Wikisource ptwikisource https://pt.wikisource.org/wiki/Wikisource:P%C3%A1gina_principal MediaWiki 1.44.0-wmf.8 first-letter Multimédia Especial Discussão Utilizador Utilizador Discussão Wikisource Wikisource Discussão Ficheiro Ficheiro Discussão MediaWiki MediaWiki Discussão Predefinição Predefinição Discussão Ajuda Ajuda Discussão Categoria Categoria Discussão Portal Portal Discussão Autor Autor Discussão Galeria Galeria Discussão Página Página Discussão Em Tradução Discussão Em Tradução Anexo Anexo Discussão TimedText TimedText talk Módulo Módulo Discussão Translations Translations talk Sardenta 0 14467 522997 43219 2024-12-26T20:01:31Z ElegantEgotist 38106 522997 wikitext text/x-wiki {{navegar |obra=Sardenta |autor=Cesário Verde |notas= }} <poem> Tu nesse corpo completo, Ó láctea virgem doirada, Tens o linfático aspecto Duma camélia melada. </poem>{{semdata}} [[Categoria:Cesário Verde]] [[Categoria:Poesia portuguesa]] [[Categoria:Realismo português]] qih3qwqq5gzz015indehottmoi1llzz O Sentimento dum ocidental 0 30769 522995 518320 2024-12-26T19:44:47Z ElegantEgotist 38106 522995 wikitext text/x-wiki {{navegar | obra = O Sentimento dum Ocidental | autor = Cesário Verde | notas = {{integra|poema=[[O Livro de Cesário Verde]]}} }} {{D|A Guerra Junqueiro}} {{larger|I – Ave-marias}} {{poema| Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu parece baixo e de neblina, O gás extravasado enjoa-me, perturba; E os edifícios, com as chaminés, e a turba Toldam-se duma cor monótona e londrina. Batem os carros de aluguer, ao fundo, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! Ocorrem-me em revista, exposições, países: Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, no mundo! Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas: Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros. Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. E evoco, então, as crônicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberbas naus que eu não verei jamais! E o fim da tarde inspira-me; e incomoda! De um couraçado inglês vogam os escaleres; E em terra num tinir de louças e talheres Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda. Num trem de praça arengam dois dentistas; Um trôpego arlequim braceja numas andas; Os querubins do lar flutuam nas varandas; Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas! Vazam-se pos arsenais e as oficinas; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, Correndo com firmeza, assomam as varinas. Vêm sacudindo as ancas opulentas! Seus troncos varonis recordam-me pilastras; E algumas, à cabeça, embalam nas canastras Os filhos que depois naufragam nas tormentas. Descalças! Nas descargas de carvão, Desde manhã à noite, a bordo das fragatas; E apinham-se num bairro aonde miam gatas, E o peixe podre gera os focos de infecção! }} {{larger|II – Noite fechada}} {{poema| Toca-se às grades, nas cadeias. Som Que mortifica e deixa umas loucuras mansas! O aljube, em que hoje estão velhinhas e crianças, Bem raramente encerra uma mulher de "dom"! E eu desconfio, até, de um aneurisma Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes; À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes, Chora-me o coração que se enche e que se abisma. A espaços, iluminam-se os andares, E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos Alastram em lençol os seus reflexos brancos; E a Lua lembra o circo e os jogos malabares. Duas igrejas, num saudoso largo, Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero: Nelas esfumo um ermo inquisidor severo, Assim que pela História eu me aventuro e alargo. Na parte que abateu no terremoto, Muram-me as construções retas, iguais, crescidas, Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas, E os sinos dum tanger monástico e devoto. Mas, num recinto público e vulgar, Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, Um épico d'outrora ascende, num pilar! E eu sonho o Cólera, imagino a Febre, Nesta acumulação de corpos enfezados; Sombrios e espectrais recolhem os soldados; Inflama-se um palácio em face de um casebre. Partem patrulhas de cavalaria Dos arcos dos quartéis que foram já conventos: Idade Média! A pé, outras, a passos lentos, Derramam-se por toda a capital, que esfria. Triste cidade! Eu temo que me avives Uma paixão defunta! Ao lampiões distantes, Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes, Curvadas a sorrir às montras dos ourives. E mais: as costureiras, as floristas Descem dos magasins, causam-me sobressaltos; Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos E muitas delas são comparsas ou coristas. E eu, de luneta de uma lente só, Eu acho sempre assunto a quadros revoltados: Entro na brasserie; às mesas de emigrados, Ao riso e à crua luz joga-se o dominó. }} {{larger|III – Ao gás}} {{poema| E saio. A noite pesa, esmaga. Nos Passeios de lajedo arrastam-se as impuras. Ó moles hospitais! Sai das embocaduras Um sopro que arrepia os ombros quase nus. Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso Ver círios laterais, ver filas de capelas, Com santos e fiéis, andores, ramos, velas, Em uma catedral de um comprimento imenso. As burguesinhas do Catolicismo Resvalam pelo chão minado pelos canos; E lembram-me, ao chorar doente dos pianos, As freiras que os jejuns matavam de histerismo. Num cuteleiro, de avental, ao torno, Um forjador maneja um malho, rubramente; E de uma padaria exala-se, inda quente, Um cheiro salutar e honesto a pão no forno. E eu que medito um livro que exacerbe, Quisera que o real e a análise mo dessem; Casas de confecções e modas resplandecem; Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe. Longas descidas! Não poder pintar Com versos magistrais, salubres e sinceros, A esguia difusão dos vossos reverberos, E a vossa palidez romântica e lunar! Que grande cobra, a lúbrica pessoa, Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo! Sua excelência atrai, magnética, entre luxo, Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa. E aquela velha, de bandós! Por vezes, A sua traîne imita um leque antigo, aberto, Nas barras verticais, as duas tintas. Perto, Escarvam, à vitória, os seus mecklemburgueses. Desdobram-se tecidos estrangeiros; Plantas ornamentais secam nos mostradores; Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores, E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros. Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes Os candelabros,como estrelas, pouco a pouco; Da solidão regouga um cauteleiro rouco; Tomam-se mausoléus as armações fulgentes. "Dó da miséria!... Compaixão de mim!..." E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso, Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso, Meu velho professor nas aulas de Latim? }} {{larger|IV – Horas mortas}} {{poema| O teto fundo de oxigênio, de ar, Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras; Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras, Enleva-se a quimera azul de transmigrar. Por baixo, que portões! Que arruamentos! Um parafuso cai nas lajes, às escuras: Colocam-se taipais, rangem as fechaduras, E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos. E eu sigo, como as linhas de uma pauta A dupla correnteza augusta das fachadas; Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas, As notas pastoris de uma longínqua flauta. Se eu não morresse, nunca! E eternamente Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas! Esqueço-me a prever castíssimas esposas, Que aninhem em mansões de vidro transparente! Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis, Pousando, vos trarão a nitidez às vidas! Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas, Numas habitações translúcidas e frágeis. Ah! Como a raça ruiva do porvir, E as frotas dos avós, e os nômadas ardentes, Nós vamos explorar todos os continentes E pelas vastidões aquáticas seguir! Mas se vivemos, os emparedados, Sem árvores, no vale escuro das muralhas!... Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas E os gritos de socorro ouvir, estrangulados. E nestes nebulosos corredores Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas; Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas, Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores. Eu não receio, todavia, os roubos; Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes; E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, Amareladamente, os cães parecem lobos. E os guardas, que revistam as escadas, Caminham de lanterna e servem de chaveiros; Por cima, os imorais, nos seus roupões ligeiros, Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas. E, enorme, nesta massa irregular De prédios sepulcrais, com dimensões de montes, A Dor humana busca os amplos horizontes, E tem marés, de fel, como um suspeito impostor! }} [[Categoria:O Livro de Cesário Verde]] awbbpwikpfqmmdm8aglskeq90430h5q Impossível (Cesário Verde) 0 30773 522996 522720 2024-12-26T19:45:08Z ElegantEgotist 38106 522996 wikitext text/x-wiki {{navegar |obra=Impossível |autor=Cesário Verde |notas={{integra|poema=[[O Livro de Cesário Verde]]}} }} <poem> Nós podemos viver alegremente, Sem que venham com fórmulas legais Unir as nossas mãos, eternamente, As mãos sacerdotais. Eu posso ver os ombros teus desnudos: Palpá-los, contemplar-lhes a brancura, E até beijar teus olhos tão ramudos, Cor de azeitona escura. Eu posso, se quiser, cheio de manha, Sondar, quando vestida, pra dar fé, A tua camisinha de bretanha Ornada de ''crochet''. Posso sentir-te em fogo escandecida, De faces cor-de-rosa e vermelhão, Junto a mim, com langor, entredormida, Nas noites de verão. Eu posso, com valor que nada teme, Contigo preparar lautos festins, E ajudar-te a fazer o leite-creme E os mélicos pudins. Eu tudo posso dar-te, tudo, tudo: Dar-te a vida, o calor, dar-te ''cognac'', Hinos de amor, vestidos de veludo, E botas de duraque; E até posso, com ar de rei (que o sou!), Dar-te cautelas brancas, minha rola; Da grande loteria que passou, Da boa, da espanhola. Já vês, pois, que podemos viver juntos Nos mesmos aposentos confortáveis, Comer dos mesmos bolos e presuntos, E rir dos miseráveis. Nós podemos, nós dois, por nossa sina, Quando o Sol é mais rúbido e escarlate, Beber na mesma chávena da China O nosso chocolate. E podemos até (noites amadas!) Dormir juntos dum modo galhofeiro, Com as nossas cabeças repousadas No mesmo travesseiro. Posso ser teu amigo até a morte, Sumamente amigo...! Mas, por lei, Ligar a minha sorte à tua sorte Eu nunca poderei! Eu posso amar-te como o Dante amou, Seguir-te sempre como a luz ao raio... Mas ir contigo à igreja, isso não vou: Lá nessa é que eu não caio! </poem> Lisboa, 1874 [[Categoria:O Livro de Cesário Verde]] 6xglzalhriwm4gl0ql2cordn9nm61cc Predefinição:Novidades no acervo 10 140260 522993 522758 2024-12-26T18:41:35Z Erick Soares3 19404 +O escandalo do patroleo 522993 wikitext text/x-wiki <!-- Favor não adicionar hinos. Adicione apenas obras que tiverem sido 100% transcritas (mas não precisam estar 100% validadas). Máximo de 8 obras. Adicione as novas no topo e realoque as de baixo para o arquivo abaixo. --> {{Novidade|1=O Escandalo do Petroleo |2=Monteiro Lobato|3=1936|imagem=O escândalo do petroleo.pdf{{!}}page=7}} {{clear}} {{Novidade|1=:oldwikisource:Cartas tupis dos Camarões|2=Teodoro Sampaio|3=1906|imagem=Cartas tupis dos Camarões.pdf{{!}}page=2|mostrar=Cartas tupis dos Camarões}} {{clear}} {{Novidade|1=Declaração Balfour|2=[[Autor:Arthur Balfour|Arthur Balfour]]|3=2024|imagem=Balfour declaration unmarked.jpg|tradutor=[[Wikisource:Tradução colaborativa|Comunidade Wikisource]]|nowiki=yes}} {{clear}} {{Novidade|1=Revista do Instituto Historico e Geographico de S. Paulo/Volume 9/Restauração historica|2=Teodoro Sampaio|3=1904|imagem=Restauração historica da Villa de Santo André da Borda do Campo.pdf{{!}}page=2|mostrar=Restauração historica da Villa de Santo André da Borda do Campo}} {{clear}} {{Novidade|1=Fabulas (9ª edição)|2=Monteiro Lobato|3=1943|imagem=Fabulas (9ª edição).pdf{{!}}page=3|mostrar=Fabulas}} {{clear}} {{Novidade|1=A Sensibilidade nacional e estrangeira|2=Anônimo|3=1826|imagem=A Sensibilidade nacional e estrangeira.pdf{{!}}page=5}} {{clear}} {{Novidade|1=Testamento de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal|2=Pedro I do Brasil|3=1854|imagem=Testamento de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal em 1832..pdf{{!}}page=3|mostrar=Testamento de Sua Magestade Imperial D. Pedro Duque de Bragança}} {{clear}} {{Novidade|1=Adeoses da Imperatriz Amelia ao menino-imperador adormecido|2=Amélia de Leuchtenberg|3=1831|imagem=Adeoses da Imperatriz Amelia ao menino-imperador adormecido.pdf{{!}}page=5}} {{clear}} <noinclude> ==Arquivo de 2024== <!-- Adicione as entradas no topo da lista--> {{Novidade|1=Sonetos do Exilio|2=[[Autor:Pedro II do Brasil|D. 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Iara Mãe D'Água Nossa Terra Mãe Gentil O Imigrantes Edificaram No Seio da Pátria Amada Dos Pioneiros que a Amam Iaras Terra Sagrada No Teu Céu Ostenta o Brilho Qual Beleza Nunca se Viu És Rica por Natureza Tua Glória És Teu Porvir És Povo Forte, de Varões Portes Teu Passado, (Inscutável) Passado Forte, De história Forte Orgulho do Meu País Sob as Margens do Rio Pardo Com Bravura e Força Varonil Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água Nossa Terra Mãe Gentil Iaras, Que tanto Amamos De Mãe d'água, a ser Fundada Pérola Linda do Meu Interior De Monção, Foi Batizada No Teu Céu Ostenta o Brilho Qual Beleza Nunca se Viu És Rica por Natureza Tua Glória És Teu Porvir És Povo Forte, de Varões Portes Teu Passado, "Assivo xis" Passado Forte, De história Forte Orgulho do Meu País </poem> [[Categoria:Hinos de São Paulo|Iaras]] 2yqlqpzvqd5lc72c0k3im12esnvqvlh 522965 522964 2024-12-26T15:23:26Z 2804:4230:238:4E5E:29B7:75ED:DA74:E0F8 522965 wikitext text/x-wiki {{hino |obra=Hino do município de [[w:Iaras|Iaras]] |letra por=Clávio Luiz Pereira |melodia por=Clávio Luiz Pereira |notas= }} <poem> I Sob as Margens do Rio Pardo Com Bravura e Força Varonil Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água Nossa Terra Mãe Gentil O Imigrantes Edificaram No Seio da Pátria Amada Dos Pioneiros que a Amam Iaras Terra Sagrada (Coro) No Teu Céu Ostenta o Brilho Qual Beleza Nunca se Viu És Rica por Natureza Tua Glória És Teu Porvir És Povo Forte, de Varões Portes Teu Passado, (Inscutável) Passado Forte, De história Forte Orgulho do Meu País II Sob as Margens do Rio Pardo Com Bravura e Força Varonil Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água Nossa Terra Mãe Gentil Iaras, Que tanto Amamos De Mãe d'água, a ser Fundada Pérola Linda do Meu Interior De Monção, Foi Batizada (Coto) No Teu Céu Ostenta o Brilho Qual Beleza Nunca se Viu És Rica por Natureza Tua Glória És Teu Porvir És Povo Forte, de Varões Portes Teu Passado, (Inscutável) Passado Forte, De história Forte Orgulho do Meu País </poem> [[Categoria:Hinos de São Paulo|Iaras]] 7pozeenssrkzo7zgcp4awcf5gqa2zil 522966 522965 2024-12-26T15:25:41Z 2804:4230:238:4E5E:29B7:75ED:DA74:E0F8 522966 wikitext text/x-wiki {{hino |obra=Hino do município de [[w:Iaras|Iaras]] |letra por=Clávio Luiz Pereira |melodia por=Clávio Luiz Pereira |notas= }} <poem> I Sob as Margens do Rio Pardo Com Bravura e Força Varonil Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água Nossa Terra Mãe Gentil O Imigrantes Edificaram No Seio da Pátria Amada Dos Pioneiros que a Amam Iaras Terra Sagrada (Coro) ''No Teu Céu Ostenta o Brilho'' ''Qual Beleza Nunca se Viu'' ''És Rica por Natureza'' ''Tua Glória És Teu Porvir'' ''És Povo Forte, de Varões Portes'' ''Teu Passado, (Inscutável)'' ''Passado Forte, De história Forte'' ''Orgulho do Meu País'' II Sob as Margens do Rio Pardo Com Bravura e Força Varonil Idolatrada Oh! Iara Mãe D'Água Nossa Terra Mãe Gentil Iaras, Que tanto Amamos De Mãe d'água, a ser Fundada Pérola Linda do Meu Interior De Monção, Foi Batizada (Coro) ''No Teu Céu Ostenta o Brilho'' ''Qual Beleza Nunca se Viu'' ''És Rica por Natureza'' ''Tua Glória És Teu Porvir'' ''És Povo Forte, de Varões Portes'' ''Teu Passado, (Inscutável)'' ''Passado Forte, De história Forte'' ''Orgulho do Meu País'' </poem> [[Categoria:Hinos de São Paulo|Iaras]] e614axa8vvsguzwxnib738qhl52jl7p Predefinição:Progressos recentes 10 220893 522855 522845 2024-12-26T12:00:10Z AlbeROBOT 35938 bot: Atualizando progressos 522855 wikitext text/x-wiki <templatestyles src='Progressos recentes/styles.css' /> {| |- | {{Barra de progresso|1|0|12|0|3|84}} | [[Index:(1854) Sermões do padre Antonio Vieira, Volume 1.djvu|Sermões do padre Antonio Vieira]] |- | {{Barra de progresso|0|0|66|0|9|25}} | [[Index:A Dança do Destino - Lutegarda Guimarães de Caires (1913).pdf|A Dança do Destino]] |- | {{Barra de progresso|0|0|5|1|2|92}} | [[Index:Ana de Castro Osório - Quatro Novelas (1908).pdf|Quatro Novelas]] |- | {{Barra de progresso|0|0|92|2|2|4}} | [[Index:Archivo nobiliarchico brasileiro.djvu|Archivo nobiliarchico brasileiro]] |- | {{Barra de progresso|5|0|8|0|2|85}} | [[Index:Aureliano José Lessa - Poesias posthumas (1873).pdf|Poesias posthumas do Dr. Aureliano José Lessa]] |- | {{Barra de progresso|0|0|5|0|0|95}} | [[Index:Correio Braziliense ou Armazem Literario. 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Vol. I]] |- | {{Barra de progresso|0|0|1|0|0|99}} | [[Index:Maria O'Neill - Recreações Infantis.pdf|Recreações Infantis]] |- | {{Barra de progresso|0|0|85|1|6|8}} | [[Index:O escândalo do petroleo.pdf|O Escandalo do Petroleo]] |- | {{Barra de progresso|4|2|86|0|8|0}} | [[Index:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf|Osmîa]] |- | {{Barra de progresso|3|0|0|0|0|97}} | [[Index:Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf|Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa]] |}<noinclude>{{documentação}}</noinclude> oybelwf1j11n083jtfcmwltdnqggpn7 522870 522855 2024-12-26T14:00:11Z AlbeROBOT 35938 bot: Atualizando progressos 522870 wikitext text/x-wiki <templatestyles src='Progressos recentes/styles.css' /> {| |- | {{Barra de progresso|1|0|12|0|3|84}} | [[Index:(1854) Sermões do padre Antonio Vieira, Volume 1.djvu|Sermões do padre Antonio Vieira]] |- | {{Barra de progresso|0|0|66|0|9|25}} | [[Index:A Dança do Destino - Lutegarda Guimarães de Caires (1913).pdf|A Dança do Destino]] |- | {{Barra de progresso|0|0|5|1|2|92}} | [[Index:Ana de Castro Osório - Quatro Novelas (1908).pdf|Quatro Novelas]] |- | {{Barra de progresso|0|0|92|2|2|4}} | [[Index:Archivo nobiliarchico brasileiro.djvu|Archivo nobiliarchico brasileiro]] |- | {{Barra de progresso|5|0|8|0|2|85}} | [[Index:Aureliano José Lessa - Poesias posthumas (1873).pdf|Poesias posthumas do Dr. Aureliano José Lessa]] |- | {{Barra de progresso|0|0|5|0|0|95}} | [[Index:Correio Braziliense ou Armazem Literario. 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Vol. I]] |- | {{Barra de progresso|0|0|1|0|0|99}} | [[Index:Maria O'Neill - Recreações Infantis.pdf|Recreações Infantis]] |- | {{Barra de progresso|0|0|91|1|6|2}} | [[Index:O escândalo do petroleo.pdf|O Escandalo do Petroleo]] |- | {{Barra de progresso|4|2|86|0|8|0}} | [[Index:Osmîa - tragedia de assumpto portuguez, em cinco actos (1788).pdf|Osmîa]] |- | {{Barra de progresso|3|0|0|0|0|97}} | [[Index:Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa.pdf|Vocabulário ortográfico e remissivo da língua portuguesa]] |}<noinclude>{{documentação}}</noinclude> afv95agngqctf4kaurb2im7lyuu910r 522994 522981 2024-12-26T19:00:09Z AlbeROBOT 35938 bot: Atualizando progressos 522994 wikitext text/x-wiki <templatestyles src='Progressos recentes/styles.css' /> {| |- | {{Barra de progresso|1|0|12|0|3|84}} | [[Index:(1854) Sermões do padre Antonio Vieira, Volume 1.djvu|Sermões do padre Antonio Vieira]] |- | {{Barra de progresso|0|0|66|0|9|25}} | [[Index:A Dança do Destino - Lutegarda Guimarães de Caires (1913).pdf|A Dança do Destino]] |- | {{Barra de progresso|0|0|5|1|2|92}} | [[Index:Ana de Castro Osório - Quatro Novelas (1908).pdf|Quatro Novelas]] |- | {{Barra de progresso|0|0|92|2|2|4}} | [[Index:Archivo nobiliarchico brasileiro.djvu|Archivo nobiliarchico brasileiro]] |- | {{Barra de progresso|5|0|8|0|2|85}} | [[Index:Aureliano José Lessa - Poesias posthumas (1873).pdf|Poesias posthumas do Dr. Aureliano José Lessa]] |- | {{Barra de progresso|0|0|5|0|0|95}} | [[Index:Correio Braziliense ou Armazem Literario. 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Diamantes brotam da terra Cana, milho, cafezais Que tão abençoado por Deus Orgulho de Minas Gerais. (Coro) ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''De gente nobre e valente'' ''Amiga, ordeira e gentil.'' ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''Um pedacinho querido'' ''Deste imenso Brasil.'' II Recanto dos pescadores Garimpeiros a sonhar Inesquecíveis amores Seresta feita ao luar. Os sinos na madrugada Banda de música à tocar Festa de agosto alvorada A padroeira louvar. (Coro) ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''De gente nobre e valente'' ''Amiga, ordeira e gentil.'' ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''Um pedacinho querido'' ''Deste imenso Brasil.'' III Seu nome foi inspirado Na santa mãe de Jesus Nossa Senhora da Abadia Fonte de bênçãos e luz Também no Rio Dourado Riqueza, paz e alegria Inspiração dos poetas Mistério, amor e magia. (Coro) ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''De gente nobre e valente'' ''Amiga, ordeira e gentil.'' ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''Um pedacinho querido'' ''Deste imenso Brasil.'' IV Os pardais em sintonia Enfeitam o entardecer Mesclam saudade e poesia Encantam o nosso viver. Abadia dos Dourados Que era dos ancestrais Seus filhos mesmo distantes Não a esquecem jamais. (Coro) ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''De gente nobre e valente'' ''Amiga, ordeira e gentil.'' ''Não há lugar, outro não há'' ''Com tantas belezas mil'' ''Um pedacinho querido'' ''Deste imenso Brasil.'' </poem> [[Categoria:Hinos de Minas Gerais|Abadia dos Dourados]] 1znbaqc9g704qdk4uu9wa9fr08eie1w Galeria:O escândalo do petroleo.pdf 104 230757 522991 518810 2024-12-26T18:33:54Z Erick Soares3 19404 522991 proofread-index text/x-wiki {{:MediaWiki:Proofreadpage_index_template |Type=book |Título=[[O Escandalo do Petroleo]] |Subtítulo= |Language=pt |Autor=[[Autor:Monteiro Lobato|Monteiro Lobato]] |Tradutor= |Editor= |Ilustrador= |Edição= |Volume= |Editora=Companhia Editora Nacional |Gráfica= |Local=São Paulo |Ano=1936 |ISBN= |Fonte={{commons|O escândalo do petroleo.pdf}} |Imagem= |Capa=7 |Progresso=V |Páginas=<pagelist 1to6=- 7=Capa 8=- 9=Folha 10to11=- 12=IMG. 13=Folha de rosto 14=- 15=Dedicatoria 16=- 17=Indice 18=- 19=9 325to334=- /> |Tomos= |Volumes= |Notas= |Sumário={{Página:O escândalo do petroleo.pdf/17}} |Epígrafe= |Width= |Css= |Header= |Footer= |Modernização=N }} sorpyfxp0z1f2xec3ei3r8rznzmpsu5 Página:O escândalo do petroleo.pdf/145 106 241946 522872 520600 2024-12-26T14:04:34Z Erick Soares3 19404 522872 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{cabeçalho||{{t2|'''Depoimento<br>do dr. Hilario Freire'''}}||borda_inferior=sim}} {{dhr}} Exmos. Srs. Drs. Presidente e mais DD. Membros da Commissão de Inquerito sobre o Petroleo. {{dhr}} {{t2|OBJECTIVOS DO DEPOIMENTO}} {{dhr}} 1. {{--}} Acudindo ao appello, dirigido por essa illustre Commisão a todos os brasileiros empenhados na solução do problema do petroleo, venho trazer-lhe o meu depoimento de boa vontade. Vou expor factos concretos e analysar diversos aspectos fundamentaes da questão, com os seguintes objectivos precisos: apreciar os fundamentos das accusações articuladas por Monteiro Lobato contra a politica petrolifera do departamento federal; analysar os erros da acção desse departamento, sobretudo a hostilidade injustificavel da sua campanha movida contra as emprezas nacionaes de petroleo; estudar a inconstitucionalidade, os impecilhos, os absurdos, a confusão, o fracasso e o falso<noinclude></noinclude> ffeiy8pcap7onfwsxxf8de17156swz8 Página:O escândalo do petroleo.pdf/146 106 241947 522873 520601 2024-12-26T14:04:58Z Erick Soares3 19404 522873 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|136|{{Sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>nacionalismo do Codigo de Minas, que é uma affronta atirada ao bom senso e á consciencia juridica do paiz; e, finalmente, suggerir os remedios applicaveis aos males existentes. {{dhr}} 2. {{--}} Devo tambem accentuar que a minha contribuição leva em mira um caracter constructivo. Nas minhas declarações de factos e nas minhas observações, desejo prestar aos poderes publico, quanto possivel, o serviço de indicar os lados fracos da organisação administrativa attinente á materia, as suas falhas, os seus erros, as suas lacunas, as suas imperfeições. Tirante a hypothese, que jamais se verificou entre nós, da occupação da pasta ministerial por especialista em assumptos de subsolo, em geral os ministros são absorvidos pela força irresistivel da burocracia. Os titulares entram a saber sobre o andamento dos negocios da pasta, o que o funccionalismo sabe, ou o que o funccionalismo quer, ou deixa que elles saibam. Mudam os ministros. A administração technica não muda. O technico é vitalicio. Os erros tambem se tornam vitalicios e perpetuos. Se o ministro não consegue libertar-se do circulo burocratico envolvente e de seus tentaculos