOS DE GEOLOGIA DOS TERRITORIOS, UMA VEZ QUE FORAM FEITOS TENDO
POR OBJECTIVO O CONHECIMENTO GERAL
DE UMA GRANDE AREA, QUANDO DEVERIAM
SER FEITOS TENDO POR OBJECTIVO O CONHECIMENTO DETALHADO DE UMA AREA
PEQUENA”.
{{dhr}}
91. {{--}} Ora, as “Rochas Gondwanicas” foram
adoptadas no Ministerio como supremo guia de
sua orientação. E’, portanto, tambem um guia
de sondagens. As sondagens devem desenvolver-se consoante as suas conclusões. Mas, se “os tra-<noinclude></noinclude>
ehihbcdfsgocl25my6p683birpf5apb
Página:O escândalo do petroleo.pdf/249
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|239}}</noinclude>“Diario de S. Paulo”, de 11 de Março ultimo, assim
os julga:
{{dhr}}
<blockquote>
“... dois profissionaes extrangeiros, nem<br>“peiores, nem melhores que o typo corriquei-<br>“ro e ''standard'' de geologo de qualquer parte<br>"do mundo, sem renome internacional algum,<br>"nem mesmo nos proprios paizes de origem,<br>"QUE AQUI VIERAM APRENDER COM A<br>"PRIMEIRA ESCOLA BRASILEIRA TUDO<br>"O QUE ORA SABEM SOBRE GEOLOGIA<br>"DO BRASIL, até mesmo o nome das forma-<br>"ções geologicas, para então começarem a<br>"produzir trabalho util.
"... pobres technicos, a que me refiro,<br>"cujo grande merit“ é a boa vontade em<br>“aprender o que se lhes ensina no que se re-<br>“fere á geologia do Brasil”...
</blockquote>
{{dhr}}
Já sobre Washburne, outro é o juizo critico
de Glycon de Paiva: “Washburne, autor do ''monumental relatorio'' “The Petroleum Geology of
the State of S. Paulo”, ''de renome universal, incontestavelmente o maior especialista de petroleo''
''que jamais tivemos''”.
(Entre parenthesis: Glycon de Paiva apenas
se equivocou ao affirmar que apezar do immenso prestigio scientifico da palavra de Washburne,
“mau grado a risonha perspectiva que lançou sobre as possibilidades do petroleo devoniano, ape-<noinclude></noinclude>
qi9j3c037171bsderbsq83jkkatrl6c
Página:O escândalo do petroleo.pdf/253
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|243}}</noinclude>naes, depois da ocupação previa do sub-solo pelos
poderes invisiveis.
''Emfim, uma machina authenticamente primorosa de não de não tirar e de não deixar tirar petroleo''...
{{dhr}}
{{t2|TERCEIRA PARTE: O CODIGO DE MINAS<br/>COICE DE GIRAFA}}
{{dhr}}
96. {{--}} O Codigo de Minas é, no momento, a
barreira de pedra, a muralha viva que tranca os
caminhos para a solução do problema de petroleo. E’ o paraiso dos trusts e o inferno das emprezas nacionaes.
Sobra razão, ás carradas, a Monteiro Lobato
para affirmar que “''o Departamento concebeu um''
''meio indirecto de impedir, da maneira mais absoluta, que alguem tire petroleo no Brasil”. ''Esse''
''meio é o actual Codigo de Minas, o “capolavoro”''
''de Departamento''”. O impedimento é absoluto,
tanto pelo lado da impossibilidade de qualquer
exploração economica, quanto pelo lado da sua
monstruosidade contra o direito.
{{dhr}}
97. {{--}} Essa a questão fundamental para o
bom exito da Commissão de Inqucrito e para a salvação do paiz. Sem remover summariamente o
paredão vulcanico, que barra a estrada, nada pode
a Commissão produzir de util aos seus fins e ás es-<noinclude></noinclude>
smbu6qndjplaghhhe29kwl7agxolxu6
Página:O escândalo do petroleo.pdf/260
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|250|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>é a lição de Direito Administrativo de Themistocles Calvacanti; o terceiro, é a preliminar de inconstitucionalidade levantada em juizo pelo Estado de S. Paulo.
Valho-me dessas autoridades, para soccorrerem, com suas luzes, a pouquidade da minha.
{{dhr|2em}}
{{t2|AZEVEDO MARQUES E O CODIGO DE MINAS}}
{{dhr}}
105. {{--}} Abordado pela Procuradoria de Terras de S. Paulo, sobre a questão primordial de
saber-se se tem qualquer valor juridico o Codigo
de Minas em face da Constituição Federal, manifestou-se pela seguinte forma o insigne professor Azevedo Marques, da Faculdade de S. Paulo,
cujos meritos excusamo-nos de enaltecer, sobretudo perante a Commissão de Inquerito que tem
como presidente um seu antigo companheiro do
ministerio Epitacio Pessôa:
“O decreto Federal n.º 24.642, datado de 10
de julho de 1934, que formulou um “Codigo de Minas”, só foi publicado officialmente no “Diario
Official” em 20 desses mesmos mez e anno, quando já estava em pleno vigor a Constituição Federal de 16 de Julho de 1934.
Quer dizer que ''não podia entrar em vigor antes de 20 de julho de'' 1934. Quer dizer que a sua
promulgação ''só teve nascimento em'' 20 ''de julho de''<noinclude></noinclude>
8jlxwgc4n89f752b7uvtgnxhchkaa4m
Página:O escândalo do petroleo.pdf/262
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|252|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>“Eleito o Presidente da Republica, como foi,
desde então elle perdeu a attribuição revolucionaria de promulgar leis sanccionadas anteriormente
por elle mesmo como dictador. O exposto é sediço e está expresso na actual Constituição Federal
arts. 22, 39, 41, 43, 45, § 4.º, 48, 56, n.º I, e nas Disp.
Trans. arts. 1 e 2.