de polvo, fica adstricto a viver á sombra da arvore do erro, que já creou raizes velhas. E, então, preciso recordar aos detentores das funcções ministeriaes, em derredor e no alto, o resto do universo, com o conceito philosophico<noinclude></noinclude> dfcxtpjcxssypgd9m7j80pdjea3jai3 Página:O escândalo do petroleo.pdf/147 106 241948 522874 520602 2024-12-26T14:06:06Z Erick Soares3 19404 522874 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|137}}</noinclude>de Shakespeare: “Ha mais coisas no ceu e na terra do que sonha a nossa pobre philosophia...” {{dhr}} 3. {{--}} A philosophia especifica, que anima o relatorio ministerial do eminente sr. Odilon Braga, nas “Bases para o Inquerito sobre o Petroleo”, abrange apenas o angulo visual de uma burocracia. Esse angulo é o mesmo que o actual ministro encontrou nos technicos do ministerio. E’ melhor, entretanto, subir a culminancias mais elevadas, de onde se possam devassar os 360 graus de todo o horizonte brasileiro. Ver-se-á, no decurso das provas exhibidas com este depoimento, como o relatorio menciona uma serie massiça de factos não verdadeiros, cujas informações o honrado ministro recebeu dos orgãos competentes. Uns, filhos da desidia; outros, da má fé. Mas foi confiando nellas, com boa fé, que o egregio titular os articulou, transmittindo, involuntariamente, ao paiz, redondas falsidades, que a sua consciencia honesta, conhecendo-as, repelliria ''in limine''. Nosso concurso, portanto, valerá alguma coisa para a apuração da verdade, tão necessaria aos estadistas ao nortear a bussola da governação. Dissentindo de muitas de suas premissas, e, portanto de muitas de suas conclusões, somos seus bons amigos. Com effeito, para nós, bem se expressava Ruy Barbosa ao dizer que “não pode haver collaboração sincera, sem dissidencias leaes”. {{nop}}<noinclude></noinclude> pdto7tx36q7xk7q1np2dy376ilotvqr Página:O escândalo do petroleo.pdf/148 106 241968 522875 520665 2024-12-26T14:06:32Z Erick Soares3 19404 522875 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|138|{{Sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}} 4. {{--}} Estão assim definidos nossos principios e nosso criterio. Dentro delles, somos levados, pela logica natural dos acontecimentos e pela sciencia dos factos que vamos referir, a confessar-nos perfeitamente convictos de que Monteiro Lobato está com a razão. Sua critica á direcção do departamento mineral é procedente. Sua “Carta Aberta” ao probo ministro da Agricultura, é verdadeira. Vejamos por que. {{dhr}} {{t2|PRIMEIRA PARTE: O NÃO TIRAR PETROLEO}} {{dhr}} 5. {{--}} O illustre escriptor allegou, no seu depoimento, como prova do ''não tirar'' o seguinte: que, precipuamente, o Departamento Nacional de Produção Mineral não extrahiu petroleo nos 15 annos decorrentes da primeira perfuração até hoje; que, comparativamente com as profundidades dos poços de todos os paizes petroliferos, a insignificancia de nossas perfurações pouco profundas, que se podem classificar de “perfurações de não achar petroleo”, não o tirou no Brasil, não o tiraria nos melhores campos petroliferos da America, ou do mundo; que, como factos exemplificativos de que a descoberta do petroleo vem sendo sabotada, apresentava a copia photographica do livro de perfurações de uma sondagem feita em 1922 no Riacho Doce, na qual na cota 285 o perfurador nota “Shisto muito molle ''saindo muito''<noinclude></noinclude> 2g2g6cujrnyvmc46joh2acw4be59rcd Página:O escândalo do petroleo.pdf/149 106 241969 522876 520667 2024-12-26T14:06:57Z Erick Soares3 19404 522876 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|139}}</noinclude>''oleo;'' que, entretanto, esse poço foi omittido nos quadros de sondagens annexos ao relatorio ministerial; que, egualmente, foi omittido nesse trabalho o relatorio de 1926 de Eusebio de Oliveira, onde affirmava que “nas sondagens do Riacho Doce fôra encontrado ''petroleo livre;''” que, tendo Eusebio recommendado o aprofundamento desse poço e a necessidade de tubos de revestimento para proseguir na perfuração, os tubos não appareceram, a perfuração foi abandonada, a sonda desmontada e removida, o Estado de Alagôas riscado do rol das zonas petroliferas, preterido pelo longinquo Acre; e, finalmente, Eusebio de Oliveira substituido pelo sr. Fleury da Rocha. {{dhr}} 6. {{--}} Alem dessas provas circumstanciaes, que Monteiro Lobato assignala, ha a relatar agora outro facto de relevante importancia, occorrido em 1928, e tambem sonegado ao conhecimento do ministro. E’ o impressionante episodio do Tucum. {{dhr}} {{t2|O EPISODIO DO TUCUM}} {{dhr}} 7. {{--}} Em 1928 despertava em S. Paulo um grande borborinho o problema do petroleo. Entrava em execução a lei de 1927, votada pelo Congresso do Estado, em que se ampliaram para tres mil contos as verbas do serviço do sub-solo, habilitando o governo a adquirir materiaes e appare-<noinclude></noinclude> 4zt5ebmqcnih16fepsxuzt2084dr0wm Página:O escândalo do petroleo.pdf/151 106 242007 522877 520751 2024-12-26T14:07:23Z Erick Soares3 19404 522877 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|141}}</noinclude>O “Diario Popular” encerrava um editorial, com um conselho e um estimulo: “Que o deputado Hilario Freire não limite á tribuna a sua intervenção no assumpto. S. S. está no dever de não mais abandonar o problema”. {{dhr}} 8. {{--}} Esta recapitulação de uma pagina esquecida de S. Paulo, eu a faço apenas para mostrar no assumpto a autoridade de meu passado. Era, por esse tempo, representante do povo paulista, sem ligação alguma com qualquer emprehendimento. Hoje, já fóra de qualquer investidura, dir-se-á que sou acionista e desempenho funcções de assistente juridico desta ou daquella empreza. Mas num, ou noutro posto, numa, na outra epoca, uma coisa permanece inatacavel: a consistencia de minhas attitudes, a linha de coherencia inflexivel de minha orientação. Sou hoje, como fui hontem. como pretendo ser amanhã. {{dhr}} 9. {{--}} Nesse tempo, o poço do Tucuni começou a illuminar o seu proprio campo de pesquizas com as chammas do gaz que delle se escapava. Trabalhava então no “Estado de S. Paulo” um joven de grande intelligencia e ardor patriotico, de um caracter muito altivo e notavel operosidade, hoje dos mais prestigiosos, conceituados e distinctos medicos de S. Paulo, Teixeira Mendes. Vae elle nos contar, na carta tão elucidativa e valiosa<noinclude></noinclude> gugghi6ksjpcu631x9gbk0gm2mdhs7g Página:O escândalo do petroleo.pdf/162 106 242078 522878 520917 2024-12-26T14:08:19Z Erick Soares3 19404 522878 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|152|{{Sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{t2|AS REVELAÇÕES DO CASO DO TUCUM}} 10. {{--}} Tres são os pontos de rara e fundamental importancia dessa narrativa quasi dramatica: O primeiro, o em que o engenheiro Bourdot Dutra confessa: “Nós do Serviço Federal temos nosso ponto de vista: o que possuimos e não podemos explorar, fique guardado na terra, porque é patrimonio das gerações futuras; não temos o direito de desfalcar, ou alienar esse patrimonio, entregando-o de graça ao extrangeiro”. O segundo, aquelle em que declara: “Sem duvida que elle (Washburne) receberá dados e perfis... Mas, ''pelos perfis verdadeiros, fique esperando''”. O terceiro, finalmente aquelle em que o missivista remata o fecho do incidente: “''Dias depois, um'' ''desastre occorria no poço do Tucum, impossibilitando o proseguimento de sua perfuração''”. Analysemos esses factos dolorosos e suas consequencias para o paiz. {{dhr}} 11. {{--}} Conhecia o ministro da Agricultura essa divisa professada pelo serviço federal e definida por Bourdot? “O que não podemos explorar, fique guardado na terra, porque é patrimonio das gerações futuras?” Não o conhecia, porque lh’o sonegaram. Se o conhecesse, s. excia. sem duvida, ''exponte sua'', abriria uma devassa para descobrir onde foram<noinclude></noinclude> 86kkbsn2kk7w635o28yyqv9hl0j8lpa Página:O escândalo do petroleo.pdf/163 106 242129 522879 521014 2024-12-26T14:08:31Z Erick Soares3 19404 522879 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|153}}</noinclude>parar aquelles dois boiões, contendo cerca de cem litros de petroleo, colhidos em uma bolsa, pelo departamento mineral, como indicio de um grande lençol, que exactamente se procurava. Esses boiões custaram centenas de contos á nação, e eram um padrão de descoberta e de conquista. E que se fez delles? Por que desappareceram do hall da secretaria da Agricultura de S. Paulo? Não sairam elles do mesmo poço illuminado do Tucum? Não pertenciam elles ao governo e á Nação? {{dhr}} 12. {{--}} E’ claro tambem que o ministro ignorava que os perfis fornecidos por Bourdot, por ordem do governo, para os estudos de Washburne, não foram os verdadeiros. Nunca lh’o diriam, porque isso incide em violação manifesta dos deveres de funccionario publico. Se os perfis eram do governo, quando o governo os pediu, não lhe podiam ser occultados. Se era um erro do governo dar-lhe o destino que pretendia, de duas uma: ou o funccionario discordante se demitisse, se via na sua obediencia uma incompatibilidade moral, ou apresentasse uma representação aos seus superiores, demonstrando os inconvenientes e os riscos da medida. Recorrer á fraude de um trabalho official, isso jamais seria a ninguem licitamente permittido. Mas, procedendo como procedeu, o representante do departamento federal subtrahiu a verdade a Washburne e ao governo,<noinclude></noinclude> s8y3copvvye1mvya1shygzf4m2ys1j0 Página:O escândalo do petroleo.pdf/164 106 242130 522880 521015 2024-12-26T14:08:47Z Erick Soares3 19404 522880 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|154|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>faltando á fé de seu cargo e á fé dos documentos de um serviço official. Escarmoteou tambem tudo ao conhecimento do paiz, sob o pretexto de servil-o. {{dhr}} 13. {{--}} Nada, contudo, induzia, ou justificava o engenheiro federal a proceder dessa maneira. Nenhum risco corria o poço do Tucum, que não estava em ponto de cahir nas mãos de Washburne. A perfuração era do governo e Washburne não ia perfurar. Ia, sim, estudar a geologia do petroleo em S. Paulo. Fornecer-lhe elementos de pesquizas anteriores, favoraveis ao petroleo, não era desservir o nosso petroleo. Seria antes crear difficuldade para o technico americano caso ele viesse a negal-o. De outro lado, os terrenos não estavam alienados a Washburne, nem a qualquer empreza extrangeira. Nem a direcção do poço ia ser confiada a Washburne. Por que, dest’arte, adulterar os perfis do poço do Tucum? {{dhr}} 14. {{--}} Por brasileirismo? Nesse caso, os boiões de petroleo e os perfis verdadeiros deveriam ter sido postos á disposição das iniciativas nacionaes empenhadas nessa região. Ou, então, deveriam servir para que se promovesse, sob a egide do patrimonio official, a organização de outro emprehendimento creoulo, que os aproveitasse. Ao contrario, tudo se escondeu de Washburne, das emprezas patricias, do governo e do paiz. Accidente nos boiões. Accidente nos<noinclude></noinclude> sg321wz52ng3goo2hq4bd8mqcf9tv5x Página:O escândalo do petroleo.pdf/165 106 242131 522881 521016 2024-12-26T14:09:05Z Erick Soares3 19404 522881 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|155}}</noinclude>perfis. Accidente no poço do Tucum. Em summa, o que se fez foi praticamente retardar o descobrimento do petroleo, manter a politica do “não tirar petroleo”, reproduzir o amigo urso que, para matar uma mosca, esmaga um craneo; foi, emfim, desservir o Brasil. Esse atrazo de alguns annos representa prejuizo de alguns milhões de contos para a economia do paiz. {{dhr}} 15. {{--}} Porque, evidentemente, o engenheiro do departamento mineral não somente não tirou, como não deixou tirar o petroleo do Tucum. E’ verdade que elle invoca, para cohonestar seus actos, o axioma patriotico de seu departamento: “Sepultar no seio da terra o petroleo, para não ser explorado pelo extrangeiro”. Ora, o lemma dos trusts mundiaes, que nos escravisam, converge egualmente para o mesmo objectivo: “Suffocar o petroleo no Brasil, para não ser explorado pelos brasileiros”. {{--}} Temos, assim, a mais espontanea e decisiva das allianças para nunca se descobrir o petroleo no Brasil... {{dhr}} {{t2|DEPOIS DO TUCUM, BELLO MONTE}} {{dhr}} 16. {{--}} Depois do facto historico do Tucum, sobreveiu em 1930 um acontecimento nebuloso em Bello Monte. E’ o caso que as pesquizas de Washburne indicaram como um dos principaes anticlinaes, na<noinclude></noinclude> heh1nbxmy7491ug71gi1hb105y8df6p Página:O escândalo do petroleo.pdf/167 106 242140 522882 521033 2024-12-26T14:09:33Z Erick Soares3 19404 522882 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|157}}</noinclude>Mas, tambem digno de nota, é “a corrida dos contractos” que o poço de Bello Monte determinou por parte das companhias extrangeiras. Ainda nesse passo se comprovaram todas as previsões do trabalho de Washburne, quando dizia: “Se o Estado publicar o localisação de todos os anticlinaes, o resultado será que muitas das terras adequadas seriam arrendadas pelos especuladores e outros, que interfeririam com o dominio das companhias sobre o seu campo de pesquizas”. Com effeito, o relatorio de Washburne e o poço de Bello Monte determinaram a ''corrida disputadissima'' sobre os anticlinaes de Pirajú, seus arredores, Ribeirão Claro, S. Pedro, Xarqueada e outros. O como se desenrolaram os incidentes de Pirajú é narrado na seguinte carta, que recebemos dos proprietarios dos terrenos, escolhido para a perfuração: <blockquote> {{gap}}{{gap}}''Illmos. Snrs. Drs.'' {{gap}}''Monteiro Lobato e Hilario Freire'' {{gap}}{{gap}}''Attenciosas saudações'' {{dhr}} ''Attendendo ao seu pedido, com referencia aos estudos feitos para descoberta de petroleo em minha propriedade, tenho a opportunidade de informar a V. S. o seguinte:'' ''Em 1928, mais ou menos, depois que o engenheiro Washburne, contractado pelo go-<noinclude>'' </blockquote></noinclude> 19zcf83q83mc1ovq6v6qu3z5ka1gqgx Página:O escândalo do petroleo.pdf/170 106 242171 522883 521104 2024-12-26T14:10:41Z Erick Soares3 19404 522883 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|160|{{sc|Monteiro Lobato}}|}} <blockquote> ''</noinclude>os proprietarios, afim de obter os contractos,'' ''mandaram vir de S. Paulo ou Rio, machinismos enormes, dizendo que iam iniciar logo'' ''os trabalhos na zona. O que se viu, porem,'' ''foi o contrario; logo depois de obtidos os'' ''contractos, esse material foi reembarcado'' ''novamente, sem nem siquer ser tirado da estação. Foi simplesmente uma maneira de'' ''impressionar os donos de terras.'' ''Tenho tambem certeza de que esses'' ''agentes fizeram contractos identicos aos de'' ''Pirajú, na zona de S. Pedro de Piracicaba e'' ''Ribeirão Claro, no Estado do Paraná.'' ''Até hoje a nossa propriedade, em Pirajú,'' ''depois de desmontada a sonda, deixou de ser'' ''objecto de attenção ou estudos dos technicos'' ''do governo, muito embora nós todos tivessemos sempre, da melhor maneira possivel, facilitado tudo quanto fosse necessario para o'' ''prosseguimento dos trabalhos.'' ''Era o que tinha a informar a V. S.'' ''Com a mais alta consideração, subscrevo-me, {{direita|{{c|''De V. S.''<br>''Amo. Atto. Obdo.''<br>''(a)'' {{sc|Antonio Furlan}}}}}} </blockquote> {{dhr}} 17. {{--}} A missiva, ora transcripta, comporta interessantes commentarios sobre a extensão e o<noinclude></noinclude> 2qytqpds8sy9lptysv6n92pn6ynx946 Página:O escândalo do petroleo.pdf/171 106 242172 522884 521105 2024-12-26T14:10:50Z Erick Soares3 19404 522884 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|161}}</noinclude>processo de acaparamento de terras petroliferas pelas entidades extrangeiras: a multa de não perfuração para manter o regimen contractual de não perfurar, a segregação do sub-solo petrolifero ás tentativas nacionaes, a comedia de accumular materiaes de sondagem nas estações e reembarcal-os, uma vez obtida a safra dos contractos... Tudo isso será objecto de exame mais detido logo adeante. No momento, porem, convem accentuar que o documento prova que houve uma ordem e a tenfativa de execução dessa ordem para entupimento do poço. Prova que o entupimento só se não consumou pela resistencia energica, material e decisiva dos irmãos Furlan. Prova e abandono do furo, há já seis longos annos, após despertar as mais bellas perspectivas de sucesso. Os factos são indiscutiveis. Esse abandono é um acto directamente imputavel á administração publica. E o abandono, é forma indirecta de sabotagem. {{dhr}} {{t2|MOLESTIA DO DESPISTAMENTO}} {{dhr}} 18. {{--}} Embora seja Monte Bello uma nebulosa, quanto á origem da ordem do abandono e do entupimento do poço, outro tanto não succede com o episodio de Tucum. Em Tucum estão definidas, individualisadas e entrosadas todas as responsabilidades de um funccionario e de sua repartição. {{nop}}<noinclude></noinclude> 2lnl4tuvgly343hwqjkr0q15ny8b4hy Página:O escândalo do petroleo.pdf/172 106 242178 522885 521124 2024-12-26T14:11:04Z Erick Soares3 19404 522885 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|162|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>O sumiço dos boiões, a modificação dos perfis, a accidentação do poço, com responsaveis ostensivos, constituem symptomas muito graves de uma grave molestia: a praga do despistamento, infestando a suprema direcção dos serviços de petroleo. Essa, uma infermidade administrativa insidiosa, que proscrastina a economia do paiz na servidão dos comburentes importados. {{dhr}} 19. {{--}} As modificações dos perfis do Tucum abriram um precedente para mais tarde o technico Victor Oppenheim, arvorado em pontifice do ministerio, truncar todos os perfis de S. Paulo, inculcando a existencia de uma zona rasgada por innumeras falhas. Já no boletim de 1934, o communicado do departamento terminava, com o seu dogmatismo derrotista: “A região de S. Pedro, no Estado de S. Paulo, é do ponto de vista geologico-estratigraphico, francamente negativo para futuras pesquizas de petroleo nessa região”. Essa conclusão negativista é amplificada a todo o Estado na monographia sobre as “Rochas Gondwanicas e a Geologia do Petroleo do Brasil Meridional”. Washburne, em um magistral trabalho que Monteiro Lobato annexou ao seu depoimento, mostrou a deshonestidade scientifica de Oppenheim, que, em seis mezes de estudos, sem auxiliares, pretende ter pesquizado uma area maior que Washburne em tres annos, coadjuvado de numerosos e idoneos assistentes. Nessas con-<noinclude></noinclude> 2u5oj1bap2kp7q60mnegjfs55tstd7j Página:O escândalo do petroleo.pdf/173 106 242179 522886 521125 2024-12-26T14:11:14Z Erick Soares3 19404 522886 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{Sc|O Escandalo do Petroleo}}|163}}</noinclude>dições de tempo e de pessoal, para Washburne “''homem nenhum pode chegar a conclusões definitivas em uma area tão grande''”. Ainda agora observamos no caso de Alagoas outro exemplo. Cinco geologos de nomeada universal, servidos pelo mais completo apparelhamento scientifico moderno, em tres mezes só puderam estudar conscienciosamente uma area bem pequena. Comparativamente, esta area é uma particula infinitesimal da que Oppenheim pretende ter pesquizado em seis mezes no Estado de São Paulo e em todo o Brasil Meridional. Ninguem, melhor que Joviano Pacheco, eminente membro da Commissão do Inquerito, conhece esse estellionato technico de Oppenheim em relação a S. Paulo, contrapondo-se á probidade scientifica de Washburne, que chegou, por trabalhos proprios, á conclusão positiva da existencia do petroleo neste Estado. D’ahi o situar-nos em frente de um paradoxo: {{--}} Washburne, extrangeiro, a affirmar; e ao mesmo passo o serviço federal officialmente a negar o petroleo paulista. O technico americano, bem mais brasileiro, a querer tirar petroleo em S. Paulo, em contraste com o nosso departamento nacional a não querer tiral-o. {{dhr}} 20. {{--}} De S. Paulo, a mystificação oppenheimica passa para a Bahia. Oppenheim desencadeia uma campanha derrotista contra o sr. Oscar Cordeiro, que emprega esforços ingentes em favor<noinclude></noinclude> 8z38jwlkkn0og3kmwekvlxq993ertet Página:O escândalo do petroleo.pdf/174 106 242180 522887 521126 2024-12-26T14:11:27Z Erick Soares3 19404 522887 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>das possibilidades petroliferas do Lobato. Chega a imputar-lhe o crime de falsificação de amostras de suas perfurações. Consegue catechisar para sua these o apoio dos srs. Othon e Henry Leonardos. Estes foram ao extremo de declarar ''urbe'' ''et orbe'' pela imprensa que o caso do petroleo do Lobato era um caso de policia. Pois bem: que verificou a commissão do Inquerito? Ser falsa a imputação de Oppenheim. Os testemunhos dos illustres engenheiros Fontenelle e Sylvio de Abreu elucidaram definitivamente a questão, patenteando os erros de Oppenheim, quer quanto ás amostras, quer quanto á formação geologica da região. Se o caso é, com effeito, de policia, como o classificaram os srs. Leonardos, não attinge mais o sr. Oscar Cordeiro. Tendo ficado sufficientemente provado que a autoria da falsidade toca ao sr. Oppenheim, este, então, é que deveria ser entregue ás pesquizas da policia, tendo contra si, como corpo de delicto, o seu proprio relatorio, reproduzido nos topicos principaes pelo Boletim de Agricultura de Abril-Junho de 1934, a pag. 93, sob o titulo “A questão do petroleo da Bahia”: “Esta localidade (Lobato) do ponto de vista da geologia do petroleo é positivamente desfavoravel á presença de hydro-carbonetos... O conjuncto geo-tectonico desse local é absolutamente negativo... Os elementos technicos attestam de um modo formal a não existencia de jazidas petro-<noinclude></noinclude> keixbo4ap0w5lvhmtza415nmpv6krls Página:O escândalo do petroleo.pdf/175 106 242182 522888 521131 2024-12-26T14:11:38Z Erick Soares3 19404 522888 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|165}}</noinclude>liferas no Lobato... Está provado à saciedade a inexistencia de depositos petroliferos no logar denominado Lobato na Bahia.” {{dhr}} 21. {{--}} Em Alagoas não foi menos tendenciosa a attitude de Oppenheim. Alli trabalhou em um poço da Companhia Petroleo Nacional, onde commetteu todas as diabruras contra a empreza de Edson de Carvalho No estudo daquella região embora observasse perfeitamente o cretaceo, occultou-lhe a existencia para cohonestar o novo grito de “Rumo ao Acre”. Deformou todas as varias plantas e perfis referentes áquella zona. Formou, por esse modo, a opinião official, adoptada no relatorio do sr. Odilon Braga, a pg. 89, contraria “a crença no ''petroleo litoreano, de existencia problematica''”. Hoje o assumpto ficou definitivamente esclarecido com os resultados decisivos e positivos dos technicos allemães. Está em Alagoas rectificado o nefasto erro official, como Washburne rectificara um erro identico contra as possibilidades petroliferas de S. Paulo. {{dhr}} 22. {{--}} Em Riacho Doce, tomando-se, como base de referencia as condições de Clapp, para a caracterisação dos terrenos petroliferos, assignalam-se os seguintes antagonismos entre os trabalhos de Oppenheim e as pesquizas dos allemães: POSSANÇA DAS CAMADAS SEDIMETRARIAS; para aquelle, espessura reduzida, crystallino raso, ex-<noinclude></noinclude> dpfjn2ibzb5ztipbb1m2ezv79qot2y2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/177 106 242184 522889 521133 2024-12-26T14:12:05Z Erick Soares3 19404 522889 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|167}}</noinclude>nenhuns; para estes, emanações de gazes e outros indicios de lençol de petroleo determinados pelo processo Laubmeyer, que permitte distinguir entre as fracas emanações de rochas betuminosas e as emanações concentradas dos lençóes. {{dhr}} 23. {{--}} Vemos, desta maneira, ao norte ao centro e ao sul do paiz, a officialização de um systema de embustes, em pontos essenciaes das pesquizas de petroleo. As theses sustentadas por Oppenheim na sua monographia relativa ás rochas gondwanicas, repousam sobre observações intencionalmente erroneas e propositadamente falseadas. A obra é visceralmente uma fraude immensa. Foi entretanto apoiado nessas adulterações que Oppenheim se julgou com bases para concluir que “no Brasil meridional as rochas gondwanicas deste systema não são geradoras de petroleo, em quantidades e condições exploraveis... No hemispherio meridional não se conhecem sedimentos gondwanicos productores de petroleo exploravel”. Pelo que “para o encontro de jazidas exploraveis de petroleo, as pesquizas devem ser dirigidas para as areas de grande desenvolvimento dos sedimentos devonianos, terciarios e cretaceos nas areas limitrophes com Bolivia e Perú.” (Ob: Cit.) {{dhr}} 24 {{--}} Se o eminente patricio e ministro sr. Odilon Braga tivesse sciencia de toda essa vasta<noinclude></noinclude> 0jrfdx4a2x203lw53gaz4nf26wekgg2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/178 106 242186 522890 521143 2024-12-26T14:12:16Z Erick Soares3 19404 522890 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|168|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>teia de burlas, desmascaradas por Washburne em S. Paulo, desmascaradas por Fontenelle e Sylvio de Abreu na Bahia, desmascaradas pelos trabalhos magistraes dos technicos allemães em Alagoas, {{--}} jamais escreveria os conceitos