O Cod. das Minas, sem querer, o reconhece no
art. 10: {{--}} “publicação”. {{--}} Se mais fosse necessario dizer, bastaria um argumento irrespondivel, que
é o seguinte:
“Ninguem sustentará a legalidade constitucional de uma lei feita e assignada, isto é, sanccionada pelo Presidente da Republica dois ou tres annos antes da Constituição, mas promulgada, pela
publicação official, um ou dois annos depois da
Constituição. Ora, dois ou tres annos, no caso,
equivalem a 10 ou vinte dias. ''Logo, em summa, o''
“''Cod. de Minas''” ''é inexequivel e inconstitucional,''
''nasceu de quem não podia dar-lhe vida, em'' 20 ''de''
''julho de'' 1934, a menos que se queira, teimosamente, crear um precedente perigosissimo e um desrespeito á Constituição, que para a vida nacional deve
ser defendida rigorosamente num momento tão delicado como o actual...”
{{dhr}}
{{t2|CODIGO DA INJURIA}}
{{dhr}}
106 {{--}} Ouvido sobre se estaria o Codigo de
Minas approvado pelo art. 18 das Disposições<noinclude></noinclude>
pre41sutn7xuaqkxo3sj1dml5v8kdjg
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2024-12-26T14:41:19Z
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|252|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>“Eleito o Presidente da Republica, como foi,
desde então elle perdeu a attribuição revolucionaria de promulgar leis sanccionadas anteriormente
por elle mesmo como dictador. O exposto é sediço e está expresso na actual Constituição Federal
arts. 22, 39, 41, 43, 45, § 4.º, 48, 56, n.º I, e nas Disp.
Trans. arts. 1 e 2.
O Cod. das Minas, sem querer, o reconhece no
art. 10: {{--}} “publicação”. {{--}} Se mais fosse necessario dizer, bastaria um argumento irrespondivel, que
é o seguinte:
“Ninguem sustentará a legalidade constitucional de uma lei feita e assignada, isto é, sanccionada pelo Presidente da Republica dois ou tres annos antes da Constituição, mas promulgada, pela
publicação official, um ou dois annos depois da
Constituição. Ora, dois ou tres annos, no caso,
equivalem a 10 ou vinte dias. ''Logo, em summa, o''
“''Cod. de Minas''” ''é inexequivel e inconstitucional,''
''nasceu de quem não podia dar-lhe vida, em'' 20 ''de''
''julho de'' 1934, a menos que se queira, teimosamente, crear um precedente perigosissimo e um desrespeito á Constituição, que para a vida nacional deve
ser defendida rigorosamente num momento tão delicado como o actual...”
{{dhr|2em}}
{{t2|CODIGO DA INJURIA}}
{{dhr}}
106 {{--}} Ouvido sobre se estaria o Codigo de
Minas approvado pelo art. 18 das Disposições<noinclude></noinclude>
kwgxb4tt0k1yjp112p97n27q02o5pf8
Página:O escândalo do petroleo.pdf/265
106
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|255}}</noinclude>O art. 5.º reza:
“As jazidas conhecidas pertencem aos
proprietarios do sólo, onde se encontrem, ou
a quem fór por legitimo titulo.
§ 1.º {{--}} As jazidas ''desconhecidas'', quando
descobertas, serão incorporados ao patrimonio da nação, com propriedade imprescriptivel
e inalienavel.
§ 2.° {{--}} Só serão consideradas conhecidas,
para os effeitos deste Codigo, as jazidas que
forem manifestadas ao poder publico na fórma e prazo prescriptos no art. 10".
{{dhr}}
''O qualificativo de'' insensato ''é muito doce para''
''taes textos'', mas não queremos dizer que, ahi, o Codigo das Minas ''tresvariou''. Decretar, como elle
faz no § 1.º, que as jazidas “desconhecidas” pertencerão, quando descobertas, á Nação, ''é contradizer''
''e violar, insensatamente, o bom principio do inciso''
''principal'', que respeitava o direito de propriedade,
cuja inviolabilidade está assegurada a todos, ''inclusivemente o relativo ás minas e jazidas, pela''
''Constituição'' nos arts. 113, 114, 118 e 119. Leiam-se
esses textos, que acabamos de alinhar e vêr-se-á o
disparate e a inconstitucionalidade daquelle § 1.º
do art. 5.
“''A insensatez se aggrava quando o Codigo define o que seja “manifestação” da descoberta das''
''jazidas conhecidas no art.'' 10, dizendo:
{{nop}}<noinclude></noinclude>
7aurmeu47h4tmzcomhelo0b9u3xmzf1
Página:O escândalo do petroleo.pdf/295
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|285}}</noinclude>nas “Bases para o Inquerito” confessou a formação, completada em 1934, ''de uma nova mentalidade nos sectores technicos do Ministerio da''
''Agricultura, devida em parte ao influxo das vulgarisações relativas ao plano quinquienal russo'' e
em parte ás tentativas de implantação da dictadura technocratica. Esse “''principio de grande força''
''ideologica''”, para usar de suas expressões, tingiu de
seu colorido sectario o Codigo de Minas.
Nas allegações de seu culto patrono, a Fazenda de S. Paulo mostrou o ar de familia entre o
nosso Codigo de Minas e o direito russo (esse cujo
plano quinquíenal entrou na constituição da mentalidade do ministerio da Agricultura) e cuja lei
fundamental, segundo as resoluções do 12.° Congresso Pan Russo, prescreve no art. 15:
{{dhr}}
<blockquote>
“Toute la terre, les forêts, le sous-sol, les
eaux, ''appartieent en propre à l’État'' ouvrierpaysan sur le bases determinées par les lois
spéciales de l'Union des Républiques Soviétiques Socialistes et les organes suprêmes de la
République Socialiste Soviétique Russe”.
</blockquote>
{{dhr}}
De egual maneira, em seu parecer, em topico
que já destacamos atraz, o abalisado professor de
direito Azevedo Marques apontou a mesma affinidade entre o codigo brasileiro e o codigo sovietico.
Vale a pena recapitular o commentario do mestre,<noinclude></noinclude>
7z6x9q2zgf4ooqbr96y3jaun9gfcd3y
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2024-12-26T13:25:57Z
Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|285}}</noinclude>nas “Bases para o Inquerito” confessou a formação, completada em 1934, ''de uma nova mentalidade nos sectores technicos do Ministerio da''
''Agricultura, devida em parte ao influxo das vulgarisações relativas ao plano quinquienal russo'' e
em parte ás tentativas de implantação da dictadura technocratica. Esse “''principio de grande força''
''ideologica''”, para usar de suas expressões, tingiu de
seu colorido sectario o Codigo de Minas.