constantes de suas “Bases para o Inquerito” a pg. 170 de sua edição popular: “Contractado em 1933, o geologo especialista Victor Oppenheim, este breve ia diffundir entre nós os mais recentes e já seguros principios scientificos relativos ao petroleo, em face dos quaes se deveria prenunciar a mudança de orientação pratica do Ministerio, assentando-o num claro e racional systema de idéas contido na secção I, da parte III da sua, POR TODOS OS TITULOS NOTAVEL MONOGRAPHIA sobre Rochas Gondwanicas e Geologia do Petroleo do Brasil Meridional”, publicada em Dezembro de 1934.” Notavel monographia ! Notavel, realmente, pela ousadia das claudicações scientificas e pelo desplante com que induziu um ministro de Estado a enxertar, em confiança, os maiores erros de facto e de sciencia, no seu relatorio dirigido ao chefe da nação. {{dhr}} {{t2|O EPISODIO DE MATTO GROSSO}} {{dhr}} 25. {{--}} Não fica, ahi, entretanto, a extensão da obra do despistamento official nas súas manifestações activas. Existem tambem as formas<noinclude></noinclude> gcdyq92u5cpe63rrwe3uw79gmntu46x Página:O escândalo do petroleo.pdf/179 106 242187 522891 521144 2024-12-26T14:12:26Z Erick Soares3 19404 522891 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|169}}</noinclude>passivas da mystificação : o silencio, ou a occultação, a indifferença, ou a inercia, o descaso ou o desprezo. Ha que ver, por exemplo, o episodio de Matto Grosso, em que a obstrucção assume a feição inerte da desidia. Leia-se o relatorio ministerial, na pagina 206. Elle explana a orientação do programma em execução. Estabelece como premissa doutrinaria o seguinte: “Em se tratando dessa pesquiza (do petroleo), duas têm sido as attitudes do homem; a empirica, que produz excellentes resultados NAS REGIÕES EM QUE O PETROLEO OU AFFLORA, ou occorre como ''accidente'' em sondagens para outros fins...” E a seguir fixa, como materia de facto, este ponto: “No Brasil, onde o petroleo ainda não foi descoberto, ''nem por acaso, nem por exsudação'' ''abundante''...” Essa informação preliminar fornecida ao honrado ministro não é exacta. No Brasil já está descoberta e identificada uma exsudação abundante, tambem denominada exsudação activa, ''oil-seepage'', nascente natural do petroleo. E essa descoberta é do conhecimento do director de geophysica, sr. Victor Oppenheim, desde 1935. {{dhr}} 26. {{--}} Com effeito, aos 28 de Maio do anno passado, portanto dez mezes antes do relatorio<noinclude></noinclude> k1aqfldd7p398692qr6q4n3uozf8cgp Página:O escândalo do petroleo.pdf/181 106 242191 522892 521157 2024-12-26T14:12:42Z Erick Soares3 19404 522892 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|171}}</noinclude>vinha. No quarto dia descobri uma “oil seepage”, ou exsudação ativa de petroleo num dos morros, dando aproximadamente de 500 a 600 litros por dia de 24 horas. Enchi com ele uma das minhas borrachas de agua e tambem colhi amostra das areias que saiam com o petroleo. Era um oleo de cor verde-castanho, de gravidade leve e parafinoso {{--}} da mais alta qualidade conhecida. Aquelle campo petrolifero apresenta muita semelhança com os do. Oklahoma e do Texas, nos Estados Unidos. A formação geologica é provavelmente do periodo Paleozoico ou do Siluriano, e tudo ali indica que esse campo talvez seja o maior campo de petroleo da America do Sul. “A estratificação do petroleo deve estar a uns 500-600 metros. O terreno é um chapadão ondulado, com faixas de vegetação escassa, doentia, aleijada em virtude das emanações de gaz. Ao Norte e Oeste extendem-se planices e vales extensos, de 1200 pés acima do nivel do mar. Ha nas vizinhanças dos rios bastante madeira, propria para construcção de torres de sondagem”. {{dhr}} 27. {{--}} Accresce a circumstancia de que as amostras de petroleo trazidas por Loch já haviam sido devidamente analysadas pela secção competente do ministerio da Agricultura. E ha que notar que a vasão do petroleo ''in natura'' attingia desde logo quantidade commercial,<noinclude></noinclude> s3ylhatine0ickho1cm68vg3y1i7agf Página:O escândalo do petroleo.pdf/182 106 242192 522893 521158 2024-12-26T14:12:55Z Erick Soares3 19404 522893 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|172|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>a saber, 150 barris por mez, ou 1.800 por anno, com o valor approximado de 90 contos. {{dhr}} 28. {{--}} Essa era uma communicação verdadeiramente sensacional. A ''oil-seepage'' é, digamos, o poço espontaneo, nativo, fluente, é a existencia viva, palpavel, medivel, utilisavel do petroleo. Deante della não se cogita de estructuras, nem de gaz, nem de sedimentos, nem de crystallino, nem de tudo quanto seja possibilidade ou indicio. A ''oil-seepage'' não é indicio, é o petroleo na sua realidade. E’ a decisão do problema sobre a existencia, ou não existencia do petroleo no Brasil. Com uma circumstancia favoravel a mais: o seu estudo immediato não offerecia difficuldade alguma. O local é mais accessivel pelos meios de transporte do que o Acre. Até Porto Velho ha um serviço regular de navegação, cada quinze dias, em embarcações confortaveis, denominadas “gaiolas”. De Porto Velho até Guajará Mirim trafega a estrada de Ferro Maneira-Mamoré. Em Guajará Mirim, o rio permitte a ancoragem de hydro-aviões de carreira. A Condor em breve estenderá por alli uma linha regular entre Matto Grosso e o Amazonas. A 70 kilometros desse ponto, subindo o rio Pacanovas, tambem navegavel, a ''oil-seepage''. {{nop}}<noinclude></noinclude> s26dnt3uo54wrlv22q5gxsdtwdzt487 Página:O escândalo do petroleo.pdf/183 106 242193 522894 521159 2024-12-26T14:13:06Z Erick Soares3 19404 522894 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|173}}</noinclude>Não era, portanto, um roteiro obscuro, como o das Minas de Prata de Roberio Dias. Era, sim, uma localisação geographica precisa. {{dhr}} 29. {{--}} Cumpria, pois, ao Departamento o estricto dever de verificar immediatamente e officialmente o conteúdo da communicação. Ella representava a chave mestra elucidativa de toda a tragedia do descobrimento do petroleo no Brasil. Para outra coisa não contractara o Departamento os srs. Mark Malamphy e Victor Oppenheim. Nem missão mais precipua tem sobre os hombros o sr. Fleury da Rocha. A denuncia da ''oil-seepage'' era idonea. Trazia a assignatura de um profissional com a fé de seu grau. Esse profissional apresentava todas as credenciaes de idoneidade, certificadas pela Legação da Dinamarca, seu paiz de origem, e por entidade particulares insuspeitas. A credibilidade de sua palavra, como de todos os profissionaes em egualdade de condições, impõe fé e constitue elemento de prova plena, mesmo em juizo. Elle não emittia uma opinião pessoal, em ponto de doutrina, attestava um facto de existencia permanente, em razão do officio. Ou o Departamento acceitava o facto como real e verdadeiro, e não podia deante delle cruzar os braços, como cruzou, porque essa indifferença é um crime de lesa-patria; ou reputava o facto duvidoso, sobrepticio, incerto, e nessa hypothese<noinclude></noinclude> nq7m2ibaej2glfoqj0v8nzrklttveh2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/184 106 242194 522895 521168 2024-12-26T14:13:15Z Erick Soares3 19404 522895 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|174|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>acudia-lhe o dever de desmascarar o impostor, que, baseado na impostura, propunha um negocio ao governo, induzindo-o a erro ou engano para, por esse meio, procurar para si lucro ou proveito. Tão solicito fôra o sr. Oppenheim contra as amostras do Lobato, por julgal-as extranhas ao local; tão solicito fôra o Departamento contra o manifesto da Petroleos do Brasil, por duvidar do petroleo em S. Pedro, quão desdenhosos agora são ambos deante da descoberta da ''oil-seepage'' de Matto Grosso! {{dhr}} 30 {{--}} O alheiar-se a esse caso é o negar a propria finalidade do Departamento Mineral. Sobremaneira para o sr. Victor Oppenheim, que, nas “Rochas Gondwanicas”, reputa como privilegiada a area limitrophe com a Bolivia, por via de suas estructuras favoraveis ao accumulo de petroleo com a mesma latitude e a mesma formação geologica do Territorio do Acre. Ainda mais, e tambem muito grave: Era sabido na alta administração da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que elementos ligados ao Departamento Mineral nutriam grandes esperanças na occorrencia de petroleo na zona do rio Guaporé, que, como se sabe, é contribuinte do Mamoré e corta extensos pantanaes, assemelhados aos campos alagadiços do rio Paraguay. Causou-lhes, pois, chocante surpresa o saberem do encaminhamento das pesquizas officiaes para o Acre. {{nop}}<noinclude></noinclude> f09axusisi01mnzs94mef314lrj0vdj Página:O escândalo do petroleo.pdf/185 106 242195 522896 521169 2024-12-26T14:13:24Z Erick Soares3 19404 522896 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|175}}</noinclude>Esse espánto augmenta, quando se considerą que as margens do Pacanovas e do rio Guaporé extendem-se em terrenos devolutos pertencentes ao Estado de Matto Grosso, sem nenhuma possibilidade de litigios internacionaes. E em poder de quem estarão os terrenos recommendados do Territorio do Acre? Pois não é sabido que a Standard Oil, soberana da Bolivia, promoveu a guerra do Chaco para obter uma saida pelo Atlantico, atravez da bacia do Prata? Pois não é notorio no Estado Maior do Exercito que a falta da plena execução do Tratado de Petropolis, ainda pode acarretar complicações internacionaes? Pois não é plausivel que esses attrictos possam ser desencadeados pelos poderes occultos que cubiçam o petroleo? Que lhes custaria convulsionar o Acre a pretexto de concessões de sub-solo e de inadimplemento do tratado petropolitano, para rehaver ao Norte a arca petrolifera que perderam ao sul com o desfecho da guerra entre o Paraguay e a Bolivia? {{dhr}} 31. {{--}} A verificação da ''oil-seepage'' era um direito e um dever. Direito, que se anniqullou, não se exercendo; dever, que se rasgou, não se cumprindo. E em consequencia da falta desse direito e desse dever, o relatorio do Ministro affirma que ainda não se descobriu exsudação abundante de petroleo no Brasil! Mas essa exsudação existe! O descobrimento, ou invenção, do engenheiro Loch está de pé, até que se prove ó con-<noinclude></noinclude> ccrn6ngeudmxn0veyga0ofnk7ukymy2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/186 106 242196 522897 521170 2024-12-26T14:13:41Z Erick Soares3 19404 522897 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|176|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>trario. Quem, no entanto, claudicou na informação? O egregio Ministro? Não. Oppenheim e Fleury da Rocha. Sabotagem, ou omisão, inercia, ou falsidade, negativismo, ou Codigo de Minas, burocracia petrolifera, ou perfurações epidermicas, toda essa profusa synonimia, na copiosa variedade de suas formas, tudo vem sendo a mesma obra do Proteu federal: não tirar petroleo e não deixar que alguem o tire... {{dhr|2em}} {{t2|MATTO GROSSO: TERRA ESQUECIDA}} {{dhr}} 32. {{--}} Toda a historia do petroleo em Matto Groso é uma historia de abandono. A ''oil-seepage'' apparece como uma pagina solta dessa indiferença imperdoavel dos poderes federaes pelo grande Estado brasileiro. Examinem-se as “Bases para o Inquerito”, que são o catalogo official e chronologico do petroleo. Debalde a Commissão do Inquerito rebuscará nelle o nome de Matto Grosso. Percorra-se a sua resenha historica, de pags. 91 a 156. De 1918 a 1919: ali apparecem Alagôas, Bahia, Paraná e S. Paulo. Depois, de 1920 a 1929, {{--}} Alagoas, Bahia, Paraná, S. Paulo, S. Catharina, Amazonas, Pará, Minas Geraes. Depois ainda, de 1930 a 1935: Pará, Paraná, Santa Catharina, S. Paulo, Alagoas, Rio Grande do Sul. Nem uma só vez o nome de Matto Grosso. {{nop}}<noinclude></noinclude> oz6zvcq27wrj34zxvldwmjciahbvbx2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/187 106 242201 522898 521223 2024-12-26T14:14:10Z Erick Soares3 19404 522898 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|177}}</noinclude>{{dhr}} 33. {{--}} Igualmente a muito famosa monographia de Oppenheim, o novo evangelho do Ministerio, nem siquer o balbucia. Apenas implicitamente envolve todo o sul de Matto Grosso, com seu Chaco ou pantanal, nas mesmas conclusões das Rochas Gondwanicas”, a saber: “No Sul do Brasil, as rochas gondwanicas deste systema não são geradoras de petroleo, em quantidades e condições industrialmente exploraveis. “No hemispherio Meridional não se conhecem sedimentos gondwanicos productores de petroleo exploravel. “Tambem na America do Sul não foram constatados horizontes productivos de petroleo exploravel”. Apesar disso, no mais chocante dos contrastes, o Ministerio da Relações Exteriores, no seu Boletim Commercial, trouxe a lume, pelo “Diario Official” de 15 de Maio ultimo, o seguinte communicado: {{dhr}} {{t2|MINISTERIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES<br>BOLETIM COMMERCIAL}} {{dhr}} {{c|''PETROLEO''}} {{dhr}} {{c|OS VESTIGIOS NO PANTANAL DE MATTO GROSSO}} {{dhr}} <small>“O nosso pantanal é identico ao Chaco Boreal, no qual o aparecimento do petroleo provocou a recente guerra do Paraguay com a Bolivia. O Chaco, ou o Pan-<noinclude></small></noinclude> 1q6a48ewvo45gqrppgczpikoxfp1lz9 Página:O escândalo do petroleo.pdf/188 106 242202 522899 521224 2024-12-26T14:14:23Z Erick Soares3 19404 522899 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|178|{{sc|Monteiro Lobato}}|}} <small></noinclude>tanal, é o remanescente do velho mar do Xaraés, um mediterraneo prehistorico, que enchia todas as terras baixas entre as duas cordilheiras do continente actual. Os ultimos vestigios existem ainda nos innumeros lagos e lagôas de agua salgada. disseminados nos municipios de Porto Murtinho, Corumbá, Aquidauana, Poconé e Caceres. Toda essa região é baixa e calcarea, obtendo-se, com excavações, apenas de um ou dois metros, conchas e agglomerados fosseis. Essa região alaga-se ainda todos os annos, na época da cheia de seus rios. Alem das lagôas de agua salgada, existem por toda parte barreiras ou salinas naturaes. É muito commum tambem encontrarem-se grandes zonas de betume ou lama muito preta. Essa lama secca, em briquetes, é usada como combustivel. Em toda essa região, que é immensa, existem signaes muito evidentes de petroleo, ''mais do que em qualquer parte do mundo''. Nas margens do Rio Appa e do affluente Rio Perdido, existe petroleo efflorescente nas fazendas Amonguijá, das familias Alves de Arruda e Correia da Costa. O gado recusa-se a beber as aguas, que cheiram a kerosene. Na fazenda Barranco Branco e no Rio Tererê, Rio Paraguay, acima de Porto Murtinho, existem salinas, lagôas salgadas e vestigios de petroleo. Proxima da Fortaleza de Coimbra, existe uma caverna calcarea, denominada Soturna, e nas suas proximidades lagôas salgadas e brejos com petroleo efflorescente. “Mais acima, na margem do Rio Paraguay, existem umas jazidas de marmore, na fazenda Santa Branca, e, proximo dellas, salinas e lama de petroleo. Na Fazenda Vassoural, a 9 ou 10 kilometros de Porto Esperança, ponto terminal da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, todas as cacimbas que se abrem para agua accumulam rapidamente naphta. Mais acima, no mesmo rio Paraguay e abaixo do Rio Miranda, existe um morro isolado no pantanal e conhecido ha muitos annos como Morro<noinclude></small></noinclude> lfkj68ztnv90rzrbp8ekujqtmxm7g3k Página:O escândalo do petroleo.pdf/189 106 242203 522900 521225 2024-12-26T14:15:29Z Erick Soares3 19404 522900 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|179}} <small></noinclude>do Azeite. Alli os antigos exploradores enchiam os seus corotes de madeira, de um azeite com o qual alimentavam as suas candeias em viagem, ou em suas moradas no sertão. Proximo dessa região existem talvez as paragens mais futurosas em petroleo. Trata-se das zonas conhecidas como Nhecolandia e Rio Negro. Nessa região multiplicam-se os lagos e lagoas salgadas e indicios de toda sorte de petroleo, o sangue da terra. Essa região tem sido visitada seguidamente por extrangeiros curiosos e ambiciosos. Nas lagôas e bahias que rodeiam a cidade de Corumbá todos informam a existencia de muitas aguas com cheiro de kerozene. Rio Paraguay acima até Caceres, a natureza continúa a mesma e os pesquizadores informam haver grandes indicios nas lagoas Gabiba e Uberaba. No alto S. Lourenço e no municipio de Poconé, onde existe agua salgada, os sertanejos dão noticia do kerozene”. </small> {{dhr}} 34. {{--}} Se o Chanceller Macedo Soares, não como Ministro de Estado, mas como simples particular, subscrevesse o manifesto de encorporação de uma empreza nacional, para pesquizar e explorar petroleo em Matto Grosso, fundado nos dados que o “Boletim Commercial” publicou, {{--}} estaria automaticamente incluido pelo serviço federal no rol dos “aventureiros de má fé”, que sonham com o evento do petroleo no seio da terra brasileira. Ha que causar extranheza, por certo, que a literatura do petroleo de Matto Grosso se encontre no Ministerio do Exterior e não no Departamento Mineral do Ministerio da Agricultura... {{nop}}<noinclude></noinclude> 94geai62uiid1danyf7mkp5l9z1zr0n Página:O escândalo do petroleo.pdf/190 106 242209 522901 521243 2024-12-26T14:15:38Z Erick Soares3 19404 522901 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|180|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}} 35. {{--}} Itamaraty não pode estar embahindo a credulidade do paiz, nem mentindo a outros povos. Se ha um recanto do paiz em que o petroleo é uma certeza estabelecida pela logica racional, {{--}} essa paragem é a do pantanal. Tanto é Chaco a Bolivia, como Chaco é Paraguay, como é Chaco Matto Grosso. Na origem geologica, na formação, na contiguidade, na potamographia tudo é um só. Como explicar-se, pois, que até hoje o Departamento Mineral não haja volvido as suas vistas para aquella região privilegiada? O pantanal offerece outro accesso, outra communicação, outro transporte que não offerece o Acre predilecto. Se contra a ''oil-seepage'' do Pacanovas ha que allegar sua situação geographica ainda ingrata aos meios de transporte, pela dependencia da bacia do Amazonas e da via ferrea Mamoré até que se construa um oleoducto via Cuyabá, {{--}} o pantanal ao sul conta em seu favor optima rede de communicações: ferroviarias, rodoviarias, postaes, telegraphicas, aereas, fluviaes, portuarias. O petroleo de Matto Groso, de longos annos, dir-se-ia um abcesso entumecido, vermelho, espontado, febril, o apice branco latejante a convidar um golpe de lanceta. Por isso mesmo, tumor perigoso, que pode responder ao appello da mais leve incisão. No Retiro S. Joaquim, da fazenda Amaguijá, á margem do Rio Perdido, em Porto<noinclude></noinclude> 6cd3qgq1rrzcrkrsnw1gpb2jq5rc62c Página:O escândalo do petroleo.pdf/191 106 242210 522902 521244 2024-12-26T14:15:47Z Erick Soares3 19404 522902 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|181}}</noinclude>Murtinho, o explorador Barzaretti, ligado a Anglo Mexican, fez abrir um poço em 1929, com a profundidade de vinte metros. Dá com tal quantidade de materiaes oleosos que teve necessidade de o entupir depressa para evitar o desastre de um jorro de petroleo! {{dhr}} 36. {{--}} Nem é um abcesso: é um anthraz, uma furunculose generalisada nos sedimentos do mar do Xaraés. Um dos focos por si mesmo estoura a epiderme no Pacanovas e principia a fluir a quinhentos litros por dia, em uma ''oil-seepage''. Escorre pelo solo. Derrama a fetidez na athmosphera. Boia na flôr dos rios. Comtudo, no relatorio nem uma referencia ao menos ao petroleo de Matto Grosso! Naturalmente, tem muito que fazer o sr. Fleury da Rocha. Não lhe escapa uma unica infracção do regulamento do sello fixo nos papeis que transitam pelo Departamento Mineral, o Grande Departamento do Não Tirar Petroleo. Melhor seria proceder-se ao reajustamento, ou modificação de quadros, valores e serviços, com é do estylo actual: passar o petroleo para o Ministerio do Exterior e o sr. Fleury da Rocha para o Ministerio da Fazenda, como inspector fixo de sellos fixos. Talvez então deixaria Matto Grosso de ser a terra esquecida que é... {{nop}}<noinclude></noinclude> nnwm7qvsy1u319axa3dq11b7bzlrv8m Página:O escândalo do petroleo.pdf/192 106 242211 522903 521245 2024-12-26T14:16:06Z Erick Soares3 19404 522903 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|182|Monteiro Lobato|}}</noinclude>{{dhr|2em}} {{t2|O CASO DE ALAGOAS}} {{dhr}} 37. {{--}} Em relação ao “não tirar petroleo”, a sabotagem e o despistamento apresentam tambem formas activas e passivas. As activas se processam contra as legitimas emprezas nacionaes. As inactivas, em beneficio das extrangeiras, com ou sem rotulos nacionaes. Os olhos officiaes se fecham sempre para não ver os interesses occultos. {{dhr}} 38. {{--}} Monteiro Lobato, em seu concludente depoimento, mostrou como se vem desenvolvendo e operando a hostilidade do departamento mineral contra as companhias brasileiras legitimas. O que se passou com a Companhia Petroleos do Brasil, impedida do levantamento de maiores capitaes pela intromissão derrotista do serviço federal, foi simplesmente revoltante. Um poço modelar. Perfuração até 1070 metros. Applicação honesta e efficiente dos capitaes subscriptos pelo publico. Necessidade de novos recursos. Interferencia do departamento federal para obstar-lhe a obtenção de mais dinheiro, executada mediante um communicado tendencioso do sr. Fleury da Rocha: “A região de S. Pedro é negativa. Não subscreva mais capitaes. Nada de asneira... Seria jogar dinheiro fóra...” Contra a empreza de Alagoas, a guerra assumiu aspectos multiplos e successivos; suspeita le-<noinclude></noinclude> mx0h5x9lblpdtjd7iop27z3x737lus6 Página:O escândalo do petroleo.pdf/193 106 242247 522904 521317 2024-12-26T14:16:17Z Erick Soares3 19404 522904 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|183}}</noinclude>vantada em publico contra o manifesto inaugural dos encorporadores; sabotagem de um poço pelo sr. Oppenheim; occupação militar do Riacho Doce; devassa contra a companhia; opinião dos technicos officiaes contra o petroleo litoraneo; tentativa da retirada da sonda do poço S. João; resistencia aos estudos geophisicos pelos technicos allemães. {{dhr}} 39. {{--}} A these sustentada pelo departamento mineral definida pelo sr. Odilon Braga, a pag. 61 de seu relatorio é a seguinte: “A technica official deve intervir até na mais intima economia das emprezas particulares para o fim de acautelar interesses de seus accionistas e os da vida social.” Mais de espaço, iremos examinar em face de nossa legislação a duvidosa juridicidade desse thema, que o ministro confessa ser inspirado no plano quinquienal russo e na dictadura da technocracia (“Bases”, pag. 31). Na pratica, ha no thema dois pesos e duas medidas, consoante se trate das malsinadas emprezas nacionaes, ou das bemaventuradas companhias extrangeiras. No momento, ha que ver como a animosidade ás nossas emprezas, mercê das erroneas informações de seus subordinados se infiltrou até no espirito do proprio detentor da pasta da agricultura. {{dhr}} 40. {{--}} Pretende o Departamento convencer que justas reclamações contra a incuria official são filhas de interesses contrariados. Intenta-se assim desmoralisar nossas companhias perante a nação,<noinclude></noinclude> lcoi5869i9slxuzucn4hve9okpk9fq8 Página:O escândalo do petroleo.pdf/194 106 242248 522905 521318 2024-12-26T14:16:27Z Erick Soares3 19404 522905 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|184|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>para que a nação as abandonando não possam tirar petroleo. Seriam ellas, por exemplo, que, embora em luta com escassez de recursos financeiros, organisaram uma dispendiosa technica de publicidade demolidora. Leia-se, a proposito, a academica dissertação ministerial, versando psychologia collectiva, com citações de Tarde, Le Bon e Sighele. Seriam ellas, ainda, que teriam dado uma artificial sonoridade ao mal entendido de Alagôas. Todavia, a occurencia alagoana lhes foi inteiramente alheia. No caso de Alagôas houve um choque directo entre dois poderes publicos, o estadoal e o federal. Mas como não se podem imputar ao governo daquelle Estado interesses contrafeitos, arruma-se a carga nas costas das orphãsinhas, abandonadas pelos proprios que se arrogam as funcções de seus tutores e curadores... {{dhr}} 41. {{--}} Tivesse, ou não tivesse havido um equivoco sobre a devolução da sonda do Riacho Doce, o facto é affirmado e confirmado pelo governador do Estado, no seu depoimento, onde declara: “No. officio com que este (o sr. Bourdot Dutra) se me apresentou, vinha expressa a sua missão, que era precipuamente arrecadar a sonda de que estava o Estado como depositario e cedida por emprestimo á companhia perfuradora do poço”. Resultou o historico telegramma expedido pelo intrepido sr. Osman Loureiro, então ainda interventor, ao ministro Odilon Braga. {{nop}}<noinclude></noinclude> k19ugiguorwy0rwpxp05iefzytxisf8 Página:O escândalo do petroleo.pdf/195 106 242249 522906 521319 2024-12-26T14:16:39Z Erick Soares3 19404 522906 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|185}}</noinclude>“O enviado do serviço geologico, em logar de trazer a apparelhagem necessaria para examinar a situação do petroleo em Riacho Doce, apresentou um officio reclamando a entrega da sonda cedida ao Estado para aquelle fim. A retirada da sonda no momento actual não seria somente uma decepção, em desabono do serviço official, SENÃO TAMBEM A CONFIRMAÇÃO DOS RUMORES DE QUE INTERESSES OCCULTOS ENTRAVAM O ANDAMENTO DAS PESQUIZAS DO PRECIOSO OLEO”. Ainda ultimamente, na sua mensagem á Assembléa Legislativa de Alagôas, na installação dos trabalhos da 2.ª sessão legislativa da primeira legislatura, o illustre governador relata no capitulo sobre “O CASO DO PETROLEO”: “Embora conhecidos, merecem ser relembrados os factos relativos á revelação do petroleo em nosso territorio. Affirmada e logo desmentida sua existencia entre nós, cumpria-nos, antes do mais, esclarecer em definitivo o problema. Eis senão quando se constatou a emanação de gazes de alta pressão no poço S. João, aberto pela Companhia Petroleo Nacional na região do Riacho Doce, municipio da Capital. Pela sua significação, o phenomeno merecia ser devidamente apurado. Na falta de technicos, invoquei o auxilio do serviço geologico federal, O QUAL, DEPOIS DE VARIAS TENTATIVAS INFRUCTIFERAS, enviou um emis-<noinclude></noinclude> nq1qgos4puw2lzcaws65sjk823jxkgz Página:O escândalo do petroleo.pdf/196 106 242250 522907 521323 2024-12-26T14:16:48Z Erick Soares3 19404 522907 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|186|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>sario a esta Capital, no objectivo de retirar a sonda que alli se encontrava, cedida á Companhia pelo governo do Estado, que a tomara por emprestimo ao Ministerio da Agricultura. Não desejo reavivar os commentarios provocados POR UMA PROVIDENCIA TAO EXTRANHA QUANTO ESTA. O proprio governo, interpretando o sentimento do povo, SIGNIFICOU O SEU PROTESTO nos devidos termos conseguindo A ANNULLAÇÃO DE ORDEM TÃO EXDRUXULA. “DEPOIS DE CONVENCIDO QUE NÃO PODIA CONTAR COM A BOA VONTADE DO SERVIÇO FEDERAL, DADAS AS DIFFICULDADES OFFERECIDAS, solicitei dessa assembléa os meios para MANDAR FAZER DIRECTAMENTE OS ESTUDOS RECLAMADOS NA HYPOTHESE, esclarecendo de vez a controversia sobre a existencia de oleo natural entre nós. “O CERTO E’ QUE O GOVERNO TOMOU A UNICA ATTITUDE COMPATIVEL COM OS GRANDES INTERESSES QUE LHE CABIA ACAUTELAR E DEU AO CASO A UNICA SOLUÇÃO RACIONAL E JUSTA. O FUTURO DIRA’ COM QUEM ESTAVA A VERDADE”. {{dhr}} 42. {{--}} Esse incidente dramatico, assim desdobrado perante os olhos do paiz, teria necessariamente de ferir a consciencia publica e vibrar na imprensa unanime, livre e desinteressada, com a resonancia com que vibrou. Nenhuma impureza<noinclude></noinclude> fri2k2593zwtgsmpvcvjg826lh5ykne Página:O escândalo do petroleo.pdf/197 106 242251 522908 521324 2024-12-26T14:16:50Z Erick Soares3 19404 522908 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|186|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>sario a esta Capital, no objectivo de retirar a sonda que alli se encontrava, cedida á Companhia pelo governo do Estado, que a tomara por emprestimo ao Ministerio da Agricultura. Não desejo reavivar os commentarios provocados POR UMA PROVIDENCIA TAO EXTRANHA QUANTO ESTA. O proprio governo, interpretando o sentimento do povo, SIGNIFICOU O SEU PROTESTO nos devidos termos conseguindo A ANNULLAÇÃO DE ORDEM TÃO EXDRUXULA. “DEPOIS DE CONVENCIDO QUE NÃO PODIA CONTAR COM A BOA VONTADE DO SERVIÇO FEDERAL, DADAS AS DIFFICULDADES OFFERECIDAS, solicitei dessa assembléa os meios para MANDAR FAZER DIRECTAMENTE OS ESTUDOS RECLAMADOS NA HYPOTHESE, esclarecendo de vez a controversia sobre a existencia de oleo natural entre nós. “O CERTO E’ QUE O GOVERNO TOMOU A UNICA ATTITUDE COMPATIVEL COM OS GRANDES INTERESSES QUE LHE CABIA ACAUTELAR E DEU AO CASO A UNICA SOLUÇÃO RACIONAL E JUSTA. O FUTURO DIRA’ COM QUEM ESTAVA A VERDADE”. {{dhr}} 42. {{--}} Esse incidente dramatico, assim desdobrado perante os olhos do paiz, teria necessariamente de ferir a consciencia publica e vibrar na imprensa unanime, livre e desinteressada, com a resonancia com que vibrou. Nenhuma impureza<noinclude></noinclude> fri2k2593zwtgsmpvcvjg826lh5ykne Página:O escândalo do petroleo.pdf/198 106 242252 522909 521325 2024-12-26T14:21:55Z Erick Soares3 19404 522909 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|188|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}} {{t2|O CONTRACTO DOS ALLEMÃES}} {{dhr}} 44. {{--}} Desde que o governo de Alagoas, “''convencido de que não podia contar com a boa vontade do serviço federal''”, se metteu a querer tirar petroleo, principiou-lhe tambem a via sacra. Celebrado em 24 de Dezembro de 35 o contracto com a Elbof, entidade especialisada em estudos geophisicos, de autoridade universal, neutra, não ligada a trust algum de petroleo, aquelle governo luctou 23 dias para obter uma cambial de nove mil marcos, {{--}} ou sejam approximadamente cincoenta e tres contos de reis, de sua primeira prestação contractual, muito embora se tratasse de operação directamente ligada ao fomento da producção economica do paiz. Vencido o primeiro embaraço, succede o segundo: {{--}} o consul geral do Brasil em Hamburgo recusa o visto ao passaporte dos engenheiros allemães, apesar de sua missão de caracter official. Providencias junto ao Itamaraty. Remove-se o obstaculo. Embarcam os technicos. {{dhr}} 45. {{--}} Estão em travessia, quando rebenta em Maceió um officio do Ministro da Agricultura, solicitando ao governo alagoano adiar as pesquizas dos allemães, porque o departamento federal já tinha um plano para a execução desses estudos. Causa surpreza esse officio. Em nada a iniciativa do Estado collidia com a iniciativa do departamento,<noinclude></noinclude> tjtru1h9m3mmucdnihdfzqdmhylhn1s Página:O escândalo do petroleo.pdf/199 106 242253 522910 521372 2024-12-26T14:22:16Z Erick Soares3 19404 522910 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|189}}</noinclude>como os factos vieram a comprovar. Pelo contrarío, os trabalhos se entrecompletavam. A imprensa inteira do paiz, como era natural, manifesta a sua extranheza. O governo do Estado responde que tinha um contracto a cumprir e cumpril-o-ia, como o cumpriu, sem uma interrupção qualquer. Mas o ministro estava possuido da boa fé, que transparece no seguindo topico de seu trabalho {{--}} (pag. 79). “Provavelmente os que reagiam contra o supposto protesto, ignoravam o ''modus faciendi'' da pesquiza geophisica, muitas vezes ensaiada por meio de explosões provocadas no sub-solo para o fim de registrar-se a ondulação de suas repercussões, pois de outra sorte não se comprehende que não percebessem a inconveniencia da simultaneidade dos dois trabalhos”... Ora, o que se verificou é que essa inconveniencia não foi percebida por ninguem... {{dhr}} 46. {{--}} Chegam, em seguida, os allemães a Recife. Alviçaras? Ainda não era tempo de arrhas pela nova... A Alfandega de Recife retem as bagagens scientificas dos technicos por vinte e cinco dias, que já estão correndo por conta do governo alagoano, acarretando um prejuízo de dezenas de contos. Era preciso audiencia do Ministerio da Agricultura. Intervenção do Presidente da Republica. Desembaraço dos apparelhos. Despacho para Maceió. Emfim, começa-se a trabalhar... {{nop}} Digilized by Google<noinclude></noinclude> qi9964mnupddghpcqeajozxxpboad0n Página:O escândalo do petroleo.pdf/200 106 242254 522911 521373 2024-12-26T14:22:31Z Erick Soares3 19404 522911 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|190|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}} 47. {{--}} Novo contratempo. O processo sismico exige o emprego de explosivos. Não os ha no norte. Ha que transportal-os do sul. Um milhão de obices para embarcal-os. Licença daqui, licença dalli. Embarcam-se. De novo uma Alfandega. A de Maceió retarda por quinze dias a entrega dos explosivos. O contracto correndo. O tempo correndo... O governo de Alagôas com a cruz ás costas, com o mesmo madeiro das emprezas nacionaes, purgando o mesmo peccado, subindo o mesmo Calvario do petroleo, para redimir o Brasil... Isto posto, comprehende-se bem, em todo o seu verdadeiro e profundo sentido, a amarga verdade da ultima mensagem do governador Osman Loureiro: “Depois de convencido de que não podia contar com a boa vontade do serviço federal, dadas as difficuldades offerecidas...” {{dhr}} {{t2|CAMPANHA CONTRA AS EMPREZAS<br>NACIONAES}} {{dhr}} 48. {{--}} O sr. ministro confessa abertamente (pag. 43), que a ''frente dos technicos do Ministerio'' ''da Agricultura se tornou inconciliavel com a das'' ''companhias nacionaes.'' Desse estado de prevenção de espirito nasce no departamento a deturpação systematica de tudo<noinclude></noinclude> ctcejzyctq5ov6zaeewy1wvwmzhkexf Página:O escândalo do petroleo.pdf/201 106 242255 522912 521374 2024-12-26T14:22:41Z Erick Soares3 19404 522912 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|191}}</noinclude>quanto se refere a essas emprezas. Vem dahi a serie enorme de erros de facto historiados nas “Bases para o Inquerito”. São informações viciosas fornecidas ao ministro, visando ferir a Companhia Petroleos do Brasil, de São Paulo, que deu um dos poços mais profundos do Brasil; a Companhia Petroleo Nacional, de Alagôas, que deu a primeira revelação technicamente certificada do gaz de petroleo; a Alliança Mineração e Petroleos, que deu o primeiro contracto de estudos geophysicos do paiz. {{dhr}} 49. {{--}} Não é exacto que a AMEP {{--}} (Alliança Mineração e Petroleos) seja uma nova secção da Cia. Petroleos do Brasil. Não é exacto, como o quer a perfidia official do Departamento, que esteja a serviço de capitaes extrangeiros. Não é exacto que tenha o objectivo subalterno de sustentar campanhas diffamatorias. O Departamento, antes de falar ao ministro, deveria primeiro consultar os estatutos da AMEP, no “Diario Official”, para conhecer-lhe a largueza e a precisão dos objectivos. Veria que é uma sociedade por quotas, sem qualquer ligação com a sociedade anonyma Cia. Petroleos do Brasil, da qual se distingue na personalidade juridica, nos membros componentes, na orientação, na forma e no fundo. Na execução de seus fins a AMEP conseguiu inicialmente resolver a questão do concurso extran-<noinclude></noinclude> dlcvch59mtg1vq9v0l444agolbm6r4p Página:O escândalo do petroleo.pdf/202 106 242261 522913 521417 2024-12-26T14:22:59Z Erick Soares3 19404 522913 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|192|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>geiro, sem interferencia deste na vida interna das nossas emprezas. Ficou com a representação da ELBOF no Brasil, porque esta entidade technica de renome mundial não está ligada a trust algum. E’ puramente scientifica, na sua especialidade de estudos geophysicos. O estudo geophysico é um meio de alcançar um dos fins da AMEP. Sem material, nem pessoal para pesquizas dessa natureza no paiz, sem contar com o apoio official, collimou, na solução adoptada, salvar os melindres do nosso nacionalismo e a autonomia de nossas emprezas. Em razão da consagrada idoneidade da ELBOF, os resultados de suas pesquizas, quando favoraveis, abrem a possibilidade de financiamento, com o pagamento a ser feito com o proprio oleo a extrair-se. {{dhr}} Que provaram os factos? Que a AMEP conseguiu, com o concurso esclarecido do governo alagoano, realisar o primeiro contracto de estudos geophysicos verdadeiramente completos entre nós. Com as investigações dos sabios allemães mostrou-se a deshonestidade scientifica dos Oppenheims e dos Fleurys, que sustentavam que em Alagôas, com as suas estructuras desfavoraveis, poderia ter havido petroleo em outras eras, mas que esse petroleo se evaporara, deixando apenas os residuos pesados em forma de asphalto. {{dhr}} O que se constatou foram todas as condições favoraveis á existencia de um grande e profundo lençol, sem uma unica contra-indicação. Esse lar-<noinclude></noinclude> nky21mi36elo4b5ie36x0fmldp03904 Página:O escândalo do petroleo.pdf/203 106 242262 522914 521418 2024-12-26T14:23:13Z Erick Soares3 19404 522914 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|193}}</noinclude>go passo adeante é uma consequencia do impulso inicial da AMEP, com seus fins salutares e honestos e não com aquelle proposito subalterno de campanha diffamatoria, que lhe é imputado pela frente inconciliavel dos technicos do ministerio. {{dhr}} 50. {{--}} Não é exacto tambem que o engenheiro Winter, representante de Piepmeyer, viesse ao Brasil como enviado especial a serviço de emprezas particulares, para collocação de capitaes. Quem trouxe o engenheiro Winter ao Brasil foi Juarez Tavora, quando geria a pasta da Agricultura. Esse titular pedira ao Itamaraty que lhe informasse qual a organisação do exterior mais idonea para execução de estudos geophysicos no Brasil. O Ministerio do Exterior indicou-lhe a firma Piepmeyer & Cia., a quem foi, por isso, solicitada uma proposta para o governo federal. Afim de attender a esse desejo dos poderes nacionaes é que veiu ao nosso paiz o seu representante, com credenciaes authenticadas do governo allemão ao governo brasileiro. Sua proposta ficou dormindo o somno da burocracia. Se a sua presença, como technico de petroleo, desperta os pruridos ironicos do nacionalismo official, como supposto agente de collocação de capitaes externos, {{--}} as contas devem ser pedidas, não á AMEP, mas ao proprio governo da Republica, que aqui o introduziu. O Departamento, com a sua incuravel burocracia, sustou-lhe a missão, inu-<noinclude></noinclude> gkikz7fdsrk4lcmxigkzyandp43jl9h Página:O escândalo do petroleo.pdf/204 106 242263 522915 521419 2024-12-26T14:23:24Z Erick Soares3 19404 522915 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|194|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>tilisou a iniciativa official de um plano, em conjuncto, de estudos geophysicos no paiz, sonegou estas informações ao actual ministro e vehiculou, por seu intermedio, tão grosseira intriga xenophoba contra a AMEP. O engenheiro Winter já estava aqui ha anno e meio á espera da solução dos poderes federaes, quando occasionalmente teve opportunidade de um entendimento com a iniciativa particular. Proveiu dessa circumstancia a chave providencial do problema do petroleo em Alagôas. E que não existe subordinação nenhuma a interesses externos, ha um acontecimento posterior que o prova. A companhia alagoana, deante dos horizontes que se lhe rasgaram com os resultados da missão geophysica, acaba de crear o seu Departamento Geophysico, obtendo de Piepmeyer & Cia. a cessão de todos os apparelhos utilisados nas pesquizas daquelle Estado e bem assim os serviços de dois de seus principaes technicos. {{dhr}} 51. {{--}} Não é igualmente exacto que o contracto do governo de Alagoas com os technicos geophysicos allemães se realisasse depois da incorporação definitiva da Companhia Petroleo Nacional, nem que “a firma Piepmeyer não quiz receber em pagamento as acções do lote 9.900 contos (subscriptos pelo engenheiro Edson da Carvalho), nem que preferiu fazer-se pagar em moeda cor-<noinclude></noinclude> 1dt67xj2ib0lxc8g3azp4bwh9gfnr4f Página:O escândalo do petroleo.pdf/205 106 242288 522916 521498 2024-12-26T14:23:36Z Erick Soares3 19404 522916 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|195}}</noinclude>rente do paiz, arrecadada pelo Thesouro de Alagôas. (pag. 78)”. Não. O contracto alagoano lavrou-se a 24 de Dezembro de 1935 e a constituição definitiva daquella companhia só se processou em fins de Janeiro e principios de Fevereiro de 1936. A alteração das datas é intencional, para estabelecer confusões pejorativas. E’ ainda de accentuar-se que a verba de 200 contos desse contracto era destinada inicialmente, no projecto de lei, a subvencionar a Companhia Petroleo Nacional. Foi esta que desistiu da subvenção para que o governo, com a mesma despeza, fizesse obra de alcance collectivo, enriquecendo os archivos do Estado com todo o material dos estudos realizados. E’, pois, patente a perversidade da informação deturpada que foi transmittida ao ministro. {{dhr}} 52. {{--}} Não é ainda exacta a versão official de ''que, antes do contracto de Piepmeyer & Cia.'', SE REGISTRASSE a tentativa dos incorporadores da Companhia Petroleo Nacional, ELEVANDO O SEU CAPITAL A DEZ MIL CONTOS, dos quaes cem deveriam ser cobertos por subscripção livre e 9.900 seriam entregues ao engenheiro Edson de Carvalho. A encorporação processou-se mais tarde e de maneira diversa. O capital ''não foi elevado, mas sim'' ''reduzido'' de vinte a dez mil contos. O primitivo manifesto, que vae em annexo a este depoimento, foi lançado para um capital de vinte mil contos,<noinclude></noinclude> iw19n29k8tykxa0e7uph91vgmicef5d Página:O escândalo do petroleo.pdf/207 106 242290 522917 521500 2024-12-26T14:23:54Z Erick Soares3 19404 522917 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|197}}</noinclude>simplificada, para uma rapida acquisição da personalidade juridica, sem nenhuma subordinação ao financiamento e coordenação de Piepmeyer, & Cia., como declara o relatorio. Tão pouco jamais foi dada a Piepmeyer & Cia opção entre as acções da Nacional e o dinheiro do Thesouro de Alagôas. Todas as insinuações nesse sentido, partidas do Departamento, são oriundas da má fé, cuja mascara tem que ser arrancada para que a opinião publica se compenetre da perversidade de seus processos. {{dhr}} 53. {{--}} Pelo simples exposto fica tambem desfeito o falso argumento official de que o contracto alagoano significa “a certeza da inexistencia de petroleo no Araquá, peremptoriamente affirmado pela “Cia. Petroleos” e NEGADO PELOS TECHNICOS OFFICIAES, porque não obstante estivesse o perito da Piepmeyer em S. Paulo, em contacto com a “Petroleos”, preferiu pesquizar em Alagôas” (Bases, pgs. 78-79). O engenheiro Winter não estava em contacto com a “Petroleos”. Estava em contacto com o governo federal. A “Petroleos” interrompeu sua perfuração por falta de recursos e por culpa dos technicos officiaes, que impediram o levantamento de mais capitaes necessarios. Sem embargo, a “Petroleos” continua com a convicção e a certeza inabalavel da existencia do petroleo no Araquá. O que não existe é qualquer nexo, de cau-<noinclude></noinclude> rnqan6xx98olorgflrm0r8k9jrfurq2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/208 106 242292 522918 521506 2024-12-26T14:24:06Z Erick Soares3 19404 522918 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|198|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>sa e effeito, ou mesmo de analogia, entre os estudos geophysicos de Alagôas e a inexistencia do petroleo no Araquá. Evidentemente esse capitulo das “Bases para o Inquerito” carece ser refundido de alto a baixo, para escoimar-se de todos os seus erros e inverdades. Não fica bem a ministro da Republica subscrevel-as. Mas é sempre por meio de deformações desse jaez que o Departamento alimenta o seu fogo sagrado de perseguição e descredito contra as companhias brasileiros. {{dhr}} {{t2|ACAPARAMENTO DE TERRAS PELOS TRUSTS}} {{dhr}} 54. {{--}} O implacavel programma contra as entidades nacionaes está sobejamente provado. Passemos adeante. Monteiro Lobato, ha quatro annos, brada e repete que as organisações externas se vão apropriando, por todos os processos, de nossos terrenos petroliferos, para utilisação futura, quando se exgottarem os campos que ellas exploram em outros paizes. Essa denuncia é a expressão rigorosa da verdade. Existe por esse pobre Brasil afóra um vasto imperio, bem installado, de interesses extrangeiros, com seus direitos de cidadania assegurados em todo o sub-solo do territorio patrio, para o fim de “''não'' ''deixar tirar petroleo''”. {{nop}}<noinclude></noinclude> h5tk9lal8q2lxydfq0vt43ouzzo9bsa Página:O escândalo do petroleo.pdf/209 106 242293 522919 521507 2024-12-26T14:24:22Z Erick Soares3 19404 522919 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|199}}</noinclude>{{dhr}} 55. {{--}} Em abono de seu asserto, Monteiro Lobato transcreve em seu depoimento uma carta que recebeu da Argentina, subscripta por Harry Koller, ex-geologo da Standard Oil no Rio da Prata e no Brasil, contendo as mais preciosas informações, de fonte isenta de suspeitas. São ellas, em resumo, as seguintes: 1. {{--}} Que, como geologo da Companhia Geral Pan Brasileira de Petroleo (que é a mesma Standard Oil of Argentina S/A), localizou, durante quatro annos de trabalhos, para sua empreza, doze estructuras petroliferas em differentes Estados brasileiros; 2.º {{--}} Que a Standard Oil, por suas filiadas, desenvolveu um programa methodico e constante de organisação de contractos de sub-solo, sendo que a esse tempo só a Pan Geral Brasileira ''e outra'' (''veremos adiante que ha varias outras'') possuiam mais de dois mil alqueires em anticlinaes de primeira classe em S. Paulo e no Paraná; 3.º {{--}} Que as emprezas monopolisadoras são contrarias á abertura de fontes de petroleo no Brasil, em virtude da superproducção mundial, estando todo o seu interesse concentrado em manter a nossa escravisação petrolifera; 4.º {{--}} Que “''dadas as actuaes condições''”, a saber, as circumstancias decorrentes da nova legislação, trataram de acaparar previamente todos<noinclude></noinclude> 5yvvky7750lennvkfhckpj05qwiv0sj Página:O escândalo do petroleo.pdf/210 106 242294 522920 521508 2024-12-26T14:24:34Z Erick Soares3 19404 522920 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|200|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>os terrenos potencialmente petroliferos, PARA IMPEDIR A EXPLORAÇÃO. Todo o conteúdo das revelações de Harry Koller é rigorosamente verdadeiro. {{dhr}} 56. {{--}} Tomemos, por exemplo, duas regiões indicadas pelo geologo americano: a de Pirajú, em S. Paulo e a de Ribeirão Claro, no Paraná. Tendo Washburne, quando em serviço do governo de S. Paulo, localizado um anticlinal em Bello Monte, na comarca de Pirajú, conforme se verifica das suas conclusões publicadas no relatorio da Secretaria da Agricultura de 1928 (pgs. 298 a 324), para aquella cidade affluiram diversos geologos extrangeiros e dois directores de companhias extrangeiras, baptisadas de nomes nacionaes: o sr. Ivar Hoppe, da Pan Geral Brasileira de Petroleo; e o sr. dr. Luiz Oscar Taves, da Companhia Brasileira de Petroleo. A Pan Geral é Standard. A Brasileira é outro trust. Dentro em pouco iremos identifical-as convenientemente. Na fazenda dos irmãos Furlan, em Bello Monte, abriu-se um poço com uma sonda do governo federal. Quando o poço principiou a revelar petroleo de um modo positivo, e com violentas explosões subterraneas, foi interrompido. Tentaram obstruil-o com cimento armado, porém os irmãos Furlan a isso se oppuzeram, como nol-o narram na carta já referida. Paralysaram-se os trabalhos completamente em 1930. {{nop}}<noinclude></noinclude> n0wi8a0c8ne3pap3lmgodo85cvdd7zt Página:O escândalo do petroleo.pdf/211 106 242296 522921 521513 2024-12-26T14:24:45Z Erick Soares3 19404 522921 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|201}}</noinclude>Mas os directores das citadas entidades empenharam-se em obter arrendamentos do sub-solo de todos os proprietarios da zona recommendada, mediante as seguintes bases essenciaes; os proprietarios conservariam a liberdade de cultivar a superficie; as companhias deveriam iniciar as perfurações dentro do praso de um, ou dois annos, e emquanto não o fizessem, no praso commum de dez annos de todos os contractos, ficavam obrigadas a pagar uma multa annual d<sub>e</sub> dez mil reis por alqueire contractado. Offerecemos, em annexo, dois exemplares desses contractos, celebrados por escriptura publica no primeiro cartorio daquella comarca. Um, em 21 de Maio de 1931, entre os srs. Francisco Alves de Almeida e sua mulher, como senhores de um sitio de doze alqueires, e a Companhia Pan Geral Brasileira de Petroleo, representada pelo seu presidente sr. Ivar Hoppe e este pelo sua procurador sr. Leonidas de Carvalho. Outro, em 3 de Junho de 1931, entre os srs. Manoel Joaquim Vieira e sua mulher, como donos de um sitio de cincoenta e quatro alqueires, e a Companhia Brasileira de Petroleo, representada pelo seu procurador dr. Luiz Oscar Taves. Iguaes a esses foram lavrados cincoenta e dois contractos no primeiro tabellionato de Pirajú, sendo quarenta e seis da Pan Geral e seis da Brasileira. Contractaram com a Pan Geral os seguintes proprietarios: {{nop}}<noinclude></noinclude> 50urm4ws7g60ziu49ds2q9yo7511q27 Página:O escândalo do petroleo.pdf/213 106 242298 522922 521515 2024-12-26T14:25:56Z Erick Soares3 19404 522922 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|203}}</noinclude>36 {{--}} Apparecido Cabral e sua mulher. 37 {{--}} João Eiras e sua mulher. 38 {{--}} Antonio Ignacio, sua mulher e outros 39 {{--}} Francisco Pereira da Silva e sua mulher. 40 {{--}} João Domingues de Oliveira e sua mulher. 41 {{--}} Ataliba de Castro Negrão e outros. 42 {{--}} Thomaz Martos Porcel e sua mulher. 43 {{--}} Isaías Assis de Paiva, sua mulher e outros. 44 {{--}} Adriano Custodio de Souza e sua mulher. 45 {{--}} Lazaro Marcellino da Motta e sua mulher. 46 {{--}} Indalecio Fernandes e sua mulher. {{dhr}} Contractaram no mesmo officio com a Companhia Brasileira de Petroleo, os seguintes agricultores; {{dhr}} 47 {{--}} Jorge Mello e sua mulher. 48 {{--}} Jorge A. Jeffery e sua mulher. 49 {{--}} Mario Martinelli, sua mulher e outros. 