Nas allegações de seu culto patrono, a Fazenda de S. Paulo mostrou o ar de familia entre o
nosso Codigo de Minas e o direito russo (esse cujo
plano quinquíenal entrou na constituição da mentalidade do ministerio da Agricultura) e cuja lei
fundamental, segundo as resoluções do 12.° Congresso Pan Russo, prescreve no art. 15:
{{dhr}}
<blockquote>
{{gap}}“Toute la terre, les forêts, le sous-sol, les
eaux, ''appartieent en propre à l’État'' ouvrierpaysan sur le bases determinées par les lois
spéciales de l'Union des Républiques Soviétiques Socialistes et les organes suprêmes de la
République Socialiste Soviétique Russe”.
</blockquote>
{{dhr}}
De egual maneira, em seu parecer, em topico
que já destacamos atraz, o abalisado professor de
direito Azevedo Marques apontou a mesma affinidade entre o codigo brasileiro e o codigo sovietico.
Vale a pena recapitular o commentario do mestre,<noinclude></noinclude>
j3jb0tw4rer5h1ige45ntl9yaxapcwe
Página:O escândalo do petroleo.pdf/296
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|286|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>ao texto do Codigo Mineiro Russo, cujo primeiro
artigo preceitúa que as jazidas de materias fosseis
existentes no sub-solo da URSS constituem propriedade da União da R. S. S.”.
“Pudera! exclama exc. ISSO É NA RUSSIA
SOVIETICA. POIS E’ DA RUSSIA SOVIETICA
QUE O NOSSO CHAMADO CODIGO DE MINAS
MAIS SE APPROXIMA! NÃO ESTÁ CERTO, NEM
LOUVAVEL. NESSE PONTO É ESSE CODIGO
INDESEJAVEL NO BRASIL...”
O scintillante ministro das Montanhas Alterosas commette um grave erro, com o encastellar-se
na intransigencia do “nolli me tangere” para advogar a causa desse aborto da agonia discricionaria, de um sabor tão accentuadamente extremista.
Mormente, sendo s. exc. membro de um governo
em lucta tenaz contra o perigo das doutrinas subversivas que o pensamento vermelho espalha pelo
mundo e que já nos ensanguentou a Patria.
O Codigo de Minas, cuja origem obscura se desconhece, é, na sua essencia, uma cellula communista disfarçada dentro da legislação do paiz.
O fructo identifica a arvore.
Conta-se que o Marechal Floriano, certa feita,
mandou prender o cambio, ignorando as causas que
o deprimiam. Assim tambem a policia carioca,
aproveitando-se do estado de guerra, devia de
ha muito ter prendido e deportado o Codigo de
Minas, pelo mal consciente que pretendeu fazer<noinclude></noinclude>
gisd0ig12239neodfy4ysr4tehi2a0k
Página:O escândalo do petroleo.pdf/297
106
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2024-12-26T13:31:08Z
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/* Revistas e corrigidas */
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|287}}</noinclude>e está fazendo: attentar contra a Constituição,
abolir a propriedade privada do subsolo e prohibir o aproveitamento e a mobilisação economica
de um elemento, como o petroleo, imprescindivel
e vital para a segurança nacional, pois só com elle
seremos economica e militarmente fortes.
{{dhr|2em}}
{{t2|QUARTA PARTE: REMEDIOS E SUGGESTÕES}}
{{dhr}}
{{t2|ABROGAÇÃO DO CODIGO DE MINAS}}
{{dhr}}
132. {{--}} Nosso pensamento não é demolidor.
O alvo deste depoimento é, antes, fundamentalmente constructivo. Por isso mesmo sentimo-nos
no dever de suggerir as providencias, que, ao nosso
ver, concorrerão para sanear os males que nos affligem.
Em primeiro logar ha que revogar, sem perda
de um segundo, o Codigo de Minas, restaurar integralmente o dominio da Constituição, reabrir o
solo livremente ao dominio privado, salvas as medidas essenciaes à defesa economica ou militar do
paiz. Assim, as regiões de nosso territorio ainda
não acaparadas poderão ser entregues aos emprehendimentos nacionaes. Porque, mercê de Deus,
nem tudo se açambarcou. Resta muita coisa para
os brasileiros. Para isso endereçaremos um appello, repetido por toda parte, á consciencia e ao
patriotismo de cada proprietario do solo para que<noinclude></noinclude>
p0c2rt1pbu2xomjztgxni7f2s66lttf
Página:O escândalo do petroleo.pdf/298
106
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/* Revistas e corrigidas */
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|288|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>nenhum confie a exploração de seus terrenos senão aos brasileiros reconhecidamente brasileiros.
{{dhr}}
133. {{--}} O meio pratico de corrigir o mal é
o que suggerimos, desde o anno passado, em nossas entrevistas pela imprensa: restabelecer de
prompto a lei de 1921, adaptada aos novos dispositivos da Constituição Federal de 16 de Julho. Ficaremos, por esse meio, com uma legislação bem
apparelhada a resolver todas as questões, sem sacrificio dos direitos, quer da nação, quer dos particulares, quer dos poderes publicos.
Sob esse ponto de vista, com grata satisfação,
recentemente acabamos de averiguar que a Fazenda de S. Paulo concorda em genero, numero e caso
com a nossa opinião anteriormente expendida.
Vimos um magnifico elogio dessa lei desenvolvido
no memorial do patrono de S. Paulo. Elle a aprecia em todos os aspectos e pormenores. Depois de
salientar que a devemos, originariamente, á inspiração do notabilissimo geologo, de saudosa memoria, Gonzaga de Campos, á clarividencia do então
presidente Epitacio Pessoa e de seu ministro Simões Lopes, como “obra realmente digna de nossa
cultura”, assim encerra suas considerações:
“Realmente, a lei 4265, de 15 de janeiro de
1921, honrava grandemente a cultura juridica do
Congresso que a votára, e a cerebração pujante que
a elaborára. Do primeiro ao ultimo dispositivo,
percebem-se o senso perfeito de equilibrio e a in-<noinclude></noinclude>
q1k35yy4chudzb3b4svfi1b3c2nhfju
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Erick Soares3
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|288|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>nenhum confie a exploração de seus terrenos senão aos brasileiros reconhecidamente brasileiros.
{{dhr}}
133. {{--}} O meio pratico de corrigir o mal é
o que suggerimos, desde o anno passado, em nossas entrevistas pela imprensa: restabelecer de
prompto a lei de 1921, adaptada aos novos dispositivos da Constituição Federal de 16 de Julho. Ficaremos, por esse meio, com uma legislação bem
apparelhada a resolver todas as questões, sem sacrificio dos direitos, quer da nação, quer dos particulares, quer dos poderes publicos.
Sob esse ponto de vista, com grata satisfação,
recentemente acabamos de averiguar que a Fazenda de S. Paulo concorda em genero, numero e caso
com a nossa opinião anteriormente expendida.
Vimos um magnifico elogio dessa lei desenvolvido
no memorial do patrono de S. Paulo. Elle a aprecia em todos os aspectos e pormenores. Depois de
salientar que a devemos, originariamente, á inspiração do notabilissimo geologo, de saudosa memoria, Gonzaga de Campos, á clarividencia do então
presidente Epitacio Pessôa e de seu ministro Simões Lopes, como “obra realmente digna de nossa
cultura”, assim encerra suas considerações:
“Realmente, a lei 4265, de 15 de janeiro de
1921, honrava grandemente a cultura juridica do
Congresso que a votára, e a cerebração pujante que
a elaborára. Do primeiro ao ultimo dispositivo,
percebem-se o senso perfeito de equilibrio e a in-<noinclude></noinclude>
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|289}}</noinclude>tenção do respeito aos sagrados direitos do proprietario da mina, conciliando-os com os interesses
da industria extractiva. E si em nosso paiz, dahi em deante, é licito affirmar, ainda permaneceu
a mineração em estado incipiente, não lhe dando
os recursos esperados, foi antes pela retracção dos
capitaes necessarios ao desenvolvimento de tal actividade industrial, do que pela defficiencia de nosso
systema legal. Este apparelhamento creado pela
lei 4265 e seu regulamento, o D. 15.211, era, pode-se dizer, perfeito. Estavam satisfeitos os appellos
de quantos dedicavam-se á exploração do sub-solo
brasileiro. Nem a intromissão inopportuna dos
poderes publicos, nem os exaggeros de um individualismo golpeador da industria mineira. Mas,
proporcionada e razoavel protecção do interesse
particular que reverteria, enxergou-o claramente
o sabio legislador de 1921, em beneficio da collectividade. E tudo isto, sob a orientação traçada pelo
constituinte de 1891: "as minas pertencem aos proprietarios do solo, salvas as limitações que forem
estabelecidas por lei, a bem da exploração deste
ramo de industria". Este preceito, observou-o religiosamente o Codigo que teve a assignatura de um
dos representantes mais dignos de nossa cultura:
Epitacio Pessôa”.
{{dhr}}
134. {{--}} Para convencer-se a gente de quanto
são justos e bem fundados taes conceitos, basta-nos apenas uma leitura comparada. Ver-se-ão na<noinclude></noinclude>
e439gqz5rtdr6vownqu40s2rf28dggk
Página:O escândalo do petroleo.pdf/300
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Erick Soares3
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|290|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>lei de 1921 a harmonia e a clareza, a sobriedade e
o senso, o methodo e a logica. Em deploravel contraste, no Codigo de Minas ver-se-ão a nenhuma
harmonia e a nenhuma clareza, a nenhuma sobriedade e o nenhum senso, o nenhum methodo e a
nenhuma logica.
Entre uma e outro não ha hesitação possivel.
{{dhr|2em}}
{{t2|DESCENTRALISAÇÃO ADMINISTRATIVA}}
{{dhr}}
135. {{--}} Dispõe o art. 119 § 3.º da Constituição
Federal:
“Satisfeitas as condições estabelecidas em lei,
entre as quaes a de possuirem os necessarios serviços technicos e administrativos, OS ESTADOS
PASSARÃO A EXERCER DENTRO DOS RESPECTIVOS TERRITORIOS A ATTRIBUIÇÃO CONSTANTE DESTE ARTIGO”.
Essa attribuição refere-se ao aproveitamento
industrial das minas e jazidas mineraes, bem como
das aguas e da energia electrica.
Tal descentralisação, urge generalisal-a, no
mais breve tempo possivel. Ahi está o eloquente
exemplo e o significativo precedente de Alagôas.
Desenganado o seu governo de poder contar com
a bôa vontade do serviço federal, deliberou agir
directamente, para esclarecer o problema do petroleo. O resultado foi que, pela primeira vez, os
trusts soffreram uma derrota no Brasil. Contra-<noinclude></noinclude>
4pobgqv48ou2j9bb43xih0jllvo1tlg
Página:O escândalo do petroleo.pdf/301
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2024-12-26T13:42:51Z
Erick Soares3
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|291}}</noinclude>ctados os estudos geophysicos com uma firma allemã neutra, independente e de reputação mundial,
em quatro mezes o governo alagoano fez mais para
a solução do problema, do que a administração federal em mais de vinte annos. Todas as duvidas
sobre a existencia do combustivel negro no sub-solo
de Alagôas ficaram definitivamente dissipadas.
Uma lei ordinaria, complementar desse dispositivo constitucional, como a que o Congresso o anno passado decretou e o presidente da Republica
votou, tambem é de necessidade premente. Que
cada Estado assuma a responsabilidade e a iniciativa que lhe competem, avocando-se o encargo
que se estiola e atrophia no centralismo do Codigo
de Minas. Essa descentralisação não exclue a acção
conjugada, o auxilio e a cooperação da União com
os Estados, nos seus devidos moldes.
A proposito, ouvi do sr. Governador da Bahia,
capitão Juracy Magalhães, em Dezembro ultimo,
depois de expor-lhe as minhas observações:
“Fui tambem unionista, antes de ter administrado um Estado. Agora, que já administrei e administro um delles, sou partidario da maxima descentralisação dos serviços administrativos para os
Estados. A minha experiencia já me revelou o papel do centripetismo federal. Em these não podemos deixar de concordar que é mais facil uma acção perturbadora sobre um só orgão central permanente, embaraçando a vida do paiz inteiro, que
vinte acções separadas e isoladas sobre vinte go-<noinclude></noinclude>
kecouurj1u6wgh50fty30rsrsic3ffl
Página:O escândalo do petroleo.pdf/302
106
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|292|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>vernos differentes, que se renovam de tempo em
tempo".