50 {{--}} Coronel Antonio Eulalio de Carvalho. 51 {{--}} Manoel Joaquim Vieira e sua mulher. 52 {{--}} José Gery e sua mulher. {{dhr}} No cartorio do segundo tabellião de Pirajú encontram-se mais sete contractos com a Companhia Brasileira de Petroleo, o que eleva a cincoenta e nove o total das escripturas publicas de concessões do subsolo, incluindo-se mais os seguintes proprietarios: {{dhr}} 53 {{--}} Maximo Barradas. 54 {{--}} Salvador Cortez. 56 {{--}} Antonio Maximiano de Godoy. {{nop}}<noinclude></noinclude> kwtesmbunqla1ndr1xbtnely11d21ai Página:O escândalo do petroleo.pdf/214 106 242300 522923 521528 2024-12-26T14:26:15Z Erick Soares3 19404 522923 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|204|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>57 {{--}} Carlos Nillo de Moraes. 58 {{--}} Justino Francisco da Rocha. 59 {{--}} João Severino da Rosa. {{dhr}} E passemos agora á Ribeirão Claro, na visinha fronteira do Paraná, em que Washburne tambem localisou outro anticlinal. {{dhr}} 57. {{--}} Nessas localidade as duas emprezas contractadoras conseguiram mais ''sessenta e nove'' convenios eguaes, tambem por escripturas publicas, passadas nos seus cartorios, sendo ''vinte e'' ''tres'' da Brasileira e ''quarenta e seis'' da Pan Geral, o que perfaz, somente nesses dois municipios, o bello total de ''cento e vinte e oito contractos de'' ''sub-solo''. O sr. Taves, da Brasileira, obteve os seguintes clientes: {{dhr}} 60 {{--}} João Carlos de Faria. 61 {{--}} Carlos Stirti. 63 {{--}} Fernando Martini. 64 {{--}} Francisco de Oliveira Carvalho. 66 {{--}} Apparico Alves de Campos. 66 {{--}} Desiderio Gavioli e Filhos. 67 {{--}} Antonio Thomaz Camillo Ruas. 68 {{--}} Joaquim Correia. 69 {{--}} Eugenio Minghini. 70 {{--}} Maria Delfina de Jesus, Filhos e Genros. 71 {{--}} João Pereira da Silva. 72 {{--}} Augusto Seraphim. 73 {{--}} José Paulino Rodrigues de Aguiar. 74 {{--}} Virgilio e Victorio Chiarotti. {{nop}}<noinclude></noinclude> ebmi08eruby8y7a8jjavca1xyewmewo Página:O escândalo do petroleo.pdf/215 106 242301 522924 521529 2024-12-26T14:26:32Z Erick Soares3 19404 522924 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|205}}</noinclude>75 {{--}} Menores Benedicta Pereira da Silva e seus irmãos. 76 {{--}} Carlos Campana. 77 {{--}} João Baptista Amadeu. 78 {{--}} Estevam Callegari. 79 {{--}} Pelegrino Piolli. 80 {{--}} José Lino de Almeida. 81 {{--}} Fortunato Salvalaggio. 82 {{--}} Antonio Pedron e outros. {{dhr}} Com o sr. Ivar Hoppe, presidente da Pan Geral, representado pelo sr. Simões de Carvalho assignaram contractos as seguintes pessôas: {{dhr}} 83 {{--}} Baptista Minghini. 84 {{--}} João Rosso. 85 {{--}} José Rodrigues de Almeida. 86 {{--}} Pedro Ross. 87 {{--}} Pedro Amadeu. 88 {{--}} Leodor Benedicto da Silva. 89 {{--}} Mario Frigieri. 90 {{--}} Salvador Frigieri. 91 {{--}} José Francisco Adolpho. 92 {{--}} Eugenio Antonio Pinto. 93 {{--}} Paulo Baccon. 94 {{--}} Ricardo Denobi. 95 {{--}} Anacleto Campos. 96 {{--}} Sebastião Antunes Ferreira. 97 {{--}} João Baccon. 98 {{--}} Juvenal Antunes Ferreira. 99 {{--}} Lourenço Maximiliano da Cunha.. 100 {{--}} Benedicto Cirelli e outros (menores). 101 {{--}} Apparicio Leonel de Carvalho (menor). 102 {{--}} Bernardino Pereira Padilha. {{nop}}<noinclude></noinclude> 2sgm8uuf7c5xui6e1ag7353cyuclgsj Página:O escândalo do petroleo.pdf/216 106 242302 522925 521531 2024-12-26T14:26:46Z Erick Soares3 19404 522925 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|206|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>103 {{--}} Felicio Minghini. 104 {{--}} Manoel Alves de Campos. 105 {{--}} Antonio Panichi. 106 {{--}} Donaria Maria de Jesus. 107 {{--}} Salvador de Campos e Joaquim Correia Barbosa. 108 {{--}} Giacomo Biagio. 109 {{--}} Antonio Cirelli. 110 {{--}} Felicio Minghini. 111 {{--}} Leopoldina Maria de Jesus e outro. 112 {{--}} Giacomo Biagio (outro). 113 {{--}} Ruginini Maria e outros. 114 {{--}} Pedro de Lorena Neia. 115 {{--}} Venerando José da Silva e outros. 116 {{--}} Joaquim Roque Teixeira. 117 {{--}} Francisco Bernardo Neia. 118 {{--}} Anacleto Matavelli. 119 {{--}} Benedicto Correia Ferraz, 120 {{--}} Alfredo Cirelli e outros. 121 {{--}} Sebastião Manoel dos Santos. 122 {{--}} José Manoel dos Santos. 123 {{--}} Olinda Leonel de Carvalho (menor). 124 {{--}} Alvaro Cesar de Camargo. 125 {{--}} João Amadeu Baptista. 126 {{--}} Frederico Gardi e outros. 127 {{--}} Moysés Rahuam. 128 {{--}} Sebastião Manoel dos Santos. {{dhr}} {{t2|PAGAR PARA NÃO PERFURAR}} {{dhr}} 58. {{--}} Os contractos de Pirajú e de Ribeirão Claro são a documentação indiscutivel, incontrastavel, peremptoria da verdade das accusações que Monteiro Lobato formulou e da sinceridade<noinclude></noinclude> 1myj5qiq8681w9n7abtvaanqn1vrfz0 Página:O escândalo do petroleo.pdf/217 106 242304 522926 521543 2024-12-26T14:26:58Z Erick Soares3 19404 522926 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|207}}</noinclude>da carta que Koller lhe dirigiu. Ha que analysar a extrema gravidade dessa situação. Antes, porém, attentemos bem na technica contractual, maduramente pensada e applicada pelos departamentos especialisados dos trusts. Elles estatuem uniformemente, por um praso decennal, a ''exclusividade'' de prospecção, pesquiza, descoberta, exploração, extracção e producção de oleo. Desde que UM POÇO seja perfurado nesse tempo, ''será prorogado o praso por egual periodo subsequente de dez annoz'', e assim indefinidamente, ''emquanto não se exgotarem as jazidas''. Se pelo menos um poço ''não fôr iniciado'' (''note-se'' bem, apenas'' INICIADO) dentro de um anno, pela Pan Geral, ou dentro de dois, pela Brasileira, ''as'' ''emprezas se obrigam a pagar aos proprietarios'' ''annualmente, no decurso do contracto, dez mil'' ''reis por alqueire da area estipulada e assim successivamente até o inicio da perfuração do primeiro poço''. Na falta de INICIO DE PERFURAÇÃO desse primeiro poço, OU NA FALTA DOS PAGAMENTOS A SEREM FEITOS EM VEZ DO INICIO DA PERFURAÇÃO, os proprietarios terão direito á rescisão do contracto. A esse respeito somos seguramente informados de que os pagamentos vêm sendo effectuados com rigorosa pontualidade. Todos os annos o pagador official de cada empreza corre a sua zona e salda o ''fôro especial de não perfuração''. Isto é, ''pagam para''<noinclude></noinclude> j2325txjwb57xbrnetl8xlv7mil0r1n Página:O escândalo do petroleo.pdf/218 106 242305 522927 521545 2024-12-26T14:27:15Z Erick Soares3 19404 522927 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|208|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>''não furar''. Não perfurar é impedir producção. Impedir producção é assegurar o consumo procedente do exterior. Os Cesares do petroleo não haviam mesmo de admittir qu<sub>e</sub> de seu imperio escapasse a grande providencia de consumo do Brasil. Habilmente inventaram então a formula do senhor pagar um fôro de beneficio aos servos para que a servidão continue. O que elles acaso dispendam nessas anuidades, ser-lhes-á, se necessario, immediatamente reposto com um pequeno acrescimo de tabella nas bombas de gasolina que nos abastacem. Os donos dos terrenos de S. Paulo, Paraná, Matto Grosso, e outras regiões ganham esse tributo de Cesar para que o Brasil permaneça na escravisação economica do petroleo. Essa dura escravisação está garantida inicialmente ''pelo menos por dez annos'', dentro dos quaes os proprietarios, mediante uma indemnisação irrisoria, acceitam o jugo dos contractos. Elles não são os culpados directos. Culpado directo é o departamento nacional que os mantem na ignorancia das riquezas de seu sub-solo, com a these official de que em tais zonas não ha possibilidade de petroleo. Não admira, pois, que o proprietario territorial, desilludido pelo orgão technico da administração, aceite a primeira proposta que lhe proporciona uma renda qualquer. A inconsciencia não é delles. E’ das altas espheras dirigentes. {{nop}}<noinclude></noinclude> 8lwsnksb8yvzpyldpagg2oyq4s4ilyj Página:O escândalo do petroleo.pdf/219 106 242306 522928 521549 2024-12-26T14:27:36Z Erick Soares3 19404 522928 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|209}}</noinclude>{{dhr}} {{t2|COLLIGAÇÃO E FEDERACAO DOS TRUSTS<br>NO BRASIL}} {{dhr}} 60. {{--}} Que entidades são essas, Pan Geral Brasileira e Cia. Brasileira de Petroleo, com appellidos tão extremamente sympathicos aos pruridos de nosso nacionalismo? Brasileiras? Não. Extrangeiras. Atraz dellas estão os trusts. Como nascem? Nascem dos trusts. Como vivem? Vivem como ovulos, ou embryões das futuras organisações industriaes e commerciaes dos trusts. Ficam por ahi em estado de larvas, devorando contractos silenciosamente, na santa ignorancia do departamento. Um dia, quando os brasileiros cognominados “aventureiros de má fé” arrancarem petroleo do primeiro poço, transformar-se-ão em adultos, de terrivel efficiencia. Hoje, são baterias occultas, que se installam nas posições dominantes da campanha de amanhã. {{dhr}} 61. {{--}} Para bem comprehender-lhes as missões, cumpre relembrar que os trusts, que se entrematam na competição dos mercados, são, entretanto, sinceros alliados, quando se trata de impedir o aparecimento de novas fontes de producção, que lhes aggravem a superproducção, como é o caso do Brasil. Nesse terreno, reentendem-se e organizam-se em colligação, como bem o descreve Francis Delaisi, no prefacio de Zizchka:<noinclude></noinclude> bqilxqbf4fvsfncwvg5gdut8yjshp34 Página:O escândalo do petroleo.pdf/220 106 242307 522929 521548 2024-12-26T14:27:50Z Erick Soares3 19404 522929 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|210|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>“Ha petroleo demais? Deante deste perigo, os grandes trusts adversarios se reconciliam. O triumvirato Deterding, Teagle, Cadman manda embaraçar as prospecções, fechar uma parte dos poços, limitar o “''cracking''.” Desta maneira, Standard e Shell estão de pleno acordo em arrolhar o nosso sub-solo pelo maior praso possivel. Entrementes, ellas se apparelham devidamente para o dia em que vierem a ser os concurrentes de producção no campo brasileiro, isto é, para a hora em que fôr aberta a nossa arena de batalha. Para isso, cada uma promove e prepara, entre nós, a federação interna de suas sociedades, como elementos de inter-concurrencia, nos mercados de producção e de consumo, na jornada de amanhã. Está nesse programma a historia da Pan Geral Brasileira, e outras semelhantes. {{dhr}} 62. {{--}} A Pan Geral, por exemplo, não é senão uma federada da Standard Oil no Brasil. São egualmente federadas a Companhia Maritima Brasileira, a Brasil Patentes Inc. e Empreza Nacional de Petroleo. Discute-se muito a nacionalisação pretendida pela Standard Oil of Brasil, conservando o nome originario de Standard Oil. Essa manobra é alta comedia. De ha muito ella está nacionalisada na sua prole. Iremos agora Conhecer alguns membros conspicuos da familia. {{nop}}<noinclude></noinclude> npqfc1680isqjrgr738x8sfs8oam23e Página:O escândalo do petroleo.pdf/221 106 242308 522930 521562 2024-12-26T14:28:10Z Erick Soares3 19404 522930 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|211}}</noinclude>{{dhr}} 63. {{--}} Principiemos pela Companhia Maritima Brasileira. Ella desempenha certamente um papel importante na organização, visto estar sob o controle imediato da Standard Oil of New Jersey, que é a matriz da Standard nos Estados Unidos. (Vide “Diario Official” da União de 27 de Fevereiro ultimo, com a acta da assembléa geral de 31/1/36 assignada por F. C. Rawson, p. p. da Standard Oil of New Jersey). O capital desta empreza é de 500 contos, em acções de 100$000. Maior acionista, a New Jersey. Seus directores são antigos auxiliares da Standard Oil Co. of Brasil. Na praça, a Maritima é effectivamente considerada uma das subsidiarias da New Jersey, que, por sua vez, é a maior acionista da Standard Oil of Brasil. Suas ligações estreitas com a Pan Geral, com a Brasil Patentes e com a Empreza Nacional de Petroleo estão devidamente comprovadas. Com efeito. Segundo se verifica das publicações officiaes do “Diario Official” da União, de 27 de Fevereiro cit., de 25 de Abril e de 6 de Maio do corrente anno (documento annexo ns...) {{--}} ha intima connexidade de suas administrações, demonstrando communhão de negocios, pelo entrelaçamento e associação de seus directores, a saber: {{nop}}<noinclude></noinclude> c1l0g0saxov92ib3ocvt4f00ttzn3d4 Página:O escândalo do petroleo.pdf/222 106 242309 522931 521563 2024-12-26T14:30:40Z Erick Soares3 19404 522931 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|212|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{left|{{--}} O Dr. PAULO JOSE’ PIRES BRANDÃO, presidente da Maritima, é secretario da Pan Geral e vice-presidente da Brasil Patentes Inc.;}} {{left|{{--}} O Sr. WALTER DE CAMPOS BIRNFELD, é presidente da Brasil Patentes e da Pan Geral, após ter sido muitos annos procurador da Standard Oil;}} {{left|{{--}} O Dr. A. DA SILVA CAMPOS, é do Conselho Fiscal da Pan Geral e supplente da Brasil Patentes;}} {{left|{{--}} O Sr. ANTONIO AUGUSTO LOUREIRO é fiscal da Brasil Patentes e supplente da Pan Geral;}} {{left|{{--}} O Sr. GLADSTONE SAMPAIO, é do Conselho Fiscal da Pan Geral e da Brasil Patentes;}} {{left|{{--}} O Dr. HEITOR BERGALLO é do Conselho Fiscal da Brasil Patentes e director da Empreza Nacional de Petroleo;}} {{left|{{--}} Os Srs. Drs. AUGUSTO PARANHOS FONTENELLE e EURICO PARANHOS FONTENELLE são, o primeiro, fiscal da Pan Geral e o segundo, supplente da Maritima;}} {{left|{{--}} Releva ainda notar que os escriptorios da Maritima e da Nacional de Petroleo funcionam na mesma séde, á Avenida Presidente Wilson n. 305, e que a Nacional é officialmente a distribuidora de gasolina da Standard of Brasil.}} {{dhr}} Por outro lado, o sr. Leighton Clark, da Maritima, é o mesmo que esteve, com o sr. Gerald Sola, em Alagoas, em Dezembro de 1935, procurando obstar o contracto de estudos geophysi-<noinclude></noinclude> 7czns2t2nrtupbk29s8oa8iy3jna14u Página:O escândalo do petroleo.pdf/223 106 242310 522932 521564 2024-12-26T14:30:48Z Erick Soares3 19404 522932 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|213}}</noinclude>cos, que o governo daquelle Estado celebrou com a Elbof. {{dhr}} 64. {{--}} Sobre a Companhia Brasileira de Petroleo, suas ligações são attribuidas á Royal Dutch and Shell. Tinha até ha pouco um capital de 140 contos, dividido em 7.000 acções de vinte mil réis cada uma. Desse capital, 75 contos foram realisados pelo acionista John N. Taves em bens e direitos, constantes de contrastos de opção, compra e arrendamento de terrenos petroliferos. A Companhia tem por objectivo compra e arrendamento, por conta propria ou de terceiros, de terrenos em que haja possibilidade de jazidas de petroleo, afim de fazer estudos, sondagens e desenvolver a exploração da industria extractiva de petroleo, por conta propria, ou contractar a exploração com emprezas extrangeiras. Até 31 de Dezembro de 1935 esta empreza tinha empregado 305 contos em contractos e opções, ou seja uma importancia equivalente a quasi tres vezes o montante de seu capital. Em 15 de Junho o capital foi augmentado para 500 contos, mediante a emissão de 360 contos de acções preferenciaes sobre as anteriores, quer quanto aos juros, quer quanto ao resgate. Consta do relatorio da directoria, relativo ao exercicio de 1935 (vide “Diario Official” da União, de 6 de Março ultimo {{--}} Doc. anexo n.{{gap}}): “Contractamos ainda 253 hectares de terrenos<noinclude></noinclude> sdyfsokzloamyzmjoyvt3e0v2ux65ae Página:O escândalo do petroleo.pdf/225 106 242311 522934 521581 2024-12-26T14:31:14Z Erick Soares3 19404 522934 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="4" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|215}}</noinclude>{{dhr}} 66 {{--}} Alem dessa subsidiarias, ou emprezas mascaras, os trusts possuem uma frente invisivel para estudos geologicos e contractos. O sr. Leonidas de Carvalho, por exemplo, agente de Standard, pode fornecer, nesse sentido se o quizer, á Commissão de Inquerito, caso esta lh’o peça, os mais preciosos e copiosos esclarecimentos. Poderá attestar a idoneidade do sr. Harry Koller, autor da carta já conhecida, porque foi seu companheiro no Departamento Legal e de Terras secreto do Brasil, cujo objectivo é o exame dos titulos de propriedade em face da legislação brasileira, a revisão dos terrenos e a realisação dos contractos. E o sr. Leonidas de Carvalho poderá ainda informar que o sr. Koller, antes de ser transferido para o Departamento Legal Invisivel, no Brasil, prestou servivos no Departamento Geologico, como engenheiro especialisado em todos os assumptos de petroleo, geologia, reconhecimentos, ligação de pine-lines, com curso completo de escola de minas e geral de geophysica. Nessa qualidade percorreu em reconhecimentos, durante annos, a zona paulista, Piracicaba, Pirajú, Timbury, todas as carvoeiras da zona mineira, Ribeirão Claro, Jacaresinho, Quatiguá, Colonia Mineira, S. Jeronymo, Guarapuava, no Paraná; Blumenau, em Santa Catharina, e o Rio Grande do Sul. Koller não é o exemplo individual isolado. Os monopolisadores mobilisam, secretamente, por<noinclude></noinclude> egs2ig9zxqaaqpi70y5dlcd5ext4vv2 Página:O escândalo do petroleo.pdf/224 106 242312 522933 521580 2024-12-26T14:31:00Z Erick Soares3 19404 522933 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|214|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>que julgamos petroliferos no Estado do Paraná, MANTENDO EM DIA TODOS OS COMPROMISSOS DA COMPANHIA COM OS PROPRIETARIOS DOS TERRENOS POR NOS CONTRACTADOS, de accordo com os contractos lavrados a nosso favor”. {{dhr}} 65. {{--}} O presidente da Companhia, sr. Oscar Raywood Taves, é norte-americano e os dois outros directores, srs. Frederico Vieirling e dr. Oscar Luiz Taves, são brasileiros. A respeito de suas actividades informa o sr. Henry Leonardos, filho do sr. Othon Leonardos, do Departamento Mineral, em artigo estampado na “Offensiva” em 28/12/1935, que a actuação desta empreza, que funcciona legalmente desde 1932, consta de tres phases: I {{--}} Compra, ou arrendamento de terrenos; II. {{--}} Estudos geologicos e geophysicos; III. {{--}} Perfurações. ''Esta ultima phase ainda não'' ''foi iniciada''. E accrescenta: “Onde quer que o engenheiro Oscar Luiz Taves se metta a procurar petroleo, apparece atraz delle o sr. Birnfeld {{--}} (presidente da Pan Geral e da Brasil Patentes). Dahi, os appellidos “O Gordo e o Magro” pelos quaes os dois são conhecidos no Paraná.” Em Pirajú e Ribeirão Claro quem appareceu ao lado do sr. Taves não foi o sr. Birnfeld; foi o sr. Leonidas de Carvalho, representante do sr. Ivar Hoppe, logo depois nomeado gerente da Standard Oil of Bolivia, quando estourou a guerra do Chaco. {{nop}}<noinclude></noinclude> p7y1levdi8td67iavbpaa5k87wx7vl7 Página:O escândalo do petroleo.pdf/226 106 242313 522935 521587 2024-12-26T14:32:04Z Erick Soares3 19404 522935 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|216|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>toda parte, uma equipe formidavel de dezenas, ou centenas de Kollers, um exercito occulto de especialistas eleitos, que se infiltram nos campos, no commercio, nas profissões liberaes, na administração publica, installando em todas as posições as fortalezas de seus interesses, ''para obstar a abertura'' ''e a exploração de fontes de petroleo no Brasil.'' Como guarda avançada {{--}} o vendedor avulso de gasolina. Não ha cidade, villa ou povoado, em que não exista uma bomba. Não ha bomba, onde não exista um agente dos ''trusts'', industriado e escolarisado, como temos verificado por toda parte, na defesa dos interesses de seus patrões, tudo vendo, ouvindo e informando. Cada qual é o ''je sais tout'', o ''Pathe Journal'' e o ''Sherlock'' de sua companhia... {{dhr}} {{t2|A RAÇA DOS ABNEGADOS}} {{dhr}} 67. {{--}} Quanto ás operações sociaes das companhias-mascaras, ha aspectos paradoxaes. O balanço da Pan Geral, de 31/12/35, accusa no seu activo as seguintes parcellas: {{dhr}} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | título = ''Direitos de pesquiza e exploração'' | página = 140:562$500 }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | título = ''Despezas de exploração'' | página = 1.221:764$930 }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | título = | nodots | página = {{rule|8em}} }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | título = Ou seja um total de reis | página = 1.362:327$430 }} applicados em contractos de sub-solo, bem superior ao seu capital de mil contos e com um passivo de 519 contos de contas a pagar. Como a Pan Ge-<noinclude></noinclude> 7iiaife4uj0ynbagu0gfm0295hlwf3a Página:O escândalo do petroleo.pdf/227 106 242314 522936 521597 2024-12-26T14:32:22Z Erick Soares3 19404 522936 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|217}}</noinclude>ral não está fazendo perfuração alguma, essas verbas indicam exclusivamente applicação no programma de apropriação de terras. {{dhr}} 68. {{--}} Na assembléa geral da Companhia Maritima de 31/1/36 (Diario Official” cit.),” o sr. presidente (dr. Paulo José Pires Brandão), {{--}} tendo EM VISTA OS PREJUIZOS HAVIDOS PELA COMPANHIA no anno social de 1935, conforme balanço annexo da directoria publicado pela imprensa, PROPÕE AOS SRS. ACCIONISTAS NÃO SEJA DISTRIBUIDO DIVIDENDO relativo ao anno de 1935. A moção é secundada e approvada unanimemente.” Por sua vez a Companhia Brasileira de Petroleo, no seu balanço de 1934, accusa um deficit de 104 contos, e no de 1935 um prejuizo de 131:876$700. {{dhr}} 69. {{--}} Por outro lado, é certo que todas essas emprezas mantêm seus compromissos em dia, gosam de credito commercial solido, e cumprem suas obrigações com regularidade de chronometros. Todas dão prejuizos, os accionistas sem dividendos, os directores sem vencimentos, cada vez mais contractos, todos os contractos no regimen das multas moratorias, as multas em dia, ''nenhuma perfuração {{--}} uma raça maravilhosa de abnegados do petroleo brasileiro''... {{nop}}<noinclude></noinclude> f3qzwxp4eo7tmees60a6jmr4uoemzea Página:O escândalo do petroleo.pdf/228 106 242315 522937 521598 2024-12-26T14:32:36Z Erick Soares3 19404 522937 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|218|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>{{dhr}} {{t2|CONTRASTES DE ATTITUDES}} {{dhr}} 70.{{--}} E’ evidente que todas essas companhias, manobradas pelos poderes occultos, querem apenas segregar os terrenos petroliferos, porque pretendem exactamente não furar. Qual a extensão de suas conquistas em nosso sub-solo? Ignoramos. Só a estructura de Washburne lhes deu em Pirajú e Ribeirão Claro ''cento e vinte e oito'' ''contractos!'' E quantos produziram á Pan Geral as doze estructuras localisadas por um só de seus geologos, o sr. Harry Koller? E as demais companhias? E que succedeu no resto do Brasil? Simples particulares, por muito que nos ésforcemos nas pesquisas, embebidos pela consciencia de uma causa culminante e nobre, nosso campo e nossos meios de acção são limitados. Vemos entretanto, que somente algumas notas colhidas em publicações officiaes desvendam um mundo consolidado dos interesses occultos. A machina official, que tudo devia saber, ignora tudo. Nem o Departamento, nem o Ministerio, estão ao par de nada. Ou porque não procuram saber, tendo todos os recursos para fazel-o. Ou porque ocultam o que sabem. Ou porque sabem o que occultam. Ha, entretanto, informes seguros de que, por entre os pinheiraes paranaenses, regorgitam nos<noinclude></noinclude> 7po5wj94bl7i0c9sp5lugrb3bhc9crk Página:O escândalo do petroleo.pdf/229 106 242316 522938 521599 2024-12-26T14:32:45Z Erick Soares3 19404 522938 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|219}}</noinclude>cartorios de Garapuava, de Palmas, de Porto Victoria, escripturas identicas. Em todo o extenso valle do Rio Jangada, centenas de pequenos proprietarios, que o povoam, recebem o soldo decennal dos trusts. Em Mato Grosso, em todo o vasto Chaco ou Pantanal, domicilio prehistorico do mar de Xaraés, onde se acamam os sedimentos do extincto mediterraneo da America do Sul {{--}} quer nas fronteiras com a Bolivia, quer nos limites com o Paraguay {{--}} a infiltração e as tentativas de infiltração se multiplicam pela mesma forma. E, no mesmo estylo, pelo paiz alem... Todavia, o sr. ministro da agricultura, a pg. 86 das “Bases para o Inquerito” conta-nos, com aquella grande simplicidade official: “''O Departamento Nacional de Producção'' ''Mineral não tem conhecimento das acquisições de'' ''terras a que allude o missivista (Monteiro Lobato),'' ''salvo das que passaram a constituir o patrimonio'' ''da Companhia Petroleo Nacional S/A (de Alagoas)''. Não fora certo que o peor cego do mundo é aquelle que não quer ver... {{dhr}} 71. {{--}} E’ de assignalar-se, neste passo, um vivo contraste de attitudes. Emquanto as emprezas extrangeiras timbram em não abrir perfuração, todas as brasileiras só se organisam para perfurar. Desde o primeiro emprehendimento de Eugenio Ferreira de Camargo até o dia de hoje,<noinclude></noinclude> srzhkfkkzoizvzvbs0rzureepu81zj8 Página:O escândalo do petroleo.pdf/230 106 242391 522939 521927 2024-12-26T14:33:01Z Erick Soares3 19404 522939 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|220|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>seja a Cruzeiro do Sul, seja a Petrolifera Brasileira, seja a Petroleos do Brasil, seja a Petroleo Nacional, todas nasceram sob o signo das perfurações {{--}} e perfuram até exgottarem os seus ultimos recursos. Ahi estão, a Petrolifera, com um poço de 1300 e tantos metros, que só se aprofunda lentamente porque lenta é a colheita dos meios necessarios; a Cruzeiro do Sul, com um poço de 430 metros e a Petroleos do Brasil, com outro poço de 1070 metros, anibos paralysados por falta de capitaes {{--}} justamente porque o departamento mineral lhes embargou novos levantamentos por subscripção, com a sua intervenção nefasta; a Petroleo Nacional, com um segundo poço de 300 metros em trabalhos, depois de ter perdido o primeiro por sabotagem do pontifice do ministerio, sr. Victor Oppenheim {{--}} sempre encarniçadamente guerreada, desde o lançamento do primeiro manifesto. E onde as perfurações da Pan Geral? da Maritima? da Brasileira de Petroleo? da Brasil Patentes? da Nacional de Petroleo? {{dhr}} 72. {{--}} Fala-se nas maravilhas do nacionalismo do Codigo de Minas. Mas ''os seus obstaculos são'' ''magnificas maneiras de cooperação com o programma das emprezas extrangeiras, que não querem tirar, nem que se tire petroleo''. Seus embaraços algemam apenas as nacionaes. Estas não<noinclude></noinclude> sj3eth9qu5zqlsq12n0d7t2xsr3hxws Página:O escândalo do petroleo.pdf/231 106 242392 522940 521928 2024-12-26T14:33:17Z Erick Soares3 19404 522940 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|221}}</noinclude>dispoem de capitaes para immobilisar em contractos, pagando a multa annual moratoria de não perfuração. Todo o dinheirinho que obtêm, empregam logo na abertura de poços. As extrangeiras, ao contrario, manejam largos recursos para paralizar as explorações do sub-solo, visto como a immobilisação desses recursos no Brasil representa a segurança de sua renda no exterior, á custa do Brasil. O Codigo de Minas, com a sua “selva oscura” de formalismos, de absurdos os mais inacreditaveis, de grosseiro inconstitucionalismo e de centralismo inquisitorial, foi, nestes annos, o maior desastre possivel para o problema do petroleo brasileiro, peiando, com suas amarras, as nossas iniciativas e cooperando, de forma decisiva, para o bom exito dos interesses escravagistas do combustivel liquido. {{dhr}} 73. {{--}} As Donzellas de Ruão do nacionalismo do sub-solo apregoaram muito cêdo a vinda dessa codificação messianica. Deante de sua iminencia, antes que fosse extincto o dominio privado do sub-solo para attribuil-o, como se pretendia, á Nação, os interesses secretos lançaram mão de todos os recursos para a politica de acaparamento denunciada por ''K''oller, isto é, para obter os contractos e opções á sombra do direito anterior, convertendo-os em direito adquirido, a tempo e a hora, antes do golpe<noinclude></noinclude> 9rhaari8funw8mf7oeky2wiyolfcvc6 Página:O escândalo do petroleo.pdf/232 106 242393 522941 521929 2024-12-26T14:33:29Z Erick Soares3 19404 522941 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|222|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>pseudo-nacionalisador. Esse direito hiberna dentro dos contractos e asphyxia quaesquer iniciativas. Promulgado o Codigo, cada um desses grupos estava em condições de sorrir: “Je m’en fiche... Minha vida está arumada. Não desejo mesmo tirar petroleo...” Assim o Codigo, com o pretenso intuito de defender para a nacionalidade o sub-solo, nada mais fez do que servir os interesses invisiveis dos trusts omnipotentes. Nunca tivemos sinistro egual. Catclysmo para nós. Para elles, ouro sobre azul. Emfim, o Codigo de Minas nada mais é que optima tranca apposta a uma casa despojada. Não lhe resta outra finalidade, actualmente, que ''impedir a entrada dos seus legitimos senhores e'' ''possuidores''. As melhores joias DELLA RETIRADAS estão no cofre de aço dos contractos e opções, estylo Pirajú e Ribeirão Claro... {{dhr}} {{t2|DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS}} {{dhr}} 74. {{--}} A lucta das iniciativas nacionaes contra os interesses dos trusts é dolorosamente desegual. Não basta que o Codigo de Minas, creado para interdictar a entrada dos extrangeiros, só lhes viesse beneficiar; não basta que seus entraves tolhessem exclusivamente as nossas actividades, com a politica de difficultar a exploração do petroleo; não basta que,praticamente, aquelle esta-<noinclude></noinclude> eyf84ajugepri4qnsiuotg67y2zsqa0 Página:O escândalo do petroleo.pdf/233 106 242413 522942 522020 2024-12-26T14:33:39Z Erick Soares3 19404 522942 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|223}}</noinclude>fermo, eliminando possibilidade de nossa concurnencia, constituisse o melhor feito até hoje realisado pelos escravisadores do combustivel. A desigualdade ainda mais iniquamente se aggrava com a duplicidade do principio de fiscalisação sobre as emprezas de pura formação nacional. E’ aquillo que o eminente sr. Odilon Braga chama “a mentalidade technocratica que assegura aos orgãos technicos regularmente constituidos o direito de dictar normas de conducta ás emprezas particulares, com o direito de intervir até no mais intimo de sua economia, para o fim de acautelar os interesses de seus accionistas e os da vida social.” {{dhr}} 75. {{--}} Esse thema não se encaixa em nossa legislação. As sociedades anonymas dividem-se entre as que precisam e as que não precisam de autorisação do governo para funccionar, entre as que dependem e as que não dependem de fiscalisação para sua vida financeira. As sociedades de mineração e petroleo incluem-se entre as de livre organisação. São seus accionistas os fiscaes dos proprios interesses, pelo jogo de direito e de defesas, que a lei lhes outorga, atravez das assembléas, dos conselhos fiscaes, das administrações e das vias judiciarias. A intervenção, pois, do Departamento na vida financeira das nossas emprezas, na questão das subscripções, do augmento ou reducção de<noinclude></noinclude> 2lbpkfjci8ugfo6ifakptea1l1j2qqs Página:O escândalo do petroleo.pdf/234 106 242414 522943 522021 2024-12-26T14:33:51Z Erick Soares3 19404 522943 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|224|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>capitaes e outras equivalentes, não tem assento em lei. Não é nesse terreno que se exerce a funcção technica e administrativa do Departamento. {{dhr}} 76. {{--}} Admittido, porém que fosse esse o criterio legal, deveria applicar-se indistinctamente tanto ás emprezas nacionaes, quanto ás extrangeisas. Mas o furor nacionalista do Departamento só se volta contra a prata de casa, com “aquellas razões que, segundo Monteiro Lobato, lembram as dos inquisidores, que queimavam vivos os herejes com o piedoso intuito de evitar effusão de sangue. O Departamento destruiu a Petroleos de dó dos accionistas da Petroleos...” Para as emprezas não brasileiras, nada ''de ter'' ''dó dos accionistas''. Como vimos, seus directores realisam contractos e não cumprem. Sujeitam-se ás multas. Não abrem poços. Não fazem coisa alguma. Deixam as sociedades paradas. Sem rendimentos. São só despezas. Nada de dividendos. Os directores não ganham. Obter producção do sub-solo não lhes passa pelo cerebro. Tudo ruinoso em materia de administração. Tudo contrario aos interesses dos accionistas... Uma verdadeira jiga-joga. A Brasileira de Petroleos começa com um capital de 170 contos. Sobe para 330. Depois torna a baixar para 140. Agora, augmenta para 500. Emitte 360 contos de acções preferenciaes com prejuízo das primeiras. Uma anarchia... E o Departamento não se com-<noinclude></noinclude> 2gzp3ly0g0f0tr84449haktyra0akn9 Página:O escândalo do petroleo.pdf/235 106 242415 522944 522022 2024-12-26T14:34:07Z Erick Soares3 19404 522944 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|225}}</noinclude>move com a desgraça de seus accionistas !... Reserva sua compaixão apenas para os accionistas e para os subscriptores da terra. A Petroleo Nacional pede vinte mil contos ao publico para perfurar? Não caiam nessa. Alagoas é um negocio de má fé. A Petroleos do Brasil precisa de mais capitaes para perfurar? Não arrisquem dinheiro nessa impostura. O sr. Oscar Cordeiro quer explorar as minas do Lobato? Como? Pois não sabem que elle falsificou as amostras para inculcar petroleo ? Tudo caraminholas... estellionatos... Não ha estructuras em S. Paulo, nem na Bahia, nem em Riacho Doce... Para que perfurações inuteis ?... Deixem isso para as sociedades extrangeiras, que podem sacrificar os seus accionistas escandalosamente, com o onus do soldo decennal, e multas sobre multas... {{dhr}} 77. {{--}} Essa, a incomparavel e dupla acção intervencionista do Departamento. Porque perfuram, as companhias nacionaes são tuteladas, curateladas, perseguidas pelos communicados, boletins e relatorios officiaes. Porque não perfuram, as filhas dilectas dos trusts, delle desconhecidas, gosam da mais desconhecida liberdade. O Departamento esmiuça o que não podia : a vida intima, recatada e honesta de nossas emprezas. Ignora, porém, o que devia saber : o<noinclude></noinclude> 4r9kpt2bxtk9j5m6ykzacqzm1opn0bx Página:O escândalo do petroleo.pdf/236 106 242456 522945 522153 2024-12-26T14:35:38Z Erick Soares3 19404 522945 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|226|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>escandaloso acaparamento de terrenos petroliferos pelas emprezas de fóra. No fundo, não ha contradicção alguma... São umas aborrecidas, porque querem tirar petroleo; outras despenadas de incommodos, porque não o querem tirar. E’ a logica natural e crystallina ''do não . ''deixar que o tirem''... Dois, não. Um só peso e uma só medida. {{dhr|2em}} {{t2|O ESCANDALO DOS MALOPS}} {{dhr}} 78. {{--}} Em face da exposição, devidamente comprovada que acabamos de fazer, comprehende-se muito claramente por que os trusts collocaram os srs. Mark Malamphy e Victor Oppenheim no Departamento Mineral como aquellas “duas peças mestras, a que se refere a “Carta Aberta” de Monteiro Lobato, que estão para o organismo como o cerebro humano está para o corpo.” Elles completam o apparelhamento da machina de sabotagem erguida dentro do paiz. Açambarcando os terrenos, não deixam os particulares explorar o sub-solo. Açambarcando a administração, impedem o poder publico de fazel-o. Em outros termos: para neutralisar as iniciativas privadas, os contractos de não perfuração e o Codigo de Minas. Para despistar a administração, o hierophantismo das “Rochas Gondwanicas”. {{nop}}<noinclude></noinclude> 8m9gr5dnqumpufplwn6a72j7fznhlet Página:O escândalo do petroleo.pdf/237 106 242457 522946 522154 2024-12-26T14:35:56Z Erick Soares3 19404 522946 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|227}}</noinclude>{{dhr}} 79. {{--}} Coube a Monteiro Lobato, pela providencia das circumstancias, conseguir a prova das tendenciosas actividades daquelles dois lobulos cerebraes do Departamento. Denunciou-a ao paiz, na sua famosa “Carta Aberta”, de Fevereiro ultimo, intitulada “Porque o Brasil não tem petroleo”. Esse terrivel libello abalou a consciencia nacional, determinou a formação da Commissão de Inquerito e teve larga divulgação em revistas da maior autoridade, na Argentina e nos Estados Unidos. Não é mister reproduzil-a. Façamo-lhe apenas a summula: dois funccionarios do Departamento Mineral annunciam-se no exterior. Em seguida, consoante a correspondencia conhecida, entram em negocios no estrangeiro, para fornecer elementos relativos ás possibilidades de petroleos, obtidos no decurso de trabalhos technicos por elles contractados com o governo brasileiro. {{dhr}} 80. {{--}} Posta asim a questão nos devidos termos, analysemos serenamente a carta de Malamphy, tanto sob o ponto de vista juridico, quanto sob o moral e o administrativo. Quanto ao primeiro: por direito civil, nos contractos de locação os serviços executados pertencem ao locatario e não ao locador. Feitos por funccionarios publicos contractados, obedecem á mesma regra: são propriedade do Estado. Utilisando-se desses trabalhos para fins pessoaes e mercantis, incidiram aquelles func-<noinclude></noinclude> j6jlzxdm4s9xqk6mtlh98cfpss46kbm Página:O escândalo do petroleo.pdf/238 106 242458 522947 522155 2024-12-26T14:36:16Z Erick Soares3 19404 522947 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|228|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>cionarios em flagrante violação de contracto. Quanto ao segundo: uma vez realisados os trabalhos, só a administração pode divulgal-os, salvo a todos os cidadãos o direito de obter certidões, conforme dispositivo constitucional, resguardado o caso de sigillo imposto pelo interesse publico. Procedendo de forma diversa, aquelles funccionarios violaram o direito administrativo. Alem do direito civil e do direito administrativo, infligiram o direito penal: cairam em prevaricação, ou abuso de funcções. Sobre o dolo civil, o dolo criminal. {{dhr}} 81. {{--}} E’ claro que os dois funccionarios não entraram em negociações para declarar que “não ba petroleo no Brasil”. O mutuo entendimento processava-se necessariamente na base da existencia de campos petroliferos. Para exploral-os? Para acaparal-os? Pouco importa. Elles concorriam com o conhecimento da existencia desses campos. Conhecia-os o Estado? Não. Se os conheces-se, o Brasil os conheceria. E’, pois, patente o dolo; ou os legitimos resultados dos estudos foram entregues ao Estado ou não foram. Se não o foram, então estariamos em face da mais vergonhosa das prevaricações, com a mais ostensiva das apropriações indebitas. Seria mão baixa, clandestina e sobrepticia, da coisa alheia, occultando-a do dono e deixando de fazer della uso certo e determinado, em razão do emprego que exerciam. Isto é, seria a apropriação inde-<noinclude></noinclude> 4evmnub6i0zh6wdt98fx2r8djkx9imu Página:O escândalo do petroleo.pdf/239 106 242496 522948 522251 2024-12-26T14:36:27Z Erick Soares3 19404 522948 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|229}}</noinclude>bita, interceptando o conhecimento e a posse da da coisa ao legitimo proprietario. Se o foram, então os srs. Mark Malamphy e Victor Oppenheim praticam uma ''parceria, ou communhão sui generis'' com o Estado. Embora recebessem deste integral pagamento do salario e custeio de serviço, ainda cubiçam a meação da safra, com uma partilha singular: para o Estado só tem tocado o joio, isto é, os resultados negativos do “não-ha-petroleo” e para os segadores da safra sómente o trigo, isto é, os resultados positivos do “ha-petroleo” de valor mercantil internacional. {{dhr}} 82. {{--}} O corpo de delicto disso tudo é a carta de Malamphy. Uma vez exhibida, patenteou-se a situação juridica dos dois socios da firma Malop, como infractores do direito civil, transgressores do direito administrativo, violadores do direito penal. A’ administração corria o imperativo de agir com energia, segurança e rapidez. Providencia primeira e immediata: o afastamento dos funccionarios de seus cargos. Elles proprios deveriam ser os primeiros a solicital-o, por um natural movimento de pundonor e para dar liberdade de acção ao governo. Mais tarde, verificada a improcedencia das accusações, obteriam a devida reparação moral e material. Não o tendo feito, ao eminente titular da pasta da Agricultura convinha determinal-o, como ma cautela elementar nesses casos sempre indi-<noinclude></noinclude> 12sj5xmjrp09mo090ac6le0o4jqj1dx Página:O escândalo do petroleo.pdf/240 106 242497 522949 522252 2024-12-26T14:36:43Z Erick Soares3 19404 522949 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|230|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>cada aos altos dirigentes. E alem do processo adminstrativo, que acaso se instaurasse, seria de bom conselho entregar o facto ao conhecimento da justiça Publica {{--}} tal a sua terrivel gravidade perante o problema mais crucial do Brasil. {{dhr}} 83. {{--}} Houve por bem, entretanto, entender de modo diverso o illustre magistrado administrativo da Praia Vermelha. Afigurou-se a S. Exc., consoante pondera nas “Bases para o Inquerito”, que “os chamados annuncios pareciam não ter intuitos mercantis”. Afigurou-se-lhe mais que “se considerarmos que os contractos do Ministerio são refeitos annualmente, nenhuma segurança havendo de sua continuação, concluiremos por julgar admissiveis que os contractados, sendo extrangeiros, cuidem de prevenir suas futuras collocações”. São dois argumentos discutiveis, duas conjecturas de natureza puramente intima e subjectiva, no mundo inconsistente das intenções. Ora, nós não queremos collocar a questão no terreno da controversia. Preferimos resolvel-a em um terreno absolutamente pacifico. {{dhr}} 84. {{--}} Ha um principio indiscutivel e expresso de direito commercial, segundo o qual o facto posterior praticado pelas partes é a melhor interpretação dos actos e dos contractos. Sobre isso, que é direito escripto, por certo o exmo. sr. ministro não levantará a menor duvida. {{nop}}<noinclude></noinclude> 4mg15ila9b87oc4lvvza7tiisccj0yu Página:O escândalo do petroleo.pdf/241 106 242498 522950 522253 2024-12-26T14:36:57Z Erick Soares3 19404 522950 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|231}}</noinclude>Appliquemol-o no caso em especie. Um interessado, lendo um annuncio, escreve ao annunciante propondo um negocio de petroleo no Brasil. O anunciante responde que está prompto a “offerecer cooperação para qualquer empreza legitima que tiver em vista AS POSSIBILIDADES DE PETROLEO NO BRASIL” Pede aos ''interessados nessas possibilidades'' que se communiquem com elle, dando uma ideia geral dos planos, que terá o maior prazer em discutir o auxilio que poderá prestar-lhes.” Essa carta é o facto posterior ao annuncio, que o interpreta em suas finalidades. Essas finalidades são nitidamente commerciaes e NA VIGENCIA DOS CONTRACTOS DOS FUNCCIONARIOS COM O GOVERNO. Como não se achavam trabalhando por conta propria, não tinham a faculdade de dispor de seus estudos e pesquizas. Esses estudos e pesquizas eram de caracter a corroborar a existencia das possibilidades de petroleo neste paiz, mas pertenciam ao Estado. Estavam, portanto, os funccionarios lançando mão do patrimonio administrativo, para interesse commercial seu. O seu afastamento aconselhava-se, portanto, como cautela elementar, até a apuração de suas responsabilidades. {{dhr}} 85. {{--}} Admitte ainda o digno ministro, que se elles estivessem estipendiados pela Standard<noinclude></noinclude> jfo9pcyy6ljm7ksbn3a3nvxse6ojuz9 Página:O escândalo do petroleo.pdf/242 106 242516 522951 522297 2024-12-26T14:37:16Z Erick Soares3 19404 522951 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|232|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>não necessitariam de taes propagandas e de taes actividades. A “Carta Aberta” de Monteiro Lobato não individualisa a Standard. Standard é symbolo. Allude, sim, por varias vezes, englobadamente, ás entidades extrangeiras que namoram “o petroleo que officialmente não temos”; á “politica dos grandes trusts de petroleo” etc. Seja como fôr, o argumento ministerial é de que o annuncio induz que não estavam a soldo da Standard. Essa explicação pecca por nimio simplismo. A missão dos technicos do Ministerio não é prear contractos e opções. Para o acaparamento das terras ha as sociedades especialisadas e organisadas em pleno funccionamento, e com fulgurante successo. O papel dos technicos é despistar, desnortear a administração, afastal-a de S. Paulo, de Matto Grosso, do Nordeste, mandal-a para o Acre... Os technicos contractados ficam, entretanto, relativamente livres para o arranjo de seus “bicos”. São negociosinhos á parte, á custa das estructuras descobertas no serviço federal. Os interesses occultos, complacentes e generosos, não se dedignam por a firma Malop arrumar tambem a sua estructurasinha, como reforço de bonificação... O sr. Oppenheim, que dispendia em Alagôas varias vezes o montante de seu ordenado, explicava ao sr. Edson de Carvalho que praticava a geologia por esporte, visto como possue solida<noinclude></noinclude> b091p4dtgs1ttjt7j1hrk5oyf0pp12b Página:O escândalo do petroleo.pdf/243 106 242517 522952 522298 2024-12-26T14:37:38Z Erick Soares3 19404 522952 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|233}}</noinclude>fortuna pessoal no extrangeiro. Somente fortuna, talvez não.. Naturalmente tambem outros companheiros do mesmo genero de esporte, que é o ''de'' ''impedir a exploração do petroleo no Brasil''... {{dhr|2em}} {{t2|O AÇAMBARÇAMENTO DO MINISTERIO}} {{dhr}} 86. {{--}} O açambarcamento da administração pelo sr. Victor Oppenheim está publicamente confessado pelo eminente sr. Odilon Braga, em varios topicos de seu relatorio. Foi o sr. Oppenheim, proclama s. exc., quem mudou a orientação pratica do Ministerio. Foi o sr. Oppenheim, que “a assentou num claro e racional systema de idéas, exposto na sua, por todos os titulos, notavel monographia sobre “Rochas Gondwanicas e Geologia do Petroleo no Brasil Meridional”. Foi o sr. Oppenheim o autor desse “documento fundamental que, neste instante, com o pleno e consciente apoio do Ministro, serve de base á acção official”. Evidentemente, convertendo ao seu credo technico o titular da pasta da agricultura, o sr. Oppenheim açambarcou a administração, açambarcando-lhe a cabeça. {{dhr}} 87. {{--}} Mas o honrado ministro foi trahido na sua confiança illimitada. Tanto quanto a famosa carta commercial é um corpo de delicto provindo de Mark Malamphy, {{--}} assim as “Rochas Gond-<noinclude></noinclude> 5isgdhadfzr2lxevzlmzly8tfpe36mi Página:O escândalo do petroleo.pdf/244 106 242518 522953 522299 2024-12-26T14:37:51Z Erick Soares3 19404 522953 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|234|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>wanicas” são outro corpo de delicto fornecido por Victor Oppenheim, ambos como autores de attentados contra os mais sagrados interesses nacionaes. A Commissão do Inquerito já teve oportunidade de verificar naquella monographia um sem numero de adulterações. Truncaram-se os verdadeiros perfis geologicos de S. Paulo e de Alagôas, para chegar-se a conclusões negativas em relação ás zonas de facil exploração do petroleo, para anniquilar as emprezas nacionaes nellas interessadas e para arredar-nos até ás regiões longinquas, inhospitas e difficilmente accessiveis das fronteiras do Perú. Quanto á Bahia, visando annullar os esforços do sr. Oscar Cordeiro, Oppenheim informou officialmente, no respectivo processo, que as amostras remettidas por aquelle interessado eram extranhas ao local. Um caso de policia. Mas os depoimentos prestados pelos engenheiros Augusto Fontenelle e Sylvio Fróes de Abreu, com os quaes os srs. Henry e Othon Leonardos se puzeram de accordo, {{--}} desmentiram a informação official de Oppenheim. O petroleo era do local. {{dhr}} 88. {{--}} Neste passo, ''mutatis mutandis'', observa-se a mesma politica do falseamento, praticada na Argentina pelos trusts. Em entrevista á imprensa, á proposito da visita recentemente feita por uma caravana do Instituto de Engenharia de<noinclude></noinclude> 78s5w38zo6gznuksrq3o2qdl5hqgaq6 Página:O escândalo do petroleo.pdf/245 106 242553 522954 522354 2024-12-26T14:38:12Z Erick Soares3 19404 522954 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|235}}</noinclude>S. Paulo á Republica do Prata, conta-nos o illustre engenheiro paulista Flavio de Carvalho: “Conversando com um de seus engenheiros e como lhe dissessemos que no Brasil se presumia que grandes empresas petroliferas internacionaes estão difficultando as pesquisas, desmoralizando os esforços honestos que estão sendo feitos para localizar bolsas de petroleo, o referido engenheiro nos disse o seguinte: “A principio aconteceu a mesma cousa comnosco. As amostras que remettiamos para os Estados Unidos vinham com resultados negativos, até que um engenheiro argentino, estranhando esse facto, se deu ao trabalho de refazer todas as analyses que vinham da America do Norte. O resultado foi surprehendente, porquanto ficou comprovado que as analyses feitas naquelle paiz eram systematicamente falsificadas e adulteradas. Diante disso o governo resolveu interessar-se pelo problema e o resultado é este que ahi temos: o petroleo constituindo uma das grandes riquezas da Argentina”. {{dhr}} 89. {{--}} Que Oppenheim foi apanhado em falso nos seus trabalhos sobre S. Paulo não resta a menor duvida, deante da replica esmagadora de Washburne, que Monteiro Lobato ajuntou ao seu depoimento. Com sua indiscutivel autoridade Washburne affirmou as possibilidades do petroleo devonia-<noinclude></noinclude> a97scubc25wgwkfyv6yu26ww8zypj7y Página:O escândalo do petroleo.pdf/247 106 242555 522955 522356 2024-12-26T14:39:13Z Erick Soares3 19404 522955 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|237}}</noinclude>PESQUIZAS DE PETROLEO NO ESTADO DO PARANA”. Quer isso dizer que a hypothese de Washburne passou a ser uma realidade confirmada pelos factos e a these de Oppenheim uma hypothese por estes desmentida. {{dhr}} 90. {{--}} Não é esse, entretanto, o unico ponto importante da communicação de Eusebio de Oliveira. Mais importantes, ainda, são as seguintes conclusões: “...OS TRABALHOS DE GENERALISAÇÕES, COMO