Um plano de conjuncto para o desenvolvimento da industria do petroleo deve caber á União;
dentro desse plano, a maior amplitude de açção
aos Estados.
{{dhr}}
{{t2|CONCLUSÕES}}
{{dhr}}
136. {{--}} Tendo em consideração toda a materia deduzida neste depoimento, chego ás seguintes
conclusões:
1.ª {{--}} A accusação de Monteiro Lobato é verdadeira. Dedicando-se, com sobrehumano esforço
e insuperavel abnegação a esta causa, Monteiro
Lobato é daquelles que a formosa cerebração de
Marcondes Filho denomina "os abstemios do presente, capazes de se afastarem dos interesses pessoaes, das carreiras faceis abertas á sua frente
das posições confortaveis que o talento lhes assegura, para buscarem o facto longinquo, cheio de
difficuldades, de risco e de soffrimentos"
2.ª {{--}} Necessidade da immediata abrogação do
Codigo de Minas, codigo indesejavel pela sua inconstitucionalidade, pela sua inexequibilidade, pela
asphyxia de sua centralisação administrativa, pelo
seu cunho communista, pelos seus atentados á nossa lingua, pelo seu esbulho à propriedade dos cidadãos, pelo seu assalto á propriedade e á autonomia dos Estados.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|292|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>vernos differentes, que se renovam de tempo em
tempo”.
Um plano de conjuncto para o desenvolvimento da industria do petroleo deve caber á União;
dentro desse plano, a maior amplitude de açção
aos Estados.
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136. {{--}} Tendo em consideração toda a materia deduzida neste depoimento, chego ás seguintes
conclusões:
1.ª {{--}} A accusação de Monteiro Lobato é verdadeira. Dedicando-se, com sobrehumano esforço
e insuperavel abnegação a esta causa, Monteiro
Lobato é daquelles que a formosa cerebração de
Marcondes Filho denomina "os abstemios do presente, capazes de se afastarem dos interesses pessoaes, das carreiras faceis abertas á sua frente
das posições confortaveis que o talento lhes assegura, para buscarem o facto longinquo, cheio de
difficuldades, de risco e de soffrimentos"
2.ª {{--}} Necessidade da immediata abrogação do
Codigo de Minas, codigo indesejavel pela sua inconstitucionalidade, pela sua inexequibilidade, pela
asphyxia de sua centralisação administrativa, pelo
seu cunho communista, pelos seus atentados á nossa lingua, pelo seu esbulho á propriedade dos cidadãos, pelo seu assalto á propriedade e á autonomia dos Estados.
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|293}}</noinclude>3.ª {{--}} Restauração immediata da lei n. 4.265
de 15 de Janeiro de 1921, regulamentada pelo dec.
15.211 de 28 de Dezembro do mesmo anno, com as
adaptações á Constituição de 16 de Julho de 1934.
4.ª {{--}} Solicitar dos governos estadoaes, por intermedio dos representantes do ministerio publico
de todas as comarcas, o arrolamento urgente e completo nos respectivos cartorios de registro e tabellionatos, de todos os contractos de arrendamento
ou exploração de sub-solo, para a organisação do
balanço dos terrenos potencialmente petroliferos
acaparados por emprezas extrangeiras, ou suas filiadas, associadas e federadas de nomes nacionaes.
5.ª {{--}} Recommendar a todos os proprietarios
territoriaes que hajam feito contractos de não perfuração illudidos pela má fé dos trust ou seus representantes, que promovam a sua annullação em
juizo, nos termos do art. 92 do Codigo Civil, pelo
vicio fundamental do dolo.
Srs. Membros da Commisão do Inquerito:
Eis o depoimento que em minha consciencia,
como brasileiro, devia fazer á minha gente sobre
o problema do petroleo em minha terra.
Amei, com coragem, a verdade, para servir,
com fé, a Patria.
S. Paulo, 20 de Julho de 1936
{{dhr}}
{{right|HILARIO FREIRE<br>{{gap}}Praça da Sé, 83}}
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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2024-12-26T13:48:25Z
Erick Soares3
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text/x-wiki
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3.ª {{--}} Restauração immediata da lei n. 4.265
de 15 de Janeiro de 1921, regulamentada pelo dec.
15.211 de 28 de Dezembro do mesmo anno, com as
adaptações á Constituição de 16 de Julho de 1934.
4.ª {{--}} Solicitar dos governos estadoaes, por intermedio dos representantes do ministerio publico
de todas as comarcas, o arrolamento urgente e completo nos respectivos cartorios de registro e tabellionatos, de todos os contractos de arrendamento
ou exploração de sub-solo, para a organisação do
balanço dos terrenos potencialmente petroliferos
acaparados por emprezas extrangeiras, ou suas filiadas, associadas e federadas de nomes nacionaes.
5.ª {{--}} Recommendar a todos os proprietarios
territoriaes que hajam feito contractos de não perfuração illudidos pela má fé dos trust ou seus representantes, que promovam a sua annullação em
juizo, nos termos do art. 92 do Codigo Civil, pelo
vicio fundamental do dolo.
Srs. Membros da Commisão do Inquerito:
Eis o depoimento que em minha consciencia,
como brasileiro, devia fazer á minha gente sobre
o problema do petroleo em minha terra.
Amei, com coragem, a verdade, para servir,
com fé, a Patria.
S. Paulo, 20 de Julho de 1936
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text/x-wiki
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O Escandalo do Petroleo/Depoimento de Hilario Freire
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[[Ajuda:SEA|←]] nova página: {{navegar | título = O Escandalo do Petroleo | autor = Monteiro Lobato | tradutor = | seção = Depoimento de Hilario Freire | contributor = Hilário Freire | anterior = [[O Escandalo do Petroleo/Depoimento de Monteiro Lobato|Depoimento de Monteiro Lobato]] | posterior = [[O Escandalo do Petroleo/O que somos e o que pensamos ser|O que somos e o que pensamos ser]] | notas = Apesar do autor não estar em domínio público, é p...