FORAM FEITOS HA POUCO PELO SR. VICTOR OPPENHEIM, TEM POUCA SIGNIFICAÇÃO PARA O FIM DE LOCALISAR PONTOS DE SONDAGENS. DE FACTO TAES TRABALHOS NÃO PERMITTEM AMPLIAR OS CONHECIMENTOS DE GEOLOGIA DOS TERRITORIOS, UMA VEZ QUE FORAM FEITOS TENDO POR OBJECTIVO O CONHECIMENTO GERAL DE UMA GRANDE AREA, QUANDO DEVERIAM SER FEITOS TENDO POR OBJECTIVO O CONHECIMENTO DETALHADO DE UMA AREA PEQUENA”. {{dhr}} 91. {{--}} Ora, as “Rochas Gondwanicas” foram adoptadas no Ministerio como supremo guia de sua orientação. E’, portanto, tambem um guia de sondagens. As sondagens devem desenvolver-se consoante as suas conclusões. Mas, se “os tra-<noinclude></noinclude> ehihbcdfsgocl25my6p683birpf5apb Página:O escândalo do petroleo.pdf/249 106 242587 522956 522455 2024-12-26T14:39:46Z Erick Soares3 19404 522956 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|239}}</noinclude>“Diario de S. Paulo”, de 11 de Março ultimo, assim os julga: {{dhr}} <blockquote> “... dois profissionaes extrangeiros, nem<br>“peiores, nem melhores que o typo corriquei-<br>“ro e ''standard'' de geologo de qualquer parte<br>"do mundo, sem renome internacional algum,<br>"nem mesmo nos proprios paizes de origem,<br>"QUE AQUI VIERAM APRENDER COM A<br>"PRIMEIRA ESCOLA BRASILEIRA TUDO<br>"O QUE ORA SABEM SOBRE GEOLOGIA<br>"DO BRASIL, até mesmo o nome das forma-<br>"ções geologicas, para então começarem a<br>"produzir trabalho util. "... pobres technicos, a que me refiro,<br>"cujo grande merit“ é a boa vontade em<br>“aprender o que se lhes ensina no que se re-<br>“fere á geologia do Brasil”... </blockquote> {{dhr}} Já sobre Washburne, outro é o juizo critico de Glycon de Paiva: “Washburne, autor do ''monumental relatorio'' “The Petroleum Geology of the State of S. Paulo”, ''de renome universal, incontestavelmente o maior especialista de petroleo'' ''que jamais tivemos''”. (Entre parenthesis: Glycon de Paiva apenas se equivocou ao affirmar que apezar do immenso prestigio scientifico da palavra de Washburne, “mau grado a risonha perspectiva que lançou sobre as possibilidades do petroleo devoniano, ape-<noinclude></noinclude> qi9j3c037171bsderbsq83jkkatrl6c Página:O escândalo do petroleo.pdf/253 106 242623 522957 522581 2024-12-26T14:40:21Z Erick Soares3 19404 522957 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|243}}</noinclude>naes, depois da ocupação previa do sub-solo pelos poderes invisiveis. ''Emfim, uma machina authenticamente primorosa de não de não tirar e de não deixar tirar petroleo''... {{dhr}} {{t2|TERCEIRA PARTE: O CODIGO DE MINAS<br/>COICE DE GIRAFA}} {{dhr}} 96. {{--}} O Codigo de Minas é, no momento, a barreira de pedra, a muralha viva que tranca os caminhos para a solução do problema de petroleo. E’ o paraiso dos trusts e o inferno das emprezas nacionaes. Sobra razão, ás carradas, a Monteiro Lobato para affirmar que “''o Departamento concebeu um'' ''meio indirecto de impedir, da maneira mais absoluta, que alguem tire petroleo no Brasil”. ''Esse'' ''meio é o actual Codigo de Minas, o “capolavoro”'' ''de Departamento''”. O impedimento é absoluto, tanto pelo lado da impossibilidade de qualquer exploração economica, quanto pelo lado da sua monstruosidade contra o direito. {{dhr}} 97. {{--}} Essa a questão fundamental para o bom exito da Commissão de Inqucrito e para a salvação do paiz. Sem remover summariamente o paredão vulcanico, que barra a estrada, nada pode a Commissão produzir de util aos seus fins e ás es-<noinclude></noinclude> smbu6qndjplaghhhe29kwl7agxolxu6 Página:O escândalo do petroleo.pdf/260 106 242689 522958 522738 2024-12-26T14:40:50Z Erick Soares3 19404 522958 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|250|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>é a lição de Direito Administrativo de Themistocles Calvacanti; o terceiro, é a preliminar de inconstitucionalidade levantada em juizo pelo Estado de S. Paulo. Valho-me dessas autoridades, para soccorrerem, com suas luzes, a pouquidade da minha. {{dhr|2em}} {{t2|AZEVEDO MARQUES E O CODIGO DE MINAS}} {{dhr}} 105. {{--}} Abordado pela Procuradoria de Terras de S. Paulo, sobre a questão primordial de saber-se se tem qualquer valor juridico o Codigo de Minas em face da Constituição Federal, manifestou-se pela seguinte forma o insigne professor Azevedo Marques, da Faculdade de S. Paulo, cujos meritos excusamo-nos de enaltecer, sobretudo perante a Commissão de Inquerito que tem como presidente um seu antigo companheiro do ministerio Epitacio Pessôa: “O decreto Federal n.º 24.642, datado de 10 de julho de 1934, que formulou um “Codigo de Minas”, só foi publicado officialmente no “Diario Official” em 20 desses mesmos mez e anno, quando já estava em pleno vigor a Constituição Federal de 16 de Julho de 1934. Quer dizer que ''não podia entrar em vigor antes de 20 de julho de'' 1934. Quer dizer que a sua promulgação ''só teve nascimento em'' 20 ''de julho de''<noinclude></noinclude> 8jlxwgc4n89f752b7uvtgnxhchkaa4m Página:O escândalo do petroleo.pdf/262 106 242691 522959 522742 2024-12-26T14:41:04Z Erick Soares3 19404 522959 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|252|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>“Eleito o Presidente da Republica, como foi, desde então elle perdeu a attribuição revolucionaria de promulgar leis sanccionadas anteriormente por elle mesmo como dictador. O exposto é sediço e está expresso na actual Constituição Federal arts. 22, 39, 41, 43, 45, § 4.º, 48, 56, n.º I, e nas Disp. Trans. arts. 1 e 2. O Cod. das Minas, sem querer, o reconhece no art. 10: {{--}} “publicação”. {{--}} Se mais fosse necessario dizer, bastaria um argumento irrespondivel, que é o seguinte: “Ninguem sustentará a legalidade constitucional de uma lei feita e assignada, isto é, sanccionada pelo Presidente da Republica dois ou tres annos antes da Constituição, mas promulgada, pela publicação official, um ou dois annos depois da Constituição. Ora, dois ou tres annos, no caso, equivalem a 10 ou vinte dias. ''Logo, em summa, o'' “''Cod. de Minas''” ''é inexequivel e inconstitucional,'' ''nasceu de quem não podia dar-lhe vida, em'' 20 ''de'' ''julho de'' 1934, a menos que se queira, teimosamente, crear um precedente perigosissimo e um desrespeito á Constituição, que para a vida nacional deve ser defendida rigorosamente num momento tão delicado como o actual...” {{dhr}} {{t2|CODIGO DA INJURIA}} {{dhr}} 106 {{--}} Ouvido sobre se estaria o Codigo de Minas approvado pelo art. 18 das Disposições<noinclude></noinclude> pre41sutn7xuaqkxo3sj1dml5v8kdjg 522960 522959 2024-12-26T14:41:19Z Erick Soares3 19404 522960 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|252|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>“Eleito o Presidente da Republica, como foi, desde então elle perdeu a attribuição revolucionaria de promulgar leis sanccionadas anteriormente por elle mesmo como dictador. O exposto é sediço e está expresso na actual Constituição Federal arts. 22, 39, 41, 43, 45, § 4.º, 48, 56, n.º I, e nas Disp. Trans. arts. 1 e 2. O Cod. das Minas, sem querer, o reconhece no art. 10: {{--}} “publicação”. {{--}} Se mais fosse necessario dizer, bastaria um argumento irrespondivel, que é o seguinte: “Ninguem sustentará a legalidade constitucional de uma lei feita e assignada, isto é, sanccionada pelo Presidente da Republica dois ou tres annos antes da Constituição, mas promulgada, pela publicação official, um ou dois annos depois da Constituição. Ora, dois ou tres annos, no caso, equivalem a 10 ou vinte dias. ''Logo, em summa, o'' “''Cod. de Minas''” ''é inexequivel e inconstitucional,'' ''nasceu de quem não podia dar-lhe vida, em'' 20 ''de'' ''julho de'' 1934, a menos que se queira, teimosamente, crear um precedente perigosissimo e um desrespeito á Constituição, que para a vida nacional deve ser defendida rigorosamente num momento tão delicado como o actual...” {{dhr|2em}} {{t2|CODIGO DA INJURIA}} {{dhr}} 106 {{--}} Ouvido sobre se estaria o Codigo de Minas approvado pelo art. 18 das Disposições<noinclude></noinclude> kwgxb4tt0k1yjp112p97n27q02o5pf8 Página:O escândalo do petroleo.pdf/265 106 242697 522961 522752 2024-12-26T14:41:52Z Erick Soares3 19404 522961 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|255}}</noinclude>O art. 5.º reza: “As jazidas conhecidas pertencem aos proprietarios do sólo, onde se encontrem, ou a quem fór por legitimo titulo. § 1.º {{--}} As jazidas ''desconhecidas'', quando descobertas, serão incorporados ao patrimonio da nação, com propriedade imprescriptivel e inalienavel. § 2.° {{--}} Só serão consideradas conhecidas, para os effeitos deste Codigo, as jazidas que forem manifestadas ao poder publico na fórma e prazo prescriptos no art. 10". {{dhr}} ''O qualificativo de'' insensato ''é muito doce para'' ''taes textos'', mas não queremos dizer que, ahi, o Codigo das Minas ''tresvariou''. Decretar, como elle faz no § 1.º, que as jazidas “desconhecidas” pertencerão, quando descobertas, á Nação, ''é contradizer'' ''e violar, insensatamente, o bom principio do inciso'' ''principal'', que respeitava o direito de propriedade, cuja inviolabilidade está assegurada a todos, ''inclusivemente o relativo ás minas e jazidas, pela'' ''Constituição'' nos arts. 113, 114, 118 e 119. Leiam-se esses textos, que acabamos de alinhar e vêr-se-á o disparate e a inconstitucionalidade daquelle § 1.º do art. 5. “''A insensatez se aggrava quando o Codigo define o que seja “manifestação” da descoberta das'' ''jazidas conhecidas no art.'' 10, dizendo: {{nop}}<noinclude></noinclude> 7aurmeu47h4tmzcomhelo0b9u3xmzf1 Página:O escândalo do petroleo.pdf/295 106 242745 522856 2024-12-26T13:25:31Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522856 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|285}}</noinclude>nas “Bases para o Inquerito” confessou a formação, completada em 1934, ''de uma nova mentalidade nos sectores technicos do Ministerio da'' ''Agricultura, devida em parte ao influxo das vulgarisações relativas ao plano quinquienal russo'' e em parte ás tentativas de implantação da dictadura technocratica. Esse “''principio de grande força'' ''ideologica''”, para usar de suas expressões, tingiu de seu colorido sectario o Codigo de Minas. Nas allegações de seu culto patrono, a Fazenda de S. Paulo mostrou o ar de familia entre o nosso Codigo de Minas e o direito russo (esse cujo plano quinquíenal entrou na constituição da mentalidade do ministerio da Agricultura) e cuja lei fundamental, segundo as resoluções do 12.° Congresso Pan Russo, prescreve no art. 15: {{dhr}} <blockquote> “Toute la terre, les forêts, le sous-sol, les eaux, ''appartieent en propre à l’État'' ouvrierpaysan sur le bases determinées par les lois spéciales de l'Union des Républiques Soviétiques Socialistes et les organes suprêmes de la République Socialiste Soviétique Russe”. </blockquote> {{dhr}} De egual maneira, em seu parecer, em topico que já destacamos atraz, o abalisado professor de direito Azevedo Marques apontou a mesma affinidade entre o codigo brasileiro e o codigo sovietico. Vale a pena recapitular o commentario do mestre,<noinclude></noinclude> 7z6x9q2zgf4ooqbr96y3jaun9gfcd3y 522857 522856 2024-12-26T13:25:57Z Erick Soares3 19404 522857 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|285}}</noinclude>nas “Bases para o Inquerito” confessou a formação, completada em 1934, ''de uma nova mentalidade nos sectores technicos do Ministerio da'' ''Agricultura, devida em parte ao influxo das vulgarisações relativas ao plano quinquienal russo'' e em parte ás tentativas de implantação da dictadura technocratica. Esse “''principio de grande força'' ''ideologica''”, para usar de suas expressões, tingiu de seu colorido sectario o Codigo de Minas. Nas allegações de seu culto patrono, a Fazenda de S. Paulo mostrou o ar de familia entre o nosso Codigo de Minas e o direito russo (esse cujo plano quinquíenal entrou na constituição da mentalidade do ministerio da Agricultura) e cuja lei fundamental, segundo as resoluções do 12.° Congresso Pan Russo, prescreve no art. 15: {{dhr}} <blockquote> {{gap}}“Toute la terre, les forêts, le sous-sol, les eaux, ''appartieent en propre à l’État'' ouvrierpaysan sur le bases determinées par les lois spéciales de l'Union des Républiques Soviétiques Socialistes et les organes suprêmes de la République Socialiste Soviétique Russe”. </blockquote> {{dhr}} De egual maneira, em seu parecer, em topico que já destacamos atraz, o abalisado professor de direito Azevedo Marques apontou a mesma affinidade entre o codigo brasileiro e o codigo sovietico. Vale a pena recapitular o commentario do mestre,<noinclude></noinclude> j3jb0tw4rer5h1ige45ntl9yaxapcwe Página:O escândalo do petroleo.pdf/296 106 242746 522858 2024-12-26T13:28:49Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522858 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|286|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>ao texto do Codigo Mineiro Russo, cujo primeiro artigo preceitúa que as jazidas de materias fosseis existentes no sub-solo da URSS constituem propriedade da União da R. S. S.”. “Pudera! exclama exc. ISSO É NA RUSSIA SOVIETICA. POIS E’ DA RUSSIA SOVIETICA QUE O NOSSO CHAMADO CODIGO DE MINAS MAIS SE APPROXIMA! NÃO ESTÁ CERTO, NEM LOUVAVEL. NESSE PONTO É ESSE CODIGO INDESEJAVEL NO BRASIL...” O scintillante ministro das Montanhas Alterosas commette um grave erro, com o encastellar-se na intransigencia do “nolli me tangere” para advogar a causa desse aborto da agonia discricionaria, de um sabor tão accentuadamente extremista. Mormente, sendo s. exc. membro de um governo em lucta tenaz contra o perigo das doutrinas subversivas que o pensamento vermelho espalha pelo mundo e que já nos ensanguentou a Patria. O Codigo de Minas, cuja origem obscura se desconhece, é, na sua essencia, uma cellula communista disfarçada dentro da legislação do paiz. O fructo identifica a arvore. Conta-se que o Marechal Floriano, certa feita, mandou prender o cambio, ignorando as causas que o deprimiam. Assim tambem a policia carioca, aproveitando-se do estado de guerra, devia de ha muito ter prendido e deportado o Codigo de Minas, pelo mal consciente que pretendeu fazer<noinclude></noinclude> gisd0ig12239neodfy4ysr4tehi2a0k Página:O escândalo do petroleo.pdf/297 106 242747 522859 2024-12-26T13:31:08Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522859 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|287}}</noinclude>e está fazendo: attentar contra a Constituição, abolir a propriedade privada do subsolo e prohibir o aproveitamento e a mobilisação economica de um elemento, como o petroleo, imprescindivel e vital para a segurança nacional, pois só com elle seremos economica e militarmente fortes. {{dhr|2em}} {{t2|QUARTA PARTE: REMEDIOS E SUGGESTÕES}} {{dhr}} {{t2|ABROGAÇÃO DO CODIGO DE MINAS}} {{dhr}} 132. {{--}} Nosso pensamento não é demolidor. O alvo deste depoimento é, antes, fundamentalmente constructivo. Por isso mesmo sentimo-nos no dever de suggerir as providencias, que, ao nosso ver, concorrerão para sanear os males que nos affligem. Em primeiro logar ha que revogar, sem perda de um segundo, o Codigo de Minas, restaurar integralmente o dominio da Constituição, reabrir o solo livremente ao dominio privado, salvas as medidas essenciaes à defesa economica ou militar do paiz. Assim, as regiões de nosso territorio ainda não acaparadas poderão ser entregues aos emprehendimentos nacionaes. Porque, mercê de Deus, nem tudo se açambarcou. Resta muita coisa para os brasileiros. Para isso endereçaremos um appello, repetido por toda parte, á consciencia e ao patriotismo de cada proprietario do solo para que<noinclude></noinclude> p0c2rt1pbu2xomjztgxni7f2s66lttf Página:O escândalo do petroleo.pdf/298 106 242748 522860 2024-12-26T13:33:31Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522860 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|288|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>nenhum confie a exploração de seus terrenos senão aos brasileiros reconhecidamente brasileiros. {{dhr}} 133. {{--}} O meio pratico de corrigir o mal é o que suggerimos, desde o anno passado, em nossas entrevistas pela imprensa: restabelecer de prompto a lei de 1921, adaptada aos novos dispositivos da Constituição Federal de 16 de Julho. Ficaremos, por esse meio, com uma legislação bem apparelhada a resolver todas as questões, sem sacrificio dos direitos, quer da nação, quer dos particulares, quer dos poderes publicos. Sob esse ponto de vista, com grata satisfação, recentemente acabamos de averiguar que a Fazenda de S. Paulo concorda em genero, numero e caso com a nossa opinião anteriormente expendida. Vimos um magnifico elogio dessa lei desenvolvido no memorial do patrono de S. Paulo. Elle a aprecia em todos os aspectos e pormenores. Depois de salientar que a devemos, originariamente, á inspiração do notabilissimo geologo, de saudosa memoria, Gonzaga de Campos, á clarividencia do então presidente Epitacio Pessoa e de seu ministro Simões Lopes, como “obra realmente digna de nossa cultura”, assim encerra suas considerações: “Realmente, a lei 4265, de 15 de janeiro de 1921, honrava grandemente a cultura juridica do Congresso que a votára, e a cerebração pujante que a elaborára. Do primeiro ao ultimo dispositivo, percebem-se o senso perfeito de equilibrio e a in-<noinclude></noinclude> q1k35yy4chudzb3b4svfi1b3c2nhfju 522861 522860 2024-12-26T13:34:02Z Erick Soares3 19404 522861 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|288|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>nenhum confie a exploração de seus terrenos senão aos brasileiros reconhecidamente brasileiros. {{dhr}} 133. {{--}} O meio pratico de corrigir o mal é o que suggerimos, desde o anno passado, em nossas entrevistas pela imprensa: restabelecer de prompto a lei de 1921, adaptada aos novos dispositivos da Constituição Federal de 16 de Julho. Ficaremos, por esse meio, com uma legislação bem apparelhada a resolver todas as questões, sem sacrificio dos direitos, quer da nação, quer dos particulares, quer dos poderes publicos. Sob esse ponto de vista, com grata satisfação, recentemente acabamos de averiguar que a Fazenda de S. Paulo concorda em genero, numero e caso com a nossa opinião anteriormente expendida. Vimos um magnifico elogio dessa lei desenvolvido no memorial do patrono de S. Paulo. Elle a aprecia em todos os aspectos e pormenores. Depois de salientar que a devemos, originariamente, á inspiração do notabilissimo geologo, de saudosa memoria, Gonzaga de Campos, á clarividencia do então presidente Epitacio Pessôa e de seu ministro Simões Lopes, como “obra realmente digna de nossa cultura”, assim encerra suas considerações: “Realmente, a lei 4265, de 15 de janeiro de 1921, honrava grandemente a cultura juridica do Congresso que a votára, e a cerebração pujante que a elaborára. Do primeiro ao ultimo dispositivo, percebem-se o senso perfeito de equilibrio e a in-<noinclude></noinclude> hsikf4px4cdqls4l3hjagomxjvfkf0a Página:O escândalo do petroleo.pdf/299 106 242749 522862 2024-12-26T13:37:42Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522862 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|289}}</noinclude>tenção do respeito aos sagrados direitos do proprietario da mina, conciliando-os com os interesses da industria extractiva. E si em nosso paiz, dahi em deante, é licito affirmar, ainda permaneceu a mineração em estado incipiente, não lhe dando os recursos esperados, foi antes pela retracção dos capitaes necessarios ao desenvolvimento de tal actividade industrial, do que pela defficiencia de nosso systema legal. Este apparelhamento creado pela lei 4265 e seu regulamento, o D. 15.211, era, pode-se dizer, perfeito. Estavam satisfeitos os appellos de quantos dedicavam-se á exploração do sub-solo brasileiro. Nem a intromissão inopportuna dos poderes publicos, nem os exaggeros de um individualismo golpeador da industria mineira. Mas, proporcionada e razoavel protecção do interesse particular que reverteria, enxergou-o claramente o sabio legislador de 1921, em beneficio da collectividade. E tudo isto, sob a orientação traçada pelo constituinte de 1891: "as minas pertencem aos proprietarios do solo, salvas as limitações que forem estabelecidas por lei, a bem da exploração deste ramo de industria". Este preceito, observou-o religiosamente o Codigo que teve a assignatura de um dos representantes mais dignos de nossa cultura: Epitacio Pessôa”. {{dhr}} 134. {{--}} Para convencer-se a gente de quanto são justos e bem fundados taes conceitos, basta-nos apenas uma leitura comparada. Ver-se-ão na<noinclude></noinclude> e439gqz5rtdr6vownqu40s2rf28dggk Página:O escândalo do petroleo.pdf/300 106 242750 522863 2024-12-26T13:40:40Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522863 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|290|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>lei de 1921 a harmonia e a clareza, a sobriedade e o senso, o methodo e a logica. Em deploravel contraste, no Codigo de Minas ver-se-ão a nenhuma harmonia e a nenhuma clareza, a nenhuma sobriedade e o nenhum senso, o nenhum methodo e a nenhuma logica. Entre uma e outro não ha hesitação possivel. {{dhr|2em}} {{t2|DESCENTRALISAÇÃO ADMINISTRATIVA}} {{dhr}} 135. {{--}} Dispõe o art. 119 § 3.º da Constituição Federal: “Satisfeitas as condições estabelecidas em lei, entre as quaes a de possuirem os necessarios serviços technicos e administrativos, OS ESTADOS PASSARÃO A EXERCER DENTRO DOS RESPECTIVOS TERRITORIOS A ATTRIBUIÇÃO CONSTANTE DESTE ARTIGO”. Essa attribuição refere-se ao aproveitamento industrial das minas e jazidas mineraes, bem como das aguas e da energia electrica. Tal descentralisação, urge generalisal-a, no mais breve tempo possivel. Ahi está o eloquente exemplo e o significativo precedente de Alagôas. Desenganado o seu governo de poder contar com a bôa vontade do serviço federal, deliberou agir directamente, para esclarecer o problema do petroleo. O resultado foi que, pela primeira vez, os trusts soffreram uma derrota no Brasil. Contra-<noinclude></noinclude> 4pobgqv48ou2j9bb43xih0jllvo1tlg Página:O escândalo do petroleo.pdf/301 106 242751 522864 2024-12-26T13:42:51Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522864 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|291}}</noinclude>ctados os estudos geophysicos com uma firma allemã neutra, independente e de reputação mundial, em quatro mezes o governo alagoano fez mais para a solução do problema, do que a administração federal em mais de vinte annos. Todas as duvidas sobre a existencia do combustivel negro no sub-solo de Alagôas ficaram definitivamente dissipadas. Uma lei ordinaria, complementar desse dispositivo constitucional, como a que o Congresso o anno passado decretou e o presidente da Republica votou, tambem é de necessidade premente. Que cada Estado assuma a responsabilidade e a iniciativa que lhe competem, avocando-se o encargo que se estiola e atrophia no centralismo do Codigo de Minas. Essa descentralisação não exclue a acção conjugada, o auxilio e a cooperação da União com os Estados, nos seus devidos moldes. A proposito, ouvi do sr. Governador da Bahia, capitão Juracy Magalhães, em Dezembro ultimo, depois de expor-lhe as minhas observações: “Fui tambem unionista, antes de ter administrado um Estado. Agora, que já administrei e administro um delles, sou partidario da maxima descentralisação dos serviços administrativos para os Estados. A minha experiencia já me revelou o papel do centripetismo federal. Em these não podemos deixar de concordar que é mais facil uma acção perturbadora sobre um só orgão central permanente, embaraçando a vida do paiz inteiro, que vinte acções separadas e isoladas sobre vinte go-<noinclude></noinclude> kecouurj1u6wgh50fty30rsrsic3ffl Página:O escândalo do petroleo.pdf/302 106 242752 522865 2024-12-26T13:45:07Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522865 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|292|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>vernos differentes, que se renovam de tempo em tempo". Um plano de conjuncto para o desenvolvimento da industria do petroleo deve caber á União; dentro desse plano, a maior amplitude de açção aos Estados. {{dhr}} {{t2|CONCLUSÕES}} {{dhr}} 136. {{--}} Tendo em consideração toda a materia deduzida neste depoimento, chego ás seguintes conclusões: 1.ª {{--}} A accusação de Monteiro Lobato é verdadeira. Dedicando-se, com sobrehumano esforço e insuperavel abnegação a esta causa, Monteiro Lobato é daquelles que a formosa cerebração de Marcondes Filho denomina "os abstemios do presente, capazes de se afastarem dos interesses pessoaes, das carreiras faceis abertas á sua frente das posições confortaveis que o talento lhes assegura, para buscarem o facto longinquo, cheio de difficuldades, de risco e de soffrimentos" 2.