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text/x-wiki
{{navegar
| título = O Escandalo do Petroleo
| autor = Monteiro Lobato
| tradutor =
| seção = Depoimento de Hilario Freire
| contributor = Hilário Freire
| anterior = [[O Escandalo do Petroleo/Depoimento de Monteiro Lobato|Depoimento de Monteiro Lobato]]
| posterior = [[O Escandalo do Petroleo/O que somos e o que pensamos ser|O que somos e o que pensamos ser]]
| notas = Apesar do autor não estar em domínio público, é possível considerar a obra como liberada dentro do Art. 666 parágrafo 4, da [https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm L3071], pelo fato de ser um documento oficial de um inquérito governamental.
}}
<pages index="O escândalo do petroleo.pdf" from=145 to=303/>
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{{navegar
| título = O Escandalo do Petroleo
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[[Categoria:Texto rubricado pelo autor em 1936]]
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Categoria:Texto rubricado pelo autor em 1936
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[[Ajuda:SEA|←]] nova página: [[Categoria:1936]] [[Categoria:Textos rubricados pelo autor]]
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text/x-wiki
[[Categoria:1936]]
[[Categoria:Textos rubricados pelo autor]]
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{cabeçalho||{{t2|O que somos e o que<br>precisamos ser}}||borda_inferior=sim}}
{{dhr|6em}}
O Brasil tem vivido cocainizado por uma ilusão {{--}} a de ter-se como um paraiso terreal, um país
riquissimo, invejado pelos outros povos. Nem a
bancarrota do estado, nem o nosso mal estar perpetuo, nem a penuria chinesa do que chamamos a
classe baixa (isto é, 80% da população do país),
nem a miseria intensissima observavel até nas
capitais quando deixamos as avenidas e os bairros
privilegiados, nada de tão terrível realidade arranca o brasileiro da mentira cronica em que se
encoscorou.
Em todas as estatisticas de produção, de comercio, de riqueza nacional, de cultura, etc., o
lugar do Brasil é entre os mais baixos da escala.
Tomemos a Dinamarca. Tem 44.000 quilometros quadrados e uma população de 3 milhões e
meio de habitantes. Do tamanho do Espirito Santo, menor que Alagoas, Paraiba e Rio Grande do
Norte, que são dos menores estados do Brasil {{--}} e
no entanto produz, exporta e importa mais que o<noinclude></noinclude>
eayk8l4oc0fz5v24ga6j8dula0oe76f
Página:O escândalo do petroleo.pdf/306
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|296|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>Brasil inteiro. Em 1929 a pequena Dinamarca
exportou 480 milhões de dolares contra 414 exportados pelo Brasil; e importou 457 contra 456.
Alegam os patriotas incompreensivos que é por
sermos um país novo. Somos tão novos como os
Estados Unidos e a Argentina, países que tambem
nos distanciaram em tudo {{--}} o primeiro dum modo
fantastico.
Só do subsolo os Estados Unidos extraem mais
de CEM MILHÕES DE CONTOS POR ANO. Nós
com um subsolo equivalente só extraimos minhocas. Veja-se este quadro estatistico do Departamento of Commerce, abrangendo, o decenio de
1918 a 1927:
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{{c|PRODUTOS METALICOS E NÃO METALICOS}}
{{dhr}}
{{c|''Valor em dolares''}}
{{dhr}}
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Temos aqui a media anual de 5 bilhões e 454
milhões de dolares, ou sejam mais de CEM MILHÕES DE CONTOS POR ANO em nossa moeda,<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/307
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|297}}</noinclude>o dolar a 19$000 {{--}} essa beleza que a mentira cronica nos deu.
{{dhr}}
Nada como graficos para meter pelos olhos a
dentro as realidades. Nos graficos que seguem
veremos o que é a nossa riqueza nacional, a nossa
produção, o nosso comercio, etc., comparados com
os equivalentes americanos. Tomamos os dados
de anos normais, imediatamente anteriores á crise
e aplicamos nos graficos sempre a mesma escala.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/308
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2024-12-26T17:36:32Z
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|Riqueza Nacional dos Estados Unidos em 1922<br(calculo da Federal Trade Commission)}}
{{dhr}}
{{c|356.035.000.000 dolares}}
{{RetallaImatge
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|306|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>Não é ultra doloroso isto? Não é ultra-vergonhoso que dispondo dum territorio em tudo equivalente ao dos Estados Unidos, nos deixassemos
ficar numa bagagem degradante?
E como combatemos essa situação de inferioridade? Negando-a. Mentindo oficialmente. Mentindo agora pelo radio. Mentindo uma mentira sistematica e onimoda, que não engana a ninguem
no mundo {{--}} nem sequer a nós mesmos.
Basta de cocaina. Tenhamos a coragem dum
frio realismo. A mentira não constroe {{--}} destroe.
Destroe a reputação de quem a impinge. Somos
o povo mais desmoralizado do mundo em consequencia deste perpetuo regimen de mentiras adotado como atitude nacional. ''E no entanto poderemos nos equiparar aos Estados Unidos em grandeza, cultura, eficiencia e poder, se tomarmos''
''pelos mesmos caminhos''.
Que caminhos são esses? Os do sub-solo. A
grandeza dos Estados Unidos vem de que mobilizaram e mobilizam as reservas do sub-solo. Vem
de que se ferraram intensamente e ainda se ferram
com as varias dezenas de milhões de toneladas
de ferro que cada ano produzem {{--}} enquanto nós
tropicamos eternamente desferrados pela estrada
da vida em fora, sem a menor atenção para as
montanhas de minerio que possuimos.
Vem de que abrem anualmente mais de ....
20.000 poços por onde esguicha o sangue da terra,
o maravilhoso liquido que se transforma em ener-<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/317
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|307}}</noinclude>gia mecanica e move os milhões de toneladas de
ferro transfeito em maquinas aumentadoras da
eficiencia do homem {{--}} enquanto nós abrimos
anualmente 20.000 casas de loteria e bicho.
Vem, em suma, de que raciocinam com a
cabeça {{--}} enquanto nós, queimando café em vez
de queimar o Ministerio da Agricultura, damos
ao mundo uma curiosa demonstração do perigo
que é raciocinar com outros orgãos que não o
cerebro...
{{dhr}}
Café é riqueza criada? Queima-se.
{{dhr}}
Ministerio é impedimento de riqueza? Conserva-se.
{{dhr}}
Está errado...
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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O Escandalo do Petroleo/O que somos e o que pensamos ser
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<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{cabeçalho||{{t2|Appendice}}||borda_inferior=sim}}
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{{t2|A Geofisica no Brasil}}
{{dhr}}
Ninguem faz hoje, no mundo inteiro, nenhuma exploração de subsolo, tanto para petroleo como para qualquer outro mineral, sem recorrer á geofisica. Como o
brasileiro é sempre o ultimo a acordar, só agora a geofisica penetrou entre nós. A honra da grande iniciativa
cabe a Alagoas.
Na revista americana “Science”, de 6 de junho p.p.,
vem um otimo artigo de Sherwin Kelly sobre a geofisica,
no qual revela o tremendo impulso que a nova ciencia
deu á descoberta de novos campos de petroleo naquele
pais. Só em 1935, diz Kelly, os Estados Unidos gastaram
com a aplicação dum só dos metodos geofisicos {{--}} o sismico {{--}} a quantia vertiginosa de 15 milhões de dolares,
ou sejam quasi 300 mil contos em nossa moeda!
E é compensador isso? Sim, declara Kelly. Tremendamente compensador, pois graças aos estudos sismicos
feitos em 1935, foram aumentadas as reservas americanas de 500 a 750 milhões de barris. A um dolar o barril,
temos de 500 a 750 milhões de dolares conseguidos com
o empate de 15. Melhor negocio não pode haver.
Quando os metodos geofisicos, continua Kelly, foram
introduzidos no Texas e na Luiziania, em 1922, a industria petrolifera desses estados ia em pleno declinio. A<noinclude></noinclude>
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|309}}</noinclude>produção decrescia; nenhum campo novo era descoberto. A geologia locara 47 domos e jurava não existir mais
nenhum. Mas a geofisica imediatamente determinou numerosos domos abaixo dos horizontes até então explorados, e em pouco tempo localizou 116 novos estruturas
petroliferas. Entre elas a de Sugarland, que até o ano
passado havia produzido 21 milhões de barris.
Quem deu inicio á nova ciencia da geofisica foi o
barão Roland von Eotvos, de Budapest, com a sua balança de torção. Consiste numa hastezinha metalica, pendurada pelo meio a um “fio de torção” e tendo nas extremidades pequenos pesos. Sua função essencial é determinar as menores variações da força de gravidade. E
que tem a força de gravidade com o petroleo?
Faz-se necessaria uma pequena explicação.
A força de gravidade resulta da atração que um corpo exerce sobre outro. Essa atração depende da massa
do corpo; é maior ou menor, conforme o corpo é maior
ou menor {{--}} ou mais macisso. O chumbo é mais macisso
que a madeira e porisso atrai mais que a madeira.
O subsolo é composto de camadas de rochas diferentes, umas mais compactas que outras. Rochas macissamente compactas, como o basalto, o granito, etc., possuem mais força de atração, ou de gravidade, que rochas menos compactas, como os shistos, os calcareos, os
arenitos, o sal. De modo que quando a balança de torção é aplicada num ponto, o movimento da hastezinha
indica onde está uma rocha mais compacta que as visinhas.
Desse modo, com varias aplicações da balança em
certa zona, é perfeitamente possivel determinar a existencia de certas rochas compactas que se intrometeram
pelas camadas das rochas sedimentarias menos compactas {{--}} e portanto é possivel determinar os domos de sal.
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/320
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|310|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>Esses domos de sal são acumulações de sal dos mares extintos, que por efeito de impulsos vindos de baixo
se erguem e se intrometem pelas camadas de sedimentos,
em geral sob forma de domos (montes redondos) de
um, dois e tres quilometros de diametro. Geralmente o
petroleo sobe com o sal, ficando acumulado nas beiras
do domo e em baixo. Vem dai que a balança de torção,
localizando os domos de sal, localiza tambem a estrutura mais favoravel ao acumulo de petroleo. Nos primeiros dez domos localizados pela balança de torção
no Texas, nove revelaram petroleo nos anticlinios por
eles formados.
O metodo geofisico que usa a balança de torção
chama-se ''Gravimetrico''. Foi empregado com muita eficacia em Alagoas determinando um grande “domo fechado”.
Temos depois o ''Metodo Sismico'', empregado pela
primeira vez no Brasil pela ELBOF, em Riacho Doce. O
objetivo deste metodo é esclarecer pontos que o ''Metodo''
''Gravimetrico'' deixa obscuros, em consequencia da má
disposição das camadas. Baseia-se sobre a diferença de
elasticidade das rochas e dá informações exatissimas
sobre as aberrações das camadas que fogem ao normal,
determinando rupturas ou “falhas”, bem como as anticlinais, as sinclinais, os “horsts” e “grabens”.
Executa-se por meio de explosões de dinamite. A
vibração produzida é apanhada em varios pontos com
os sismometros, e pelo registro da velocidade dessas vibrações determinam-se as rochas ou falhas ou grabens
que as fizeram afastar-se do normal. Em Alagoas o metodo sismico provou de maneira absoluta que o cristalino
está abaixo de mil metros.
O ''Metodo Magnetico'' se baseia na variação do campo magnetico terrestre normal. Essa variação pode ser
provocada pela existencia no subsolo de certos mine-<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/321
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|311}}</noinclude>rais, como a magnetite ou a hematite; todas as rochas
eruptivas interferem no magnetismo terrestre, fazendo-o
sair da normalidade. Graças a isso esse metodo é de
grande valor para a localização de minerios preciosos.
{{dhr|0.5}}
Os ''Metodos Geoeletricos'' servem para determinar os
elementos bons ou maus condutores da eletricidade no
subsolo. Bons condutores são os metais puros, os metais sulfiticos (menos a blenda de zinco), diversos oxidos de ferro, grafite, antracite, agua salgada, agua acida,
acumulação de agua nas fendas e falhas. Outras rochas
conduzem menos bem a corrente eletrica; outras são
más condutoras.
Os ''Metodos Geoeletricos'' dividem-se em dois: o ''Galvanico'' e o ''Indutivo''. O ''Galvanico'' determina as diferenças de condutibilidade do subsolo. O ''Indutivo'' aplica-se á
procura de minerais e aguas salgadas. Duma exatidão
absoluta, distingue perfeitamente os minerais da agua,
dando-lhes a profundidade e a extensão da ocorrencia.