ª {{--}} Necessidade da immediata abrogação do Codigo de Minas, codigo indesejavel pela sua inconstitucionalidade, pela sua inexequibilidade, pela asphyxia de sua centralisação administrativa, pelo seu cunho communista, pelos seus atentados á nossa lingua, pelo seu esbulho à propriedade dos cidadãos, pelo seu assalto á propriedade e á autonomia dos Estados. {{nop}}<noinclude></noinclude> 30qzuciivtwzoaslhlyx2duk2hx5vpq 522866 522865 2024-12-26T13:45:36Z Erick Soares3 19404 522866 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|292|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>vernos differentes, que se renovam de tempo em tempo”. Um plano de conjuncto para o desenvolvimento da industria do petroleo deve caber á União; dentro desse plano, a maior amplitude de açção aos Estados. {{dhr}} {{t2|CONCLUSÕES}} {{dhr}} 136. {{--}} Tendo em consideração toda a materia deduzida neste depoimento, chego ás seguintes conclusões: 1.ª {{--}} A accusação de Monteiro Lobato é verdadeira. Dedicando-se, com sobrehumano esforço e insuperavel abnegação a esta causa, Monteiro Lobato é daquelles que a formosa cerebração de Marcondes Filho denomina "os abstemios do presente, capazes de se afastarem dos interesses pessoaes, das carreiras faceis abertas á sua frente das posições confortaveis que o talento lhes assegura, para buscarem o facto longinquo, cheio de difficuldades, de risco e de soffrimentos" 2.ª {{--}} Necessidade da immediata abrogação do Codigo de Minas, codigo indesejavel pela sua inconstitucionalidade, pela sua inexequibilidade, pela asphyxia de sua centralisação administrativa, pelo seu cunho communista, pelos seus atentados á nossa lingua, pelo seu esbulho á propriedade dos cidadãos, pelo seu assalto á propriedade e á autonomia dos Estados. {{nop}}<noinclude></noinclude> tsfpxaixqmf6xcunme3y725mkvpx6qo Página:O escândalo do petroleo.pdf/303 106 242753 522867 2024-12-26T13:47:54Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522867 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|293}}</noinclude>3.ª {{--}} Restauração immediata da lei n. 4.265 de 15 de Janeiro de 1921, regulamentada pelo dec. 15.211 de 28 de Dezembro do mesmo anno, com as adaptações á Constituição de 16 de Julho de 1934. 4.ª {{--}} Solicitar dos governos estadoaes, por intermedio dos representantes do ministerio publico de todas as comarcas, o arrolamento urgente e completo nos respectivos cartorios de registro e tabellionatos, de todos os contractos de arrendamento ou exploração de sub-solo, para a organisação do balanço dos terrenos potencialmente petroliferos acaparados por emprezas extrangeiras, ou suas filiadas, associadas e federadas de nomes nacionaes. 5.ª {{--}} Recommendar a todos os proprietarios territoriaes que hajam feito contractos de não perfuração illudidos pela má fé dos trust ou seus representantes, que promovam a sua annullação em juizo, nos termos do art. 92 do Codigo Civil, pelo vicio fundamental do dolo. Srs. Membros da Commisão do Inquerito: Eis o depoimento que em minha consciencia, como brasileiro, devia fazer á minha gente sobre o problema do petroleo em minha terra. Amei, com coragem, a verdade, para servir, com fé, a Patria. S. Paulo, 20 de Julho de 1936 {{dhr}} {{right|HILARIO FREIRE<br>{{gap}}Praça da Sé, 83}} {{nop}}<noinclude></noinclude> 2cdausbamxgln0lwl41f3hk6gaow5dg 522868 522867 2024-12-26T13:48:25Z Erick Soares3 19404 522868 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|293}}</noinclude>{{dhr}} 3.ª {{--}} Restauração immediata da lei n. 4.265 de 15 de Janeiro de 1921, regulamentada pelo dec. 15.211 de 28 de Dezembro do mesmo anno, com as adaptações á Constituição de 16 de Julho de 1934. 4.ª {{--}} Solicitar dos governos estadoaes, por intermedio dos representantes do ministerio publico de todas as comarcas, o arrolamento urgente e completo nos respectivos cartorios de registro e tabellionatos, de todos os contractos de arrendamento ou exploração de sub-solo, para a organisação do balanço dos terrenos potencialmente petroliferos acaparados por emprezas extrangeiras, ou suas filiadas, associadas e federadas de nomes nacionaes. 5.ª {{--}} Recommendar a todos os proprietarios territoriaes que hajam feito contractos de não perfuração illudidos pela má fé dos trust ou seus representantes, que promovam a sua annullação em juizo, nos termos do art. 92 do Codigo Civil, pelo vicio fundamental do dolo. 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Nem a bancarrota do estado, nem o nosso mal estar perpetuo, nem a penuria chinesa do que chamamos a classe baixa (isto é, 80% da população do país), nem a miseria intensissima observavel até nas capitais quando deixamos as avenidas e os bairros privilegiados, nada de tão terrível realidade arranca o brasileiro da mentira cronica em que se encoscorou. Em todas as estatisticas de produção, de comercio, de riqueza nacional, de cultura, etc., o lugar do Brasil é entre os mais baixos da escala. Tomemos a Dinamarca. Tem 44.000 quilometros quadrados e uma população de 3 milhões e meio de habitantes. Do tamanho do Espirito Santo, menor que Alagoas, Paraiba e Rio Grande do Norte, que são dos menores estados do Brasil {{--}} e no entanto produz, exporta e importa mais que o<noinclude></noinclude> eayk8l4oc0fz5v24ga6j8dula0oe76f Página:O escândalo do petroleo.pdf/306 106 242758 522969 2024-12-26T17:32:24Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522969 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|296|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>Brasil inteiro. Em 1929 a pequena Dinamarca exportou 480 milhões de dolares contra 414 exportados pelo Brasil; e importou 457 contra 456. Alegam os patriotas incompreensivos que é por sermos um país novo. Somos tão novos como os Estados Unidos e a Argentina, países que tambem nos distanciaram em tudo {{--}} o primeiro dum modo fantastico. Só do subsolo os Estados Unidos extraem mais de CEM MILHÕES DE CONTOS POR ANO. Nós com um subsolo equivalente só extraimos minhocas. Veja-se este quadro estatistico do Departamento of Commerce, abrangendo, o decenio de 1918 a 1927: {{dhr}} {{c|PRODUTOS METALICOS E NÃO METALICOS}} {{dhr}} {{c|''Valor em dolares''}} {{dhr}} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1918 | título = 5 bilhões e | página = 541 milhões de dolares }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1919 | título = 4 {{gap}}’’ | página = 596{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1920 | título = 4{{gap}}’’ | página = 918{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1921 | título = 4{{gap}}’’ | página = 139{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1922 | título = 4{{gap}}’’ | página = 647{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1923 | título = 5 {{gap}}’’ | página = 987{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1924 | título = 5{{gap}}’’ | página = 306{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1925 | título = 5{{gap}}’’ | página = 678{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1926 | título = 6{{gap}}’’ | página = 213{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{tabela | largura = 36em | largura-p = 25 | indentação = -1 | seção = 1927 | título = 5 | página = 520{{gap}}’’{{gap}}’’ }} {{dhr}} Temos aqui a media anual de 5 bilhões e 454 milhões de dolares, ou sejam mais de CEM MILHÕES DE CONTOS POR ANO em nossa moeda,<noinclude></noinclude> fg6iu82zfiau2cfd879wllx0gbi00zz Página:O escândalo do petroleo.pdf/307 106 242759 522970 2024-12-26T17:34:55Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522970 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|297}}</noinclude>o dolar a 19$000 {{--}} essa beleza que a mentira cronica nos deu. {{dhr}} Nada como graficos para meter pelos olhos a dentro as realidades. Nos graficos que seguem veremos o que é a nossa riqueza nacional, a nossa produção, o nosso comercio, etc., comparados com os equivalentes americanos. Tomamos os dados de anos normais, imediatamente anteriores á crise e aplicamos nos graficos sempre a mesma escala. {{nop}}<noinclude></noinclude> r9c2xzhnhnhvhv94yggb96e6q0852cc Página:O escândalo do petroleo.pdf/308 106 242760 522971 2024-12-26T17:36:32Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522971 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|Riqueza Nacional dos Estados Unidos em 1922<br(calculo da Federal Trade Commission)}} {{dhr}} {{c|356.035.000.000 dolares}} {{RetallaImatge | file = O escândalo do petroleo.pdf | page = 308 | thumb = 600px | width = 600px | margin-top = 1em | margin-bottom = 1em | wHeight = 718px | wWidth = 503px | wLeft = 83px | wTop = 145px }} {{nop}}<noinclude></noinclude> snmcb1z51vshmwn4lf4p9pckbae8v5n 522972 522971 2024-12-26T17:37:00Z Erick Soares3 19404 522972 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|Riqueza Nacional dos Estados 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do petroleo.pdf/310 106 242762 522974 2024-12-26T17:40:48Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522974 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|Valor apenas do petroleo americano em 1927}} {{dhr}} {{c|3.580.000.000 dolares<br>(Compare-se este algarismo com o da pagina fronteira)}} {{dhr|5em}} {{RetallaImatge | file = O escândalo do petroleo.pdf | page = 310 | thumb = 600px | width = 600px | margin-top = 1em | margin-bottom = 1em | wHeight = 640px | wWidth = 519px | wLeft = 68px | wTop = 247px }} {{nop}}<noinclude></noinclude> n2ng28wwafzd6lngr8b8wjeeo2ynnl3 Página:O escândalo do petroleo.pdf/311 106 242763 522975 2024-12-26T17:42:48Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522975 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{c|Valor total da produção agricola e industrial<br>do Brasil em 1927}} {{dhr}} {{c|1.320.000.000 dolares}} {{dhr|25em}} {{RetallaImatge 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Não é ultra-vergonhoso que dispondo dum territorio em tudo equivalente ao dos Estados Unidos, nos deixassemos ficar numa bagagem degradante? E como combatemos essa situação de inferioridade? Negando-a. Mentindo oficialmente. Mentindo agora pelo radio. Mentindo uma mentira sistematica e onimoda, que não engana a ninguem no mundo {{--}} nem sequer a nós mesmos. Basta de cocaina. Tenhamos a coragem dum frio realismo. A mentira não constroe {{--}} destroe. Destroe a reputação de quem a impinge. Somos o povo mais desmoralizado do mundo em consequencia deste perpetuo regimen de mentiras adotado como atitude nacional. ''E no entanto poderemos nos equiparar aos Estados Unidos em grandeza, cultura, eficiencia e poder, se tomarmos'' ''pelos mesmos caminhos''. Que caminhos são esses? Os do sub-solo. A grandeza dos Estados Unidos vem de que mobilizaram e mobilizam as reservas do sub-solo. Vem de que se ferraram intensamente e ainda se ferram com as varias dezenas de milhões de toneladas de ferro que cada ano produzem {{--}} enquanto nós tropicamos eternamente desferrados pela estrada da vida em fora, sem a menor atenção para as montanhas de minerio que possuimos. Vem de que abrem anualmente mais de .... 20.000 poços por onde esguicha o sangue da terra, o maravilhoso liquido que se transforma em ener-<noinclude></noinclude> 672l4qew2pqcxsj7i0eil75sy6k51oj Página:O escândalo do petroleo.pdf/317 106 242769 522982 2024-12-26T18:08:41Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522982 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|307}}</noinclude>gia mecanica e move os milhões de toneladas de ferro transfeito em maquinas aumentadoras da eficiencia do homem {{--}} enquanto nós abrimos anualmente 20.000 casas de loteria e bicho. Vem, em suma, de que raciocinam com a cabeça {{--}} enquanto nós, queimando café em vez de queimar o Ministerio da Agricultura, damos ao mundo uma curiosa demonstração do perigo que é raciocinar com outros orgãos que não o cerebro... {{dhr}} Café é riqueza criada? Queima-se. {{dhr}} Ministerio é impedimento de riqueza? Conserva-se. {{dhr}} Está errado... {{nop}}<noinclude></noinclude> r8xpnsjbix0y1oksk92x49xi01l3yqv O Escandalo do Petroleo/O que somos e o que pensamos ser 0 242770 522983 2024-12-26T18:10:45Z Erick Soares3 19404 [[Ajuda:SEA|←]] nova página: <pages index="O escândalo do petroleo.pdf" from=305 to=317 header=1/> {{PD-old-70-BR}} {{Modernização}} 522983 wikitext text/x-wiki <pages index="O escândalo do petroleo.pdf" from=305 to=317 header=1/> {{PD-old-70-BR}} {{Modernização}} l4kkz7qz4mrdbozcj454s32gih8zd2d Página:O escândalo do petroleo.pdf/318 106 242771 522984 2024-12-26T18:14:11Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522984 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" /></noinclude>{{cabeçalho||{{t2|Appendice}}||borda_inferior=sim}} {{dhr|10em}} {{t2|A Geofisica no Brasil}} {{dhr}} Ninguem faz hoje, no mundo inteiro, nenhuma exploração de subsolo, tanto para petroleo como para qualquer outro mineral, sem recorrer á geofisica. Como o brasileiro é sempre o ultimo a acordar, só agora a geofisica penetrou entre nós. A honra da grande iniciativa cabe a Alagoas. Na revista americana “Science”, de 6 de junho p.p., vem um otimo artigo de Sherwin Kelly sobre a geofisica, no qual revela o tremendo impulso que a nova ciencia deu á descoberta de novos campos de petroleo naquele pais. Só em 1935, diz Kelly, os Estados Unidos gastaram com a aplicação dum só dos metodos geofisicos {{--}} o sismico {{--}} a quantia vertiginosa de 15 milhões de dolares, ou sejam quasi 300 mil contos em nossa moeda! E é compensador isso? Sim, declara Kelly. Tremendamente compensador, pois graças aos estudos sismicos feitos em 1935, foram aumentadas as reservas americanas de 500 a 750 milhões de barris. A um dolar o barril, temos de 500 a 750 milhões de dolares conseguidos com o empate de 15. Melhor negocio não pode haver. Quando os metodos geofisicos, continua Kelly, foram introduzidos no Texas e na Luiziania, em 1922, a industria petrolifera desses estados ia em pleno declinio. A<noinclude></noinclude> 4absime0f9hxmq6tmimr8qs9svq6qv1 Página:O escândalo do petroleo.pdf/319 106 242772 522985 2024-12-26T18:17:34Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522985 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|309}}</noinclude>produção decrescia; nenhum campo novo era descoberto. A geologia locara 47 domos e jurava não existir mais nenhum. Mas a geofisica imediatamente determinou numerosos domos abaixo dos horizontes até então explorados, e em pouco tempo localizou 116 novos estruturas petroliferas. Entre elas a de Sugarland, que até o ano passado havia produzido 21 milhões de barris. Quem deu inicio á nova ciencia da geofisica foi o barão Roland von Eotvos, de Budapest, com a sua balança de torção. Consiste numa hastezinha metalica, pendurada pelo meio a um “fio de torção” e tendo nas extremidades pequenos pesos. Sua função essencial é determinar as menores variações da força de gravidade. E que tem a força de gravidade com o petroleo? Faz-se necessaria uma pequena explicação. A força de gravidade resulta da atração que um corpo exerce sobre outro. Essa atração depende da massa do corpo; é maior ou menor, conforme o corpo é maior ou menor {{--}} ou mais macisso. O chumbo é mais macisso que a madeira e porisso atrai mais que a madeira. O subsolo é composto de camadas de rochas diferentes, umas mais compactas que outras. Rochas macissamente compactas, como o basalto, o granito, etc., possuem mais força de atração, ou de gravidade, que rochas menos compactas, como os shistos, os calcareos, os arenitos, o sal. De modo que quando a balança de torção é aplicada num ponto, o movimento da hastezinha indica onde está uma rocha mais compacta que as visinhas. Desse modo, com varias aplicações da balança em certa zona, é perfeitamente possivel determinar a existencia de certas rochas compactas que se intrometeram pelas camadas das rochas sedimentarias menos compactas {{--}} e portanto é possivel determinar os domos de sal. {{nop}}<noinclude></noinclude> 3sktwwffc2j94aj7cflui86x7wyn1gt Página:O escândalo do petroleo.pdf/320 106 242773 522986 2024-12-26T18:21:04Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522986 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|310|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>Esses domos de sal são acumulações de sal dos mares extintos, que por efeito de impulsos vindos de baixo se erguem e se intrometem pelas camadas de sedimentos, em geral sob forma de domos (montes redondos) de um, dois e tres quilometros de diametro. Geralmente o petroleo sobe com o sal, ficando acumulado nas beiras do domo e em baixo. Vem dai que a balança de torção, localizando os domos de sal, localiza tambem a estrutura mais favoravel ao acumulo de petroleo. Nos primeiros dez domos localizados pela balança de torção no Texas, nove revelaram petroleo nos anticlinios por eles formados. O metodo geofisico que usa a balança de torção chama-se ''Gravimetrico''. Foi empregado com muita eficacia em Alagoas determinando um grande “domo fechado”. Temos depois o ''Metodo Sismico'', empregado pela primeira vez no Brasil pela ELBOF, em Riacho Doce. O objetivo deste metodo é esclarecer pontos que o ''Metodo'' ''Gravimetrico'' deixa obscuros, em consequencia da má disposição das camadas. Baseia-se sobre a diferença de elasticidade das rochas e dá informações exatissimas sobre as aberrações das camadas que fogem ao normal, determinando rupturas ou “falhas”, bem como as anticlinais, as sinclinais, os “horsts” e “grabens”. Executa-se por meio de explosões de dinamite. A vibração produzida é apanhada em varios pontos com os sismometros, e pelo registro da velocidade dessas vibrações determinam-se as rochas ou falhas ou grabens que as fizeram afastar-se do normal. Em Alagoas o metodo sismico provou de maneira absoluta que o cristalino está abaixo de mil metros. O ''Metodo Magnetico'' se baseia na variação do campo magnetico terrestre normal. Essa variação pode ser provocada pela existencia no subsolo de certos mine-<noinclude></noinclude> 251yt3ynxkuwttj125k9fslhrmcbyh1 Página:O escândalo do petroleo.pdf/321 106 242774 522987 2024-12-26T18:25:13Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522987 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|311}}</noinclude>rais, como a magnetite ou a hematite; todas as rochas eruptivas interferem no magnetismo terrestre, fazendo-o sair da normalidade. Graças a isso esse metodo é de grande valor para a localização de minerios preciosos. {{dhr|0.5}} Os ''Metodos Geoeletricos'' servem para determinar os elementos bons ou maus condutores da eletricidade no subsolo. Bons condutores são os metais puros, os metais sulfiticos (menos a blenda de zinco), diversos oxidos de ferro, grafite, antracite, agua salgada, agua acida, acumulação de agua nas fendas e falhas. Outras rochas conduzem menos bem a corrente eletrica; outras são más condutoras. Os ''Metodos Geoeletricos'' dividem-se em dois: o ''Galvanico'' e o ''Indutivo''. O ''Galvanico'' determina as diferenças de condutibilidade do subsolo. O ''Indutivo'' aplica-se á procura de minerais e aguas salgadas. Duma exatidão absoluta, distingue perfeitamente os minerais da agua, dando-lhes a profundidade e a extensão da ocorrencia. {{dhr|0.5em}} O ''Metodo Radioativo'' permite determinar substancias radioativas contidas no ar da terra, ou no ar das fendas e falhas. Para exame de fontes minerais, quasi sempre originadas de fendas e falhas profundas, dá otimos resultados. {{dhr|0.5em}} Temos finalmente o ''Metodo de Gaz'', ou de Laubmeyer, o qual constitue privilegio exclusivo da ELBOF. Seu grande valor está em ser o unico que diz diretamente com o petroleo. Dada a sua importancia no caso brasileiro, pedimos a Piepmeyer & Cia. uma noticia mais detalhada do mesmo, e recebemos esta informação: {{dhr}} {{c|METODO LAUBMEYER}} {{dhr}} Todos os metodos geofisicos só diziam respeito á localização das estruturas favoravels ao acumulo de pe-<noinclude></noinclude> 8ihdgqqhi8g77s0tkhg34xkyqrdx6ov Página:O escândalo do petroleo.pdf/322 106 242775 522988 2024-12-26T18:28:27Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522988 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|312|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>troleo. Fazia falta um metodo qualquer para a determinação direta dos hidrocarbonicos. A firma Piepmeyer & Cia., depois de longas experiencias cientificas, lançou na pratica, com muito sucesso, um aparelho conhecido como o “Laubmeyer Gaz Detector”, por meio do qual é possivel determinar com ''segurança'' os hidrocarbonicos das profundidades que emanam ''sob pressão''. O principio fundamental do processo é que os gazes das formações petroliferas difundem-se constantemente e renovam-se, produzidos sempre pela propria nafta. Baseados neste fato, podemos admitir que as pressões encontradas em portadores de petroleo são sempre mais altas que as observadas nas perfurações profundas. O gaz produzido pela ocorrencia petrolifera tem um poder de difusão proporcional á pressão da matriz, e maior que as essencias mais leves. Daí a hipotese extremamente cabivel de que esse gaz, sob pressão constante, se desprenda do lençol petrolifero e se difunda lentamente através das camadas superiores até escapar pela superficie terrestre. Essa marcha é de extrema lentidão, e é natural que, persistindo a pressão, haja renovação constante do gaz difundido, o qual ao chegar á superficie mistura-se com o ar existente na parte do solo em contacto com a camada atmosferica. Uma determinada zona de difusão de gazes poderá ser representada por um cone invertido, cuja ponta está na ocorrencia petrolifera. Inutil observar que numa zona quebrada de fendas e falhas os gazes insinuam-se pelas mesmas. Ora, se esses gazes chegam até a superficie, embora em diluições infinitesimais, claro que podem ser determinados e medidos. O aparelho de Laubmeyer foi adequado para registrar e medir diluições até de um litro desse gaz contido em 10 bilhões de litros de ar. Construido como um microcalorimetro, assemelha-se, em seu principio, aos apa-<noinclude></noinclude> rupjjwm521uxibmj4ulzonpto82o3hq Página:O escândalo do petroleo.pdf/323 106 242776 522989 2024-12-26T18:31:37Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522989 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho||{{sc|O Escandalo do Petroleo}}|313}}</noinclude>relhos analisadores de fumaça. Especial atenção foi dada á construção do catalisador, pelo qual é conduzida a mistura de gaz e ar. Um aparelho, pois, de bases puramente fisicas, cujas leituras cabem em formulas matematicas. Os levantamentos pelo metodo Laubmeyer são feitos como nos demais metodos geofisicos, isto é, por meio de perfis. As distancias entre os perfis e entre as estações de observação dependem do problema a resolver e das circumstancias geologicas da area a ser pesquisada. Pelo exposto podemos concluir que graças ao metodo Laubmeyer torna-se possivel determinar a presença de gazes hidrocarbonicos vindos de grandes profundidades sob pressão. A diferença entre os gazes hidrocarbonicos provenientes de lençoes petroliferos e o gaz de pantano pode ser estabelecida de maneira absoluta. O cone de difusão dos ultimos é menor e perfeitamente distinguivel nas curvas de gaz dos perfis. Inumeras experiencias com o detector Laubmeyer tem sido feitas em varios paises. Ocorrencias outras que possam conter gaz, não dão indicação nenhuma nos respectivos perfis ''quando não existe ao lado, ou por baixo,'' ''difusão de gazes provenientes de formações hidrocarbonicas sob grande pressão''. A pressão do gaz de petroleo retido nos shistos, por exemplo, é tão diminuta que não chega a permitir difusão nenhuma. Nos trabalhos geofisicos feitos em Riacho Doce (Alagoas) foi mais uma vez verificado isso. O aparelho Laubmeyer não determinou a presença de gaz em toda a zona estudada, apesar de toda a zona estudada assentar sobre uma camada de shisto bituminoso. Tambem nas imediações da perfuração que lá está sendo feita, o aparelho não registrou gaz, porque na sua tendencia de difundir-se pelos pontos de menor resistencia o gaz da zona em redor do poço<noinclude></noinclude> ge0wqh5z1z8qx899uui86aspf4i2z9q Página:O escândalo do petroleo.pdf/324 106 242777 522990 2024-12-26T18:33:28Z Erick Soares3 19404 /* Revistas e corrigidas */ 522990 proofread-page text/x-wiki <noinclude><pagequality level="3" user="Erick Soares3" />{{cabeçalho|314|{{sc|Monteiro Lobato}}|}}</noinclude>naturalmente sae por este. Os registros começaram a acentuar-se a certa distancia da sonda, o que vem mais uma vez confirmar pesquisas identicas feitas em outros paises. Os trabalhos realisados em varios campos da Alemanha (Oberg, Nienhagen e campos da Vacuum Oil Co) e na Rumania (campos de Ploesti) provaram cabalmente que o metodo Laubmeyer é de todo eficiente para a determinação dos hidrocarbonicos sob pressão. O valor do metodo de gaz, como processo geofisico de pesquisa, revela-se indiretamente no empenho da maior firma construtora de aparelhos geofisicos do mundo, a ASKANIA, de Berlin, em obter licença universal para o fabrico dos aparelhos Laubmeyer, de que se acha atualmente encarregada. Neste momento estão sendo executados nos Estados Unidos varias pesquisas pelo metodo Laubmeyer, por intermedio dos engenheiros da ASKANIA. {{dhr}} {{direita|(a) ''PIEPMEYER & CIA.''}} {{nop}}<noinclude></noinclude> 9wwjsfc0cgljn8c6q0udfrxndv1e6bq O Escandalo do Petroleo/Apendice 0 242778 522992 2024-12-26T18:36:18Z Erick Soares3 19404 [[Ajuda:SEA|←]] nova página: <pages index="O escândalo do petroleo.pdf" from=318 to=324 header=1/> {{PD-old-70-BR}} {{Modernização}} 522992 wikitext text/x-wiki <pages index="O escândalo do petroleo.pdf" from=318 to=324 header=1/> {{PD-old-70-BR}} {{Modernização}} hjqjdm9mc0wygbifpbj3121kxw4ykj7