{{dhr|0.5em}}
O ''Metodo Radioativo'' permite determinar substancias
radioativas contidas no ar da terra, ou no ar das fendas
e falhas. Para exame de fontes minerais, quasi sempre
originadas de fendas e falhas profundas, dá otimos resultados.
{{dhr|0.5em}}
Temos finalmente o ''Metodo de Gaz'', ou de Laubmeyer, o qual constitue privilegio exclusivo da ELBOF.
Seu grande valor está em ser o unico que diz diretamente
com o petroleo. Dada a sua importancia no caso brasileiro, pedimos a Piepmeyer & Cia. uma noticia mais detalhada do mesmo, e recebemos esta informação:
{{dhr}}
{{c|METODO LAUBMEYER}}
{{dhr}}
Todos os metodos geofisicos só diziam respeito á
localização das estruturas favoravels ao acumulo de pe-<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/322
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|312|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>troleo. Fazia falta um metodo qualquer para a determinação direta dos hidrocarbonicos. A firma Piepmeyer
& Cia., depois de longas experiencias cientificas, lançou
na pratica, com muito sucesso, um aparelho conhecido
como o “Laubmeyer Gaz Detector”, por meio do qual é
possivel determinar com ''segurança'' os hidrocarbonicos
das profundidades que emanam ''sob pressão''.
O principio fundamental do processo é que os gazes das formações petroliferas difundem-se constantemente e renovam-se, produzidos sempre pela propria
nafta. Baseados neste fato, podemos admitir que as
pressões encontradas em portadores de petroleo são
sempre mais altas que as observadas nas perfurações
profundas. O gaz produzido pela ocorrencia petrolifera
tem um poder de difusão proporcional á pressão da matriz, e maior que as essencias mais leves. Daí a hipotese extremamente cabivel de que esse gaz, sob pressão
constante, se desprenda do lençol petrolifero e se difunda lentamente através das camadas superiores até
escapar pela superficie terrestre. Essa marcha é de extrema lentidão, e é natural que, persistindo a pressão,
haja renovação constante do gaz difundido, o qual ao
chegar á superficie mistura-se com o ar existente na parte do solo em contacto com a camada atmosferica.
Uma determinada zona de difusão de gazes poderá
ser representada por um cone invertido, cuja ponta está
na ocorrencia petrolifera. Inutil observar que numa zona
quebrada de fendas e falhas os gazes insinuam-se pelas
mesmas. Ora, se esses gazes chegam até a superficie,
embora em diluições infinitesimais, claro que podem ser
determinados e medidos.
O aparelho de Laubmeyer foi adequado para registrar e medir diluições até de um litro desse gaz contido
em 10 bilhões de litros de ar. Construido como um microcalorimetro, assemelha-se, em seu principio, aos apa-<noinclude></noinclude>
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Página:O escândalo do petroleo.pdf/323
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|313}}</noinclude>relhos analisadores de fumaça. Especial atenção foi dada
á construção do catalisador, pelo qual é conduzida a
mistura de gaz e ar. Um aparelho, pois, de bases puramente fisicas, cujas leituras cabem em formulas matematicas.
Os levantamentos pelo metodo Laubmeyer são feitos
como nos demais metodos geofisicos, isto é, por meio
de perfis. As distancias entre os perfis e entre as estações de observação dependem do problema a resolver e
das circumstancias geologicas da area a ser pesquisada.
Pelo exposto podemos concluir que graças ao metodo Laubmeyer torna-se possivel determinar a presença
de gazes hidrocarbonicos vindos de grandes profundidades sob pressão.
A diferença entre os gazes hidrocarbonicos provenientes de lençoes petroliferos e o gaz de pantano pode
ser estabelecida de maneira absoluta. O cone de difusão
dos ultimos é menor e perfeitamente distinguivel nas
curvas de gaz dos perfis.
Inumeras experiencias com o detector Laubmeyer
tem sido feitas em varios paises. Ocorrencias outras que
possam conter gaz, não dão indicação nenhuma nos respectivos perfis ''quando não existe ao lado, ou por baixo,''
''difusão de gazes provenientes de formações hidrocarbonicas sob grande pressão''. A pressão do gaz de petroleo
retido nos shistos, por exemplo, é tão diminuta que não
chega a permitir difusão nenhuma. Nos trabalhos geofisicos feitos em Riacho Doce (Alagoas) foi mais uma vez
verificado isso. O aparelho Laubmeyer não determinou
a presença de gaz em toda a zona estudada, apesar de
toda a zona estudada assentar sobre uma camada de
shisto bituminoso. Tambem nas imediações da perfuração que lá está sendo feita, o aparelho não registrou
gaz, porque na sua tendencia de difundir-se pelos pontos de menor resistencia o gaz da zona em redor do poço<noinclude></noinclude>
ge0wqh5z1z8qx899uui86aspf4i2z9q
Página:O escândalo do petroleo.pdf/324
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Erick Soares3
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text/x-wiki
<noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|314|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>naturalmente sae por este. Os registros começaram a
acentuar-se a certa distancia da sonda, o que vem mais
uma vez confirmar pesquisas identicas feitas em outros
paises.
Os trabalhos realisados em varios campos da Alemanha (Oberg, Nienhagen e campos da Vacuum Oil Co)
e na Rumania (campos de Ploesti) provaram cabalmente que o metodo Laubmeyer é de todo eficiente para a
determinação dos hidrocarbonicos sob pressão.
O valor do metodo de gaz, como processo geofisico
de pesquisa, revela-se indiretamente no empenho da
maior firma construtora de aparelhos geofisicos do mundo, a ASKANIA, de Berlin, em obter licença universal
para o fabrico dos aparelhos Laubmeyer, de que se acha
atualmente encarregada.
Neste momento estão sendo executados nos Estados
Unidos varias pesquisas pelo metodo Laubmeyer, por
intermedio dos engenheiros da ASKANIA.
{{dhr}}
{{direita|(a) ''PIEPMEYER & CIA.''}}
{{nop}}<noinclude></noinclude>
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O Escandalo do Petroleo/Apendice
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Erick Soares3
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